37- Preocupações

O caldo tá engrossando galera...
Se vcs puderem votar e comentar ao longo do capítulo eu ficaria super felizinha. ☺️🫶🏻

11/07/1789 18:30

-Eiji, eu.. - Katsuki perdeu o ar enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas e seu coração se apertava. - Eu sinto muito… i-isso foi o que a minha mãe teve e… -Ele se calou e abraçou o ruivo que mordia o lábio inferior e segurava as lágrimas.

-  E-eu não quero perder ela Suki. - Ele confessou, abraçando o loiro. - A-a minha mãe, ela foi a melhor mãe desse mundo, e-eu não quero que vire lembrança…

-Eu sei, eu sei… - Ele respondeu, passando a mão pelos cabelos do ruivo, deixando algumas lágrimas descerem. Não era próximo de Enya, mas gostava bastante dela. 

Ele entendia a dor do ruivo, perder sua mãe, a pessoa que te gerou e que você tem certeza do amor incondicional era algo absurdamente doloroso. Tira o seu chão, e faz você se sentir sozinho e desamparado.

Apertou mais ele no abraço.

-Eu estou aqui com você, tá? Sempre vou tá, você não vai ficar sozinho, não vai passar por isso sozinho.  -  Ele disse, tentando consolar o ruivo.

-Mas eu não quero ficar sem ela, Suki… - Ele fungou.

Katsuki se calou. Não tinha o que falar, apenas ficou ali, tentando passar calma para o alfa através do seu abraço.

Ele estava preparado para avisar a Eijirou que iria tirar o bebê. Ele já tinha as coisas do chá, estava preparado mentalmente para tal. Tinha aceitado que era de Eijirou, não fazia sentido ser de Shinzo, se fosse ele estaria com 5 meses de gravidez já.

Mas como ele poderia agora? Como ele avisaria ao ruivo que ele iria perder mais alguém? Porque seria assim que ele se sentiria. Ele sentiria que estaria perdendo o filho.

Era melhor esperar, pelo menos até o choque da notícia passar, esperar ele estar sofrendo menos pela mãe. Até lá ele ficaria quieto sobre o assunto. O ruivo já estava muito sobrecarregado, com os negócios e agora com uma mãe doente, ele não precisava ficar preocupado com um bebê que não chegaria a nascer mesmo. 

O loiro sentiu suas costas doerem pelo peso do alfa.

— Eiji, deita aqui no meu colo… — Ele se endireitou no sofá. O ruivo levantou a cabeça e acenou um sim, percebendo que havia depositado todo o peso do seu corpo sobre a lombar do outro. Ele então deitou no colo do ômega, fungando.

Ele olhou para o teto, se sentindo amargurado.

-Como você aguentou? - Questionou.

-Não tinha muito o que fazer. E eu… eu tentava me convencer que era melhor pra ela, ela não estava mais sofrendo na mão do meu pai pelo menos.

-Mas a minha mãe tinha uma vida feliz.. ela… ela… ama tanto ir a ópera, ver balés clássicos, dançar… ela é nova, ela merecia viver mais..

Katsuki respirou fundo.

-Pensa que pelo menos ela viveu bem, ela teve uma vida feliz, ela é amada, a maioria não tem isso… - Ela disse, se condenando mentalmente por não conseguir dar o melhor conselho ou o mais útil. - Você vai ficar morrendo de saudades, mas… eu… eu não sei te explicar, desculpa.

Eijirou fungou e passou as costas da mão no nariz. Ele se remexeu e se deitou de lado, sentindo o ômega passar a mão no cabelo dele, acariciando. Ele respirou fundo e deixou as lágrimas descerem e molharem a coxa de Katsuki, até que elas parassem e seu coração doesse menos, o que levou uns 10 minutos.

Nesses 10 minutos eles permaneceram em silêncio, enquanto Kirishima apenas refletia. No fundo Bakugou tinha um pouco de razão, apesar de tudo, a mãe dele teve uma vida boa, e tinha orgulho dele, ele era um bom filho para ela, pelo menos.

O coração se acalmou um pouco enquanto ele sentia o aroma de caramelo queimado de Katsuki, apesar de agora estar um pouco mais doce do que o normal.

-Seu perfume novo deixa seu cheiro mais doce. - Comentou, tentando distrair a cabeça um pouco do assunto. - É bom.

Bakugou o olhou, sentindo um frio na barriga, tinha esquecido que Eijirou poderia perceber a gravidez, ou melhor o alfa dele. Mas não deveria acontecer por conta das preocupações.

-A Eri não sabe ainda não é? - Ele perguntou, não queria que o ruivo ficasse reparando no seu cheiro. Ele não merecia ficar mais preocupado do que já estava e com a cabeça mais cheia.

-Não, minha mãe vai contar hoje no final do dia. - Ele disse e suspirou.

-Eri é forte, não é mais uma criança - Ele disse. - Eu vi ela crescer nesses dois anos, de longe, mas eu vi.

-Ela é uma menina sensível - Ele respondeu. - Doce,  meiga e inteligente, mas ela não é acostumada com dor e sofrimento.

-Todo mundo vai ter dor e angústia na vida, não pode protegê-la disso. - Ele disse. - É a vida, você criou ela bem nos 10 anos que cuidou dela, agora ela vai ter que enfrentar a vida. - Ele disse, e Eijirou suspirou. - Ela vai ter que aprender a lidar com essas coisas.

- É… você deve ter razão. -Ele respirou fundo e se ajeitou no colo de Katsuki.

-Bakugou…- Jiro apareceu vinda da cozinha. - Eu acabei, posso ir? - Ela perguntou. Ela trabalhava com Bakugou agora. - O Denki deve estar me esperando. - Bakugou acenou um sim para ela.

Ela acenou um sim e saiu, deixando os dois a sós.

[.......]

11/07/1789 17:09

Ela saiu da carruagem, e em seguida colocou uma moeda na mão do guarda-costa. Era assim que ela fazia para seu segredo continuar.

O beco estava escuro e um pouco assustador, mas a platinada não se importou e adentrou no local, afinal ela já o conhecia bem. Levantou a saia de seu vestido lilás, para evitar que ele sujasse nas poças de água que estavam por ali e se direcionou para a casa de dois andares que havia ali.

-Kouta. - Ela chamou parando na porta do lugar.

-Oi! - A voz dele sou lá de dentro, e ela ouviu os passos dele vindo e a porta se abriu. Sorriu feliz e se aproximou logo encontrando ele e o abraçando forte. -Eu tava com saudade, pêssego. - Ele disse, a apertando forte no abraço e sentindo seu cheiro de pêssego.

-Você podia ter ido lá ontem, não iam te ver. - Ela disse, saindo do abraço e dando um selinho nele.

-A padaria ficou cheia, meu pai precisou de mim, maaaas - Ele ergueu as sobrancelhas e sorriu para a menina. - Eu te trouxe uma coisa de recompensa.

-Brioche da sua mãe? - Ela perguntou sorrindo que nem uma criança boba, de orelha a orelha. O moreno riu da animação dela e acenou um sim com a cabeça vendo os olhos vermelhos brilharem mais que tudo. - Tá na mesa. - Ele disse e ela se virou para a esquerda, indo até a mesa de madeira antiga que tinha ali vendo a sacola da padaria da família de Kouta.

A casa era do tio de Kouta que tinha ido viajar nessa época do ano para vender suas especiarias. O menino ficava com a chave do local, e o usava para encontrar com Eri.

Ela se escorou no peitoral dele e ele a abraçou por trás, vendo ela comer com vontade o doce. Ela pegou o que estava mordendo e levou até a boca dele. O moreno aceitou de bom grado, comendo e sentindo o talento da mãe na cozinha.

-Huuum… -Eri resmungou mastigando -Que delícia! Sua mãe deveria ser canonizada; Nossa senhora dos doces. - Ela disse mordendo mais um pedaço com vontade e lambuzando o rosto.

Ele riu e beijou o topo da cabeça dela com carinho.

-Ela adora você, toda vez que sai do forno e eu tô vindo pra cá ela me manda trazer. - Ele disse e ela se virou assustada.

-Ela sabe? Sabe o que a gente fez? Você contou? - Ela se assustou, com as bochechas ficando vermelhas de vergonha.

-Que? Não. Ela acha que eu vou no parque com você. - Ela se acalmou e abraçou ele, respirando aliviada. - Eu não contaria. Até porque ela me bateria com rolo de macarrão se desconfiasse que eu corrompi sua santidade com a minha safadeza. - Eri riu um pouco, mais calma, se lembrado do que tinha acontecido no quarto que estava acima da cabeça deles.

Eles esperaram muito por aquilo. Eri tinha medo, afinal a sociedade condenava, Celeste alertava sobre gravidez e Enya foi bem detalhista em dizer como doeu. Mas ela decidiu controlar seu medo e deixar que seu corpo a guiasse. Foi ótimo, apesar da dor do início. Estar ali, na adrenalina de estar fazendo algo proibido, sentindo êxtase no seu corpo de um modo que ela nunca havia experimentado e olhando nos olhos do menino… não, nos olhos do homem que ela amava foi maravilhoso.

Desde então ela se sentia mais madura, mais adulta, mesmo que ninguém além deles soubesse. Ela era uma mulher, afinal, né? Maior de idade e agora já entendia tudo o que tinha para entender.

-Acha que ela me acha meio criança? - A pergunta doou meio triste.

-Não, ela te acha muito certinha, mas isso é bom, porque? - Eles se afastaram e Eri se sentou na cadeira de madeira. O menino a acompanhou se sentando de frente para ela.

-Minhas tias, até mesmo o Eiji. Parece que ainda acham que eu sou a mesma menina de 15 anos que saiu da Vila. Eu trabalho na galeria, eu sei que as economias não vão bem, eu ajudo na administração, e ainda sim, ninguém me fala nada. É frustrante! - Ela soltou e Kouta foi logo segurar as mãos dela. - Tipo… eles contam só entre eles, mas eu sou confiável, eu sou responsável, eu já trabalho, eu sei o básico de investimentos e de finanças, então… eles não devem me contar porque é um segredo de família. - Os olhos dela se encheram. - Não é? O-o Eiji é filho mesmo delas. Eu sou… eu sou afilhada, né? É menos importante

-Pêssego… Eu acho que não. Eu não conheço eles direito, mas eu vi do jardim como as suas tias te olhavam no seu debute. A Ruiva, Enya né?

-É.

-Ela te olhava com carinho, tipo minha mãe olhando pra Eva. -Mencionou a irmã mais nova. - Eles te enxergam como família, talvez ainda não te vejam como uma adulta completa, mas… você acabou de virar adulta, sabe? Vai ver eles ainda não se acostumaram, ou então querem te poupar.

Ela fungou, limpando as lágrimas e pegou mais um pouco do brioche, mordendo ele, tentando achar mais algum consolo.

-Vai ver elas não querem te preocupar.- Ele se aproximou mais dela. - Meu amor, você é o tipo de menina que ninguém quer machucar.

-Mas eu aguento ser machucada, eu não sou de porcelana. Você sabe! Eu vivi três anos em uma escola onde a maioria me olhava torto e me ignorava por eu ter sangue de camponesa. Já jogaram lixo no meu cabelo, e eu aguentei, não aguentei? A minha mãe biológica literalmente me empurrou pra um estranho me levar embora, e eu tô aqui! Tentaram me estuprar em uma festa e eu tô aqui! Eu aguento as coisas! Eu fui chamada de vadia por uma escola inteira! - Ela disse indignada.

-Por isso, você passou por muita coisa ruim já, mesmo sendo uma pessoa muito boa. Você não merecia isso, nada do que fizeram com você. Então talvez elas só querem te poupar de uma crise que vai passar, e evitar preocupações. - Ela o olhou com a boca cheia de brioche. - Tipo… amor, seus olhos brilharam de um jeito tão lindo por conta do brioche. Você fica tão feliz quando ganha uma flor que chega a dar pulinhos, mesmo eu te dando uma quase toda semana, você sempre procura respeitar e fazer os outros se sentirem confortáveis, porque sabe como é ruim não ter isso. Você é muito boa, boa num nível que dá vontade mesmo de te privar de coisas ruins..

Ela sorriu e as bochechas ficaram vermelhas.

-Vem cá.  - Ele chamou abrindo os braços. E ela foi até ele e se sentiu no colo, o abraçando. -Fica calma.

Ela mentiu um sim com a cabeça respirando fundo.

-Obrigada amor. - Ela disse se acalmando e passando os braços em volta do pescoço dele. - Você tem mesmo que ir viajar?

-Tenho, meu pai não mudou de ideia, mas eu te escrevo.

[.....]

11/07/1789 20:55

Os olhos da arroxeada estavam repletos de lágrimas.

-Foi ela, Denki! Foi ela, eu sei, ela tava passando as informações para outra pessoa, deve ser para o Dabi. - Kyoka disse chorosa, agarrando um travesseiro.

-Kyo… fica calma, o bebê, pensa no bebê. - Ele disse, a olhando. Ela morava com ele agora. Kyoka confessou que amava Denki, e ele imediatamente a pediu em casamento e disse que assumiria o bebê, mesmo não sendo dele.

-Eu devia ter saído de perto dela antes… eu devia. Eu que falei das galerias da Itália e da de Lyon. - Ela fungou. - A-a Enya, ela é um amor,  uma pessoa incrível e…e se ela morrer sofrendo porque eles não tem dinheiro pra cuidar dela? Vai ser minha culpa também. - O queixo dela tremia e ela apertava o travesseiro com força contra o corpo. - E-eu não queria falar do relatório de Lyon, mas..  ela pediu de um jeito tão convincente, tão… tão ela e eu fiz, eu não deveria, eu não devia…

-Kyo. - Ele não aguentou e abraçou. - Já passou. Foi errado mas você não é uma pessoa ruim. - Ele disse. Ele não poderia mentir, se sentiu amo a respeito de Kyoka quando ela lhe contou o que ela realmente era. Mas ela veio até ele pedindo ajuda para sair daquilo, que ela não aguentava mais e não queria seu bebê no meio daquilo tudo. Ela não era ruim. -Tem alguma conta segura delas? Algo que você não contou? Elas poderiam sei lá, transferir o dinheiro.

Ela arregalou os olhos

-A conta da Eri! Eu não contei nada da conta da Eri, é onde elas guardam o dinheiro pra Eri estudar. - Ela disse, fungando o nariz, se sentindo minimamente esperançosa.

-Ótimo! Agora a gente precisa pensar em um jeito de avisar sem dar na cara que foi você. A gente vai conseguir. - Ele disse e tentou sorrir amigável pra ela, porém ela mentiu a cabeça negativamente.

-Não. Eu vou assumir o que eu fiz vou contar pro Bakugou. - Ela disse respirando fundo. - Ele veio de origem pobre também, ele vai entender meu lado, né? - Ela enxugou as lágrimas. - Aí ele pode contar pro Kirishima com jeito… vai ver eles não me odeiam tanto depois.

Denki mordeu o lábio.

-Eles vão ficar bravos e vão sentir que foram traídos, tá preparada pra isso? - Ele segurou a mão dela.

-Sim, eu sei, eles estão no direito, mas só não quero que me odeiem… ou que fiquem muito chateados. A Eri, eu adoro a Eri, acha que ela vai me odiar, que ela vai ficar super triste? Tipo… eu penteava o cabelo dela toda manhã, sabe.- Ela fungou, perguntando aflita.

-Nao sei Kyoka, não tem como saber, mas agora você vai ajudar a proteger o dinheiro da família dela, e o futuro dela, pensa por esse lado.

[........]

12/07/1789 00:12

Eijirou e Bakugou foram juntos para a casa das mães do ruivo, Bakugou não parava de segurar a mão do outro, tentando ajudar ele a encarar aquilo tudo.

-Acho que vou ficar aqui… - Ele disse abatido, enquanto a carruagem balançava com eles dentro. - em Paris, não quero sair de perto dela.

-Acho melhor do que ficar lá no meio do mato sozinho.  - Eijirou apenas acenou um sim com a cabeça, ele não estava muito falante como costumava ser, estava abatido e quieto.

Eles chegaram até o destino, e em silêncio eles entraram na casa. Já estava bem tarde, quase passava da meia noite e a casa deveria estar silenciosa, mas não estava, conforme eles subiram as escadas o som do choro foi ficando mais audível. Eles adentraram no corredor comprido da mansão, e Eijirou percebeu da onde vinha o som.

Vinha do quarto de Eri.

-Minha mãe contou pra ela… - Ele disse respirando fundo. - Ela deve tá abalada… - Murmurou.

-Vai dormir, eu vou lá cuidar dela. - Bakugou se ofereceu e Eijirou o olhou. - Confia em mim, eu posso ter jeito com pivetes as vezes. - Kirishima acenou um sim. Sua cabeça estava pesada, seu coração dolorido e seu corpo pesado. Tudo o que ele queria era fechar os olhos e escapar daquele pesadelo que eles estavam vivendo nem que fosse por algumas horas.

Bakugou foi até o quarto da menina, bateu na porta e perguntou se poderia entrar, ela disse um sim e então ele entrou.  Ela estava sentada em uma poltrona perto da janela, agarrada a um travesseiro.

-Eri… - Ele se aproximou e fechou a porta do quarto. - Pirralha, você precisa dormir. - Ela o olhou e depois viro o rosto.

-Sai daqui, e-eu tenho que ficar sozinha! - Ela respondeu.

-Tem certeza que você tem? Porra, você claramente não tá bem, conversar as vezes ajuda. - Ela fungou e manteve a cabeça virada para a janela, de costas para Bakugou.

-Eu sou horrível… - Ela respondeu. - E-ela tá doente e eu tava brava.. brava com ela, achei qu-que me tratavam como criança, sabe? Mas não… e… e ela só, é que… deve machucar tanto saber que vai morrer, e-e-e ter que falar… - O queixo dela tremeu e ela voltou a chorar compulsivamente.

Bakugou se aproximou dela, e colocou a mão nas costas dela tentando confortar, e surpreendentemente ela logo o abraçou. Ele ficou ali com ela. Depois convenceu ela se deitar e ficou lá até ela se acalmar e dormir.

**********
Eita, tamo só na depressão.

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