44- O que é preciso.
Voltei! Como vocês estão amores? Espero que bem.
Enfim, esse daqui foi um parto pra escrever, mas nasceu. (Glória, pq eu não aguentava mais mexer nele. )
Espero que aproveitem.
21/07/1789
O estrago foi grande. Carruagens incendiadas, bosta de cavalo sendo jogada contra os nobres, pedras voando e alfas brigando deliberadamente um com o outro. Era uma multidão avassaladora que saiu estragando tudo pela frente.
Os dois foram para o fundo da cafeteria, longe das janelas de vidros que podiam ser quebradas pelas pedras que voavam. Os dois guardas particulares de Bakugou que estavam dentro da cafeteria e os três de Shinzo entraram e se puseram a postos para proteger eles.
Katsuki tentou controlar a respiração, temendo se estressar e perder o bebê. Não ia acontecer, não ia acontecer. Ele estava sendo cuidadoso dessa vez, estava ciente e se concentrando.
Uma pedra enorme quebrou a janela fazendo o vidro voar. Houve uma gritaria e um empurra empurra.
Bakugou olhou para o lado vendo um de seus guardas ir até o balcão falar com o dono. Do seu lado direito o outro guarda se mantinha a postos com a arma na mão, provavelmente já carregada.
A porta foi aberta e vários camponeses começaram a entrar. Bakugou sentiu Shinzo segurar seu braço. A pequena multidão segurava tochas, machados e foices, e logo uma das cortinas começou a pegar fogo.
O loiro se preocupou, iam tacar fogo em tudo? Eles iam morrer respirado fumaça?
O que parecia ser o líder deles chegou até o balcão começando a gritar que queria o dinheiro do caixa.
Um tiro ecoou. O guarda de Bakugou tinha atirado bem na cabeça do homem.
As pessoas gritaram mais. Os camponeses então realmente avançaram para cima da nobreza. Mais tiros ecoaram.
Tocou a barriga sentindo o coração acelerar e olhou para o lado, vendo seu guarda pessoal se botar na frente dele e atirar um uma mulher que vinha com uma tocha.
-É melhor fugir, senhor. - Ele disse, atirando mais uma vez.
O loiro olhou na direção do outro, apenas para ver o momento em que um machado atingiu o pescoço dele. Bakugou tremeu, sentindo um choque de pânico lhe subir. Nem mesmo quando estava morando no vilarejo viu algo tão… sangrento em toda sua vida como naquele momento.
-Vem… - Shinzo segurou o braço dele e o puxou.
Os guardas estavam atirando, as pessoas gritando, se abaixando, tentando correr e trombando umas nas outras. Alguns guardas estavam ficando sem munição, e então eram acertados pela camponeses que vinham atrás. Bakugou e Shinzo começaram a tentar ir para o fundo enquanto as pessoas esbarravam e empurravam eles. Eles acabaram presos no meio do local, sem conseguir sair ou empurrar alguém.
-AAAAAAAAAAAAH!- Um grito femino ecoou alto e agudo, e quando Bakugou virou o rosto na direção do som, viu uma mulher um bebê de dois anos no colo, enquanto seu provável marido que estava na frente dela recebia uma machadada no peito.
Ele parou de olhar quando percebeu uma mulher vindo na direção dele com um faca. Pra sua sorte, parecia ser uma beta. Ele olhou para a mesa do lado e em um instinto pegou o prato de prata que estava lá em cima. Assim que ela se aproximou mais ele depositou toda a sua força no braço e então acertou ela no rosto.
Ela tonteou com o impacto e Bakugou aproveitou para se soltar da mão de Shinzo e pular em cima dela.
Sem chance dele morrer! Sem chance. Aquela arrombada ia tomar no cu.
Ele segurou o pulso dela no chão, fazendo o braço dela que estava com a faca ficar imóvel, prendeu as pernas dela com as suas e colocou seu peso em cima do outro braço que colocou em cima do pescoço dela. Ele apertou o pulso e fez força em cima do pescoço, na intenção de fazer ela ter espasmos e largar a faca.
Enquanto isso Shinzo acertava um soco em um alfa que tinha vindo até e em seguida tirou seu canivete de dentro do bolso.
O homem avançou em Shinzo.
A mulher tentou afastar Bakugou utilizando o outro braço, mas ganhou uma mordida na palma da mão com isso que fez soltar um grito de dor largar a faca.
O arroxeado levou um soco na lateral do rosto o que o fez cambalear e perder o equilíbrio. Segurou o canivete firmemente sem expor sua parte afiada. O outro homem avançou em cima do roxo e nesse exato momento ele puxou a parte afiada de seu canivete furando o pescoço dele.
A mulher gritou de dor quando Bakugou depositou uma facada no ombro dela. Aquilo seria suficiente para e evitar que ela viesse mexer com ele.
A faca foi tomando de sua mão e antes que o ele raciocinasse ele estava sendo tirado do chão.
O alfa o jogou por cima do ombro, segurou a faca firmemente e rosnou, voltando a empurrar as pessoas. Sempre que alguém perigoso aparecia ele era certeiro em lhe acertar com a faca.
Eles conseguiram chegar ao fundo onde a porta estava aberta e algumas pessoas saiam por lá.
Bakugou foi colocado no chão e eles rapidamente começaram a correr.
A rua que estavam ficava atrás da rua principal onde estava acontecendo a revolta, mas ainda tinha pequenos focos de brigas e algumas pessoas estavam colocando fogo em carruagens.
Bakugou sentiu então uma dor na barriga enquanto corria, mas não parou, precisava estar seguro primeiro.
Os dois correram a rua inteira e viraram para a direita, depois à esquerda chegando a uma outra avenida principal. Havia barulho de briga só ao longe agora. Bakugou se escorou na parede de um edifício respirando fundo e colocando a mão na barriga.
“Aguenta, aguenta. “ Ele pensava. “passou, aguenta. “ Queria quero bebê escutasse os pensamentos dele e fosse forte lá dentro.
-Katsuki? - Shinzo chamou, o olhando. - Consegue andar até a gente alugar um cavalo?
O loiro acenou um sim, se desescorando da parede.
[.....]
Kirishima tinha mandado o cocheiro rodear as ruas em volta da onde Katsuki ensaiava. A rua que dava acesso ao lugar e a cafeteria que ômega ia estavam entupidas de gente, e sua entrada estava sendo barrada pelos policiais que fecharam as ruas para lidarem com a revolta.
O ruivo torcia pra Bakugou ter ido direto para casa e estar seguro.
Ficou apavorado quando viu várias carruagens que pareciam ser da orquestra incendiadas, entre várias outras. Dava pra ouvir o choro de crianças, gritos e ver as pessoas correndo.
-Senhor, é melhor passarmos pelas ruas de trás. - O cocheiro gritou lá da frente. -É mais seguro.
-Tudo bem!! - Celeste respondeu.
-E se ele estiver no meio da revolta, mãe? Kirishima perguntou aflito.
-Não tem como entrar lá de carruagem de qualquer jeito. - Ela respondeu, tentando engolir a aflição que também estava sentindo.
Eijirou suspirou e olhou atento para fora da carruagem, preocupado.
Eles viraram algumas ruas. Kirishima analisando cada pessoa que aparecia em seu campo de visão, para ver se vai o ruivou ou alguém da orquestra. e então, depois de minutos que ele considerou torturantes, ele viu o ômega com algumas manchas de sangue andando ao lado de Shinzo. Ele até teria se sentido aliviado se não fosse pelo sangue nós dois e a expressão de dor de Katsuki.
-PARA A CARRUAGEM! - Ele bateu duas vezes no teto e em seguida a carruagem parou. Ele abriu a porta e pulou pra fora de uma vez, sentindo o coração disparar.
Katsuki tinha se ferido? Tinha sido machucado? Ou pior violentado? Não, não parecia ser isso pelo modo como ele estava andando. Mas ainda sim ele estava tenso. Merda, se tivessem uma marca ele teria sentido a aflição do ômega, teria sentido o cheiro dele mais forte e saberia.
.Ele abraçou Katsuki assim que chegou mais perto, o que fez Shinzo que ainda estava ajudando o loiro cambalear pro lado e se afastar.
-Você tá bem? Tá machucado? Esse sangue é seu? - Ele perguntou em um tom desesperado. O menor respirou fundo retribuindo o abraço, se sentindo mais aliviado.
-Não me machucaram mas… - Ele sentiu uma pontada de dor. - A minha barriga tá… doendo. - Ele disse tentando soar calmo. Não queria desesperar o ruivo.
Não adiantou, Eijirou sentiu seu coração afundar no momento em que ouviu a frase do ômega. Merda! Ele deveria proteger Bakugou, cuidar dele e do neném. Ele falhou de novo.
O loiro percebeu o corpo do ruivo ficar mais tenso e tremer levemente. Abraçou ele mais forte tentando acalmar.
-Mas tá tudo bem, passou, não tá doendo como a última vez. - Shinzo olhou os dois e embora ainda estivesse se sentindo alerta pelo acontecimento recente, ele se sentiu feliz pelo loiro. Bakugou era uma boa pessoa, apesar de seu jeito bravo. Ele merecia amor e segurança. Bom, embora o outro afã não parecesse bem o suficiente pra isso. - O Shinzo me ajudou.
O ruivo olhou para o arroxeado.
E nenhum cheio ameaçador… nenhum feromônios agressivo foi detectado por Shinzo, oque deveria acontecer visto que ele e Bakugou já se relacionaram. O ruivo com toda certeza devia estar bem abalado por conta da morte da irmã, nenhum alfa fica com seus instintos tão fracos assim à toa.
-Obrigado. - Eijirou disse depois de uma pausa. O olhar dele parecia abatido aos olhos de Shinzo. - Você aceita uma carona? - Tinha sido por educação, é claro. Mas o roxo não queria andar para casa, poderia ter outro foco de protesto.
-Será uma honra. - Ele disse ducado.
Eijirou segurou Bakugou e o levou para dentro e Shinzo seguiu eles.
O clima ficou tenso. Celeste não disse nada, Bakugou suspirou cansado se escorando no peitoral do ruivo com a mão na barriga. Ele estava concentrado em tentar se manter calmo e fazer com que nada acontecesse com o bebê. Eijirou estava abraçado com ele tentando ao máximo soltar algum feromônio para acalmar Omega.
Celeste olhou os dois e depois para Shinzo. Estava claro que Bakugou estava grávido, e ela fez questão de olhar meio torto para Shinzo, tentando alertar a ele que se ele pensasse em dizer algo sobre isso, ele sofreria alguma consequência.
[...,]
A barriga de Bakugou parou de doer com o passar do tempo, mas uma vontade de chorar avassaladora lhe subiu à garganta. Merda! Merda! Ele estava se esforçando dessa vez, realmente estava, eu queria que o bebê ficasse bem, queria ter um filho. Mesmo com toda sua bagunça do Dabi que o deixava inseguro, mesmo assim ele queria.
Mas estava ficando pesado. Era uma responsabilidade grande demais. Se ele tivesse morrido ali o bebê teria morrido também. Eijirou ficaria desolado. Era algo grande e ele já não sabia se era tão grande quanto isso.
A carruagem parou em frente a casa dos Kirishima como o ruivo pediu, tendo em vista que o loiro precisa se deitar e descansar.
O cocheiro abriu a porta da carruagem.
-Mãe, a senhora leva o Katsuki para dentro? Eu preciso de um momento. - Ele disse e Celeste acenou um sim. Bakugou o olhou meio torto. Ele queria conversar com Shinsou pra que? Mas que se foda também, ele estava cansado, precisava ir deitar. Ele deu o braço para Celeste e saiu do veículo vendo que o cocheiro tinha ido chamar os empregados e Uraraka saia de dentro da mansão, vindo ajudar ele.
- Obrigado de verdade por ter protegido ele. - O ruivo disse, seu coração doendo a cada palavra. Ele era quem deveria ter defendido o loiro. Ele era o pai do bebê, mas pelo menos alguém fez os por ele, apesar de ferir o orgulho dele.
- Não precisa me agradecer, se fosse qualquer outro colega da orquestra eu teria feito o mesmo. - Ele respondeu.
- Você… pode manter segredo sobre a gravidez? Não anunciamos o noivado ainda por conta do Dabi. - Ele pediu. Se sentindo humilhado. Merda, ele e Bakugou deveriam estar casados, seguros, Ele não deveria depender de alguém fazer o favor de manter segredo.
Shinzo excitou antes de responder, pensando sobre como o ruivo poderia se sentir. Ele parecia estar extremamente mal, mas talvez ele precisasse de uma visão de fora.
-Eu já sabia já há uns dias. - Ele decidiu revelar. - O cheiro dele estava diferente.
Eijirou arregalou os olhos.
Outro alfa sentiu o cheiro do bebê dele antes dele?
Ele foi tomado por um sentimento de vergonha profunda, um sentimento de fracasso.
-Mas… você e sua família passaram por algo horrível, é normal que seu alfa esteja… mal. - Ele tentou encontrar as palavras. - Ela era uma beta, ele deveria se sentir responsável por proteger ela também. - Houve um silêncio momentâneo. Ele não sabia se deveria continuar ou não. Não tinha intimidade, mas sentia que deveria. - Nós nunca fomos próximos, mas eu sempre admirei você, é um apreciador da arte assim como eu e principalmente é alguém que vê como essa sociedade é uma merda e que decidiu ser diferente disso, mesmo com as pessoas dizendo que era o jeito certo de ser, mesmo sendo um alfa. O Bakugou te escolheu por isso. Não precisa se sentir ameaçado por mim, ele nunca foi meu, ele sempre deixou claro que não iríamos ter nada sério e um dia quando eles estavam bêbado ele admitiu que ficaria solteiro até você voltar, e só me daria alguma chance se você estivesse com outra pessoa. Ele é seu. -
- E eu falhei com ele. - Eijirou soltou simplesmente.
- Não. Não tinha como você saber o que aconteceria hoje. Você está mal, e isso é normal, mesmo que as pessoas digam que os alfas não podem, mas nós podemos… - Os olhos dele se encheram levemente de lágrimas. Eijirou o olhou, sabendo sobre o que ele estava se referindo.
Shinsou já tinha se casado antes, com uma mulher. O pai do roxeado era um homem com muitas posses e negócios, um nobre próximo do rei. Ele era o único filho alfa e o mais velho dentre os seus filhos. Tinha a responsabilidade de ter um filho alfa. A esposa dele não engravidou nós 4 anos de casamento e então ela foi encontrada sem vida em um rio, onde ela havia se jogado da ponte.
Havia fofocas de que isso aconteceu por causa do sogro dela, que constantemente a humilhava dizendo que ela era infértil. Fora que ele tentou fazer o filho se casar logo em seguida, mas Hitoshi não quis de modo algum, se mudou para Paris e foi tocar na ópera de lá, deixando seu título, pai e irmãos para trás.
-Você demorou quanto tempo para ficar bem? - Ele perguntou por fim, se sentindo levemente mais próximo do outro.
- Acho que ainda não fiquei. Ela era uma pessoa boa, sensível, inteligente, mas era muito sensível e o meu pai sabia lidar com pessoas sensíveis. Ainda tem algo faltando, mas eu aprendi a seguir em frente. Meus irmãos mais novos precisavam de mim, precisavam ter alguém que desse amor e respeito a eles, já que meu pai… bom. Então eu fiz meu melhor.
- O meu melhor não está sendo o suficiente. - Ele disse.
-O meu também não foi no início. Eu fugi pra Paris e fiquei 1 ano sem pisar em casa porque eu não queria chorar e me sentir fraco quando lembrasse de tudo. Acho que ele passou a ser o suficiente quando eu aceitei o que tinha acontecido e aceitei que não tinha como mudar e aceitei que mesmo fazendo tempo e que eu tava mal com aquilo.
Eijirou deu um suspiro. Ele não queria ficar mal por um ano por causa da morte da Eri. Não queria porque queria ser o suficiente para Bakugou. Porque queria estar bem para o filho.
-Obrigado pela conversa. - Ele disse se ajeitando para sair. Hitoshi pareceu ser alguém bom, mas ainda Eijirou sentiu uma imensa vontade de ir pra casa logo. O arroxeado acenou um sim. - Eles vão te deixar na sua casa em segurança. E obrigado por proteger o Katsuki.
-Nao foi nada. Mas… é melhor vocês saírem de Paris. Eu ouvi o meu pai comentando, as coisas vão ficar piores e… os reformistas estão ficando cada vez mais poderosos e o Daí é o chefe deles estão…
-Mais poderosos como? - Ele questionou.
- Bom… eles conquistaram a bastilha dia 14, eles não conseguiriam fazer isso sem ajuda dos guardas, as pessoas acreditam que está havendo corrupção na guarda, até mesmo na real. E armas e tudo. Vão matar a nobreza e os burgueses que não colaboraram.
Eijirou engoliu o seco. Ele era um burguês que não ajudou em nada.
-Entendo… - Ele respondeu engolindo o seco. Ele acenou com a cabeça e desceu da carruagem.
Suspirou enquanto passava pelo enorme jardim, e seguiu o caminho até o andar de cima entorpecido. Ouvir outro alfa, que não fosse sua mae, falar sobre aqueles assuntos fez ele se sentir um pouco melhor.
É que… estava tudo tão… mórbido. Sua mãe estava piorando, o último médico que veio deu para ela 2 meses, no máximo. Ele não conseguia focar naquilo, na parte feliz não naquele momento.
Ele parou encarando a porta do quarto dele, ouvindo o choro de Bakugou. Ele não sentia nada forte para consolar o loiro caso ele tivesse acabado de perder o bebê. Ele sentiu um nó na garganta.
Ele não estava forte, talvez aceitar isso fosse melhor, assim como o outro alfa disse.
Mesmo assim, Bakugou precisava dele e ele iria estar lá, ou pelo menos tentar, era o que ele podia oferecer agora.
Ele abriu a porta, vendo Uraraka ajustar os travesseiros. O lençol estava limpo, sem nenhum sangue e nenhum sinal que havia acontecido um aborto ali. Ele soltou o ar aliviado.
-Foi um susto. - A morena disse. - Eles estão bem. -
Ele sorriu de lado
-Obrigado Uraraka, pode nos deixar a sós por favor? - Ela acenou um sim e saiu do cômodo, fechando a porta.
Bakugou passou a palma da mão pela bochecha, limpando o choro. Droga, ele se sentia tão frágil, tão vulnerável.
Eijirou se aproximou sentindo seu coração doer ao ver o quão triste o ômega estava. Não sentia que podia falar algo que melhorasse a situação, então se aproximou, se colocou ao lado dele e o abraçou quando ele se jogou em seus braços.
Ele não conseguia soltar feromônios para acalmar o outro, mas conseguia o abraçar e tentar acalmá-lo. E foi isso que ele tentou fazer.
Bakugou estava chorando descontroladamente sob o peitoral de Eijirou.
-Passou Suki…- Ele dizia baixinho, enquanto acariciava os fios loiros ômega. - passou, você está seguro agora.
Suas palavras aos poucos foram surtindo efeito e Bakugou foi se acalmando, parando de chorar tão alto e tão descontroladamente.
-Eu… eu achei que dava conta. - O loiro soltou e fungou em seguida. - De… de cuidar de mim e dele sozinho.
Eijirou sentiu uma faca ser cravada em seu peito.
-Você não deveria cuidar dele sozinho. - O ruivo resmungou. - Eu deveria estar mais presente, você tá carregando a responsabilidade por nós dois. - completou de modo chateado.
-Você tá mal por causa da Eri… não é culpa sua.
Houve um silêncio enquanto Eijirou pensava.
Não era culpa de nenhum dos dois no final. Por mais que se sentisse culpado ele sabia que era natural ele estar tão abalado com a morte de Eri e a futura morte da mãe. Qualquer ser humano estaria. Mas isso não mudava o fato de que ele tinha uma família pra cuidar e precisava ser o suficiente pra ela. Precisava tomar alguma atitude e alguma postura.
Ele não podia reverter o que aconteceu com Eri. Não podia evitar o destino de Enya, mas podia agir agora para evitar mais um aborto. Ele podia. Precisava enfiar isso na cabeça e começar a agir.
-Eu vou dar um jeito, Suki… vou achar alguma solução. - Bakugou ergueu a cabeça olhando nos olhos dele, vendo a determinação e preocupação no olhar do alfa.
Fazia tempo que não vai nada além de dor, tristeza e culpa nos olhos de Eijirou, e isso de algum modo lhe deu esperança.
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