28 - Acabar com o que me faz sentir tanto!

Não se esqueça do votinho e de comentar o que está achando... Aproveitem antes do não tão esperado e próximo... Fim! Espero que gostem meus amorzinhos, eu amo vocês <3

#clicheseemojis 💛

22/09/2021 🎨

Ouçam o cover do JK: "Falling!

Manhãs de segunda nunca foram tão difíceis. Passar a noite em claro também era um acontecimento raro para mim, eu dormia tarde, mas aproveita pelo menos algumas horas da noite, mas naquela tudo aconteceu diferente.

Eu ainda martelava na cabeça aquilo que havia acontecido, meus dedos apertavam o telefone conectado na tomada ao lado da cama e lápis de cor e papéis estavam espalhados pelo quarto... Eu passei a noite desenhando!

Desabafei em folhas que a tanto tempo não pegava, fiz artes tão belas que ninguém pensaria que passei anos sem fazer um mínimo esboço, mas eu podia dizer que a causa foi Hákila. Porque eu nunca havia pensado o que eu realmente sentia, quando há algum tempo pisaram nos meus sonhos e me humilharam minha única alternativa foi guardar tudo junto a traumas que considerava inquebráveis, eu colocava curativos de papel em lesões que precisavam de sutura.

Hákila fez isso, desde nosso primeiro encontro ela usou uma agulha fina e indolor para costurar minhas feridas sem que eu notasse, mas parece que eu fui ingrato demais e abri feridas que ela não merecia.

Fui egoísta em pensar apenas em mim...

— Jeon, filho! Vamos, você vai se atrasar... — não estava mais deitado, e sim apertando a gravata do uniforme enquanto meu reflexo não era meu ponto mais importante, eu estava perdido em meus pensamentos.

Suspirei, puxando a mochila desanimado e por mais exausto que eu estivesse, as olheiras não eram minhas maiores inimigas e sim o peso nas costas. Coloquei os desenhos na mochila, cogitando entregar a Hákila se chegássemos a conversar ou que ela dissesse que eu poderia ir até ela, e iriamos juntos para a escola, mas não, completamente parado, minhas únicas mensagens eram de Jin, Yoongi e Yura...

— Irmão — ouvi a voz baixinha de Heun quando abriu a porta — Papai disse que você está de coração partido — ela fez um biquinho, colocando as mãos sobre a cabeça — Mas a mamãe sempre diz que "Os melhores momentos sempre vem depois de uma tempestade" — abraçou minha perna e não contive em segurá-la no colo.

— Obrigada, pequena Heun! — sorri, mesmo sem querer — Não se preocupe, eu sou forte e vou conseguir resolver isso...

— Mas você chorou a noite toda... — mexia em meus cabelos, parecendo que queria ajeitá-los e franzi os olhos, me sentindo um pouco mais leve.

— Chorar Heun, é uma maneira de descarregar o peso da alma.

— A minha é levinha, você não vê que eu quase não choro.

— Porque você é uma garota muito forte! — toquei seu nariz, sentindo as mãozinhas pequenas e quentes circularem meu pescoço — Mas nunca se prive de chorar, às vezes precisamos.

— Certo, grande Ggukie! — ela sorriu, e não a desci, na verdade sai do quarto com ela no colo, descendo as escadas.

Eu estava pronto para sair de casa e naquele dia até levaria Heun para a escola, mas a campainha tocando um pouco antes da minha saída fez meu peito disparar, mesmo que eu soubesse que não era ela, um fio de esperança percorria por minhas veias, mas tudo se dissipou quando ao puxar a maçaneta, quem estava na minha frente era a moça de cabelos longos com duas tranças boxeadoras, braços cruzados e com a expressão séria.

— Sério? O que quer? — suspirei, parando com a mão na testa.

— Eu não estaria na sua casa às 06h30 atoa, vamos quero conversar.

— Se quer falar sobre contar a verdade a Hákila, não fique preocupada, ela já sabe — passei para o lado de fora, puxando a bicicleta.

— Eu sei — colocou o dedo na boca, roendo o canto da unha.

— Espera, você... Katerine — senti meus olhos arderem — Qual o seu problema? Não bastava destruir a visão dela pelo amor, precisava destruir o que ela estava vivendo...

— Você estava mentindo...

— MAS EU IA CONTAR DROGA! — odiava xingar, mas eu estava enfurecido — Eu sou apaixonado por ela, acha mesmo que eu faria algo para machucá-la?

— Eu também não queria machucá-la, ela era minha amiga também...

— Amiga? — eu precisei rir — Katerine, antes de conhecer a Hákila, minha única rivalidade com você era nas pistas do colégio, mas ultimamente você está sempre entre nós, qual é? Acha mesmo que sou um idiota? Me fala, por que sempre faz isso? Por que não nos deixa...

— POR QUE EU GOSTO DE VOCÊ! — ela franziu o cenho, parecendo querer chorar — Em anos eu tentei ser boa nas coisas que você era, tentava sempre falar com você, para no fim, uma amiga cair em cima de você e vocês se apaixonarem — bufou — Certo, sou egoísta, mas por mais que eu não fale com Hákila, ainda me importo com ela, mas fico com raiva quando vejo vocês juntos.

— Kat...

— Eu não contei tudo a Hákila, disse que havia algo que você e ela precisavam conversar... Me desculpa, eu passei dos limites... E quando eu falei a respeito do que ela escrevia no diário, foi por sua causa, eu deixei um bilhete na sua mesa, Hákila disse que eu deveria mostrar se eu gostava de alguém... Mas quando eu vi, estava no lixo.

— Eu não peguei bilhete algum, em nenhuma fase da minha vida fui de receber cartas ou mensagens... E se eu tivesse, seria o mais cuidadoso que eu pudesse — afirmei, porque era verdade. Tratar bem os sentimentos de uma garota era algo que considerava importante, eu sabia que um coração partido doía, mesmo que até ontem eu nunca tivesse sentido.

— Eu fiquei magoada, e descontei tudo em cima dela...

— Vocês precisam se resolver... Mas quanto ao que sinto por Hákila, não vai mudar apenas pelo que disse, eu...

— Não estou pedindo ou dizendo isso, apenas estou farta de tudo que tem acontecido. — enrolou a ponta da trança — E outra, não ficarei em Seoul por muito tempo, vou me mudar.

— Mudar?

— É... Talvez eu volte um dia, mas não será por agora — sorriu, apertando as mãos — Desculpa, Jung Kook! — falou antes de pegar sua bicicleta, colocar o capacete e subir.

— Me desculpa também! — pedi, nervoso porque agora me sentia mais pesado ainda. porém com um pingo de leveza, sem saber realmente o por quê.

Eu observei ela deixar a rua, pedalando depressa e eu esperei que ela se distanciasse para puxar a minha bicicleta, eu iria a empurrando, mas estranhamente me senti ansioso para chegar na escola talvez por torcer que algo acontecesse, mesmo que a única coisa que teria e devo agradecer, seria meu bom amigo sentado em um dos bancos da entrada.

— Céus, você está acabado! — ele fez uma careta, passando as mãos por meus ombros — Vamos lá, vai dar tudo certo no final — disse ele, tentando me aliviar com um pouco do seu bom humor,

Não vi Hákila durante os primeiros horários, sequer consegui prestar atenção na aula e me senti muito mal por isso, porque várias vezes fui chamado por meus professores que agradeci por serem bastantes pacientes comigo.

— Jeon, você não quer tomar um ar? — olhei para Monique, nossa professora de História. Pela primeira vez, percebi ela mais séria que o comum, parecia bastante preocupada com a minha situação e céus, porque eu não conseguia disfarçar.

— Eu volto logo... — sai, suspirando quando saí da sala, andando pelos corredores com as mãos no bolso do blazer que cobria o uniforme, chutando o vento.

Eu daria apenas uma ou duas voltas pela sala, mas acabei indo direto até a quadra, sentando em um dos lugares da arquibancada, olhando a pista de corrida, onde vi Hákila de perto pela primeira vez. Apoiei as mãos embaixo do queixo, fechando os olhos um pouco depois, mas abri os de repente quando percebi que não estava sozinho.

— Você está tão triste! — levantei depressa, analisando ela, com as mãos juntas na frente do corpo, seus olhos estavam vermelhos assim como deviam estar os meus, e naquele dia, os seus cabelos estavam amarrados, com duas mechas soltas na frente.

— Hákila...

— Eu vi você passando, e resolvi acabar com tudo logo — ela suspirou.

— Acabar? Hákila... Por favor...

— Jeon, me escuta... — ela soltou o ar — Ontem, quando cheguei em casa eu repensei tudo que vivemos, pensei em quantas coisas senti enquanto estávamos juntos e por um milésimo de segundos, cogitei que tudo tivesse sido falso... — ela engoliu em seco — Mas, daí eu pensei em você, pensei em como eu me sentia bem quando estávamos juntos e em quantas vezes fez coisas por mim quando nos conhecíamos a tão pouco tempo — seus olhos subiram de suas mãos para os meus, trêmulos e tão brilhantes que machucava por pensar que eram por conta das lágrimas — E daí eu abri o diário, e bem nos cantos da folha havia uma caligrafia estranha escrito...

Querido diário da Hákila... — ela concordou.

— Eu li e reli tudo tantas vezes, e quando notei eu estava sorrindo como uma boba... E pensei que cometer erros é humano e por mais errado que tenha sido, eu não deveria acabar com algo que me faz sentir tanto.

Faltei sentir o peito jorrar fogos de artificio, mas na verdade eu derramei as lágrimas que antes estavam quase transbordando.

— Hákila, me desculpa! — ela assentiu, tocando meu rosto para enxugar a lágrima que descia.

— Tudo bem, Jeon! — ela chorava também, e quando percebi quis chorar ainda mais o que a fez rir entre algumas lagrimas — Eu pensei em jogar aquele diário fora, mas eu preciso guardar porque aquilo é o nosso clichê.

— Sim, o melhor que eu poderia viver! — sorri feliz, recuperando meu emocional, mas quando o sinal para a próxima aula tocou pelos arredores, nós levantamos lamentado.

— É melhor irmos, eu te encontro no intervalo — disse ela, dando alguns passos e eu concordei, indo com ela até perto de sua classe, mas antes que ela se afastasse pedi que esperasse, procurando por um papel e uma caneta, que mais era um guardanapo e uma caneta presa no bolso do blazer.

— Coloque isso no seu diário...

— O que é? — abriu, mas antes que ela lesse eu disse...

Querida Hákila, eu te amo!

Querido diário da Hákila, eu a amo!

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