Felicidade
01
Não se importe com o que vão pensar de você, faça o que quiser e procure apenas a sua felicidade.
- Katy Perry
Há uma semana, Miranda havia dado espaço para sua felicidade.
"Olá Miranda!
Somos da agência CDC, e estamos aqui nessa carta, para dizer que seu e-mail foi lido e seu boletim foi recebido! Encontre-nos amanhã às 14h00min na Rua Solange de Queiróz!
Esperamos por você!
C.D.C"
Já fazia um tempo em que Miranda ganhará sua liberdade das escolas e estudos. Agora, após fazer sua faculdade de enfermagem, Miranda gostaria de juntar dinheiro para estar fazendo um curso superior. Ela não queria trabalhar em lanchonetes ou em shopping, pois sabe bem como é. Sua mãe já trabalhou e contou suas experiências marcantes que nunca mais saíram da cabeça de Miranda.
Enquanto sua mãe atendia mesas, diversos rapazes a cercavam. Já chegaram até a persegui-la. E Miranda sabia muito bem de que o que menos precisava era bagunça. Aliás, de bagunçado, já bastava seu quarto.
Há um tempo, Miranda havia mandado seu currículo para a agência C.D.C. E havia confiado seriamente nessa agência, ao ponto de ter mandado seu currículo apenas para eles.
Miranda havia passado todos os seus dias de dezembro e janeiro para fazer suas rotas. Andou tanto de bicicleta que chegou a se ralar mais de dez vezes.
— Eu estou te falando que vida de carteiro não é fácil. — disse sua mãe, passando álcool em gel em suas feridas.
— Eu não estou achando difícil mãe. Só não sei andar de bicicleta direito. — comentei.
— Então porque escolheu ser carteira minha filha? Tanta profissão mais fácil. — sua mãe balançou a cabeça em negação.
Sua mãe, Vivian, sempre a alertava desde o momento em que decidiu enviar seu currículo. Particularmente, Vivian não queria que sua filha fosse carteira, e simplesmente, guardava suas opiniões para si. Às vezes demonstrando para Miranda, outras não. Não queria ver a filha magoada com a mãe.
Miranda estava ansiosa. Iria à empresa às 14h00min da tarde e não sabia que roupa vestir. Sua mãe a encarava da porta. Sabia que aquela era a vontade de sua pequena filha de apenas vinte e quatro anos.
— Você ainda tem que tomar banho. — alertou a mãe.
— Que horas é mãe? — disse Miranda, calma e ansiosa. Pulando de felicidade por dentro.
— Agora são — sua mãe olhou no relógio que estava no pulso. — É meio dia.
— Eu preciso tomar banho mãe! — ela deu um pulinho e pegou sua toalha que estava em cima de sua cadeira da mesa de escrever.
— Posso escolher sua roupa? — perguntou a mãe.
— Pode mãe! Confio no seu bom gosto! — as duas sorriram. Ambas confiantes de que tudo iria dar certo.
— O que está acontecendo nessa casa? — perguntou o pai de Miranda, que está na casa da quarentena. Seu pai, Lucas, estava impressionado com sua esposa, que mesmo não gostando muito de ajudar a filha em algo que ela não gostaria de fazer, ainda assim, ela estava ajudando.
— Vai logo Miranda. — disse sua mãe para ela, que estava mexendo no celular.
— Calma mãe. — Miranda disse sorrindo, pegando a toalha e indo para o banheiro.
— Você tem que almoçar antes de ir. — disse seu pai, tirando a comida da geladeira.
— Eu almoço na rua pai! — gritou do banheiro, enquanto lavava seus cabelos médios e que já estavam saindo à cor do ruivo que pintou.
Por um breve momento, passou na cabeça de sua mãe os seus primeiros sonhos, seus primeiros devaneios sobre sua casa nova, seu carro novo, seu primeiro emprego. E afinal, Vivian sabia que era inevitável, também já se sentiu assim.
— Quanto você vai receber? — perguntou seu pai. Miranda sabia o motivo e respondeu:
— Não irei internar vocês por nada nesse mundo! — disse para seu pai, sua mãe sorriu contente com a cena.
Certa vez, aos doze anos, Clarita olhou para seus pais e disse simplesmente, enquanto passava um comercial na televisão sobre o lar de idosos.
— Eu vou internar vocês. — ela falou sem perceber.
— O que? — disse seu pai, entendeu bem, mas não acreditava.
— Imagina trocar vocês, quando estiverem velhos? To fora, to limpando nem a minha bunda direito, de lá a dos meus pais que tem mãos. — se levantou e saiu da sala.
Nesse dia, seus pais ficaram muito tristes com a realidade da sua filha. O casal já havia perdido os pais, e por isso não era necessário, mas Vivian daria tudo para ter a sua mãe de volta, até mesmo para limpar a bunda de sua mãe ou dar papa pra ela. Infelizmente, o tempo não para, devemos nos conformar com isso.
— O que foi? — perguntou minha mãe.
— Nada demais mãe. Só estou ansiosa demais. — sorriu fraco. Miranda nunca sentira essa sensação. Suas mãos tremiam sua língua nem queria se levantar para ajudar a pronunciar uma palavra sequer. E por sorte, conseguiu dar um role na cabeça do pai, mesmo ela sabendo que teria que comer alguma hora, sua barriga estava dando voltas.
Ela entrou no prédio onde seria atendida. Seus pais estavam a desejando sorte. E agora ela já receberia suas roupas e todo seu trajeto. Sua felicidade estava a mil, e sua confiança parecia que ia saltar pra fora. Sua cabeça já estava até com trilha sonora e ao adentrar a porta do saguão principal, sentiu as pessoas te olhando e realmente estavam. E era essa a impressão que ela queria causar. Que estava confiante, que hoje é o dia dela, mas estava tão concentrada na música que nem percebeu que uma ponta do tapete estava levantado, levando ao seu maldito tropeço. Em um movimento rápido ela se segurou na cadeira mais próxima, derrubando sua bolsa que estava pendurada no ombro na cara de um jovem rapaz. Ele e a encarou seriamente, e realmente estava bravo. Seus rostos se encontraram, mas ela nem ligou. Se recompôs rapidamente, sua confiança já estava acabando e sinceramente, ela sabia que não duraria muito tempo.
— Seu nome? — a moça atrás de uma mesa gigante e redonda perguntou.
— Miranda Chandelier. — nem percebera que falou o nome da musica que escutava. Dá pra perceber que ela está muito concentrada não é mesmo?
— Não tem nenhuma Miranda Chandelier aqui. — respondeu a moça.
— Perdão, é Miranda Dantes. — respondeu rapidamente. Seu coração já estava em outra batida, talvez uma mais calma do que o que era antes. A musica do saguão a fez balançar a cabeça. E conhecendo bem ela mesma, não podia ficar ali por muito tempo, ou a vergonha que iria passar seria imensa. Já estava até balançando as mãos.
— Você está bem? — perguntou a moça.
— É a musica. — a moça riu. Miranda já se encontrava cantando baixo.
— Vá para a sala vinte e um. — ela balançou a cabeça, e a moça aceitou aquilo como se realmente Miranda houvesse entendido. Mas estava na melhor parte da musica. Quando chegou ao imenso corredor de salas, com pouquíssimas pessoas, Miranda já balançava as pernas. Nem lembrara que já havia passado vexame lá na frente. Sua coragem estava a mil. O que passa na cabeça de uma garota de vinte e quatro anos? Nem ela mesma sabia responder, seus pés andavam em direção ao numero.
— Que numero mesmo? — se perguntou. Ela deu risada da própria cara mal lavada, como dizia sua mãe. Ao se virar deu de cara em uma blusa soada.
— Você é a Miranda não é? — perguntou o rapaz.
— Pra você eu sou qualquer coisa amor. — pensou. — Sou — mas respondeu o mínimo.
— Eu sou seu chefe nessa semana. E a sala em que você deveria entrar era naquela. — apontou para o começo do corredor. Nem percebeu que já estava correndo.
— Desculpa. — se repreendeu mentalmente. Ele sorriu.
Eles começaram a andar em direção a sala. Silencio total para os dois, enquanto Miranda balançava a cabeça ao som de Couthing Stars, seu chefe pensava que Miranda estava bêbada, mesmo não sentindo cheiro de nada, apenas do seu perfume de alecrim. Se Miranda pudesse, já estava batendo palma e pulando.
— Você sabe que já foi aprovada não é? — perguntou o chefe.
— Fui? — ela nem estava acreditando.
— Foi então não me decepcione. — ele disse ríspido e entraram na sala. Havia uma garota lá, não tinha aparência de velha, muito pelo contrário, sua boca em tom rosado, seus cabelos são pretos e sua pele era um creme acastanhado.
— Oi Miranda! Serei sua parceira essa semana! — disse a menina sorridente. — Meu nome é Samantha, mas pode me chamar de Júlia, esse é meu segundo nome.
— Oi Júlia. — sorriu Miranda, apertando a mão de Júlia.
— Todo dia de manhã você terá que fazer exercícios. — disse o homem.
— Tudo bem. — respondeu.
— Amanhã você começa. — disse Júlia, sorrindo e pegando uma caixa e entregando para Miranda.
— Isso é uma maravilha. — respondeu Miranda para eles. Ela nem imaginava que isso era tão sério quanto quando a velha atirou o pau no gato, ela considerava isso muito sério. Tinha uma paixão por gatos.
— Então já está dispensada. — respondeu o homem. Que se sentou na cadeira atrás da mesa de madeira.
Ela bem que gostaria de não estar. Casa? Agora? Sua irmã? Não mesmo.
— Ele só está de mal humor. Não é sempre assim. — disse Júlia.
Miranda nem tinha o que falar direito. Provavelmente porque não estava a fim mesmo. Nem conhece a menina direito e já contar dos seus problemas pessoas? Há sim, ela é desse jeito, mas não permitiria ser assim hoje.
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Genteeeee, sim! Esse é o projeto para 2018! As postagens oficiais começaram em Março!
Um grande abraço gente! Espero que gostem ❤
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