35- Resumir
Voltei! Atrasada mas voltei
Votem ao longo do capítulo e favoritem.
Vamo, que hj eu tô boazinha.
20 de Março de 1789
" Querido, Zuku
Acredito que você possa ficar tranquilo, eu consegui entrar em contato com um dos ex-capangas do Dabi, parece que ele não sabe sobre o Yudi. Mas infelizmente, o Dabi parece mais rico que antes, e parece que tem um grande plano em ação, sendo assim ainda não posso arriscar voltar a ir ver vocês.
Eu sinto muito por isso, queria muito poder ver como ele está maiorzinho agora e poder te abraçar de novo, mas seria insensato fazer isso e arriscar que ele descubra.
Irei mandar um envelope com mais dinheiro que o normal pra você, junte ele durante os meses que eu enviar, pois se o Dabi fizer algo com a família Kirishima, você pode perder o emprego, e não quero vocês desamparados.
Eu te amo, e não há dia que eu não pense em vocês.
Com carinho, Shoto. "
Midoriya respirou fundo, olhando pra carta. No final ele e Todoroki se viram de novo antes de Eijirou ir embora por dois anos. Eles conversaram, e Todoroki ia vê lo sempre que podia, inclusive na primeira semana pós parto eles ficaram todos os dias juntos. Mas Dabi foi tendo mais capangas, e mais que investigavam o meio ruivo, agora eles não conseguiram se ver mais com frequência, o que restou foram as cartas e o dinheiro que Shoto sempre enviava.
O salário de Izuku era bom, e ele conseguia se alimentar tranquilamente com o bebê e comprar panos para fazer roupas, mas Todoroki sempre enviava, Izuku usava um pouco com algumas comidas e roupas, nada além disso e sempre economizava o dinheiro.
Ele dobrou a carta e a enfiou embaixo do travesseiro. Ele secou as lágrimas que tinham descido e calçou as botas.
O neném estava no chão, segurando umas pecinhas de madeira em formato de fruta, sentado brincando.
Será que algum dia eles realmente ficariam como uma família?
A resposta era não, ele sabia.
— Vem… — Ele pegou um pano e pegou o bebê. — A gente tem que ir ao rio lavar as roupas. — Ele disse, fazendo um canguru e colocando o bebê nas costas, indo realizar seus afazeres.
[.....]
— Hum! — Ikki exclamou, enquanto era apertada nos braços fortes do pai alfa, e recebia beijinhos no rosto.
— O papai…— Mirio começou a dizer, dando mais um beijo na bochecha dela. — Vai sentir falta dessa… — Na outra bochecha agora. — filhotinha dele… — Ikki ria enquanto ganhava o carinho.
Tamaki estava atrás, vendo a cena e rindo.
— Eu também vou sentir muita saudade papai. — Ela disse, abraçando o pescoço dele. — não demola.
Mirio ia sair para ir em uma vila comprar um peixe específico que Eijirou pediu para poder preparar com Bakugou.
— Eu não vou, minha menininha linda! — Ele a colocou no chão de novo.
Ele se virou para Tamaki e o abraçou carinhosamente, aspirando o cheiro do cabelo dele.
— Toma cuidado amor.— O moreno dise. — Nada de dormir no meio da estrada, é pra parar em dormitórios! — Ele advertiu, olhando para o rosto de Mirio.
— Eu vou tomar cuidado. — Ele disse em tom brincalhão e bem humorado de sempre, e tocou a cabeça do moreno, afastando os fios e dando um beijo na testa dele. Tamaki sorriu com e gesto. Miro então se abaixou na altura da barriga do moreno que estava agora esperando o segundo filho deles.
O loiro deu um beijinho na barriga.
— O papai vai sentir falta de você também. — Ele sussurrou pro novo neném antes de se levantar e sair.
[......]
Os olhos de Kirishima estavam concentrados olhando para a tela e para o corpo nu do loiro a sua frente.
Katsuki estava deitado de lado na cama do ruivo, a mão escorando a cabeça enquanto o ruivo pintava ele. Era uma sensação tão nostálgica que Katsuki não evitou na hora de sorrir feliz.
— Eu também quero uma sua. — Ele disse, e Eijirou tirou os olhos da pintura e olhou pra ele.
— Pintura?
— Humrum, quero uma pintura sua nu.— Ele sorriu olhando pro ruivo.
— Bom… se você quer, eu dou um jeito de fazer, mas eu nunca fiz um autorretrato antes.
— E eu quero um que mostre bem esse seu pinto. — Eijirou riu com a fala.
— Vou ter que usar um espelho bem grande pra isso. — Ele disse irônico.
— Ah, me poupe Eijirou. — O loiro revirou os olhos.
[.....]
22 de março
Bakugou estava sentado do lado de Eijirou no chão, escorado nele, olhando ele que retocar o seu auto retrato. Bakugou teve que ficar segurando o espelho pro ruivo.
— ah… — Ele suspirou cansado. — Cansei de anatomia. — Ele se levantou, obrigando Bakugou a se dessescorar. Pegou a pintura e colocou no cantinho da sala e a tampou. Pegou em seguida uma de paisagem e ajeitou no cavalete. Se sentou novamente no lugar de antes, sentindo Bakugou se escorar nele.
Ele pegou um pincel com verde oliva e começou a contornar a árvore que estava no centro.
— Senti falta disso. — Bakugou suspirou, olhando a mão do alfa segurando o pincel.
— Eu também. — Ele tombou a cabeça em cima da do ômega e os dois suspiram. — Eu quero voltar a ter algo sério com você. — Ele soltou, sentindo o coração disparar. — Ainda é prudente esperar a bastilha cair e tals pra um casamento, mas eu não quero ficar só… tendo relação com você sem nada sério, a gente já passou dessa fase. — Bakugou então se afastou do alfa.
Ele tinha negado muitos pedidos até aquele momento. Ele amava sua liberdade de solteiro, e sua vida. Mas era o Eijirou. E a ideia de ficar morando na mesma casa do ruivo, se ir junto dele para os bailes, era tão boa. Mas só isso não compunha um casamento.
Mas ainda demoraria meses para um pedido oficial. E ele pensaria racionalmente em casamento durante esse tempo.
— Já que insiste, a gente pode voltar a namorar que nem antes. — Ele disse, no seu tom habitual. E se escorou de novo. Eijirou sorriu, e se escorou nele de novo.
— Pensando em noivado daqui uns meses?— Confirmou.
— É, eu já disse que casava com você antes, esqueceu, porra? E nada mudou entre a gente nesse tempo então né… — Ele deu ombros.
— No dia daquele baile, eu tinha levado o anel no bolso do paletó pra te pedir. — Ele disse voltando a pintar. — Ele nunca saiu do meu bolso nesses anos. Ficou comigo durante o tempo todo na Itália. — Ele declarou.
Bakugou achou fofo e corou.
— Que brega, ein, cabelo de merda. — Ele soltou, desviando o olhar.
— Você achou fofo que eu sei. — Ele disse rindo.
— Não fala merda se não eu te meto um pé na bunda. — Murmurou.
— Pró: quando a gente casar não vai mais poder usar essa ameaça. — Eijirou soltou.
— Pró: não vou poder usar essa mas vou poder usar a do facão. — Ele respondeu. — Agora cala boca e pinta. Eu gosto de ver você de boca fechada pintando. — Ele disse e Eijirou riu novamente e voltou a pintar.
Eles ficaram minutos assim, até que a porta atrás deles abriu.
— licença… — a voz infantil soou e os dois olharam vendo a menina com os olhos brilhando enquanto via os quadros.
— Veio ver os quadros senhorita Ikki?— Eijirou perguntou, e ela sorriu e acenou um sim. — Pode entrar e olhar. Só não pode colocar a mão naqueles do canto, viu?
— Viu. — Ela entrou.
— Meu Deus, ela é a cara do Mirio. — Bakugou disse, olhando a criança. — Tadinho do Tamaki, passou a noite com dor e nem veio parecido com ele.
— Imagina quando for o nosso e vier a minha cara. — Bakugou o olhou e arqueou uma sobrancelha pra ele.
Porque ele disse aquilo? Ele já tinha dito que não queria ter filhos. Era mais piada para irritar ele.
— Aí me poupe Eijirou. Até porque, se acontecesse, a criança ia ter azar de parecer com você.
O ruivo riu.
— Eu sou maravilhoso.
— Seu cu. — Ele respondeu e se arrependeu porque tinha criança no ambiente. Olhou para ela que andava distraída olhando uma pintura de um castelo. Ela não ouviu.
Eijirou voltou a pintar e Bakugou a olhar.
Até que ikki ficou atrás deles olhando o ruivo.
— É difícil?— Ela perguntou, colocando um dedo na boca e o olhando.
— Um pouquinho. — O ruivo respondeu. E se lembrou que tinha dito a ela que a ensinaria se quisesse. Era isso. — Você quer aprender? — Ele perguntou. E ela acenou um sim sorrindo toda feliz. — Senta aqui no chão.
E ela sentou, e ele segurou o pincel pra ela e entregou uma tela menor.
Ela ria e se divertia enquanto ele a ajudava a pintar uma flor amarela e roxa que ela pediu.
— Roxo do papa e amarelo do papai. — Ela disse.
Bakugou acabou se envolvendo na atividade e ajudando os dois.
Até que aquela criança parecia ser fofa e fácil de lidar. Mas só ela.
Já Eijirou não parava de pensar que quando fossem os filhos deles ele ensinaria a pintar do mesmo jeito.
[......]
24 de Março
Eijirou apoiou o rosto no queixo, enquanto olhava o loiro estalar os dedos. Bakugou estava sentado ereto de frente ao piano. Ele virou o pescoço para um lado e para o outro, estalando ele.
— E pode parar de me olhar assim. — Ele resmungou irritado olhando pra Eijirou de canto de olho.
— E como não olhar? Você escreveu uma música pensando em mim, do mesmo jeito que eu pinto pensando em você. — Bakugou revirou os olhos corando um pouco.
Seus dedos se posicionaram e logo ele começou a tocar as teclas, o som invadindo o ambiente.
Começava suave porém intensa. Eijirou diria média, mas não era essa a palavra.
Contida. Respeitosa, essas eram as palavras. O som do início parecia estar sendo contido, escondendo sua real intensidade.
Ele olhou analisando bem o que ouvia.
Vieram então três notas suaves.
Não, suaves não.
Delicadas, e sensíveis, amorosas.
Ao ouvir aquele fragmento ele se lembrou dos pequenos flocos de neve delicados que caíram neles naquela varanda no baile. Era isso que Bakugou tinha representado com o som. A delicadeza e sensibilidade subliminar do momento que eles pararam pra de fato se reverem.
E então a música aumentou o timbre.
Como o beijo.
Eijirou fechou os olhos se atentando ainda mais aos sons.
Logo, a música desenfreou, uma ordem maior e… mais eletrizante do que as notas do início. Como se agora tivesse se libertado e não estivesse mais contida.
A música aumentava eletrizante, seguindo um fluxo contínuo. Se repetia pois uma música precisava de um refrão. Mas era contínua, como uma linha, ou como um…
Desencadear de sentimentos.
Eijirou se lembrou deles dançando, dos olhares e de tudo. E entendeu perfeitamente cada sentido que cada nota expressava.
Bakugou finalizou a música, e se virou, olhando pro ruivo que abriu os olhos e sorriu.
— Sentiu isso tudo mesmo ao me rever? Assim meu ego cresce, suki. — Ele resmungou, se escorando no piano.
— Não fode.
[......]
25 de Março
A árvore começava a florir por causa da primavera. Bakugou e Kirishima estavam sentados sobre ela, ó céu azul com algumas nuvens brancas completava a paisagem.
Bakugou segurava um livro de romance que ele pegou da biblioteca de ruivo com uma mão, e a outra fazia carinhos nos cabelos ruivos de Eijirou que estava deitado em seu colo.
Tinha um passarinho na árvore, piando e fazendo barulho. O vento de primavera também soprava eles de leve, balançando a grama e as florzinhas pequenas.
Eles tinham feito um piquenique antes de irem ficar de baixo da árvore de antes, também tinham ido até o rio novamente e feito sexo na beira dele, já que estava frio demais pra entrar na água.
Eles não falavam nada, Eijirou apenas olhava a paisagem enquanto Katsuki lia.
Aquela sensação de paz e serenidade era tão boa, que fez até mesmo o lado poético de Eijirou despertar e uns versos tomarem forma na mente dele.
Mal havia sentido seu toque sobre mim…
Ele Suspirou, sorrindo e fechando os olhos
O toque de seus dedos sobre mim..
Com calmaria…
Assim como…
Ele abriu os olhos de novo, olhando a campina a frente.
Assim como o vento rasteiro
Teus olhos cor de carmim…
Bakugou se ajeitou e tirou os olhos do livro, olhando pro alfa que estava, em sua visão, brisando.
Num carinho repleto de calmaria.
O ruivo suspirou, se virando e olhando pro loiro que o encarava.
Maravilhosa fantasia…
Dos teus olhos carmim…
— Tá pensando no que tão… tão assim, cabelo de merda?— Bakugou perguntou
— Fiz um poema. — Ele respondeu sorrindo.
— Agora?
— Humrum, quer ouvir?
— Aí, lá vem melação, né?
— É, mas você gosta não nega.
— Gostar é muito forte, eu te ouço pra você não ficar de bico. — Ele resmungou. — Mas desembucha, vai. — O ruivo então sorriu antes de recitar.
Mal havia sentido seu toque em mim
Num carinho repleto de calmaria
E já há minha mente se alimentado
Com a mais maravilhosa fantasia
Enquanto contemplo o infinito
Dos teus olhos cor de carmim.
[.....]
27 de março
Bakugou estava deitado sobre o alfa na cama dele, seu dedo indicador estava traçando a linha do peitoral nu do outro.
— Queria que você ficasse mais. — O alfa disse, seus dedos se enrolando nos fios loiros molhados. Eles tinham acabado de sair do banho, e como antes, Eijirou basicamente banhou Bakugou, limpando o cabelo e as costas dele.
— Eu também queria ficar mais, apesar de tudo. — O loiro resmungou, olhando pela janela do quarto e vendo o campo. Amanhã pela manhã ele iria embora para voltar a sua rotina de pianista renomado. — Quando você vai pra lá? — Ele perguntou.
— Acho que em mais de dois meses, depois desses dias de folga, eu vou precisar resolver muita coisa sobre as galerias na Itália. — Ele disse meio irritado.
— Merda. Em Junho vai ter um baile de verão na casa dos Tardlen. Acha que consegue ir?— Ele perguntou.
— Em junho eu acho que vou estar tranquilo sim. — Ele respondeu, voltando a passar os dedos pelas mechas loiras. Bakugou parou de passar a mão pelo peitoral do alfa e respirou profundamente, sentindo o cheiro de Eijirou, o cheiro natural dele e o cheiro de limpeza que ele tinha por ter saído do banho.
Ele queria guardar cada segundo daquilo, porque demoraria pra terem de novo.
E Bakugou sabia que o negócio sobre a bastilha estava próximo. E ele sentia que isso atrapalharia as coisas.
Tentou ignorar e ser racional. Estava tudo bem, eles dois ficariam bem. Mesmo depois de dois anos Eijirou ainda queria se envolver sério com ele.
E ele com o ruivo.
Eijirou esticou uma mão e pegou um morango que estava no pote no criado mudo deles e entregou a Bakugou que abriu a boca e comeu.
Encostadas na janela tinham as duas pinturas. Uma de Bakugou nu e a outra de Eijirou nu. Ambas prontas.
Na de Bakugou ele estava na cama, e a de Eijirou ele estava sentado em sua poltrona com as pernas abertas e uma em cima da poltrona.
— Percebeu que dá pra resumir tudo que a gente viveu até agora nisso?— Eijirou perguntou.
— Nisso, o que?
— Pinturas e morangos. A gente só tá aqui porque eu queria fazer uma pintura e você vender morangos. — Ele disse. — E até mesmo agora, a gente ainda se envolve em pinturas e tá sempre comendo morangos. Você sabe qual o significado de um morango?
— Uma fruta?— Bakugou supôs, levantando as sobrancelhas e virando o rosto para o alfa.
— O simbolismo deles é sensualidade, energia sexual, amor e paixão ardente. Acho que isso define a gente, não? Mistura com a questão da arte da inspiração, expressão poesia e simbolismo que vem com as pinturas.
Bakugou parou pra pensar. A aquela altura, dava pra resumir os dois naquilo sim. Tinha amor, sensualidade, coisas eróticas, coisas simbólicas e poéticas neles.
— Você viaja demais. — Ele fechou os olhos respirando fundo e virando o rosto novamente. Ele estava cheio, eles tinham almoçado um peixe maravilhoso que Mirio tinha buscado, junto de várias caldas, ervilhas, batatas grelhadas, e outros, além da torta de frutas vermelhas maravilhosa e depois tomaram banho, e Bakugou começou a sentir o sono depois do almoço.
Não demorou muito e ele dormiu daquele modo em cima do alfa.
Eijirou pegou um lençol e o cobriu, e se pôs a fazer carinho nas costas do ômega, bocejando logo em seguida.
Ele acabou dormindo também
•••••••••••
Essa paz é boa, não é?
Vai acabar em...
Olha só, o próximo é último capítulo de paz.
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