42- Engrenagens


Não gostei muito de como esse cap ficou, mas eu já tava atrasada com ele, ent postei. Não se assustem se eu voltar aqui e mexer nele.
Enfim, comentem ao longo do cap, eu adoro acompanhar a reação de vcs. 🫶🏻😊
E se puderem votar eu agradeço.


Momento 4 no futuro. 

Homem desconhecido narrando. 

As vezes eu não sei oque fazer, ou como agir com ela. E essa é uma das vezes. 

-Minha bonecaaaaaaa - Ela chorava no meu ombro. 

Paramos em Marselha, uma cidade bem no sul da França, e bem agitada também, tão agitada que por um segundo eu soltei a mão dela na rua, em meio às carruagens, aos cavaleiros e as pessoas. Eu nunca senti tanto desespero na vida. Ver ela tá pequena sumir no meio e uma multidão foi terrível. Mas não durou dia minutos, porque logo ouvi o choro dela alto. A boneca tinha caído no meio da rua e sido pisoteada por um cavalo. E ela quase foi também.

Cheguei no momento em que um o cavaleiro estava descendo do cavalo e se aproximando dela. Acabei rosnando e quase dando um murro nele por quase a atropelar com o cavalo. Ele me pediu desculpas, meio apavorado. Eu sou um alfa alto e musculoso, e ele um beta de estatura média, não sei se ele realmente sentia muito ou só ficou com medo. 

Não importava, eu saí dali com ela nos braços, apertando-a firmemente. 

E desde então ela não parou de chorar. A carruagem estava longe e eu tava andando com ela. 

-Eu compro outra pra você. - Eu tentei dizer para consolar ela. - Com mais vestidos. 

-Não! - Ela exclamou sacudindo as pernas. - Aquela era a minha! A minha! 

Respirei tenso. Era raro ela.. ficar mais alterada, mas ela era teimosa, e indo acontecia era complicado distrair ela.

-Ela estragou. - Eu disse. -Olha pro papai. - Chamei e ela e olhou. O rosto dela estava vermelho e molhado, e as sombracenlhas estavam franzidas. -Ela tá estragada, você chorar não vai adiantar, mas e você parar a gente pode comprar outra. - Eu tentei argumentar, ms ela ex um bico.

-Ma-mas.. eu tô chateadaaaaa - E voltou a chorar e chorar. 

Sacudiu a cabeça negativamente e suspirei. As vezes eu acho que falta tato. Eu tento ser o mais carinhoso e amoroso possível sem mimar ela, mas acho que não supre a falta da mãe. 

Chegar até a carruagem foi um sofrimento, ainda mais quando vi as pessoas olhando torto e cochichando. Eu sei que as pessoas acham que crianças devem ser mudas e obedientes, mas não consigo concordar. 

Ela se acalmou na carruagem e parou de chorar. Eu olhei para as ruas pelo vidro, tentando me distrair e desestressar. Mas eu não conseguia estar novamente na França zoava como lembrar o quão egoísta eu sou.

Eu só fugi com ela, sumiu e deixei minha família para trás. Não era a minha intenção, eu pretendia voltar, mas nunca voltei, não até agora.

Fim do momento 4

20/07/1789

19:15

A lareira crepitava devido ao fogo que queimava a madeira em seu interior. A luz que vinha dela iluminava o cômodo pequeno da cozinha que também era como uma sala, com um sofá meio velho, uma mesa de madeira com três cadeiras, e a bancada da cozinha, com uma pia e um fogão a lenha. 

Kyoka mexeu a colher na sopa de seu prato, desviando a atenção da lareira para a comida e seus vegetais. Seu coração estava acelerado, sua perna tremia e ela sentia um sentimento ruim lhe subir.

Denki não estava em casa no momento, ele havia ido trabalhar em um restaurante lavando pratos para conseguir mais dinheiro. Ela estava frustada. O tempo estava passando e em algum momento aquele bebê iria nascer, e ela tinha apenas um bolo de linha de tricô para poder fazer as roupinhas. 

Suspirou. Estava com tanta coisa na cabeça. Sentia que não estava sendo boa como devia para Denki, se sentia aflita por ter sido demitida e estar sem recursos, ainda mais quando Bakugou a pagava tão bem. E Eri tinha morrido. Ela sentia um nojo de si mesma toda vez que lembrava disso. 

Foi ela quem falou para Momo que Eri encontrava com Kouta. Achou a informação boba, não podia imaginar que Momo passaria isso para Dabi. Suspirou frustada. 

Três batidas forte na porta a fizeram sair de seus pensamentos.

-POLÍCIA! - Uma voz rouca gritou do outro lado fazendo Kyoka se arrepiar. Mais três batidas impacientes. - Se não abrir iremos arrombar. 

Ela sentiu o coração doer. 

Arrombar? 

Não, era a casa de Denki, ela não podia deixar que eles arrombassem. 

-Só um segundo! - Ela respondeu se levantando da cadeira. Sentiu um gelo na espinha e engoliu o seco, indo até a porta e abrindo. A arroxeada se deparou com um homem alto, musculoso de barba e cabelos grisalhos encarando torto. 

-Kyoka Jiro? - Ele perguntou e ela acenou um sim com a cabeça, levando a mão instintivamente até a barriga. 

- Mãos para trás, você está sendo presa pelo envolvimento no assassinato de Eri Kirishima. - Ele disse tirando uma algema do bolso. 

Kyoka arregalou os olhos olhando para o homem, assustada. 

-An.. mas, não, eu não me envolvi. - Ela deu passos para trás, confusa e assustada.

Ele abriu um dos lados da algema.

-Temos uma ocorrência que você colaborou passando os horários das meninas para os assassinos. Agora mãos para trás. - Ele disse a última parte enquanto abria a outra.

-Mas… senhor, não, e-eu, o Denki, o dono da casa, ele não está aqui, ele… ele vai ficar preocupado comigo. - Ela disse desesperada, não, não não, ela não podia ir presa. - E… eu tô grávida, eu não posso ir presa, eu…

O homem bufou sem paciência.

-Você tem 3 minutos para deixar um bilhete. - Ele disse seco com ela. 

[........]

Bakugou caminhava pelas ruas de Paris de modo apreensivo, segurando uma mala preta bem firmemente em sua mão. Fora que ele se sentia nauseado, e estava torcendo com todas as forças para não sentir vontade de vomitar, não ali no meio da rua. Ele precisava pelo menos chegar na casa dos Kirishima, aí poderia fazer isso.

Ele não sabia qual seria a reação de Celeste. Uma mistura talvez de gratidão com… se sentir vulnerável?

Bakugou não aguentou e acabou lendo a carta. O início era um pedido de desculpas por ir embora sem avisar, e garantindo que ele era grato a tudo que Eijirou fez por ele e para o bebê, e blá blá blá. Bakugou não deixou de pensar no quanto aquele esverdeado era dramático. E então vinha a parte dizendo que o Shoto Todoroki tinha dito para ele.

Bakugou entendia de economia muito bem. Celeste tinha ensinado a ele naquele curto período de tempo o básico, e Shinzo tinha aprimorado. Em casos como aquele Bakugou sabia o que devia ser feito para proteger suas economias, então tomou a frente para adiantar a resolução para Celeste. 

Ele teve que parar, sentindo a cabeça rodar e o estômago revirar.

-Oh caralho! - Ele resmungou. - Espera eu chegar na casa das suas avós. - Seu tom saiu meio inconformado. Ele se esforçava para não soar tão rude com o bebê. As vezes achava que era bobagem, que era só um monte de carne ainda dentro de si que não o ouvia e nem entendia. Mas outra parte de si dizia que se ele tinha tomado a decisão de ter um bebê, então ele deveria evitar qualquer erro. Ele não sabia se falar palavrão enquanto conversava com o bebê era um erro, mas evitava quando se lembrava. 

A barriga revirou mais e ele olhou em volta, vendo a rua durante a noite. Não era tarde a ponto de ser perigoso para ele, apenas tarde o suficiente para a capa que ele usava cumprir sua função de proteger sua identidade. 

Ele respirou fundo, se recompondo e andando mais devagar pela rua. 

-Dois quarteirões, espera só dois quarteirões. - Ele sussurrou. - Chegar lá eu vomito até no seu pai se você quiser. - Ele riu um pouco. Tadinho, seria uma grande filha da putagem fazer isso com Eijirou.

Bakugou caminhou mais devagar, sentindo a barriga revirando, mas tentou ignorar. E então ele finalmente conseguiu chegar no portão da mansão. 

Os guardas deram espaço para ele entrar e então ele adentrou pelo enorme jardim frontal, com seus arbustos perfeitamente aparados em formato circular 

Ele subiu os três degraus de mármore branco que tinha na entrada para a enorme porta de madeira imponente e sentiu a barriga revirar e um calafrio subir pela espinha. 

Ele segurou o bate-porta e bateu três vezes na mesma. Ele sentiu um calafrio novamente e o corpo dando uns espasmos, sinal que iria vomitar. 

“Pelo menos não vai ser na rua. “ Ele pensou.

A porta foi aberta por um empregado e assim que Bakugou pisou para dentro da casa, seu copor se curvou e ele vomitou no lindo e brilhante piso de mármore. 

[.....]

Celeste o encarava confusa, alternando o olhar entre ele e a maleta de dinheiro na sua frente.

Depois de vomitar e ser acudido pelos empregados, Bakugou subiu atrás de Celeste. Aparentemente Eijirou não estava, ele tinha ido para a delegacia resolver algo sobre a investigação do assassinato de Eri. 

-Mas… porque eu precisaria de um fundo? -Ela perguntou confusa.

Bakugou se sentiu meio indeciso. Celeste estava péssima. Seu cabelo estava em um coque simples, ao invés de um penteado imponente, e estava bem menos brilhoso. Seus olhos estavam fundos e cansados, e ela definitivamente não estava de maquiagem como costumava.

Ela devia estar exausta de tudo, assim como quando Bakugou ouviu ela na outra noite. 

-O Tamaki, sabe? O empregado do Eijirou. Ele me entregou uma carta no velório da Eri, era do Midoriya. Ele foi embora com o Shoto Todoroki e… aparentemente esse Shoto tinha boas intenções e falou pro Midoriya que o Endeavor estava planejando fazer com que a galeria daqui de Paris seja interditada e uma multa seja cobrada de vocês, pelas obras indecentes. O fundo serviria pra vocês conseguirem pagar a multa que tiver. E obras de arte podem ser confiscadas, principalmente as pinturas de Eijirou, e ele, pelo o que eu entendi, processado. Eu fiz as contas e o orçamento. Esse dinheiro vai dar pro fundo, pra proteger as obras e garantir que elas sejam respeitadas como propriedade de vocês, assim nenhum arrombado leva elas, e pagar um advogado bom. No envelope é a planilha detalhada que eu fiz. - Ele explicou. 

Ela o olhou meio atordoada. 

-Isso… é sério? 

-É sim. - Ele enfiou a mão no bolso e tirou a carta. - A carta era pro cabelo de merda, me entregaram porque… ele tava muito mal, e eu vi que vocês também, então eu fui lá e li pra tentar resolver e ajudar de algum jeito nesse caralho. 

Celeste se sentou passando a mão na testa, tensa. 

-Esse dinheiro é seu?- Ela perguntou o olhando.

-É.

-Eu não posso aceitar então. São suas economias. Obrigada por tentar ajudar, mas eu posso resolver e..

-Não fode. - Ele soltou de uma vez sem perceber. - Desculpa, foi hábito e hormônios, eu não tô com muita paciência hoje. -Ele se justificou. - Mas olha, se eu tô oferecendo ajuda é porque eu posso e eu quero. Eu estaria me prostituindo se não fosse o Eijirou. E eu não estaria tão bem financeiramente e no trabalho se não fosse a sua ajuda naquela época que você me deu aulas. E eu vou ser um Kirishima, então eu também tô nisso. 

- É muita gentileza Bakugou, mas eu posso fazer meu próprio fundo. Agora os fundos de estudo da Eri não tem mais propósito. - Ela suspirou triste no final da frase.

- Junta com o meu dinheiro então. Ou usa o dela pra outra coisa. Olha, me deixa ajudar. Eu sei que tem a ida para Londres e um monte de coisa pra vocês resolverem e pagarem. E de verdade, esse dinheiro não vai fazer falta nenhuma, eu sou um bom economista, eu aprendi todas os nuances e regras e a porra toda de investimento nas nossas aulas, e com o Shinzo também… Enfim, aceita minha ajuda. 

Celeste o olhou um tanto quanto admirada. Ficava feliz em saber que Eijirou iria ter Bakugou ao seu lado. Ele era uma boa pessoa.

-Eu vou olhar sua planilha então… sente-se. - Ela então pegou um sino e sacudiu.

Bakugou se sentou e viu ela abrir o envelope da planilha. 

-Posso ler a carta? - Ela estendeu a mão e Bakugou a entregou. 

Uraraka entrou pela porta, após ouvir o tilintar do sino.

-Senhora? - Ela perguntou.

-Me traga o café forte de sempre, por favor. Aceita alguma coisa, Bakugou? - Ela ergueu os olhos para ele.

- Chá… não, suco de qualquer coisa. - Ele disse se recordando que não podia com chás, nem com os vinhos que ele tanto amava. Ele olhou para Uraraka e ela estava menos simpática ou feliz do que de costume, com um semblante mais pesado.

Celeste sorriu de lado, percebendo que ele havia se corrigido. 

-Só isso então, Uraraka - Ela disse e a empregada saiu do local. 

-Ok então… vamos ver isso. - Ela disse pegando os óculos de leitura e colocando.

[.....]

 20:46 

Jiro suspirou se sentando ao lado da mulher de cabelos pretos dentro da cela.

Eijirou estava lá na delegacia, conversando com os detetives. 

Ela viu o momento em que o policial perguntou se a empregada era ela, e ele com o olhar cheio de mágoa e rancor acenou um sim.

Ela se sentiu nojenta e podre ao receber aquele olhar dele. Ele estava bravo e com raiva com toda a razão. Era meio que culpa dela. Ela passou as informações, mas.. ela não sabia, não fazia ideia que Dabi iria fazer aquilo.

Depois de ser interrogada brevemente, ela foi jogada naquela cela com outras 4 mulheres.

-Meu filho gostava dela. - A mulher disse, virando o rosto e encarando a arroxeada. - Ele não fez nada. - Os olhos dela estavam cheios de lágrimas.

-É a mãe do Kouta? - Ela perguntou, sentindo o coração doer. A mulher acenou um sim com a cabeça. - E te trouxeram? Mas… porque?

-Porque eu sou mãe dele e irmã do tio dele, do dono da casa. Acham que eu tô mentindo, que eu menti pra defender os dois. - Ela deixou as lágrimas pingarem. - Mas eu não tô.. Kouta era um bom menino… vivia falando dela dentro de casa, tinha dinheiro embaixo do colchão pra dar um presente bom de aniversário pra ela… - Ela começou a chorar e abaixou a cabeça. - Ele não fez nada… ele não seria capaz, quando ele… ele soube e-ele faltou cair no chão de chorar… m-meu menino é bom, ele é bom… 

Kyoka segurou o choro.

-Vão pegar os assassinos… vão tirar você daqui, você não tem nada haver com a história. - Ela disse suspirando e se escorando.

-Eu lembro de você… era a empregada deles, não era, foi na padaria com ela uma vez comprar a minha torta de maçã… ela adorava a minha torta. - Ela disse.

-É… eu era. - Kyoka suspirou triste. 

[.......]

21:06

Eijirou abriu a porta de seu quarto e se deparou com o loiro sentado na cama, sendo iluminado pelo candelabro ao lado. Ele segurava uma agulha de crochê e um novelo de lã branco.

Os olhos vermelhos o olharam e Eijirou sentiu um calor no coração por ver o loiro ali depois de um dia tão cheio. 

-Suki.. o que você tá fazendo aqui?

-Eu posso ir embora se incomodou. - Ele disse em seu tom meio bravo e meio brincando. 

-Você, vocês nunca me incomodam. - Ele respondeu sorrindo e tirando seu colete preto que já estava apertando, ficando com a camisa branca cheia de babados por baixo.

-Meloso, Bakugou resmungou voltando seu olhar para o que estava fazendo. Eijirou tirou os sapatos e se deitou na cama, enfiando sua cabeça no colo do ômega, com o ouvido na barriga.

-Cuidado, buceta. A agulha pode machucar. - Ele disse meio enfezado, depois de levantar os braços para o ruivo se aconchegar.

- Só quero ficar pertinho de você. - Ele disse suspirando ao sentir os feromônios de Bakugou, o cheiro dele, levemente mais adocicado agora pela gestação.

-Eu vim conversar com a sua mãe, coisas sérias mas não quero falar disso agora, se eu tiver que conversar mais uma vez sobre finanças e números minha cabeça vai voltar a doer. Amanhã eu te conto, juro, mas hoje conversa outra coisa comigo. - Eijirou arqueou uma sobrancelha, curioso. Mas não iria irritar o ômega.

-É pro bebê? - Ele perguntou.

-Humrum, ele vai nascer no inverno pelas minhas contas, então tô tentando fazer as cobertas pra ficar no berço. 

-Mas a gente ainda vai comprar o enxoval pra ele, não vai? E eu tinha pensado em comprar em Londres, já que a gente vai mudar. Minha mãe decidiu ir, eu ia te contar..

-Eu sei, ela me contou hoje. Eu já tinha conversado com o Aizawa sobre, eu só preciso confirmar com ele. Mas eu tô fazendo as cobertas mesmo assim, minha mãe me ensinava uma tipo de ponto de crochê que fica tão apertado e bem dado que não vai passar vento. E quando ele nascer ele não pode nem sonhar em pegar friagem. 

Eijirou sorriu de lado. E se aconchegou mais. 

-A gente pode comprar cobertores bons pra ele, não precisa ficar preocupado. 

-Precisa sim, eu lá sei se os cobertores que a gente comprar vai ter esse ponto de tricô? Tem muito cobertor que não corta o vento. - O loiro passou a agulha por entre a linha, repetindo o movimento diversas vezes.

Eijirou sorriu e fechou os olhos, sentindo o calor do corpo de Katsuki, e principalmente o que vinha da barriga. Ele passou a mão nela, sentindo o coração apertar.

Não estava sendo um bom alfa para eles desde que Eri morreu. Ele só viu Bakugou uma vez depois do enterro, o loiro estava ocupado com algum assunto e com os ensaios que estavam ficando mais longos e demorados. Ele estava se preparando para um concerto super importante. E Eijirou estava tentando buscar justiça de alguma forma. Dabi iria pagar, e todos que ajudaram ele também. 

Mas ele também deveria direcionar sua energia para os dois.

-Suki, você liga? - Ele ergueu a cabeça, olhando de baixo.

-De você colocar a mão na barriga?- Eijirou acenou um sim. -Claro que não né, seu pau entrou em mim, acha que eu ligo da sua mão encostar? 

Eijirou riu, e escorou, passando a mão e apreciando o momento. Pediu desculpas pro bebê mentalmente, por não ter feito isso antes.

-Você tá preocupado com alguma coisa suki? Tipo… o parto? - Ele perguntou, meio tenso. Queria aproveitar aquele momento pra conversar sobre… tudo. Eles não tinham tido uma conversa sobre no que aquilo implicava. Implicava em ter um parto, o que era arriscado, implicava em Bakugou parar de trabalhar por um tempo, implicava em escolher um nome, escola, em dar segurança pro bebê.

- Um pouco…- Ele deixou o material de tricô em cima do criado mudo. O loiro escorregou para baixo, deitando na cama. Kirishima também se ajeitou, ficando na mesma altura que ele, mas mantendo a mão sobre o ventre. -Eu já vi vários partos, eu fiz também. Eu sei muita coisa. Sei posições que ajudam o bebê a descer melhor, técnica para dilatar, jeito certo de pegar o bebê. Mas me assusta porque vai ser eu lá, berrando. E eu também já vi algumas tragédias… minha mãe era uma ótima parteira, mas mesmo assim algumas vezes não tinha como resolver, e outras o alfa só mandava abrir a barriga pra tirar o bebê mesmo. Mas… eu acho que vai dar tudo certo, vaso ruim não quebra. - Ele sorriu de lado 

-Teria algo que eu poderia fazer? Pra.. te ajudar? - Ele perguntou.

-Eu quero escolher as parteiras, não quero nenhum médico perto de mim. Eu sei que gente rica chama médicos, mas na maioria das vezes que eles aparecem o ômega morre depois de febre. Parteiras… dão um jeito. E se for pra morrer eu prefiro que não seja nas mãos da porra de um médico. 

Eijirou o olhou fundo no olho, se sentindo aflito. Preferia nem pensar naquilo. 

-Ok… -Ele respirou fundo. Imaginando a cena de alguém falar que ele teria que escolher. Sentiu um arrepio.

-Se… precisar de você escolher… - Bakugou começou. - Eu não sei quem eu quero que você escolha, sendo sincero. - Ele ficou mais triste. - Eu cresci parte da minha vida sem minha mãe ômega, não quero isso pra ele, e nem quero morrer, mas não quero… que ele… você entendeu, caralho. Eu… só não sei.

-A gente não precisa falar sobre escolher Suki, vazo ruim não quebra, você mesmo disse. 

-A gente precisa. Eu só… quero deixar claro que se acontecer e você escolher o bebê, eu não vou voltar para puxar o seu pé nesse caralho. - Eijirou puxou Bakugou o abraçando.

-Por favor, não vamos falar nisso assim, eu… doi só de imaginar. - Ele apertou o ômega no abraço.

Bakugou retribuiu. Verdade, ele não deveria estar falando de morte com Eijirou, não nessa época pelo menos.

-Ok. - Ele respondeu 

Houve silêncio por um tempo entre os dois, enquanto Eijirou esperava seu coração desacelerar e parar de doer pelo assunto. 

-Eu fui na igreja olhar uma nova data pra gente casar. Ele está olhando para Setembro, o início, acho que sua barriga não vai tá tão aparente até lá. - Ele disse, tentando se distrair. 

Ele acenou um sim. 

-Também acho que não. Pelas minhas contas ele vai nascer em Fevereiro, as barrigas ficam bem grandes no 5 mês, se eu usar roupas mais largas dá pra disfarçar. - Eijirou beijou o topo da cabeça dele.

-Acha que é o'que?- Ele perguntou.

-Não tenho nem ideia, mas acho que não vai ser ômega. 

-Porque acha isso?;

-Não sei, só… sei lá. E você?

-Acho que é menino dessa vez. 

Eles conversaram mais pouco, sobre como não dava pra saber, e que ainda era cedo pra pensar em nomes, mas Bakugou deixou avisado para Eijirou nem sugerir nome estranho e viajado. Era pra ser um nome bom, e comum, não queria o filho sofrendo bullying, ou não  conseguindo dizer o próprio nome. 

Eles dormiram depois, mas Eijirou não conseguiu dormir direito. Ele lembrou do olhar de Kyoka pra ele, da mão dela na barriga. De como ela devia estar dormindo em uma cela suja, enquanto o ômega dele que também estava grávido estava seguro ali com ele.

Denki iria ficar mal. Mas… E Eri? Ele confiou em Kyoka, confiou plenamente. Ele sabia que ela tinha sido empregada de momo, e mesmo assim lhe estendeu a mão, e… ela ajuda o Dabi? 

Ele achava que ela gostava de Eri. Achava que Kouta gostava… mas, esse gostar podia desaparecer por dinheiro, aparentemente.

Ele fechou os olhos, tentando dormir, e colocando a mão na barriga de Bakugou. Tinha outras pessoas pra se preocupar agora, pra cuidar e proteger. 

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