30- Retorno

Eijirou voltou e nós vamos ver como anda a vida de geral no ano da revolução.

QUE A BASTILHA CAIA! 🇨🇵🇨🇵🇨🇵


Fevereiro de 1789

Acho bela a introspecção
Ela trás a tona um calor latente,
uma imaginação poética
uma utopia fervorosa
Que estavam antes guardadas
Na minha mente simbólica.

O grafite do lápis produzia o som baixo de sua ponta contra o papel. Enquanto feixes de Luz atingiam o mesmo atrás da janela aberta da carruagem, o que também permitia o vento trazer o cheiro da aurora francesa às narinas do ruivo.

O homem cujo sempre teve seu coração batendo acelerado pela ansiedade de voltar para casa, agora permanecia atônito, enquanto prestava atenção no poema em suas mãos.

Quantos poemas não foram escritos antes? Todos direcionados a saudade de um amor primaveril. E agora, ele olhava pra si mesmo enquanto se aproximava mais desse amor.

Eijirou respirou fundo. Olhando a paisagem, a rua, e tudo de sua vila. Em cerca de 10 minutos, estaria pisando de volta em sua casa de campo que não via a dois anos.

Os minutos passarem, e lá estava ela, a casa de campo dele, grande, com um quintal lindo e florido pela primavera, com um pouquinho de neve acomulada em volta.

[...]

Eri sorria entre o beijo, escutando o barulho das pessoas na rua de trás. Ela estava em um beco, agarrada a Kouta que a beijava.

Eles se separaram e ela olhou nos olhos dele, sorrindo. Ele passou o dedão pela bochecha dela, descendo para o pescoço, fazendo ela se arrepiar.

— Mas ele te segurou assim? — Ele apertou mais a cintura dela.

— Não… sabe como eles são frios, não se comparam a você. — Ela disse, se lembrando dos caras que tinham pedido a mão dela nesses dois anos. 

Ele olhou para ela, era tão perfeita, um rosto tão delicado, com cabelo tão perfeitamente arrumado em um coque, decorados com penas. Droga, ele a amava demais. — Não vou me casar com nenhum deles, eu juro. — Ela disse.

— Mesmo se eles te derem diamantes?— Ele riu.

— Mesmo se me derem diamantes, se declamarem poemas, ou qualquer coisa, meu senhor. — Ela disse fazendo gracinha, e Kouta riu. — Porque meu coração pertence somente a vós! — Ela disse mais alto rindo, imitando o drama dos poemas da época.

— Como é?

— Meu coração pertence, bate e chora somente por vós! — Ela disse mais alto rindo.

— POIS O MEU CORAÇÃO TAMBÉM SÓ PERTENCE, BATE E CHORA POR VÓS, MADEMOISELLE QUE ROUBOU ELE DE MIM! —  Ele disse, no mesmo tom de piada e os dois riram, olhando pra ver se ninguém tinha entrado no beco onde eles estavam. — Até tiro de amor eu já tomei. — ele brincou, e ela fechou a cara.

— Não brinca com isso! — Ela bateu a bolsinha de mão nele. — Você podia ter morrido.

— Eu não ia morrer e te deixar aqui para aqueles mimados. — Ele disse, e ela sorriu.

— Bom, vemos, eu tenho que voltar pra carruagem. — Ela disse, colocando melhor o capuz sobre a cabeça. Kouta se virou e pegou a cesta com legumes dela.

Ela sempre ia na feira, ela comprava legumes, mas passava a maior parte do tempo beijando o moreno. Ela só podia fazer isso uma vez na semana, tinha que aproveitar.

Ela saiu pelo lado direto do beco, e ele pelo esquerdo, fingindo que nada tinha acontecido.

[....]

Bakugou segurava sua cesta enquanto pegava umas cenouras. Ele finalmente estava tendo tempo em sua agenda, e aproveitou para apenas sair e aproveitar a brisa de inverno para trazer ar aos pulmões.

Ele pegou algumas cenouras geladas e colocou na cesta, entregando o dinheiro a moça que sorriu.

Ele colocou as mãos no bolso para esquentá-las, enquanto caminhava para pegar os rabanetes. Mal podia esperar para tomar uma sopa de rabanetes, com tempero de alho poró.

— Você aqui! — Shinzo disse, se aproximando.

Eles… bom, Bakugou descobriu que Shinzo era mais impuro do que parecia. Eles transaram algumas vezes. Depois de um ano sem sexo, Bakugou sentiu essa nescessidade, mas não iria para um puteiro.

E Shinzo era infertil, o que fazia as chances dele engravidar cair para 0, e isso era um ponto muito importante. Mas ainda sim, eles conseguiram ser amigos, e o alfa nunca desrespeitou ou se aproveitou dele.

— É uma feira, é normal as pessoas estarem aqui. — Ele respondeu.

— Você viu o baile que as Kirishimas vão dar? É pelo debute da Eri, e também deve ser pela volta do Eijirou, ele volta esse mês, não é? — Ele comentou, e Bakugou sentiu o coração disparar.

— Vi sim. — Ele respondeu, chegando na barraca dos rabanetes.

— Mesmo esquema então, eu e você dançando? — Bakugou o olhou. Ele imaginava que dançaria com Kirishima, mas ele nem sabia se o ruivo voltaria mesmo até o baile. Então ele não ia arriscar.

Fora, que era O BAILE. O convite deixava claro que era um baile um pouco mais indecente, mais quente e caloroso, e tinha até mesmo o tipo de vestimenta a ser usada.

Isso sim era iluminismo. Cachaça e pessoas com roupas indecentes dançando.

— Claro, pode ser sim. — Ele respondeu. Se lembrando da sensação de quando dançou com Eijirou, da sincronia… Ele queria tanto aquilo de novo.

Mas não podia se iludir. Dois anos. Ele não arrumou um novo amor, mas Eijirou poderia ter arrumado. Ainda mais que ele nunca respondeu a carta.

— Já escolheu a roupa?— O roxo perguntou.

— Humrum, o corset é azul meio metálico, com detalhes dourados. — Ele respondeu Pegando os rabanetes.

— Vai ser incrível, tô escolhendo o meu também.— Ele disse.

— A Kendo vai, não vai? — Bakugou perguntou, pagando os legumes.

— Claro que vai, quem não vai… — E Shinzo foi falando, e Bakugou prestando atenção, até que ele viu uma figura sair de um beco, e tirar o capuz. Era a Eri, nossa, como ela estava grande.

— Ah… Eu vou ir ali. — Ele disse e sai de perto do roxo, indo até a barraca de milhos onde Eri estava, encontrando a empregada que foi junto dela. — Eri? — Ela o olhou e sorriu de lado.

— Boa tarde, senhor Bakugou. — Ela comprimentou de modo formal, e aquilo incomodou um pouco ele, sabia que tinha sido ele quem saiu daquela mansão sem dar um tchau direito para ela.

— Você tá bem? — Ele se virou, olhando os milhos.

— Sim, muito ansiosa com o baile. Você irá, né?— Ela perguntou, feliz por está conversando um pouco com o loiro. Ela estava sentindo saudades dele.

— Sim, irei, acho que todos vão. — Ele queria conversar direito com ela, sem aquelas formalidades todas que enchiam ele fazia dois anos

— Isso é bom, minha tia Enya não para de ficar repassando os detalhes. — Era mesmo. Bakugou nem tinha se tocado, naquela altura Enya já tinha voltado a um mês.— Principalmente sobre o vestido dela…

Eles jogaram um pouco de conversa fora, antes de Eri ter que retornar para casa e a neve ficar mais rigorosa sobre eles. E ambos foram pras carruagens para voltarem para casa.

[...]

Mirio terminou de despejar a massa de bolo na forma untada, pegou ela e caminhou em direção ao forno, o abriu, sentindo o calor contra seu rosto, colocou a forma lá dentro e fechou, se virando para a pia para lavar a outra forma.

E ela tinha sumido.

— Vixi, tô achando que uma baratinha pegou a forma para comer o chocolate. — Ele disse, coçando a cabeça, escutando a risada infantil. — Hum! Eu ouvi, ela ainda dá risada da minha cara! — A risada ecoou de novo. — Onde ela tá…. — Ele andou em círculos, olhando de baixo da mesa, e se virando brutalmente para de baixo da pia

— AAAH!— A menina gritou, antes de rir encarando o pai.

— Dona Ikki, foi você que roubou a rapa do chocolate? — A menina de dois anos riu. Ela estava espremida lá embaixo, a boca suja de chocolate e língua na vasilha, lambendo com vontade.

— É pa limpa. — Ela disse rindo saindo de lá de baixo, com a ponta do nariz suja de chocolate. Ela tinha 2 anos e meio, e já era esperta demais pra idade.

Mirio tirou o chocolate do nariz dela com a ponta do dedo e lambeu.

— Coloca na pia pro papai quando terminar de ajudar a limpar? A gente tem muita coisa pra fazer hoje.

— O donu da casa vai voltá. — ela disse, antes de lamber. — vai te cumida boa — Ela ficou na ponta do pé, olhando as comidas.

— Humrum, e por isso mesmo que você não pode cutucar as panelas hoje. — Ele disse, começando a lavar a louça da pia.

— Mirio. — Midoriya entrou na casa. — Ele chegou. Já colocou o bolo pra assar? — Perguntou. Amarrado nas costas de Midoriya, o bebê dele dormia, com o rosto encostado no ombro do pai ômega, com os cachinhos brancos arrumados.

— Ikki. — Ele enxugou as mãos, e pegou um pano, limpando o chocolate da boca dela, pra ela não ficar tão desarrumada. — Vira. — Ela virou, e ele pegou o cabelo dela que tinha duas Marias chiquinhas e as refez, arrumando os fios loiros lisos que estavam caindo nos olhos dela. Pelo menos descabelada ela não ficaria pra conhecer Eijirou. — isso, agora vai lá chamar o papai pra mim? Se ele tiver melhor, fala pra ele vir. — a menina acenou um sim, correndo pra área dos quartos dos empregados.

Ela chegou, entrando no quarto onde o pai ômega estava deitado, e ela escutou uma tosse.

— Papai? — Chamou, se aproximando da cama, vendo ele enrolado nas cobertas.

— Oi meu amor. — Ele respondeu se sentando na cama e fungando o nariz, as bochechas rosadas por causa do frio.

— Meiolo?— Ela perguntou, se sentando na cama perto dele. — O pai pediu pa ti chama. — Tamaki fungou novamente o nariz. Ele estava gripado, além dos enjôos que ele estava sentindo novamente.

— Já vou lá já. — Ele saiu da cama, pegando o enorme casaco de frio e vestindo.

— Psiu, baixa aqui pimero. — Ela chamou, ele a olhou e se abaixou. Ela encostou a mãozinha na testa dele, igual como ele fazia quando ela gripada. — Tá libeado. — Tamaki sorriu e puxou ela, a pegando no colo e dando um beijo enorme na bochecha dela.

— Obrigado coisinha linda. — Ele riu gostoso com o carinho e com os beijos. Ikki era muito agitada, ela não parava quieta, tava sempre no quintal fazendo bolo de lama, mas era extremamente carinhosa e não tinha vergonha de demonstrar, assim como Mirio. Realmente,

Tamaki gerou 9 meses uma cópia do marido.

Eles saíram do quarto, e foram pra cozinha escutando a porta da frente abrir. Bom, Eijirou tinha voltado.

[....]

Entrar em casa fez o coração do ruivo acelerar. O cheiro de madeira queimando na lareira atingiu suas narinas, sendo completada pelo cheiro de casa limpa, recém faxinada, e ele sorriu, tirando a capa de neve.

Ele estava contente em voltar. Os países que visitou o encantaram, teve experiências boas, mas que ele não pretendia repetir.

Ele entrou na sala vendo Mirio, Uraraka e Deku ali.

Existiam alguns protocolos quando a empregados e blá blá, Eijirou nunca seguiu eles por achar bobagem. Mas era de costume os empregados ficaram enfileirados, isso geralmente pro dono da casa poder ver quantos estavam ali, se tinha alguma contratação nova ou não.

— Bem vindo de volta. — Eles disseram em uníssono, Tamaki chegando com a filha e a botando no chão.

Ele sorriu pra eles, vendo o bebê no canguru de Izuku, pelas roupas, ele julgava que devia ser um menino.

— Obrigado. — Ele agradeceu, batendo a mão no cabelo para tirar a neve.

— O quarto do senhor já está arrumado. — Uraraka disse. — E o café da tarde também.

— Continuam sem precisar me chamar de senhor. — Ele disse, entrando mais para dentro, indo comprimentar devidamente eles, e abraçou Mirio.

Eles eram amigos no final das contas. Houveram risadas e uma conversa informal.

— E você, é a senhorita Ikki? — Ele se ajoelhou na altura da criança, que colocou o pezinho para trás e balançou sorrindo.

— Eu sim. — Ela respondeu, sorrindo

— Você já tá muito grande, já até fala.

— Fala obrigado. — Tamaki que segurava a mão dela disse.

— Bigada. —Ela disse sorrindo.

Ele também conversou com Izuku. Ele tinha tido um filho chamado Yudi. Eijirou tomou o chá da tarde e depois subiu para dormir, ele estava cansado, e deitar em sua cama, de frente para sua janela e sua vista, foi incrível. Ele olhou uma árvore grande no fundo da paisagem, toda cheia de neve. Era lá onde eles tinham subido para ver o sol nascer onde Bakugou confirmou que estava pronto para dar um passo maior na relação.

Era dolorido saber que não aconteceu, e não ter a mínima ideia de como as coisas ficaram depois desses dois anos.

[....]

Eri tirou seu capuz de neve entrando na casa, onde vários e vários empregados corriam para lá e para cá. O baile era em 5 dias, tudo tinha que ficar perfeito.

— Eri! — Enya apareceu. — Finalmente, venha, você tem que provar o vestido e escolher o penteado. — Ela disse, e os empregados pegaram a cesta e as coisas da garota. Eri subiu as escadas, acompanhando a ruiva. Ela tinha voltado no mês passado, e estava a todo vapor organizando aquele evento. Elas precisavam mostrar luxo e abundância de dinheiro, para impressionar os futuros investidores e sócios.

Eri entrou no quarto, vendo o vestido rosa com uma enorme baixa azul na frente. Ele não tinha mangas, apenas um corset na parte de cima que tinha detalhes dourados.

— É lindo. — Ela sorriu. Passado a mão no tecido. — É tecido indiano? — Questionou.

— É sim, e… — Enya pegou uma caixa, abrindo ela, deixando Eri ver os brincos em formato de asas de borboleta. — Os brincos e as outras jóias vieram diretamente da Itália. E a seda dos seus sapatos da china.

Eri sorriu. Fazia tempo que ela não tinha toda aquela ostentação.

— Isso… não foi muito caro? — Questionou. Até para os padrões delas aquilo era… expendido.

— O Eijirou conseguiu ótimos negócios, lá fora, a uns meses estamos recebendo dinheiro de todos os lados. Estamos bem. — Ela respondeu. — E é o seu debute, não podemos economizar com você.

Eri sorriu mais triste. Ela havia acabado seus estudos, tinha um diploma. Ela sabia que era a hora de debutar. Ninguém nunca disse que ela era obrigada a se casar, sabia que não era a única opção. Mas ela precisava debutar, para até mesmo ser vista como adulta por todos.

— Não fique assim. — Enya segurou as mãos dela. — Tenho certeza que você vai aproveitar seu intercâmbio. — Ela disse. Eri pediu por um intercâmbio, um outro estudo, queria viajar, fazer mais coisas antes de se casar.

Ela queria casar, de verdade, ela gostava da ideia de ter um amor, uma família e tudo isso, mas ela queria com alguém que ela amasse.

Não era impossível, né?

Talvez ela só precisasse de mais tempo, d rir a novos lugares, assim poderia conhecer alguém que… substituísse Kouta. Por mais cruel que fosse.

— Também tenho… — Sorriu de lado.

— Agora vamos experimentar e olhar seu cabelo. — Ela foi auxiliada pelos empregados na hora de se despir, e vestiu o vestido, olhando a fenda que mostrava sua perna, como seus ombros estavam desnudos…

— Você é jovem e bonita Eri. — Enya disse, olhando de trás, onde amarravam os laços. — Vai se dar bem na vida adulta. Só precisa ser resistente.

[....]

Bakugou olhava sua calça, inspecionando se estava bem limpa. Ela era preta, bufante e na parte de trás tinha uma causa, que imitava uma saia de cetim.

Ele caminhou e pregou sua nova aquisição: Seu conjunto de diamantes. Comprados por ele mesmo.

Sorriu olhando a peça, e a colocou no pescoço. Diamantes brancos, e detalhes azuis ao longo da peça, combinando com o corset.

Ele se lembrou do último baile com Eijirou. Como ele queria que dançassem de novo.

Ele estava ansioso, nervoso e empolgado. Como seria se se vissem, ein?

— Porra… — Ele tocou a peça no pescoço. — Eu pergunto como foi lá? Ou vou logo direto ao ponto e abro as pernas nessa caralha?

O gato dele passou pelas pernas e miou. E ele tirou o colar e o guardou, indo para a mesa rever seus estudos.

Precisava relaxar.

Em 5 dias o baile aconteceria, e só lá ele tiraria suas conclusões.

•••••••••
Sim, eles vão se reencontrar em um baile ♥️✨
É fic de época, né porra? Mais clichê que isso eu não sei.
Alguém imagina qual música eles vão dançar juntos, cheios de elegância e chiquesas? Hum? ꒰⑅ᵕ༚ᵕ꒱˖♡

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