20- Meu maior clichê é ela!
#clicheseemojis 🍬
05/09/2021 🍂
Depois de deixar o banheiro com o recado de Hákila em mãos, tremendo como gelatina, consegui chegar perto e finalizar a limpeza dos bancos. Ficamos em silêncio, pensativos até o momento que terminamos e aquilo foi horrível, mas por um lado eu entendia.
— Obrigada pela ajuda, jovens! — as irmãs disseram quando estávamos nos despedindo — Esperamos vê-lo novamente! — sorri genuíno enquanto curvava para elas.
Saímos da igreja puxando as bicicletas e seguindo nossos caminhos, mais uma vez o silêncio nos corroeu, mas foi impedido no instante em que ela passou com a bicicleta na minha frente.
— Se vamos fazer isso, precisamos conversar! — ditou firme, e eu apenas assenti, seguindo-a até a rua tranquila de minha casa.
Nós nos sentamos no meio fio, cada um com o sorvete em mãos, comprado por mim na tentativa de me dar um pouco mais de coragem.
— Eu nunca namorei, então estou nervoso...
— Nem eu...
Outro silêncio...
— Acho que só precisamos ser nós mesmos um com o outro.
— Não vamos mentir...
— Sim... Mas Jeon... — olhou-me — Realmente gosta de mim?
— Gosto... — engoli em seco, não era mentira, mas assumir essas coisas me deixava nervoso.
— E não é como amiga?
— No inicio... — tremi em olhar para ela, que analisava-me com tanto afinco — Pensei que sim, mas conforme o tempo foi passando... Parecia que tinha algo mais envolvido.
— Entendi...
— E você? Gosta de mim assim? — saiu meio rápido.
— Sim... Muito! — mordeu a colher do sorvete nervosa — Por que, Jeon? — sua voz saiu meia hesitante.
— Por que... Gosto de você? — balançou a cabeça — Hum... — Tentei moldar as palavras — Porque você é diferente, otimista, delicada, gentil e... Seus pensamentos e maneira de agir me deixam surpreso... — engoli em seco — E é muito bonita, também! — passei a língua no sorvete tentando evitar olhar para ela.
— Você também, é um cara singular, mas de um jeito bom! — sorri ladino, tremendo o olhar. Ficamos em silêncio mais uma vez, terminando o sorvete.
Era claro nosso nervosismo, porém eu estava feliz e imaginava que ela estivesse também, por causa de seus sorrisos.
Caminhávamos juntos pela rua da minha casa. Minutos atrás, minha mãe ligou, dizendo que havia preparado um lanche para nós e que era para irmos em casa antes de seguirmos para pista de patinação. Yoongi já estava enchendo meu celular com mensagens dizendo para estarmos na pista em uma hora.
— Querida, como está? — recebeu um forte abraço da mais velha.
— Estou bem e a senhora? — soou calorosa, tomando um pouco do suco assim que foi servida.
Senti o olhar de minha progenitora sobre mim, analisando nos dois e como forma de tranquiliza-la, sorri balançando a cabeça quando Hákila virou o corpo para pegar algo na mochila estendida nas costas da cadeira e a reação de minha mãe foi nada mais nada menos que juntas as mãos e sussurrar um "yes".
Finalizamos o lanche, deixando os pratos e copos na pia antes de recolhermos nossas coisas e sentarmos por alguns segundos no sofá.
— Yoongi está perguntando se já vamos? — assenti,.
— Mãe, nos vamos até a pista de patinação, vejo você mais tarde — concordou sorridente, abraçando-nos antes que saíssemos.
— Sua mãe está bem animada!
— Ela sempre foi assim! — cocei a nuca.
Nós pedalamos pelas ruas calmas daquela tarde, parando no enorme estabelecimento, era quase um parque, no entanto para entrar precisávamos pagar, só que nosso bendito hyung, pagou para nós dois. Ao lado de dentro, haviam muitas árvores, era um local fechado por cercas altas e no centro um espeço grande para a patinação. Tivemos que alugar dois pares de patins, e ao fundo já tivemos a ótima visão de Jin estabacando-se no chão e levando Yeda consigo.
— JK, olha o que eu aprendi! — Meu melhor amigo segurou os braços da garota assim que se levantaram e começaram a rodar, cada um segurando os braços um do outro, sorrindo abertamente enquanto giravam.
Soltamos os passos pelo piso liso, ou melhor, eu soltei meus passos, porque no primeiro que Hákila deu ao pisar na pista foi resultado de um belo tombo.
— Hákila, do céu!
— Tá mais para "Hakila do chão" — lamentou envergonhada, enquanto segurava nas barras ao lado.
— Achei que soubesse patinar.
— Também achei — disse risonha, enquanto minhas mãos seguravam as suas para ajudá-la a equilibrar-se na pista — Pensei que esses patins eram os mesmo que tinha em casa.
— É normal — sorri para ela, tentando tranquilizá-la — Vamos? — estendi a mão para ela, mesmo que tivéssemos acabado de soltá-las.
— Quer que eu segure sua mão? — assenti, trêmulo — E está tudo bem por você? — assenti mais uma vez, antes de tocar a ponta de uma de minhas orelhas, rangendo os dentes na tentativa de encontrar palavras adequadas.
— Quando dissemos que gostávamos um do outro... Isso não nos torna um casal? — ponderei timidamente, piscando inúmeras vezes sem saber para onde ir ou o que fazer naquela ocasião, era meu primeiro romance e eu estava totalmente perdido.
— Torna?
— Você é a amante de clichês, Hákila... — abaixei a cabeça — Me diga o que devo fazer...
— Nos livros eles pedem a garota em namoro... — afirmou, olhando nos meus olhos, segura demais — Mas não estamos em um livro! — sorriu, desviando o olhar.
— Então...?
— Jung Kook, vamos namorar? — soltou as palavras, seu rosto ficou vermelho, assim como o meu, mas eu sorri automaticamente, esquecendo dos patins e por alguns segundo quase caindo, mas conseguindo me segurar nas barras metálicas ao nosso lado direito.
— Não deveria ser eu a pedir...
— Essas coisas não importam — seus lábios formaram uma única linha — Só quero dar um nome a isso que estou sentindo.
— Eu aceito, Hákila... — segurei sua mão — Eu sou seu namorado e você, minha namorada!
— Certo! — conteve um sorriso, abaixando a cabeça.
— Até quando vocês vão ficar na borda, namorando, hein? — pulei quando Jin hyung apareceu atrás de mim tocando meu ombro.
— Já vamos, Jin! — Hákila disse simples, abrindo um enorme sorriso.
Quando o moreno afastou de nós, tomei liberdade para apertar sua mão e puxá-la para começarmos a patinar, mostrando como ela deveria fazer com os pés e postura, pegando rapidamente a maneira de manter-se de pé, as vezes cambaleando e apoiando as mãos em meus braços.
Nos divertimos a beça, ficamos juntos maior parte do tempo, parando apenas nos poucos momentos que os nossos amigos entravam na nossa atmosfera, brincando conosco, mas fora isso meu peito borbulhava em felicidade, estar ali com ela parecia o momento mais equilibrado dos meus sentimentos.
Olhando para ela, arrastando-a pela pista de patinação, pensei em todas as vezes que escrevi nos espaços vazios daquele diário sobre não me apaixonar, sobre vê-la como minha amiga ou minhas conquistas e cumprimentos dos seus clichês, mas naquele instante, eu percebi o mais precioso e inocente brilho no olhar daquela garota, analisando seu sorriso e sentindo o laço de nossa alma, me fez afirmar que me envolver naquele lance do diário foi o maior clichê da minha vida...
Querido diário da Hákila!
A garota que te jogou fora...
É meu maior clichê!
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