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#clicheseemojis

10/11/2021 🏀

O fim de mais um jogo repleto de vitórias, era o que fazia o meu time pular de felicidade. Aquele era o último jogo do ano e conseguimos fechá-lo com chave de ouro! Basquete havia se tornado minha atividade favorita e futebol me servia apenas para provas.

— Aê, filhão! — meu pai me abraçou, reclamando pelo meu suor, mas ainda feliz por termos ganhado.

— Meu irmão Ggukie é o melhor — a pequena Heun pulava ao meu redor, estendendo os bracinhos pequenos para o alto.

— E eu pensando que sua dose de ser bom em tudo tinha acabado — Jin bagunçou meus cabelos, mesmo que estivesse para trás graças a uma faixa.

— Fazer o que, né? Eu nasci assim — brinquei, jogando alguns fios para trás, fazendo eles rirem.

— Você foi muito bem, aquele último ponto, fez meu coração pular mais rápido do que já batia — Hákila disse ao meu lado, batendo nossas mãos unidas sobre seu peito, imitando as batidas de um coração acelerado.

Eu estava pronto para beijar seu rosto, mas a chamaria eufórica de Jin nos fez virar bruscamente para o outro lado, revelando Yoongi e Hyu-ri seguindo até nós de mãos dadas.

— Opa, opa! Muita informação para uma cena só! — Seok Jin disse analisando os dois com um sorriso aberto nos lábios — Que contraste mais lindo, seus filhos vão ser maravilhosos, não tanto quanto os meus, mas vão.

— Hyung! — bati em seu ombro entre risadas.

— Desde quando isso está acontecendo? — Hákila perguntou curiosa, com um sorriso aberto nos lábios e os olhos brilhantes.

— Desde alguns minutos — Yoongi coçou a nuca.

— Fizemos uma aposta! — a namorada do Min disse — Se ele ganhasse, ficaríamos juntos.

— E se ele perdesse? — minha mãe quem entrou na conversa, curiosa quanto ao namoro entre nossos amigos.

— Daria uma chance dele tentar ganhar de novo! — caímos na gargalhada.

— É por isso que você se dedicou tanto, Min? — brinquei, achando fofo suas bochechas coradas entre o sorriso nervoso, que veio logo de um gengival que fazia parte de sua marca, porém logo que percebeu fixou sério novamente.

— Só falta você, Jin! — meu pai brincou — Aproveite sua beleza da juventude.

— Eu devo dizer que nenhuma mulher é suficiente... — foi bruscamente interrompido quando algo atingiu suas costas, meias enroladas.

— Está sendo esnobe denovo! — no fundo alguém gritou para ele, fazendo todos nós olharmos para trás.

— Taehyung! — gritou, correndo atrás do de cabelos descoloridos.

— É claro que não existe mulher, quando se existe Kim Taehyung — Hyun disse, recebendo uma careta do atual namorado.

— Eles não tem esse tipo de sentimentos — afirmei, lembrando da conversa que tive há alguns dias com meu hyung — Taehyung está gostando de uma garota e o Jin, ele não assume, mas está apaixonadinho na minha vizinha.

— A do Golden Retriever? — Hákila perguntou animada e concordei — Caramba, eles vão ser um baita casal.

— Se ele criar coragem de dizer para ela... — rimos.

— Crianças, vamos!

— Eu vou para casa, senhor e senhora Jeon! — Hákila disse triste — Não tenho como voltar se for com vocês.

— E quem disse que vamos para casa, temos uma sessão de pizza nos esperando! — meu pai disse animado — Já falei com seus pais, Jung Kook leva você! — balancei a cabeça, animado para ficar o resto da noite com ela.

— Vamos? — estendi a mão, já que havia soltado para beber um pouco de água, mas ela agarrou no mesmo instante — Yoongi, Hyu, Yeda, Jin, Taehyung... 'Simbora! — gritei pelos meus amigos, chamando todos para compartilhar daquela sessão noturna em uma boa pizzaria.

Eles voltaram para perto de nós, e mesmo depois de inúmeras falas de Taehyung afirmando que iria para casa, Jin o convenceu de ir, afirmando que estava sem dinheiro e que alguém deveria pagar sua parte.

Seok Jin tinha um jeito diferente de convencer pessoas.

Precisei separar deles por alguns minutos, quando antes de irmos, sermos chamados pelo pessoal do time até o vestiário. Depois de resolver algumas coisas com o técnico e despedir dos outros jogadores, eu e Yoongi voltamos para a quadra onde deixamos o pessoal. O Min e eu ríamos de uma piada boa do técnico, porém no momento seguinte, Yoon parou bruscamente no caminho, olhando fixo para a roda cheia de gargalhadas que nossos amigos soltavam.

— Yunki, você está bem? — toquei seu ombro, tirando ele do transe e olhando seus olhos negros cheios de água e agilmente passar a correr até onde todos estavam, parando atrás de alguém.

Alguém que não me lembro de ter visto, ou melhor... Alguém que não via há muito tempo.

— Hoseok... — ele soltou em um sussurro.

— Yoon! — o ruivo virou, abrindo os braços como se esperasse que o mais velho pulasse em seu colo, mas diferente do que o esperado, o Min chutou a canela do outro.

— Idiota, três meses sem me dar notícias seu pardal desnaturado — rimos, porque apesar dos olhos cheios de água, a feição de Yoongi era de fúria.

— Aí, aí Min Yoongi... Que inferno, eu acabei de chegar.

— Tem um tanto de redes sociais, não podia dizer que estava vindo? Ou melhor que estava vivo!

— Estive ocupado demais... Sinto muito — pediu de mãos unidas, juntando as sobrancelhas e fazendo um biquinho.

— Isso parece briga de casal! — Taehyung disse, erguendo a sobrancelha parecendo enojado da amizade dos dois — Eca!

— Quieto, você seria assim se não vesse seu melhor amigo há muito tempo — Yeda rebateu, bagunçando os fios já desgrenhados do loiro.

— Você chegou há quanto tempo?

— Uma hora.

— E como sabia que eu estava aqui?

— Coincidentemente enquanto eu esperava um táxi, seu jogo estava sendo passado nas telas de um outdoor, eu vi você e reconheci a quadra.

— Nosso jogo estava passando em outdoor? — perguntei curioso.

— Estamos famosos!

— Na verdade, Gui... Era uma propaganda de desodorante, usando uma parte do jogo para divulgar...

— Merda... — Yoongi disse e todos rimos.

— Bem, Jung! — toquei suas costas — Aproveita que está aqui, e vamos comer uma pizza? Estávamos indo!

— Opa, agora mesmo! — ele sorriu, deixando os dentes alinhados e bonitos a mostra — Jimin está lá fora, quem quer carona?

— Jimin? — perguntei, não muito animado.

— Sim, encontrei ele assim que cheguei. — começamos a caminhar, atravessando a quadra até estarmos na saída.

Hoseok nos contou que ele, Yoongi e Jimin eram um trio antes que ele fosse para fora, ainda eram e mantiveram contato até alguns meses antes dele perder o chip.

— Oh, aquele é o Jimin!? — Hákila perguntou estranhando a aparição do modelo.

— É... — respondi sem ânimo.

— Hákila?! — a voz angelical do Park ecoou quando paramos todos no estacionamento, alguns já até entrando em suas respectivas caronas.

— Park! — ele estava prestes a abraçá-la, caminhou com tudo de braços abertos.

— JIMIN! — mas eu acabei não deixando, pois estava com saudades demais e eu necessitava de abraçá-lo primeiro — Quanto tempo! — forcei um sorriso, e ele parecia relutante no inicio, porém abraçou-me bem apertado depois.

Afastei, ficando ao lado de Hákila e segurando sua mão, e eu percebia sua vontade de rir para os ventos, assim como Jin e Yeda ao fundo. Ela apertou minha mão e olhou para Jimin que entendeu muito bem o que viu, porém diferente do que pensei, ele deu alguns pulinhos no lugar.

— Finalmente o cabeça de bagre te pediu em namoro! — balancei a cabeça tentando entender a situação, piscando várias vezes.

— Ô ator, quem pediu foi ela!

— Jin Hyung!

— Qual é, Jung Kook, se dependesse de você, as gerações da Hákila estariam falidas — fiquei tímido, abaixando a cabeça.

— Eu não teria pedido se ele não se declarasse antes — ela alisou minha mão com o polegar, abrindo um sorriso lindo nos lábios e me olhando com os olhos brilhantes, pareciam quase um céu repleto de cometas.

— Fico muito feliz por vocês, minha amiga aqui gosta muito de você — ele sorriu, deixando os olhos em duas linhas retinhas — Então, é bom manter o coração dela intacto, se não...

— Ele luta boxe! — Taehyung advertiu.

— Eu ia dizer que não pagava o sorvete! — Jimin brincou, mas logo ficou sério — Seja um bom namorado, seja mais do que essa princesinha merece.

— Sim, senhor! — Jimin agradeceu, acenando para Hákila antes de entrar no carro que imaginei ser de Hoseok, sendo seguido por Yoongi, a namorada, Yeda e o Jung que girava as chaves entre os dedos.

Meus pais foram com Heun no seu carro, enquanto eu fui com Hákila, Jin e Taehyung na minha boa e fiel Escarlate. Seguimos o conversível preto de meus pais, e por cerca de 15 minutos dirigimos, parando em frente à um estabelecimento onde a logomarca era uma grande pizza, e o nome do local era: "Pizzaria do Hun".

— Vamos sentar aqui fora, a noite está bem fresca — meu pai falou, e após um dos garçons nos ajudar a juntar três mesas, começamos a visualizar o cardápio.

Pedimos três pizzas grandes, uma de calabresa, outra italiana e uma de bacon. Estávamos todos sentados, conversando sobre assuntos diversos. Eu, Hákila, Jin e Taehyung falávamos sobre um acontecimento do jogo, enquanto Yoongi, Jimin e Hoseok colocavam assuntos em dia, e Yeda e Hyu estavam passeando por ai com Heun na área infantil.

Continuamos com os assuntos por algum tempo, porém paramos no momento em que Yeda chegou, afirmando que Namjoon, um dos jogadores do time de futebol estava aos prantos em uma cadeira ao canto.

— Não acha que deveríamos falar com ele? — Yoongi perguntou, enquanto pensávamos no porque o Kim estava com o rosto tão vermelho e tomando refrigerante de 2L sozinho junto de uma pizza.

— Temos que ter cuidado com o que falamos — Jimin proferiu.

— E se ele não quiser companhia? — cogitei, mordendo o lábio nervoso.

— Jin, Jung Kook, vocês são os mais próximos do Kim... — Taehyung disse entredente, parecendo tão nervoso quanto a gente — Se tem alguém que possa falar com ele, são vocês.

— Olha só loirinho, se você esqueceu eu era um reserva abandonado no banco que quase nunca ia aos treinos — Jin disse rindo — Então, o Namjoon nem deve lembrar de mim.

— Ele tem uma mente de gênio, não esqueceria do rosto "mais bonito" do colégio.

— Gente, foco! — Yeda bateu na mesa — Jung Kook, vai lá!

— E-EU? — arregalei os olhos, e todos olharam para mim, esperando que eu agisse.

Respirei fundo, não indo contra o pessoal, levantando e seguindo o curto trajeto até a mesa dupla perto da área infantil, coberta por brinquedos e cheia de crianças. Namjoon realmente estava lá, sentado na mesinha com um pedaço de pizza na boca e lágrimas correndo pelas suas bochechas.

— Kim... — ia dizendo, mas fui interrompido por uma garota que parou na frente de sua mesa, eu os via de lado e se podia reconhecer bem, era Luna.

Eu já havia visto ela pelos corredores e fiz parte do clube do livro que ela gerenciava durante um ano. Luna era uma imigrante vinda da Europa, sua aparência era uma mistura devido as suas vastas gerações passadas, sabia que ela tinha parentes franceses, russos e americanos, e agora seu padrasto era um coreano.

Luna tinha características marcantes, olhos verdes e cabelos pretos e cacheados, eles pegava na metade das costas e tinham bastante volume e sua pele era quase um jambo e se eu estivesse certo, ela deveria ser quase da altura de Namjoon e quanto as suas roupas, ela sempre usava vestidos longos e florais quando a via fora da escola.

— YAH! — ela disse alto, batendo com um envelope em cima da mesa de madeira, recebendo a atenção do rapaz para ela — Até quando vai ficar chorando por uma garota tão idiota?

— Luna? — ela soltou um suspiro — O-o que faz aqui?

— Vim comer uma pizza e acidentalmente me encontrei com você! — ela estava mentindo, percebi por como ela desviou o olhar.

— Está mentindo.

— Sim, estou! — ele fungou — Na verdade, eu ouvi você mais cedo, quando marcou o encontro com a Yuju, e também ouvi ela falando com a Eunha que não viria...

— E por que... Por que não me contou?

— Você não me deu brecha! — ele abaixou a cabeça — Mas não vim aqui para dar sermão em você, eu sei como é quando se está apaixonado...

— Sabe?

— Sei... — suspirou novamente — Mas vim aqui fazer um acordo com você!

— Acordo? — assentiu — Que tipo de acordo?

— Você não vai chorar pela Yuju, e eu não vou chorar por você! — ele arregalou os olhos, engasgando com a pizza.

— Que conversa é essa, Luna?

— Assim como você não foi retribuído no seu amor de 3 semanas, eu não fui no meu de 2 anos — ela franziu os lábios — Então, não vamos lamentar mais, porque não conquistamos nossos amores platônicos — ele não tinha reação, e agora eu já estava sentado na cadeira perto da dele, ouvindo tudo como um bom curioso.

— Luna...

— Só seja feliz, Namjoon Kim... — virei o rosto brevemente, ela estava sorrindo — Essa carta é para você! — o som da cadeira sendo afastada para trás ocupou meus ouvidos, e eu me escondi atrás de um cardápio, ouvindo seus passos ficarem distantes.

Namjoon estava parado no mesmo lugar, olhando o envelope vermelho e só alguns minutos depois que sai de fininho de onde estava, contornei o salão e parei em frente a sua mesa, sentando na cadeira e assustando ele um pouco.

— Jung Kook? — assenti — O que faz aqui?

— Vim com minha família e uns amigos para comemorar a vitória do jogo — sorri amarelo — Vi você aqui e pensei se não queria se juntar a gente?

Não questionei sobre o ocorrido, ele havia parado de chorar e talvez não mencionar o assunto seria melhor para ele. Nam olhou para as mãos parecendo pensar, mas depois de alguns segundos aceitou, talvez pela minha feição de esperança.

— Então, vem! — ele avisou um dos garçons e me seguiu até as mesas unidas, se enfiando em um espaço entre minha mãe e Yeda.

Tentamos deixá-lo o mais confortável possível, puxando assuntos diversos e rindo bastante e foi pouco tempo depois disso até as pizzas chegarem e aproveitarmos a boa noite cheia de pizzas e momentos tão bons com pessoas que eu queria levar para vida toda...

Querido diário mental, que meus amigos fiquem bem e possamos estar juntos até o fim...

Querida Hákila, me ame como eu te amarei para sempre!