Meia Investigação ୧ ⎯
— Vossa alteza, soube que houve uma explosão na praça! Está tudo bem, está ferida? — a marquesa Aspen veio correndo com passos curtos em minha direção assim que fui recebida pelos funcionários.
— As palavras correm rápido por Midwinter — comentei agradecendo aquele que pegou minha capa.
— Soldados correram para a mansão atrás de Denali, mas como ele saiu com vossa alteza, não foi possível fazer nada. — a mulher colocou a mão no rosto.
É uma pena que alguém adorável como ela tenha um filho de merda como Denali. Andei até a marquesa e peguei suas mãos, estavam geladas e tremulas, com um medo real do que poderia ter acontecido. Por proteção própria, ou não, tive empatia por seus sentimentos.
— Que tal nos acalmarmos junto de uma xícara de chá? Felizmente estávamos longe, apenas ouvimos o estrondo — menti —, os soldados tem alguma ideia do que aconteceu?
Marquesa me olhou por alguns segundos antes de desviar e então indicar para que a seguisse em direção ao jardim de inverno da mansão. Rav foi temporariamente dispensado, ele tinha uma missão diferente, e essa era conseguir mais informações dos soldados, e também conseguir uma farda para um dos garotos de Aibek conseguir se infiltrar.
Polly, por outro lado, ficaria de olho na mansão. Existia a possibilidade das trabalhadoras também falarem sobre o incidente. Apenas por ali teríamos três visões do acontecido, enquanto isso Aibek iria olhar mais afundo na cidade.
Conversando no pequeno esconderijo, surgiram algumas hipóteses. A mais provável delas é de que, Denali estava recebendo dinheiro dos Balorianos para os deixar "livres" na cidade. Mas qual era a sua relação com as explosões, era um ponto desconhecido.
— Foi algo realmente grandioso — comentei dando indícios na voz de que ela devia retomar o assunto.
Marquesa Aspen esfregou o polegar na alça da xícara, provavelmente ponderando no que iria me falar.
— Fiquei tão surpresa, será que devo informar a guarda de Solaris? Se a fronteira está comprometida...
— Não! — exclamou. E em seguida um sorriso distorcido surgiu em seu rosto — Não há necessidade.
Ótimo, pensei. Agora comece a falar.
— Na verdade, não é a primeira vez que acontece. Na verdade, tivemos alguns outros acidentes anteriormente. Mas todos os bárbaros foram retidos e investigações conduzidas, Denali está cuidando disso diretamente.
Claro que está.
— Bárbaros? Fala de Balorianos?
Marquesa balançou a cabeça — Não.
Então sua voz se tornou mais baixa, ela olhou para os lados para garantir que estávamos sozinhas — São os seguidores de Calligo, alteza. Já faz alguns meses, que apareceram. Sei que estão conspirando para acabar com Midwinter, mas meu filho, meu amado Den está trabalhando duro para servir o reino, e proteger a fronteira.
Progressivamente sua voz aumentou, e com ela a tremulação e o nervosismo. A mulher parecia exasperada, desesperada, para garantir que nada de ruim caísse sobre o herdeiro.
— Não tenho poder para interferir nas questões do reino, apenas fazer relatórios. Mas já que Denali está a frente de tudo, imagino que esteja sendo reportado para a capital.
— Creio que sim, com certeza!
— Nesse caso fico mais tranquila — ergui a mão e virei uma nova xícara — sua bebida esfriou. Me permita servir uma nova.
— Princesa Eclypse, isso...
— Faço questão — sorri —, por favor, fique confortável.
Batidas soaram da porta, e em seguida Polly veio acompanhada de uma das funcionárias da mansão com um carrinho cheio de comidas. Havia pequenos pães em forma de nó, uma torre de doces coloridos, cheio de cremes, frutas, além de torradas e geleias.
— Bem a tempo, é um segredo marquesa — me inclinei e disse em voz baixa —, mas tenho uma pré-disposição para doces. Eu os adoro.
A conversa a partir desse momento foi a mais comum de desinteressante possível, após amaciar um pouco o ego da mais velha com falas soltas. Disse estar cansada e que iria retornar ao quarto para descansar.
— Ainda bem que não me convidam para festas do chá em Solaris — reclamei assim que Polly fechou a porta —, não sei como é possível falar tanto.
— Você não é a pessoa mais sociável de Solaris, me surpreendeu que aguentou ouvir a marquesa falar de tecidos e joias.
— Em prol da missão — justifiquei andando até a mesa de madeira que havia ali, puxando da primeira gaveta uma folha de papel. Preciso de algumas informações sobre o distrito norte e para isso é necessário passar uma mensagem de longa distância.
— Ainda consegue fazer pássaros não é? — Perguntei a Polly de soltou o ar e deu de ombros.
— É claro que sim, Rav faz um leão. Acha que eu não consigo fazer uma ave?
— Se é o que diz — sorri, pode não parecer, mas os irmãos possuem uma certa rivalidade no que diz a respeito das habilidades. Polly não briga com ele em relação às habilidades de luta, mas o resto ambos são bem parecidos.
Terminei de escrever minhas perguntas e em seguida enrolei a folha de papel a colocando num pequeno tubo de metal. Polly bateu uma palma e eu joguei o tudo em sua direção. Das suas palmas então surgiu um pássaro de chamas que colocou o tubo na boca e em seguida voou.
— Sabe, por que você não usa as suas próprias chamas para se esquentar? Sempre precisa ficar grudada em mim.
— Porque a sua pele é naturalmente quente, é o sol em suas veias. Se eu me envolver em chamas, talvez funcione, mas o resto a minha volta queimará do mesmo jeito. Então é ineficiente.
Cruzei as pernas e apoiei o braço na cadeira — É mesmo? Talvez devemos testar um dia.
Rav chegou não muito depois, relatando o sucesso da sua missão. E também o que tinha descoberto andando com os soldados.
— Eles realmente detestam Denali, mas tem um profundo respeito pelo Marquês. Os relatos foram os mesmos, que o homem é justo, mas o filho é um imbecil.
— Nada muito diferente do que já sabemos, por que ele assumiu a guarda?
— Aparentemente ele foi para a academia dos soldados em Solaris, e chegou a se formar apesar de não ter grandes condecorações. Só assumiu por influência do pai, disse ser hora de aprender como as coisas da família funcionam.
— Eh? Ele não parece ser tão velho assim — Polly comentou sentada na poltrona ao lado do irmão.
— É compreensível porque o casal Aspen já é mais velho. Devem ter tido o filho anos depois do casamento, isso explica a devoção dos pais. Cresceu mimado, acha que pode fazer tudo, inclusive se meter no meio do crime.
— Não é muito diferente dos filhos da nobreza de Solaris, sempre achando que podem fazer tudo só porque nasceram com algumas moedas de ouro no bolso. — minha amiga concordou comigo.
— Devemos ter uma resposta da capital pela manhã, depois disso marque um encontro com Aibek pelo garoto dele — pedi a Rav que concordou com a cabeça — enquanto estava com os soldados. Ouviu Algo sobre Calligo?
— Não. Deveria?
Balancei o pé, boatos nobres geralmente tem fundamentos, e a madame da casa parecia bem certa das suas palavras.
— Rav se prepare para sair a noite — me levantei —, vamos dar uma volta pela cidade.
Obrigada por ler até aqui!
Próxima atualização, 27 de setembro.
Até mais, Xx!
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