23 - As cores do primeiro amor

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12/09/2021🌷

Não era capaz de expor em palavras o tamanho do calor do meu coração, eu estava fervendo ao ponto de tremer, e apesar de que a cada minuto meu peito parecesse querer explodir devido aquele nervosismo, ansiedade e paixão, ainda estava feliz por estar ali.

Quem diria? Jeon Jung Kook apaixonado...

Estava e talvez se me perguntassem quando foi que começou eu não sei se saberia dizer, não havia sido escolha minha, meu coração apenas começou a sentir por conta própria e quando percebi já estava querendo algo muito mais que a amizade de Hákila.

— Veja! — mostrou seu desenho em um dos cadernos que havia levado, flores pequenas com alguns detalhes para deixá-las mais b0oonitinhas.

Estávamos deitados de barriga para baixo, rabiscando folhas aleatórias e por mais que para mim folhas de caderno fossem preciosas, ter as marcações daquela garota ali, era muito melhor.

— Quer um chocolate? — levantei depressa após sorrir com seu desenho — Na verdade, precisa aceitar esse — retirei um dos cinco bombons que havia levado na caixinha com um pequeno presente para ela.

— Certo — sentou-se de frente para mim, com um coberta sobre as pernas.

— Eu procurei por eles por toda cidade, para descobrir que só vendem em duas lojas daqui! — ela sorriu um pouco tímida.

— Meu pai trás uma caixa toda vez que vai as reuniões na cede da empresa — afirmou — Deveria ter dito.

— Não faz mal algum, na verdade eles só se tornaram mais únicos para mim — encolhi os ombros, estendendo o chocolate para ela, dessa vez um bombom de embalagem metálica com um degrade de roxo e azul.

— Qual é esse, a embalagem é diferente — disse.

— Na verdade, eu dei uma modificada nesse, minha mãe me ajudou — ela curvou a sobrancelha e expliquei brevemente, pedindo que ela abrisse para entender.

Faltei saltar com a sua expressão, seus olhos brilharam e um sorriso lindo surgiu em seus lábios, ela mordeu o chocolate, reconhecendo que era o com recheio de cereja e assim que finalizou, pode analisar melhor o papel manteiga com a minha caligrafia.

— "Novas tonalidades de cores, ainda não seriam capazes de superar as cores do primeiro amor" — suas mãos foram até o rosto e ela não conseguia me encarar, eu estava quase tendo um enfarte com as coisas que havia preparado.

— Jung Kook, você é tão... — dobrou a embalagem — Doce e genuíno... — corou, desviando do meu olhar que diferente do dela estava fixo em seu rosto, eu queria ser capaz de capturar cada uma das expressões, seus sorrisos, suas bochechas coradas, seus olhos brilhantes, tudo...

— Eu queria ser seu clichê, Hákila... — afirmei — Quero, na verdade. Quero que sinta que uma pessoa pode realmente gostar de você e que não importa como outros casais agem, sempre haverá alguém que irá se apaixonar... — suspirei — E eu sou aquele que se apaixonou por você.

— Que sorte a minha — ela disse sorridente.

— Que sorte a nossa — rimos, abaixando o olhar.

Continuamos ali, mas após algum tempo resolvemos deitar na parte de trás da caminhonete e foi tão bom, aconchegante e com uma atmosfera maravilhosa, ainda mais como estávamos, no fim eu criei coragem para passar os braços por suas costas e fazê-la encostar a cabeça em meu peito.

O cheiro do cabelo dela lembrava a morango e seu perfume era doce, mas nada enjoativo demais, era bom ao ponto de causar o desejo de enfiar o rosto no pescoço dela e aspirar aquele cheiro até realmente enjoar.

— Jeon! Tenho algo para você também, queria esperar até o fim do nosso encontro, mas não consigo — ela sorriu parecendo ansiosa, e procurando pela bolsa, até pegá-la e abrir com certo mistério.

— O que é? — inclinei a coluna em seu rumo, mas elas acabou rindo e escondendo o que tirava dali, mesmo que no mesmo momento eu pude notar o papel retangular com as bordas amarelas.

— Olha, na semana que vem haverá uma feira de artes, eu comprei ingressos para dois e como agora...

— Somos namorados eu irei com você! — falei, mas desviei o olhar no mesmo instante.

Namorar me deixou mais linguarudo...

— Isso... — sorriu — Então, irei guardá-los e semana que vem nós vamos — assenti — E isso, olha... Eu já te dei uma pulseira uma vez, mas eu sou apaixonada por coisas assim, e quando vi eu achei que deveria comprar para você — me entregou a caixinha quadrada azul marinho, com o nome de uma joalheria.

— Obrigado... — era linda, estava mais para um bracelete, cheio de aspirais que refletiam várias cores conforme a luz batia, e bem ao centro um pincel que simulava que ele quem traçou aquelas linhas — É linda, eu amei Hákila... — coloquei no braço, admirado com o quanto ela era bonita.

A garota sorriu, parecendo feliz com a minha reação e aproveitou o intervalo de nosso silêncio para deitar sobre as cobertas na carroceria, fechando os olhos e aproveitei para puxar o meu presente.

— Aproveite e pegue o meu! — sorri, e ela abriu os olhos, sorrindo de volta e segurando a caixinha preta no colo.

O presente era um combo com coisas que ela gostava, em um dos lados haviam chocolates, e do outro uma caneta dourada de ponta fina, e por último uma caixinha vermelha com uma joia que também achei que fosse sua cara assim que vi.

— Quanta coisa — ela pegou logo a última coisa, a carta embaixo dos chocolates e tentei ser rápido em pedir que lesse em casa ou pelo contrário eu explodiria com tanta vergonha — Okay, lerei em casa! — seus olhos observaram a caneta, sorrindo admirada e com cuidado a testou em meu braço, grafando um um "J+H".

— Trouxe um estilete para fazermos isso na árvore! — brinquei, mesmo que realmente tivesse trago a lâmina.

— Ótimo, faremos isso depois que eu terminar de apreciar essa preciosidade! — segurou a caixinha que tinha a joia, abrindo e sorrindo como nunca e jurei ter visto seus olhos brilharem.

O presente se tratava de um colar prateado, o pingente era um pequeno livro com um pequeno fundo em formato de caneta, que era preenchido exatamente pelo meu colar.

— Eles se completam! — sussurrei, puxando o colar por de dentro da blusa, mostrando para ela, que acabou arregalando os olhos surpresa ao encostar os dois e ver que eles uniam por uma espécie de imã.

— Jeon, isso é lindo...

— Eu pensei em comprar alianças — deixei uma tosse escapar — Mas fiquei com medo de estar me precipitando ou talvez não gostar, então resolvi comprar algo que fosse diferente, como não achei eu procurei alguém que fazia e... — meu falatório começou e talvez por eu dizer tudo tão rápido que ela segurou meus ombros e beijou minha bochecha, me paralisando por inteiro...

Deus, se eu mal vivi com o beijo na bochecha, quem dirá nos lábios...

— É perfeito — sussurrou, afastando e colocando o colar em seu pescoço com facilidade — Eu amei, Jung Kook! Tudo, amei do fundo do meu coração disparado — disse sorrindo, retirando todas as minhas forças, mas ainda conseguindo manter o equilíbrio.

— Fico feliz que tenha gostado — afirmei ainda tímido.

Ficamos em silêncio, até voltarmos a deitar na caminhonete, eu estava com a cabeça apoiada em um travesseiro e Hákila usando minha barriga como um. Tentei várias vezes tocar seus cabelos, mas coragem era o que me faltava, mas a atmosfera silenciosa que surgiu entre nós enquanto admirávamos o vasto céu e curtíamos a brisa fria passando por nós, nos relaxou, acalmando e criando o clima bom que agora instaurava ali.

Mesmo que maior maior do tempo eu temesse errar, Hákila parecia estar calma, apenas aproveitando o que acontecia. Diferente de mim que no fundo sentia que estava faltando com algo.

— Por que trouxe o violão? — sai de meus pensamentos.

— Pensei em tocar quando chegasse aqui... — disse mexendo as mãos.

— Não quer tocar, ou cantar... Você tem uma voz tão doce.

— Já me ouviu cantar? — curvei a sobrancelha, olhando para ela.

— Uma vez, um pouco antes de nós esbarramos você cantou com Jin no show de talentos da escola — fiquei perplexo, ela já me conhecia?

— Então, sabia quem eu era? Desde o início?

— Sim, não te conhecia muito bem, nem tinha certeza a respeito do seu nome, mas já havia visto você várias vezes pelos corredores e a professora Monique sempre citava sobre o seu bom desempenho nas aulas de História — disse simples — Tive certeza que era você na enfermaria.

— E você dizendo que não me conhecia!

— Não conhecia mesmo — ela riu — Você só era alguém que ouvi e vi por aí.

— Que dor — coloquei a mão no peito dramaticamente.

— Se não fosse assim, talvez não teríamos nos conhecido...

Talvez eu não teria pego seu diário...

Hákila, talvez eu... — tentei dizer, mas precisei parar na metade do caminho, não podia, não conseguia dizer que peguei seu diário.

— O que foi?

— Talvez eu já tivesse a visto por aí também — sorri amarelo, abaixando a cabeça, mas no mesmo instante, senti pingos de chuva molharam o fundo da carroceria.

— Chuva! — levantou quando percebeu que a cada segundo ela engrossava mais.

Eu fui rápido em descer e ajudá-la a pegar suas coisas e apenas cobrir a carroceria com a proteção, enfiando o que estava ao lado de fora para dentro, lacrando o mais rápido que pude a parte de trás e por sorte conseguimos entrar sem nos molhar tanto.

— Eu ia pedir desculpas pela chuva, mas não é como se eu quem controlasse o tempo — ela gargalhou, negando com a cabeça e ao invés de achar ruim, ela passou para o banco de trás e encostou a cabeça no vidro.

— A Escarlate estava aqui para nos proteger — disse divertida antes de me chamar para ir para trás também.

Nos sentamos no banco de trás, um ao lado do outro, um pouquinho nervosos, mas ainda exalando a felicidade. O nosso único toque era o dos nossos braços e mesmo com o silêncio ainda estávamos confortáveis.

— Gosta da chuva? — perguntou baixo, mexendo as mãos em cima de seu colo.

— Bastante, mais do que o sol! — sorrimos.

Analisamos o cenário da chuva caindo contra o vidro da frente do carro, não estava forte ao ponto de nos assustar, na verdade estava relaxante. O barulho contra a lataria do carro, o barulho do vento das árvores e vezes ou outra o brilho dos relâmpagos, por glória distantes.

— Eu sempre pensei como seria meu primeiro encontro, pensava em jantar, cinema ou parque de diversão — soltou uma risada, e mesmo que sua expressão estivesse suave, estava nervoso — Mas isso é ainda melhor — apertou as mãos uma na outra.

— Sério? Por um segundo quis me jogar pela janela com medo de que não tivesse gostado — ela gargalhou negando depressa.

— Piquenique também estava na minha lista de lugares para ir em encontros, e hoje entendo o que minha mãe queria dizer quando dizia que as coisas melhores são aquelas que não planejamos quase nada — olhou em meus olhos e por Deus, que sensação estranha, que vontade de ficar ali para sempre, que vontade... Por que eu estava desviando o olhar?

— Hákila, eu... Estou nervoso, não é ruim... Eu só não sei o que fazer — ri de nervosismo, enfiando a ponta dos dedos nos lábios prestes a roer as unhas.

— Eu estou me tremendo também... — percebi ela soltar o ar, mas enrolar uma mecha do cabelo — Por que não damos as mãos, casais fazem isso.

— As mãos? — concordou, com as bochechas rubras e respiração acelerada — É claro! — disse, soltando um sorriso bobo, analisando ela estender a mão e devagar coloquei a minha sobre a sua, foi devagar o movimento dos nossos dedos indo cada vez mais para o encontro do enlace e quando apertamos, uma onda correu por nossas mãos, parecia que tudo fazia sentido.

Seja destino, acaso, efeito borboleta, encontro do sol e da lua, serendipidade, acidente, casualidade, contingência, evento, eventualidade... Era gostar de alguém daquela maneira que me deixava nervoso, era estranho de um jeito estranhamente bom ao ponto de não querer fugir nunca daquela sensação e o mais louco de tudo era porque era ela... Meu coração selecionou suas palavras, bateu mais forte para ir até seu diário e se contorceu para que eu fizesse o que ele queria para que chegássemos naquele momento...

— Por que está me olhando assim? — tirou-me do universo intercedente que eram suas orbes negras como a mais bela noite...

— Qual o seu maior desejo agora? — curvou os lábios para o lado em um fino sorriso, brincando com nossas mãos, até olhar para frente e voltar para mim, mexendo com meus cabelos.

Não tive resposta, ela parecia pensar, mas com a atmosfera rodando aquela boa sensação aproximei um pouco mais dela sem sequer perceber. Meus olhos seguiram para seus lábios por mais que tentasse evitar, mas era impossível... Porque eu queria, desde aquele dia na piscina.

— Jun... Vai me... — parou, quando com minha mão livre eu toquei sua bochecha gordinha, analisando os lábios cheinhos e tão bonitos, cobertos pelo pouco batom.

— Eu posso? — balançou a cabeça, fechando os olhos assim que abaixei meu rosto.

Trêmulo, apertei sua mão e pela primeira vez senti a textura dos lábios de alguém. Para mim estava sendo bom, eu nunca havia beijado outras pessoas para ter prática, mas não teve batida de dente e nem babação.

Foi apenas um pequeno selar de primeira, vindo de um pequeno sorriso nosso enquanto respirávamos fundos pela ansiedade, mas segundos depois eu criei coragem para tocar sua testa na minha e beijá-la mais uma vez, absorvendo a maciez dos lábios e agora virando devagar o rosto para sentir um pouco mais daquela emoção. Era tão bom e foda-se — perdão — se você não gostou do seu primeiro beijo, para mim estava fantástico, porque eu gostava dela e aquele doce calor que subia por mim de uma maneira tão genuína era suficiente para adorar aquele momento...

Querido diário da Hákila, quando a beijei,
parece que nem trovões ouvi mais, e sim
as batidas do meu coração...

Mas querido diário, você não tem
ideia do quanto eu estou feliz por ter me apaixonado por ela!

Hákila é...

Meu primeiro amor!

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