Prólogo

NARRADOR
MADRID, 2017

Pierre acabara de chegar na sala, e viu Juan pronto para sair. O rapaz estava sem dúvidas muito elegante. Mas a festa iria ter que esperar.

- Juan, precisamos conversar. - Pierre olhou fixamente nos olhos do namorado. Mas Juan desconversou.

- Agora não dá. Eu preciso sair.

- Eu quero terminar. - Foi ao dizer essas três palavras que Juan lhe deu atenção.

- Como é? Terminar? Por quê? - Ele pergunta e olha com uma cara assustada para o agora ex namorado.

- Essas suas saidinhas de noite passaram do limite.

- Mas eu não faço nada demais...

- Pardon? Semana passada você chegou bêbado em casa. Rindo e falando que o boquete de um tal de Sérgio é melhor que o meu. - O jovem francês chorava ao dizer aquilo.

- Me perdoa...

- Não posso perdoar traição. - Pierre derramava mais e mais lágrimas. E Juan parecia não estar triste. Mas indignado.

- Mas eu sou o único que te entende. Eu cuidei de você...

- Até quando você pode cuidar de mim? Se você não me ama, uma hora vai me deixar despedaçado. - As palavras saiam da boca de Pierre como um tiro em rumo à consciência de Juan, e ao coração do próprio Pierre.

- Eu te trouxe para Madrid comigo. Eu te aturo durante os seus surtos. Eu me sacrifico por você!

- Você disse bem. Você me atura. Estou me tornando um fardo pra você. Você não me ama. - Pierre agora já soluçava. Juan estava tão incrédulo que aquilo poderia ocorrer quanto o francês que chorava desesperadamente a sua frente.

- Então, se você é tão ingrato assim, vá embora! Você não sabe reconhecer o meu amor por você! Sai daqui! Eu agora estou morto para você. Finja que não me conhece. - Agora foram as palavras de Juan que vieram como um tiro em Pierre.

O Espanhol foi para sua festa e largou o pobre francês chorando na sala de sua casa. O rapaz foi até o quarto do ex casal e pegou tudo o que tinha seu ali e pôs em sua mala. Ele fechou a mala e...

Pierre acorda suando muito. Seu corpo estava quente. Ele olha no relógio e vê que passou de meia noite.

Ao desviar sua vista para a janela, vê a imagem de sua ruazinha calma e silenciosa. Está em Londres. As lembranças de dois anos atrás ainda ardiam em sua mente. As lágrimas pareciam ainda escorrer por seu rosto. Sem dúvidas, ele queria esquecer de toda aquela fase de sua vida. Agora ele estava bem.

Mas ainda tem uma coisa que Pierre queria saber.

O que aconteceu depois do seu término, e como ele acordou na manhã seguinte na cama de um quarto de hotel com a mão enfaixada?

Já fazem dois anos desde o ocorrido. E dois anos sem uma memória nítida daquela noite. 

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