28- Molde-se
Bom sábado cambadaaa!
Finalmente tô tendo um pouco de ritimo né?
Deus, falta 12 caps pra acabar.
Ah, vou deixar avisado que a próxima temporada vai demorar um pouco pra sair, já que eu vou reconstruir por completo pai por acidente, então né.
Mas aproveitem o cap e comentem ao longo dele, eu agradeço bastante.
Maio de 1788
Bakugou levantou naquela manhã de primavera, sentindo o cheiro da comida que vinha da cozinha.
Ele se levantou e fez sua rotina, lavou o rosto, passou a maquiagem e se arrumou para a academia e as aulas da parte da manhã. Tinha ensaio à tarde, um jantar com admiradores dos músicos e pretendia estudar em casa durante a noite.
Se arrumou e comeu a comida de Kyoka e se despediu dos gatos, saindo do novo apartamento com sua mochila e caminhando até o local onde ele pegaria carona na carruagem com Shinzo e Kendo.
Ele então pegou o livro a mais que levava consigo na mochila, tocou a capa vermelha e o símbolo de morango que tinha ali.
Estava em italiano, mas ele entendia o título " A garota das plantações de morangos." Segundo a carta, era uma história de romance entre uma garota que vivia em plantações de morangos e seu vizinho rico. Por esse fato, Eijirou se lembrou do loiro e o enviou como presente de aniversário.
Bakugou não respondeu a carta, mesmo depois de um mês tendo se passado.
— Katsuki, Katsuki. — Mina colou ao seu lado, ele ainda morava no mesmo bairro que ela e sempre se esbarravam. — Noite de bebedeira e jogos lá em casar o que acha? — Convidou.
— Tenho apresentação pública em uma praça em uma cidade menor amanhã, não posso. — Ele respondeu, olhando ela.
— Você bebe suco então.
— Vou estudar italiano, ano que vem tem viagem. — respondeu.
— Viagem ou alguém quer ler o livro que ganhou de aniversário? — Ela perguntou e ele revirou os olhos.
— Não enche a minha paciência, ela é pouca e acaba bem rápido. — Respondeu.
— Bakugou, é melhor não estar em casa hoje, soube que aquele poeta quer pedir sua mão.
— E?
— Melhor ano estar em casa.
— Que se foda o Henry, eu digo não e ele some da minha casa. — Repondeu.
— Quer mesmo enfrentar a cena de uma poeta iluminista te pedindo em casamento? Com poemas e melação?
— Eu tenho que estudar hoje, mas no sábado eu posso jogar com vocês. — Ele respondeu.
— Affe, quando você era modelo tinha mais tempo pra mim — Ela resmungou, implicando falsamente.
— E tinha mais crises de raiva por causa de você e dos dois idiotas. — Respondeu, avistando Shinzo na carruagem o esperando.
— Arg, Tchau Katsuki, sua carruagem chegou.
— Tchau, Mina, da próxima vez seja menos irritante. — ele disse, guardando o livro na mochila. Shinzo estendeu a mão pra ele e ele subiu na carruagem.
— Temos uma novidade. Família de Pommie pretende dar um baile, querem você tocando em um momento especial. — Kendo disse.
— Que momento?
— O filho dele vai propor a caçula dos Kirishimas. — Bakugou piscou.
— Eri? Achei que o Ei- Kirishima tinha falado que ela não iria se casar antes da faculdade.
— É mas, ele não está aqui, então eles vão aproveitar a oportunidade. Ele vem tentando conquistar ela faz tempo, pra ela dizer sim. Se ela aceitar, o irmão dela não vai impedir lá de longe. — Ela disse.
Bakugou imaginou se Eri aceitaria. E aquele outro menino, o Kouta? Ele tinha se desligado da família de Eijirou, não fazia a mínima ideia de como Eri estava, por mais que se importasse com ela.
— Acha que ela deve aceitar? — Shinzo questionou, olhando o loiro.
— An, não. A Eri tem muito pela frente ainda, ela quer estudar e aprender a cuidar de finanças… bom, eu acho.
— Realmente ficou próximo dela enquanto era modelo, não é? — a ruiva perguntou.
— Sim, fiquei. — Respondeu, olhando a paisagem — E acho que isso vai ser um desastre, ela vai dizer não em público, para ele.
— Isso nós vamos ver.
E eles seguiram para a universidade, depois para o ensaio.
[.....]
Bakugou voltou pra casa cansado depois do jantar. Ele só queria ir pra casa estudar, só isso. Era irritante passar o dia todos sorrindo, falando chique e interpretando um personagem. Não gostava de não ser ele mesmo, mas suportava isso há um ano já.
Suportava tudo, na realidade. Ou talvez apenas tentasse esquecer tudo. Ele ainda se lembrava dos caras que matou, e lá no fundo, ainda se perguntava se eles tinham família ou não, mesmo que agora não tivesse mais como checar essa informação.
E lá estava o bendito poeta, na porta do apartamento dele, esperando com mais quatro carss e um buquê de rosas na mão.
Anão, ele não queria falar chique mais, só queria ficar sozinho em casa… era pedir demais?
— Senhor Bakugou. — Ele veio, e Bakugou recuou, já meneando um não com a cabeça.
Não, não! Ele se recusava a passar por aquilo!
" Pronto pra ser pedido em casamento?" Se lembrou de Eijirou sussurrando no ouvido dele, antes de tudo dar errado. Se lembrou das borboletas na barriga enquanto dançava com o ruivo.
E agora seu estômago embrulhava em repudia, enquanto Henry se agachava e começava a resitar a droga de um poema.
Bakugou se lembrou do cheiro de sangue daquela noite,... Do abraço, da culpa de matar, do modo como Eri chorava.
— Casa comigo? — ele perguntou.
— Não! — Ele disse grosso, olhando para o poeta. — Eu… — Perdeu a fala.
Que droga! Ele era Katsuki Bakugou, não ia perder a fala só por estar rejeitando alguém.
— Eu não aceito me casar com você, vai achar alguém melhor. — Sua voz saia com raiva a cada palavra. Raiva de ter que falar daquele jeito e não poder soltar um " vai pro inferno."
— Mas… eu amo o seu jeito, sua personalidade, serei um bom marido.
O jeito dele? O jeito falso e mentiroso? Era isso que ele amava. Só Eijirou amou o jeito de Bakugou.
— Não… você não me conhece, acha que conhece, vai achar outra pessoa e abre espaço que eu quero entrar em casa. — Ele disse, ríspido demais, quase soltando seus palavrões.
Os homens se olharam e murmuraram. E começaram a sair.
— Você na realidade é um grande presunçoso, eu posso não ser tão rico quando o Eijirou, mas eu ao menos estou aqui e seria um bom marido. — Henry disse, parando na frente dele.
— Isso é o que você diz, você é imaturo e não aceita um não, isso já mostra o quão merda você seria como um marido. — ele precisava soltar um.
E ele passou por Henry e entrou em casa rapidamente.
Esperou até ouvir os passos dos homens indo embora e chutou o pote de comida vazia dos gatos.
— DESGRAÇADO DO CARALHO!— Ele disse, o peito subindo e descendo de raiva, de ódio, de vontade de se soltar. — INFERNO, INFERNO, INFERNOOOO! — Gritou, chutando o outro pote.
— Miauu — O gato amarelado miou, de cima do sofá.
Bakugou respirou profundamente e olhou a carta de Eijirou em cima da mesa, e sem aguentar abriu para ler uma segunda vez.
"
02/04/1788
Querido Katsuki
Sei que combinamos de não trocar tantas cartas, mas acredito que só dessa vez não faça mal. No momento eu estou na Itália e tive uma folga de tudo, entrei em uma livraria e achei o livro do embrulho
Morangos ainda me lembram você e decidi enviar como presente de aniversário. É sobre uma menina que vive em plantações de morangos e se apaixona pelo vizinho rico.
Sei que parece tolice, você não entende italiano, mas… sendo sincero, quero mostrar de algum jeito que ainda me lembro de você, que não te esqueci e que seu aniversário não passa em branco pra mim. Amassei muitas cartas que te escrevi e não enviei porque não quero ser inconveniente, mas depois de um ano, sinto que preciso ao menos dizer pra você que me lembro de você que eu sei sobre o seu sucesso, a Mina e minhas mães me contam através de cartas.
Fico orgulhoso, você disse que seria foda pra esfregar na cara do seu pai e você está sendo, até aqui na Itália já comentaram sobre você. Fico feliz que nesse ano você está tendo sucesso e seguindo o que sempre quis.
Não precisa responder se não quiser… eu só quis falar um pouco sobre o que eu sinto e ainda penso. Talvez essa carta seja amassada também, talvez eu nunca te enviei nada e deixe pra te entregar o livro pessoalmente… eu não sei.
Atenciosamente, Eijirou. "
Bakugou olhou através das janelas vendo as árvores floridas e vendo seu vasinho de margaridas.
Era primavera… e ele havia prometido algo ao ruivo. Algo que ele procrastinou e fingiu ter esquecido, mas não esqueceu. Não tinha como esquecer que houve uma possibilidade de ter um filho com o ruivo. E se a gravidez tivesse dado certo naquela época? Ele estaria casado e estaria… viajando com Eijirou? Eijirou não iria querer ficar longe do filhote por dois anos, Bakugou não sabia como sabia isso, mas sabia.
E ele se levantou, colheu as flores com delicadeza, foi até a escrivaninha e amarrou um lacinho rosa mas flores e as ajeitou. Pegou seu casaco marrom e o vestiu, antes de sair andando. A mansão ficava no arround ao lado, e como Bakugou tinha se mudado, o caminho era menor e ele apenas pegou um cavalo no estabelecimento que tinha ali, e foi a galopes até a casa das Kirishimas.
Eijirou não disse um eu te amo na carta… isso significava algo? Ou ele só não quis forçar nada?
Será que ele era ruim por tentar se ocupar para não pensar no ruivo enquanto ele não parava de pensar? Mas o que ele poderia fazer? Ficar todos os dias morrendo de saudade, contando os dias até o ruivo voltar? Não, isso era coisa de livro e não era nada saudável.
Eles conversaram e ambos sabiam que em dois anos, eles podiam se apaixonar por outra pessoa, juraram que isso ocorresse não deveria haver ressentimentos, pois a vida toma rumos imprevisíveis mesmo.
Ele virou a rua com o cavalo, olhando a lua cheia, como ele e Eijirou olharam a um ano.
— Anne… — Murmurou. — Será que seria uma menina mesmo? — Se perguntou, tentou imaginar ela, como Eijirou dizia que via nos sonhos. Cabelos ruivos intensos, ondas, olhos avermelhados e escuros, quase castanhos, bochechuda. Ele conseguiu imaginar os dois com ela, a essa altura ela teria… um ano? Um ano e alguns meses?
Por um segundo, ele se viu na casa de campo de Eijirou novamente, deitado sobre a mesma árvore, lendo livros para uma criança.
Sacudiu a cabeça, lembrar demais da casa de campo fazia ele sentir saudade e se sentir frágil, e ele não queria.
Avistou a mansão e chegou no portão, descendo do cavalo. Os guardas o reconheceram e pegaram o cavalo e outros entraram com ele pelo jardim da frente e foram para o hall.
Agora que ocorreu a ele.. e se estivesse incomodando já de noite?
Uma empregada subiu e foi chamar Celeste. Ela desceu em seguida, olhando curiosa e preocupada para Bakugou.
— Bakugou? O que te trás aqui de noite? Algum problema?— ela perguntou. E ele olhou as flores em suas mãos, e por um segundo quis chorar e ver Eijirou ali consigo.
— Eu… é primavera e o Eijirou, ele colocava flores onde o bebê está e… eu não sei, só quis fazer isso porque ele fazia e… porra, eu posso? — pediu por fim.
Ela estava confusa mas acenou um sim pro loiro.
— Claro que pode, fique à vontade. — Ele fez que sim com a cabeça e passou pela casa, indo para as portas do fundo.
As palavras de Henry ressoavam na sua mente, " eu amo seu jeito" a quanto tempo ele não deixava seu jeito sair?
A verdade era que ele tinha se dobrado aos caprichos da sociedade para ter sucesso em sua carreira. E quem poderia julgá-lo? Ele nunca teve nada, já passou fome, era justificável ele se moldar e esconder seu verdadeiro eu, não é? Ninguém podia culpá-lo disso.
Então porque ele se culpava?
Ele chegou até a árvore. E se sentou do outro lado e deixou as lágrimas saírem.
Desejou por um segundo estar com Mina e com os idiotas, podia falar palavrão à vontade na frente deles.
— Será que o seu pai vai ficar tão orgulhoso assim quando ver que eu sou outro na frente das pessoas? — Perguntou, desabafando, não esperando ouvir uma resposta, é claro. — Será que ele ainda me amaria se descobrisse que eu… no fundo agradeço de não ter tido filhos? Se você estivesse aqui eu acho que teria que viajar com ele, e largar minha carreira e… — Soluçou. — mas eu seria eu mesmo, não é? E teria uma família e toda aquela arte e filosofia do seu pai… aí caralho, como eu sinto falta dele falando de Platão na minha orelha. — Fungou. Olhando a lua. — Eu sou ruim, não sou? Por… tentar não pensar nem um pouco nele, nem em como eu não sou o único sofrendo… eu tive colo, amigos, ele não, né? Ele tá sozinho lá, e eu não consigo responder a droga da carta dele, só sei fugir. — Passou a mão nos olhos, tentando limpar as lágrimas. — Mas eu não posso ficar pensando nele… não muda as coisas nesse caralho, e se ele achar outra pessoa lá? Eu vou ficar aqui sofrendo atoa, eu tenho que aproveitar esse tempo sozinho, é o certo, eu tenho que ser forte. —
Ele ficou em silêncio por um tempo.
— Eu não sei o que pensar… se eu paro com essa atuação na frente de todo mundo e sou só eu mesmo e deixo o Eijirou ficar na minha mente ou se eu continuo por causa da carreira e do dinheiro… e continuo ganhando mais e mais dinheiro. — Suspirou. — Aí porra, eu só queria voltar no tempo, viver de de morangos e de pinturas era mais fácil.. — e ele chorou compulsivamente.
Ele sabia o porquê estava ali, era um lugar importante para Eijirou, era perto do mato… estar ali era como estar um pouco mais perto dele. Até mesmo o apartamento que Eijirou ajudou a arrumar tinha ficado para trás.
Depois de seus soluços cessaram, ele finalmente colocou as flores sobre a terra. E suspirou.
Ele sabia o que era racional a se fazer, continuar dando prioridade a sua carreira e ganhando seu dinheiro, isso era um privilégio na França, ele não deveria jogar isso fora, mas antes de sair, decidiu falar mais uma coisa. Ele já tinha falado sozinho, desabafando mesmo.
— mas se você tivesse vindo, eu sei que ia te amar e cuidar bem de você… mas isso não seria o melhor pra mim. — E saiu, se sentindo um pouco mais leve depois de ter chorado tanto.
Bakugou sabia que se ele tivesse um filho um dia, ele cuidaria bem, daria todo o seu máximo pro bem da criança, mas isso não faria bem a ele, e enquanto ele pudesse escolher, ele escolheria o seu bem.
Ele saiu da mansão, e não viu mais Celeste, ela deveria ter ido dormir, ele não fazia ideia de quanto tempo ficou lá chorando.
Pegou o cavalo de volta e galopou no silêncio da noite.
Pensou em ir até Mina, pra beber e se divertir, ser ele mesmo, mas tinha um modo muito mais íntimo de fazer isso. Então ele devolveu o cavalo e voltou pra casa, entrou e olhou a carta de Eijirou, pegou uma pena e uma folha nova. E acendeu mais o lampião para iluminar ele.
"16/05/1788
Cabelo de merda...
••••••••
Eles tão escrevendo cartinhaaas!
( ˘ ³˘)♥
Como acham que o Eijirou tá?
Como acham que eu vou fazer eles se reencontrarem? Em?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top