09 - Pequenas resistências, mas um grande gesto
#clicheseemojis 🍓
20/06/2020🏡🍜
Enquanto almoçava, eu fazia meus esboços mentais de como descobrir o que Kim Seok Jin estava escondendo. Durante a semana, meu amigo pareceu normal, eu não o vi dirigir qualquer palavra com Taehyung e vice versa, também fui com ele para sua casa jogar e nada de estranho pareceu vir da parte dele, porém no sábado havíamos marcado de sair para tomar sorvete, eu, Jin e Hákila, mas faltando uma hora para irmos ele desmarcou, o mais estranho foi que ele não havia nos dado nenhuma satisfação e quando eu fui a sua casa com Hákila, os pais dele haviam falado que ele tinha saído com um garoto para resolver um assunto.
Nós dois procuramos Seok Jin por todos os cantos, tentando falar com ele e também fomos a casa de Taehyung, porém ele não estava. Contudo, nós voltamos para casa, na verdade Hákila me chamou para almoçar em na sua, já que estávamos extremamente perto e a garota me avisou que não haveria problema.
— Você tem alguma ideia do que eles estão escondendo? — eu neguei, Jin era a melhor pessoa para guardar informações, arrancar alguma resposta daquele assunto, seria como pedir um baú trancado para abrir.
— Não... E você?
— Você disse algo sobre festa, né? — concordei — E se eles brigaram? Ou e se Taehyung sabe algo sobre Jin é acabou falando demais?
— Seok Jin disse que estava bêbado, mas eu tenho quase certeza que ele não é de beber.
— Você sabe se ele é gay? Bissexual? — ela perguntou, mordendo um pedaço da carne.
— Apesar dos pais serem, ele nunca disse se sentir atraído por algum garoto, na verdade ele até teve uma namorada ano passado.
— E você sabe o por quê deles terem terminado?
— Pelo que eu entendi, os sentimentos estavam confusos, eles se gostavam, mas não ao ponto de quererem namorar.
— Mais como uma amizade? — assenti — Ela estuda no colégio? Podíamos tentar falar com ela.
— No início desse ano ela se mudou para Ilsan, é meio impossível falar com ela agora.
— Aish! — ela bebeu um pouco do suco e eu sorri, quando ela prensou os lábios e fez um som engraçado ao soltá-los — Vamos falar com o Taehyung então, é o melhor!
— Sim, ele é o único que pode nos dar uma resposta.
— Se ele não colaborar, parte para agressão! — eu gargalhei — Foi você quem disse que lutava.
— Certo, certo!
— Já que não temos nada para fazer, o que acha de uma partida de Valorante?
— Se eu ganhar você vai chorar? — ela espremeu os olhos enquanto cruzava os braços.
— Se eu fosse você, imploraria para que eu te deixasse vencer uma partida.
— Veremos!
— Quer fazer uma aposta? — eu cruzei os braços, concordando com sua proposta — Se eu ganhar posso te pedir qualquer coisa e se eu perder você escolhe.
— Fechado! Já vou começar a pensar na sua punição!
Ela sorriu, sentando no sofá cinza da sala, enquanto mexia em seu notebook, por outro lado eu estava na mesa ao lado, jogando pelo computador que ela disse ser o antigo do seu pai e que usava para jogar antes de comprar o seu.
Nós iniciamos, combinamos de quatro partidas e que quem morresse primeiro perderia, eu dei tudo de mim nas duas primeiras, e devo confessar que nunca havia jogado contra uma oponente tão boa, ela venceu as duas primeiras perdendo na terceira e na quarta, tendo assim um empate, jogamos uma última com ela dando todo seu sacrifício, porém ela perdeu, por um segundo, pois no segundo que ela morreu eu também morri.
— Aish, o vento me atrapalhou! — ela disse, meu sorriso se tornou estridente, sua carinha fechada era engraçada e eu não sabia o que dizer diante aquilo.
— Você jogou bem guerreira! — concluí — Pensarei na sua punição, porém te dou a chance de me pedir algo!
— Hum! Gostei de você caro jogador! Eu também pensarei! — ficamos em total silêncio, porém do nada ela soltou — AH! Vem comigo, eu quero te dar uma coisa! — ela começou a andar em largos passos até chegar em frente a uma porta branca, que tinha seu nome pendurado.
Ela abriu a porta e eu pude observar seu quarto, ele possuía um tamanho médio, as paredes eram brancas, algumas possuíam pôsteres de cantores coreanos e alguns post-tis, na parede da janela tinha uma cama de solteiro e em uma das paredes uma penteadeira e na outra uma mesa de trabalho cinza, que combinava com os outros móveis do quarto.
— Semana que vem é seu jogo, certo? — eu concordei — Eu vou visitar meus avós no interior na quinta, por isso não sei se volto a tempo no sábado... — ela sentou em um tapete e eu lhe acompanhei, ficando a sua frente — Aqueles dias que te deixei sem nenhuma resposta minha, eu fiquei pensando se você não havia me mandado mensagens, então eu comprei uma lembrança para você! — ela me mostrou uma pulseirinha prateada fina, simples em detalhes, mas bonita — Era como um pedido de desculpas, mas depois eu pensei se não seria demais te dar algo quando nem nos conhecíamos direito, mas agora acho que já posso dar.
— Eu nem sei o que dizer, você é tão... Diferente! — ela me olhou curiosa, mas logo depois puxou meu pulso colocando a pulseira lá — É que eu nunca tinha conhecido alguém como você.
— Você quer dizer que não liga para festas e grupos de amizades que enchem a cara com seus míseros 17 anos? — ela disse, infelizmente os jovens estavam se tornando assim, vivendo de aparências para agradar a sociedade, pelo menos a maioria...
— Sim... Mas você... Você é você, você passa ser a Hákila e não outra, nos seus olhos eu enxergo tanto a Hákila que está aqui a minha frente, quanto a que está dentro de você.
Ah, isso parece meloso demais!
— Vou levar com atenção o seu elogio...
Levemente eu balancei a cabeça, porém eu desviei meus olhos dos dela quando meu celular começou a vibrar no meu bolso.
Chamada de mamãe!
— Só um minuto! — ela assentiu, fora de seu quarto enquanto deslizava meu dedo pela tela para atender.
— Oi mãe, aconteceu algo?
— Não, meu bem! Eu só liguei para avisar que já busquei sua irmã na escola.
— Ah, sim...
— Mas Jun, quando vier pode passar no mercado e comprar gaze e remédio para machucados.
— O que? Por que?
— Sua irmã caiu enquanto brincava no balanço do quintal e acabou ralando o joelho, eu já fiz o curativo, mas vou precisar trocar de noite!
— Ah, claro... Levo sim! Logo estou indo, okay?
— Okay!
Eu finalizei a chamada e coloquei o celular no bolso outra vez, voltando para o quarto de Hákila, pronto para dizer que iria embora, afinal o dia já estava chegando no fim e já havia ficado tempo de mais com ela.
Não que eu não gostasse...
— Eu preciso ir! — disse simples — Nos vemos segunda na escola? — ela concordou — Certo!
Antes de me virar, meu corpo parou por segundos ao lembrar de algumas palavras em seu diário.
Beijo na testa!
Ela afirmou várias vezes o quanto achava aquilo romântico, independente se vinha de seu amigo ou namorado, aquilo lhe passava proteção... Mesmo que tivesse sido rápido a quantidade de pensamentos que passou pela minha cabeça naquele momento, eu tentei criar coragem para me aproximar e fazer aquilo, mas eu era tímido demais.
Eu queria realizar seus clichês, mas eu era o pior garoto para fazer aquele tipo de coisa, por isso eu fiz diferente, antes de me virar eu sorri, caminhando até a porta da saída.
— Fique bem Hákila, nos vemos amanhã! — ela sorriu de volta.
— Você também Jeon! Até amanhã! — sorri ainda mais, caminhando lentamente, esperando que ela fechasse a porta, para então eu puxar minha mochila, procurando por um dos meus post-tis e deixando uma mensagem escrita nele.
"Se alimente bem e não durma tarde!
Obrigado pela pulseira, eu adorei!"
Poderia até parecer meloso, porém eu queria ser o clichê que Hákila tanto sonhava e eu não estaria em um relacionamento com ela para que isso acontecesse.
Querido diário da Hákila, um dia
eu avanço um pouco mais...
Hoje irei prezar pela saúde dela!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top