06 - A falta de empatia gera o preconceito
#clicheseemojis 🌸
18/06/2020🏫💍
Faziam-s alguns dias desde que comecei a contatar Hákila todos os dias, inclusive passamos a almoçar juntos, eu, Seok Jin e ela, mesmo que depois que ela ia para sua classe meu Hyung ficasse reclamando sobre fazer cosplay de estátua da liberdade. Ele era exagerado, por isso eu apenas sorria e continuava meu caminho.
Mas naquele dia, eu faria algo diferente, eu faria o primeiro clichê dela acontecer, eu adiei durante todos os dias, mas Jin me afirmou que se eu não fizesse logo ele falaria para ela sobre o diário e nesse caso eu estava sem saída.
— Quando o sinal do intervalo soar, você vai subir e esbarrar nela, entendeu? — Jin repetiu aquela frase algumas milhas de vezes, mesmo que eu quem tivesse dito.
— Eu vou sair mais cedo, a professora Monique pediu que eu colocasse os mapas para ela antes do intervalo acabar e o professor de Física sempre nos deixa dez minutos livre.
— Esse é meu garoto! — o Kim me deu um tapa forte nas costas, sem perceber talvez, mas meu nervosismo me impediu de revidar como sempre fazia, tendo uma guerra pequena que sempre o fazia se proteger por medo de eu empolgar, já que eu lutava e ele só fazia as atividades físicas do colégio.
— Bem, eu vou lá! — eu olhei no relógio, levantando-me, saindo depois de receber um "Fighting" do meu amigo e ser autorizado pelo professor de Física.
Meus passos foram rápidos até o depósito para procurar os dois mapas que a professora sempre usava e quando os encontrei, sai subindo as escadas de dois em dois degraus me segurando algumas vezes para não cair escada abaixo, eu esperei no último degrau, olhando o relógio e quando se faltava 1 minuto, pus meu corpo para se preparar. Ao som do sinal espreitei meus olhos e percebi que ela era umas das primeiras a sair, por isso eu me apressei e comecei a andar, de cabeça baixa, mas de uma maneira que não a perdesse de vista e quando estava próximo, acelerei meus passos e fiz com que meu ombro esquerdo se encontrasse com o dela.
Só que...
Eu calculei o tempo...
E esqueci da força!
Nossos corpos se chocaram com brutalidafe e o impacto fez com que ela se desequilibrasse, segurasse o colete do meu uniforme e me puxasse com ela, fazendo meu corpo cair sobre o seu. Eu precisei segurar meu peso, para que não a machucasse e algo que eu e minha mãe nunca entendíamos era o por quê os personagens nunca levantavam com agilidade após uma queda nos doramas... E a verdade é que, eles deveriam representar aquela sensação, quando você fica preso em quem esta embaixo de você, em como essa pessoa te olha... É uma sensação estranha, uma sensação que fez borboletas surgirem no meu estomago, como se aquele corredor cheio, ficasse vazio, como se apenas nós dois existíssemos.
— Poderiam me explicar o que está acontecendo? — o diretor estava parado a nossa frente, acompanhado do que parecia ser a mãe e um aluno.
— Me desculpe senhor, eu acabei tropeçando e levei Hákila junto comigo.
— Preste mais atenção Jeon Jung Kook! Eu não gosto desse tipo de acidente na minha instituição, estou ensinando vocês para serem civilizados e bem atentos.
— Sentimos muito senhor! — foi Hákila quem disse, se curvando enquanto o diretor afastava e continuava mostrando a escola para o novo aluno que por estar de uniforme, parecia que já iria começar ainda hoje.
Assim que o diretor se foi longe de vista, eu olhei envergonhado para Hákila tendo meu primeiro plano de transformar seus clichês em realidade em um fracasso.
— Desculpa... Eu estava distraído.
— Tudo bem, não é como se nunca tivéssemos caído por aí! — ela sorriu, e eu me perdi por alguns instantes observando seu sorriso que agora tinha liguinhas recém trocadas em um lilás.
— Bem... Eu vou colocar isso no 2° A, depois vou almoçar, você quer ir comigo? — ela pareceu ficar feliz, e eu pude perceber quando seu sorriso dobrou de tamanho e ela colocou-se ao meu lado, igualando nossos passos pouco depois que começamos a andar.
— Então... Como você está?
— Eu estou bem, e você? — ela assentiu e por alguns minutos o silêncio reinou, mas ela logo falou algo — Ah, eu fiquei sabendo sobre Jin, ele conseguiu a guarda dos pais, não é? — apesar de almoçarmos juntos, Hákila não sabia da história completa.
Por alguns minutos eu me coloquei na defensiva, desde que a notícia se espalhou pelos corredores, os olhares de julgamentos pareceram dobrar sobre meu amigo e a pergunta da menina a minha frente, foi a mesma de muitos, que vinham de respostas idiotas e ridículas. Mas ao ouvir suas palavras seguintes eu me alivie, sorrindo ao lembrar que ela não era uma simples garota.
— Dê os parabéns a ele por mim, eu imagino que o processo não seja algo fácil e fico feliz que ele tenha conseguido.
— Eu direi, obrigado. Mas ele estará no almoço também, você pode dizer a ele, assim todos ficamos mais próximos. O Jin vai ser a melhor pessoa que você vai conhecer, pode parecer irritante e chato, mas ele muito legal.
— Parece até que quer nos juntar! — ela gargalhou baixo, me ajudando a esticar o mapa, mesmo que eu não tenha pedido.
— O que? Não, de maneira alguma...
— Mas, ele parece ser bem legal mesmo! — ela pousou a mão no queixo — Eu deveria pedir o número dele? — ela parecia séria, séria demais.
— Não... — eu disse rápido — Ele está sem telefone! — ela assentiu, mas como eu sempre digo que em alguns momentos a vida me prega peças, o nome de Seok Jin começou a brilhar na tela do meu celular, largado na mesa, indicando que ele estava me ligando, por qual motivo, eu não sei, já que ele sabia bem o que eu estava fazendo.
— É...
— Um minuto! — eu pedi, Seok Jin era de mandar mensagens, por isso eu cogitei atender, estávamos no colégio e se ele não veio atrás de mim e me ligou mesmo estando a um teto acima de mim, deveria realmente precisar da minha ajuda.
— Yah, volte para sala agora! — ele respirava fundo.
— O que? Por...
— Algo da aluna Kim Sora sumiu, a coordenadora Patrícia está vindo revistar as mochilas e o diário...
— Céus!
— Por que diabos você trouxe isso? Você nunca trás e se alguém...
— Eu estou indo!
— Hákila, eu preciso ir... Nos vemos no segundo intervalo?— eu disse, abandonando o segundo mapa sobre a mesa e andando de costas e quando ela assentiu, eu saí as pressas pelos corredores, descendo as escadas com agilidade, ignorando o fato que qualquer passo em falso eu poderia rolar escada abaixo.
Quando meus olhos passaram na coordenadora, caminhando pelo corredor rapidamente, em passos largos e uma carranca eu virei o segundo corredor para dar a volta e sair de frente à sala e não recebesse uma advertência por estar correndo pela instituição
— Yah, anda, como vai esconder! — eu cheguei um pouco antes, respirando fundo e abrindo a mochila, puxando o caderno colorido com pressa, enquanto o jogava na cadeira. Talvez não pareça ser um grande problema, mas imagine um garoto ter um caderno rosa, com o nome de uma garota na capa... As pessoas espalhariam isso depressa pela escola e provavelmente, chegaria rápido aos ouvidos de Hákila.
— Me empresta seu casaco! — eu pedi. amarrei a blusa na parte da frente do meu corpo, e me sentei sobre a cadeira, respirando fundo, tentando acalmar meu nervosismo assim que a mulher entrou na sala.
— Alunos, de pé! — o monitor de classe comandou, e eu apenas continuei sentado.
— Você! Por que está sentado!?
— Sinto muito senhora, mas não posso levantar!
— Há algum motivo? — ela soou impaciente.
— Tive um acidente mais cedo e meu uniforme acabou sendo afetado. — disse simples, ouvindo algumas risadas no fundo da sala.
— Hum, certo! Agora sentem-se! — ela respirou fundo, retirando os óculos e os colocando pendurados no colarinho do uniforme — Imagino que saibam o por quê o intervalo de vocês foi fechado mais cedo... Algo de uma aluna sumiu, algo que ela considera de grande valor... Por isso peço que tirem as mãos da mesa e o monitor de classe e eu olharemos a mochila de cada um. Se alguém tocar no material, será retirado da sala e suspenso.
O clima ficou tenso por alguns minutos, os dois foram olhando cada uma das mochilas e apesar de tudo, um nervosismo ainda rodava a espinha de cada um. Mesmo que eu não tivesse pego, eu ainda ponderava a probabilidade de que algo pudesse aparecer na minha mochila por pura maldade de alguém.
E foi como dito, não exatamente na minha mochila, mas na de meu amigo. O monitor de classe passou cada bolso e foi na bolsinha de moedas de meu Hyung que ele encontrou o anel prateado de Sora, que ela se gabava sempre por ser uma relíquia com mais de 71 anos,
— Kim Sora, é este? — o monitor, estendeu o anel, eu ouvi o suspiro de Jin e automaticamente eu deixei o peso de minhas costas caírem, não por pensar que ele tivesse roubado o anel, mas porque sabia que meu amigo jamais faria aquilo e mais uma vez, estavam sendo maldosos com ele.
Querido diário da Hákila, os clichês são estranhos, mas eles são melhores do que a maldade dos humanos.
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