27- Ocupar-se


Kiripima vazou, tô triste ༎ຶ‿༎ຶ

Gostaria de pedir para comentarem e votarem, eu tô realemente escrevendo isso enquanto passo mal, e seria ótimo ter um retorno.
Ps: olhem essa fanart (♡ω♡ )


Bakugou dormiu aquela noite com Eijirou, abraçado a ele. Ele viajava no dia 25. Eles passaram os próximos três dias juntos, abraçados, dormindo juntinhos e até mesmo fizeram um piquenique. Eijirou entregou uma mini pintura de lembrança para ele.

Era noite do dia 23, Eijirou iria passar o dia 24 em sua casa no campo e pela manhã no outro dia, ele iria embora.

Bakugou arrumava as suas coisas em uma mala de mão. Doía fazer aquilo, tirar todas as coisas que ele tinha guardado na casa das mães dele. 

Ele olhou pela janela, vendo a luz de um lampião indo em direção a uma árvore grande, ele conhecia aquela árvore. 

Ele acendeu um lampião e saiu do quarto, descendo pela mansão e indo para os fundos, iluminado pela luz da lua. 

Ele viu Eijirou agachado, tocando a terra embaixo da árvore. 

Ele sentiu as lágrimas brotarem, era onde o ruivo tinha enterrado o bebê deles. Ele entendeu, o alfa mesmo sendo cético foi ali se despedir do bebê.

Ele se agachou ao lado de Eijirou. Olhando as recém margaridas que o alfa tinha colocado ali. Tinha uma inicial na árvore, acima da terra. Era a inicial A. Eijirou disse que se tivesse sido um menino ele gostaria que se chamasse Anthony e menina Anne. Bakugou por não ter se apegado a ideia de ter um filho, nunca parou pra pensar em nomes, então concordou.

— Quando for primavera, você pode trazer flores e colocar aqui? Pra ela?— Eijirou pediu.

Bakugou sabia que o ruivo tinha sonhado uma vez que era uma menina ruiva e volta e meia ele sonhava com uma filha ruivinha.

— Claro que posso. — Ele respondeu, tocando a madeira com a letra A. E o alfa tocou a letra também.

— Vai voltar para o apartamento amanhã? — Ele perguntou. 

— Sim, já arrumei as coisas. — Respondeu. Eles suspiraram e olharam as estrelas.

— Vai sobreviver… a alta sociedade e a tudo, sei que vai. — Eijiro disse, olhando a lua.

— Vai sobreviver viajando, sem seu mato. — Ele respondeu, e Eijirou se levantou. 

— Vou pedir para Tamaki e Mirio separarem suas coisas, pode buscar quando quiser. — Ele disse, e doeu demais em Bakugou ouvir aquilo, mas ele engoliu o choro, olhando para a árvore. Queria falar, falar mais com Eijirou sobre isso, mas doía e ele se negava a ficar falando ao invés de simplesmente aceitar os fatos e a realidade. — Vamos entrar, está frio aqui. — Eijirou chamou.

Eles entraram e dormiram. 

[....]

Eijirou saiu no outro dia pela manhã, ele se despediu de Bakugou, mas o loiro fingiu dormir. Ele sentiu Eijirou beijar sua testa, e dizer umas palavras. 

"Obrigado por tudo suki… me ensinou a amar." 

E saiu do quarto. Bakugou se levantou chorando, e assim que ouviu a carruagem indo pegou suas coisas para sair. Parou ao ver Celeste que estava no hall.

— Bakugou, vai tão cedo? — Ela questionou.

— Sim.. eu- — A voz travou um pouco e ele olhou a casa com amargor. As coisas mudam, ele não poderia se apegar e sofrer. Tinha que ser frio e agir com a cabeça. — Sim, eu não quero mais incomodar, não tem motivo pra isso agora. — Ele respondeu, e ela sorriu triste para ele. — Obrigado por tudo… eu… porra, você me ajudou muito, quero poder retribuir um dia. — Ele disse.

— Favores não precisam ser retribuídos. — Ela respondeu. — Pode vir pra cá e pedir ajuda quando precisar, será bem vindo. — Ele acenou um sim e saiu então.

[.....]

25 de fevereiro

Eijirou estava a caminho da Itália, precisava passar em Paris no trajeto. Ele pediu para fazerem um caminho específico para passar na frente do apartamento de Katsuki, a essa altura, ele estava em casa por causa dos horários. 

Bakugou estava lá dentro lendo perto da janela, e ele viu a carruagem de Eijirou, reconheceria ela em qualquer lugar depois de trepar 4 vezes lá dentro.

Ele largou o livro, ao ver o ruivo descendo. E saiu de casa, ouvindo a porta de lá de baixo abrir. Eijirou já tinha se despedido de Mina e dos amigos… porque ele estava ali?

Ele olhou pro ruivo, ignorando que estava de pijama e descabelado.

— Que se foda, eu não posso ir sem te beijar pra valer. — Eijirou disse, puxando o loiro pela cintura e beijando ele intensamente.

[.....]

Mina teve que consolar Bakugou durante o mês que se passou. Ele se esforçou o máximo que pode durante a primeira semana pra não chorar e não reviver os momentos, mas isso só acabou acumulando mais as coisas e quando ele se permitiu chorar, não parou mais.

— Hey, vocês vão superar isso. — Ela dizia, fazendo carinho nos cabelos espetados dele.

— E-eu fui covarde mina. — Ele revelou. — Fingi que dormi pra não ter que falar com ele… — Revelou. — Eu queria ter falado mais, xingado mais.. sei lá porra, mas eu não fiz. 

— Você foi forte e usou sua mente pra lidar com isso. — Ela argumentou. — E tá tudo bem. Tá tudo bem em ter agido desse modo, não tem como agirmos da melhor forma sem errar quando estamos sofrendo.

Ele mordeu o lábio. 

Era patético estar deitado no colo dela chorando recebendo cafuné, mas que se foda também.

— Você ainda vai conversar por cartas, não?

— Não. A gente combinou de não ficar trocando cartas, ia continuar sendo como se a gente namorasse, e… melhor não ele vai ter huts e eu cios, a gente sabe que vamos acabar trepando com outra pessoas, não quero ler as cartas dele e imaginar se ele tá fodendo em tal lugar. — Fungou, e saiu do colo dela.

— Aí meu Deus, sempre vão pelo caminho mais difícil não é? — Ela arrumou a saia. — Melhor? — Ela perguntou e ele acenou um sim, limpando as bochechas molhadas.

É, depois de chorar horas ele se sentia melhor. Se perguntava como Eijirou estaria, ele estava sofrendo sozinho em uma carruagem a uma altura dessas.

— Quer comer alguma coisa?

— Não, não valeu.

— Deixa eu dizer de novo: Vamos comer alguma coisa. Solteiro sim, sem esse corpo maravilhoso jamais, entendido?

— Não tem nada pronto.

— Vai tomar um banho então, a gente vai sair pra almoçar. Faz 3 semanas já, e você vai voltar a sair com seus amigos. Amanhã você tem apresentação em uma mansão, não tem? Tem que esfriar a cabeça e se distrair. — Ela ditou e basicamente empurrou ele pro banheiro.

Ele se lavou e lavou o rosto, e depois de três semanas, ele voltou e pegou sua maquiagem, passando na região dos olhos, fazendo um pequeno contorno no rosto e puxando os olhos um pouco. 

Colocou o corset e vestiu uma blusa de botões bege e uma calça preta.

Mina veio e disse que tinha chegado carta pra ele. Não era de Eijirou como ele imaginou, mas sim de Enya.

" Caro, Bakugou.

 Fui informada do que aconteceu através de uma carta do Eijirou, e eu sinto muito. Tenha total certeza de que eu e Celeste aprovamos muito vocês dois. Creio que isso é algo passageiro, que não vai definir completamente o rumo de vocês. 

É uma época turbulenta na França e na Europa, isso impede que uma história de romance corra de forma harmônica, mas não impede que ela ainda ocorra.

Enquanto tudo não passa, apenas foque na sua carreira e seus sonhos, pois você é talentoso e ainda irá lotar teatros com sua música. E espero muito poder ver sua evolução quando voltar a Paris.

Ps: muito obrigada por ter feita aquilo pela Eri, seremos eternamente gratos por isso.

Atenciosamente, Enya"

Ele então guardou a carta onde estavam as lembranças de Eijirou, em uma caixa que ficava ao lado do espelho do quarto.

Ela tinha razão, ele tinha que focar no que importava agora, sua carreira.

E então ele saiu com Mina naquele dia e ao voltar, não parou de tocar no mini piano que tinha em sua casa, ocupando sua mente com seus estudos e não com as lembranças deles dois se conhecendo, se divertindo e vivendo um romance de livro.

E ele treinou tanto durante o primeiro mês, que sua melhora foi notada por Aizawa que incluiu mais apresentações para ele e o passou para o órgão, exigindo mais horas de ensaio.

E ele se ocupou, toda vez que ele se pegava passando a mão pela pintura que Eijirou o deu, e se perguntando se um dia ele teria aqueles três meses de volta ele pegava algo para estudar e ocupar a mente. Assim, além de piano ele melhorou seu inglês, e após melhorar seu inglês ele começou a estudar violino também, e a ler cada vez mais histórias de suspense e terror, deixando as de romance de lado.

Mais apresentações para ele, mais destaque, mais estudos e cada vez mais ele ficava ocupado.

Aizawa se surpreendeu com o quão rápido Bakugou melhorou no violino em menos de um ano, e em como ele está aprendendo o vocabulário italiano tão rápido.

Seu dia passou a ser cheio com os meses, mas ainda sim, todo dia antes de dormir, ele pensava em Eijirou e se lembrava de algum momento, das pinturas, do natal, de como dançaram, de como de amaram. De como ele não recebeu nenhuma carta do ruivo. 

E então, ele passou a treinar dança para os bailes durante a noite, e quando caia morto de cansado na cama, ele apagava imediatamente, sem tempo de pensar em nada. Mas em seus sonhos lá estava: Eijirou, com seu sorriso maravilhoso e sujo de tinta.

Não tinha pra onde fugir, por mais que ocupasse a mente, lá no fundo, Eijirou permanência, e a saudade também.

Bakugou nem se tocou quando 1787 estava chegando ao fim e em como os sussurros a respeito dele mudaram, antes ele era " o camponês que recebeu caridade dos Kirishimas e agora está aprendendo piano" para " O ômega loiro da orquestra de aizawa, ele toca o órgão agora e tem uma posição importante. Ele avançou muito em um ano, de fato talentoso".

Seu avanço também influenciava no que as pessoas achavam da revolução, ele percebeu isso. 

"Se um ômega que não foi à escola pode aprender o inglês e piano tão bem em um ano, acho que talvez os camponeses possam aprender e subir um pouco a classe econômica dele, isso resolveria nossos problemas com as manifestações."

Ele tinha um grupo novo de amigos na orquestra. Shinzo, um alfa, sobrinho de Aizawa, que dividia um pouco do temperamento se Bakugou, se deram bem e Shinzo incluía o loiro nos bailes que era convidado. E por várias vezes eles dançavam juntos já que outros alfas costumavam assediar o loiro, então ele aceitava dançar com o roxo para evitar essas situações.

Melissa era uma beta amigável, que chamava o loiro para passeios.

Kendo que era outra alfa ruiva, era séria e alegre na medida certa. E Ibara, uma garota de cabelos verdes, também é beta.

Os cinco saiam e iam para os bailes juntos, e Bakugou costumava ir a todos, era de certo modo algo para cansar ele e o fazer apagar e dormir, sem pensar demais e sofrer demais.

1788 chegou e em Abril, mais de um ano depois de seu último contato com o pintor, uma carta dele chegou, junto de um embrulho de presente de aniversário.

Bakugou olhou o embrulho, parecia um livro.

Ele não tinha coragem de abrir naquela manhã depois de Denki entregar a ele. Ele apenas tocou o tecido e o guardou junto da carta na caixa.

— Depois… depois… hoje eu não posso lidar com isso, eu tenho que focar em um evento público, eu não posso me distrair e errar. — Disse pra si mesmo, pegando o casaco e saindo do quarto. — E tem a mudança também.

Ele estava se mudando para um apartamento maior, as caixas estavam ficando empilhadas na sala já, onde seus gatos faziam a festa.

— O café tá pronto. — Ouviu a voz de uma roxa vindo da cozinha. Outra coisa, Kyoka.

Ela veio falar com Katsuki sobre ele ajudar ela a entrar com a cantora na faculdade, ela também tocava bem. Ele conseguiu uma audição pra ela, mas ela falhou, com tanto serviço de empregada em uma mansão ficou difícil tocar.

Bakugou iria para um apartamento maior, e tão ocupado como estava ele não iria conseguir limpar tudo, e agora tinha dinheiro para pagar uma empregada. Chamou Kyoka pra ficar com ele. A casa dele era muito menor do que as da Kirishima, e ele era só um, era muito menos trabalho pra ela, sobraria mais tempo para ensaiar e os dois sairiam ganhando.

— Tô morto de fome. — Ele disse, pegando as xícaras enquanto Kyoka punha a mesa, que não era tão grande.

— O que eu devo fazer de almoço? — Ela questionou.

— O que achar melhor, não ligo. — Respondeu. Pegando o pão e molhando uma fatia na sopa, antes de comer.

E aquela era a nova vida dele por enquanto, cheia de afazeres e compromissos, com seu dinheiro e sua casa. Era ótima, essencial. 

Mas no fundo de sua mente, ele desejava voltar pro verão de 1785, apenas ele e Eijirou no mato… sem compromisso e apenas relaxando...

•••••••••

O que será que tem na carta?
Como será que o Eijirou está?

Dois anos é muito tempo, será que eles ainda vão ter interrese um no outro depois disso?

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