17- Preocupações


E lá vamos nós.
Enquanto não consigo escrever a putaria de pai por acidente, vou tacar fogo no parquinho daqui 👁️👄👁️🔥

Não, não, não, não! De novo aquela merda não! Inferno!

Bakugou se ajoelhou no chão do banheiro, os olhos começando a lacrimejar e o peito doer. Olhou novamente o potinho que tinha o líquido marrom bem escuro, ele sabia o que significava, na verdade, ele como ômega não precisava de teste nenhum pra saber, ele conseguia sentir a mudança no seu útero.

— É só eu tirar agora mesmo. — Disse, se levantando e jogando o pote com o xixi escuro fora. Enxugou as lágrimas.

Calma, vai passar, é só ele tirar, tá no início ainda, o bebê não passa de um grãozinho de arroz.

Ele caminhou até a cozinha pegando um copo de água primeiramente, tentando ficar mais calmo.

Mas… e se Eijirou quisesse aquele bebê? Ele devia contar primeiro.

Contar pra fazer o ruivo sofrer quando o aborto viesse? E outra, se não tirasse teria que se casar com o ruivo, e ele não queria isso por agora.

Ficar trancado dentro de casa trocando fraldas ao invés de estudar e investir na sua carreira não era o que ele queria. Ser pai solteiro também não estava nos planos.

É, ele ia tirar, era a melhor solução.

Acendeu o fogo, pegou a água e colocou em uma panela, deixando pra ferver. Ele sabia aquela receita, sabia exatamente a quantidade de ingredientes e quais eram eles, viu sua mãe fazer e dar pras amigas e tomar uma vez também.

Pegou a canela, cortando um pedaço generoso e jogando lá dentro, faltava as outras ervas quentes, ele se colocou na ponta do pé, procurando nós armários e não encontrou.

— Merda! — Exclamou, bufando. — O mercado só abre amanhã, e eu não tenho na horta.— Suspirou. Uma agonia lhe subiu à garganta, ele sabia que se demorasse mais pra fazer aquilo ia acabar se rendendo a ideia de contar pra Eijirou primeiro.

Foi quando ele ouviu os passos pela escada do prédio. Era Mina, ela tinha chegado do trabalho. Talvez ela tivesse as ervas.

Ele deveria? Ou ia dar muito na cara? Que se foda, a culpa ia consumir ele se não fizesse logo.

Saiu da cozinha e abriu a porta, vendo a morena abrindo a porta da casa.

— Desgraça! — Chamou e ela o olhou.

— Boa tarde, Biribinha! — Sorriu pra ele. — Que foi?

— Preciso de umas coisas..— Fechou a porta e desceu as escadas, entrando na casa dela junto da mesma. — Eu preciso de algumas ervas.

Mina colocou a sombrinha perto do sofá, olhando o loiro.

— Você tá pálido… tá tudo bem? Parece que você estava passando mal. — Ela se preocupou, olhando o estado deles estava suando um pouco frio e seu aroma.. tava mais azedo, como se ele estivesse ansioso com algo.

— Tô, tô sim, eu só preciso das coisas… por favor. — Ele pediu.

— An… ok, ok, me fala o que você precisa.

[....]

Enquanto isso, um ruivo ia em direção a Paris na sua carruagem. Sentindo o coração a mil. Avisou Mirio e Tamaki para tomarem cuidado, os seguranças da casa pegaram armas e se prepararam, assim que chegasse enviaria mais guardas até sua casa.

Tudo o que precisava era levar a carta até à polícia, era uma prova clara que Dabi era perigoso, deveria gastar para prendê-lo, né?

Ia tirar os amigos do prédio, só voltariam pra lá quando tudo estivesse seguro. Ele sentiu algo estranho em seu alfa desde o início do dia.

"Você tem que marcar aquele ômega! Você não está cumprindo o seu papel! " Pedia ele, fazendo Eijirou sempre balançar a cabeça, afastando o pensamento maldito.

Ele só podia marcar o loiro depois do casamento.

" Casa então! Tá esperando o que? Namoro nem existe, você parece só um filho da puta que quer ele por perto mas não quer assumir. Você precisa assumir ele e ter uma família! Você já tem 26 anos!"

— Eu só tenho vinte e seis. — Se corrigiu. — e ele 22, ainda não é a hora, agora cala a boca que eu preciso pensar no Dabi!

"Katsuki vai desistir de você se não pedir logo e formar uma família. Você não gosta da ideia de ter filhos com ele se ele quiser?"

— Isso não importa agora! — Exclamou. — Agora shi, pelo amor da minha mãe!

[...]

— Olha… — Mina começou. — Eu sei que não é da minha conta o que você faz ou deixa de fazer com o seu corpo, mas… — Ela o olhou. — O Eijirou devia saber do bebê… —

— Não sei do que você está falando. — Ele respondeu.

— Qual é, ervas quentes, você tá suado e seu aroma tá diferente… você tá indo abortar, não é? — Ela questionou. Ela sabia que não tinha que se intrometer, mas o fez por perceber que Bakugou estava apreensivo e ansioso, provavelmente assustado e sem ter certeza da decisão. — Eu sei que você gosta do Eiji e que iria se sentir mal se escondesse algo assim dele, e nós dois sabemos que você tá apavorado pra fazer isso agora pra não se apegar, não é? — Ele acenou um sim.

— Que outra escolha eu tenho? — Perguntou, olhando pro chão.

— Você não está sozinho, o Eiji é um amor, eu acho que ele vai ficar bem assustado com a notícia, mas ele vai amar sem sombra de dúvidas, ele vai te assumir como ômega, casar, dar um lar pro bebê e te ajudar a continuar seus estudos, vai tudo ficar bem. —

— Deixar ele amar um bebê que vai morrer? — Ele perguntou, com os olhos enchendo de lágrimas. — Eu não consigo gerar um bebê, eu sei disso, ele vai morrer de qualquer jeito, então é melhor se eu só tirar rápido e passar por isso sozinho. Eu… — As lágrimas caírem e ele entalou. — Acha que eu gosto do que eu tô fazendo? De-de saber que eu vou abortar o bebê como se fosse um nada? Eu não gosto… não gosto nenhum pouco, mas… eu não quero que ele sofra por uma falha minha! —

Mina o olhou, colocou as coisas em cima da mesa e caminhou o abraçando.

— Não é justo você passar por esse sofrimento sozinho então, vocês fizeram juntos, você não tem que carregar sozinho a responsabilidade. — Consolou, pela primeira vez ele retribuiu o abraço dela, se mostrando vulnerável. — Eu sei que se você quiser tirar ele ainda vai respeitar, eu só acho que ele deva saber e estar presente com você na hora… — Ela disse.

— Não quero esperar até a carta chegar lá e ele vir pra cá. —

— Tudo bem, eu mando a minha carruagem lá agora mesmo, eu tenho certeza que ele vem hoje mesmo, você pode ficar aqui comigo se quiser até ele chegar. — Ela disse amigável.

— Obrigado… — Murmurou. — Você consegue não ser irritante. — Ela riu levemente. Ele se sentou no sofá e ela desceu para pedir para sua carruagem ir atrás de Eijirou. Ele e olhou no espelho que tinha ali. Seu corpo ainda não havia tido mudança alguma, tudo permanecia no lugar, pelo menos por fora. Bufou.

O sangue… o choro… o bebê no chão. Tudo era tão vívido em sua mente.

Olhou as ervas, pensando se estava mesmo tomando a melhor decisão.

[....]

Eri olhou em volta, despistando os guardas da família e caminhando sozinha pela rua. Ao longe ela viu o seu objetivo todo sujo de farinha e sorrindo pra ela.

— Kouta! — Acenou e sorriu, indo ao encontro dele sorrindo. O menino pareceu ficar tímido e bateu as mãos no avental, tentando tirar a farinha para não sujar o vestido impecável da garota.

— Você está especialmente linda hoje. — Elogiou assim que ela se aproximou, s por fim tirou o avental. E ela estava mesmo, um vestido azul claro junto de luvas e uma sombrinha.

Ela corou um pouco com o elogio. Ela ia dizer obrigado de novo, mas toda vez que ele a elogiava, era só isso que ela sabia responder, então para ser diferente ea o puxou e deu um selinho nele.

— Achei. — Um homem que carregava uma arma disse, olhando para eles de trás de uma árvore. — Agora é só esperar.

[....]

Qual a surpresa em ouvir Eijirou entrar correndo no prédio?

Bakugou abriu a porta do apartamento de Mina vendo ele ir subir a outra escada.

— Ah, suki, ainda bem, tá tudo bem com você? Alguém te ameaçou? Mina! — Ele começou a dizer, assim que viu o loiro e a rosada. — O dabi apareceu por aqui? — Perguntou, rapidamente, nada o loiro pra um abraço.

— Eijirou… — Bakugou sussurrou, imaginando se ele sabia.

— O dabi? Ele voltou? — Mina questionou assustada.

— Sim, e ameaçou tacar fogo nesse prédio. Vocês precisam sair até ele ser preso.

— Tacar fogo? — Bakugou perguntou, sentindo uma onda de desespero lhe subir à garganta. — Co-como assim?

— O Dabi é um doido que não gosta de mim, eu fiz algumas coisas pra ele mas… enfim, ele é louco, não duvido nada que tenha coragem de matar alguém.— Bakugou sentiu uma onda de desespero em si.

O bebê… e se esse homem quisesse o bebê?

Não, não ia nascer vivo mesmo, ele sabia.

— Argh… — resmungou, sentindo uma leve dor na barriga.

O alfa de Eijirou deu uma leve despertada com o grunhido e automaticamente, agarrou mais Bakugou, sentindo um perigo iminente.

— Eiji, melhor não falar disso agora, ok? O Bakugou não tá bem. — Mina disse.

O ruivo olhou o ômega, que se encolheu e grunhiu mais uma vez de dor

— Suki? Suki?— Perguntou.

— Quero ir pra casa… — Ele murmurou, com lágrimas pingando e sentindo uma enorme vontade de vomitar junto de um mal estar. Merda! Porque uma gravidez tinha que afetar tanto ele?— agora...—

— Eiji, é sério, leva ele pra casa, obrigada por avisar, eu e os outros vamos sair. — Eijirou acenou um sim, olhando preocupado pro loiro que ficava cada vez mais pálido.

— Suki? — tentou caminhar com ele, mas as pernas dele falharam aparentemente.

A barriga doeu mais uma vez, e ele gemeu com a dor, em seguida sentiu o alfa o pegar no colo com cuidado, como se ele fosse uma porcelana. Odiava se sentir assim, mas naquele momento ele sabia que era necessário.

Tinha alguém que queria matar quem Eijirou ama, isso incluía ele? E o bebê?

— Arg! — Resmungou de novo, sentindo a pontada mais forte. — já tá acontecendo… —

Sentiu Eijirou entrar no apartamento com ele, e o levar em direção a cama, o deitando com cuidado.

— Suki… você tá passando mal? Não precisa ficar preocupado com o que eu disse, eu já fui na polícia e eles vão ir atrás do Dabi, vão pegar ele em alguns dias, até lá você pode ficar na casa das minhas mães comigo. — Ele tentou acalmar se sentando ao lado do loiro e passando os fios de cabelo loiro para detrás da orelha.

— Não é isso… eu… — Ele sentiu o vômito lhe subir, virou pro outro lado da cama e vomitou no chão, sujando tudo.

"Não vê a merda que você já fez?" Seu alfa raiou com ele. "Vai ter que casar!"

— Suki… o que você tem? — Perguntou, pegando um pedaço de pano que estava próximo a cama e limpando a boca dele assim que ele parou.

— Eu… e-eu, desculpa. — Ele pediu, chorando. Merda sentia todas suas emoções a mil por hora. Não bastava passar mal naquele momento, tinha que ter seus hormônios à flor da pele e um louco chamado Dabi atrás deles. — tuespeandoaube. — Eijirou ouviu isso, de tão baixo que foi. Sentiu uma angústia crescer no peito.

— Suki… eu não entendi, o que tá acontecendo? —

— Eu tô esperando um bebê. — Respondeu com mais claridade, vendo Eijirou arregalar os olhos, assustado.

" Tá vendo imbecil?" O alfa raiou. " Se o Dabi fizer algo com ele e com esse bebê vai ser culpa sua! Trate de proteger eles agora mesmo e de ser um alfa imponente!"

— Você… — Ele abriu e fechou a boca para Bakugou, sentindo o coração disparar de desespero. Olhou pra parede, sentindo um baita peso cair nas costas. Colocou os cotovelos no joelho e as mãos na cabeça. — caralho… — Resmungou.

— Eu tava indo tirar… mas a mina me disse pra te esperar e.. e-e eu não sei o que fazer. — Bakugou confessou. — Quem é esse Dabi?

Eijirou não respondeu.

Não era pra acontecer, eles teriam que se casar se não Bakugou seria marginalizado por ter engravidado antes do casamento, e teria que ser rápido. Mas tinha Dabi, se se casassem o moreno ia atacar. E tinha toda a questão deles quererem ir com calma, e ele teria que cuidar do loiro, mas como poderia? Ele não sabia como cuidar de um ômega, nem de um bebê, e eles não tinham feito tudo que queria e..

— Eijirou?— Saiu do transe olhando o loiro. — Você tá bravo?— Perguntou, claramente assustado pelos feromônios que o alfa lançou.— Aí… — Mais uma pontada de dor.

— não… eu tô bravo com o Dabi, por aparecer justo agora, e-eu, não sei o que fazer. — Confessou.

— Se… você não tá feliz com a gravidez, não vai ficar mal se eu tirar, né? — perguntou, e novamente a atmosfera ficou densa.

— eu… eu não sei suki. — Disse, bufando. — Eu vou tomar uma água, eu preciso pensar, tem muita coisa acontecendo e eu… não tô no controle de nenhuma delas. — Ele então saiu do quarto indo pra cozinha. Bakugou se deitou na cama, sentindo que era coisa demais pra lidar mesmo. Os olhos se encheram de lágrimas.

Não ia se apegar, ia acabar perdendo o bebê mais cedo ou mais tarde mesmo. Ficou um pouco chateado de Eijirou não o abraçar ou dizer que estaria ali, e sim ficar extremamente preocupado, mas era isso que a situação pedia.

Sentiu seu humor se alterar de novo, e sentiu vontade de chorar magoado, magoado porque sim, queria uma recepção amorosa, mesmo que também não quisesse que Eijirou amasse o bebê porque ele ia perder.

Ah que se foda, ele ia dormir.

[....]

Quando acordou, ouviu barulho de algo mexendo na cozinha, percebeu que tinha um pano em sua testa, absorvendo o suor. Se sentou, vendo que o vômito havia sido limpo e tinha malas pelo quarto.

Saiu da cama vendo Eijirou cozinhando… pelo aroma… torta de morango?

— Eiji? — Questionou. — O que você tá fazendo?

— Comida, a Mina me disse que você não comeu nada de manhã, eu sei que você tá enjoando, mas… precisa comer, né? — Ele respondeu.

— E aquelas malas? — Perguntou.

— Vamos pra casa das minha mães, como eu disse, o Dabi ameaçou tocar fogo aqui, ele é doido e pode fazer isso, não quero que se machuque. — Bakugou se sentiu incomodado do alfa ter tomado essa decisão por ele, mas sabia que era o melhor a se fazer, ele não queria virar carvão também. 

— Eijirou… e sobre o bebê? — Perguntou.

— Suki eu… — Ele percebeu um suspiro. — Eu sei que… eu preciso de tempo pra raciocinar ok? Podemos conversar sobre isso amanhã ou depois? Quando a polícia já começou a ir atrás do Dabi? — Bakugou acenou um sim com a cabeça, sentindo que Eijirou parecia estar com um puta medo nas costas.

— Ok… eu espero. — Concordou, se sentando na mesa, sentiu uma vontade de consolar o outro, mesmo sendo ele quem está grávido e carregava a consciência de que perderia o bebê. Eijirou pegou então a torta do forno. Colocando na mesa e olhando para Bakugou. — Brigado, cabelo de merda. — Agradeceu.

— É o mínimo. — Ele Suspirou, puxando uma cadeira e se sentando ao lado do loiro. — desculpa… eu devia ter ficado sóbrio aquele dia e ter te lembrado de tomar os chás… —

— A culpa é de nós dois— Disse, cortando um pedaço do bolo. — Não vamos pensar nisso, a gente tem que sair do prédio e ir pra sua casa, né? A gente tem que pegar meus livros, paguei um rim neles e não aceito que eles queimem. — Ele disse, um pouco descontraído.

Depois de pegarem as coisas, eles foram pra casa das mães de Eijirou. Bakugou pediu pra não comentar nada sobre o bebê, Eijirou concordou. Ele não sabia se suas sogras iriam amar a ideia dele querer abortar.

Entraram e mandaram guardas para perto do prédio. Mina e Denki tinham saído, os outros moradores tinham sido alertados também.

Bakugou colocou o gato amarelo no chão, vendo ele olhar assustado pro quarto de Eijirou. Já começava a escurecer.

— Cadê a Eri? — Bakugou perguntou.

— An… não sei, eu não vi ela desde que cheguei. — Eijirou disse, logo parecendo preocupado. — Eu vou ir ver com as minhas mães, deita e descansa, quer alguma coisa?

— Não, eu tô bem. — Ele disse, e eijirou saiu do quarto a mil por hora, era tanta coisa na mente que ele sentia que ia enlouquecer. O alfa que o culpava por não estar abraçado com o omega passando a mão no ventre dele e cuidando. Mas como ele poderia? Com uma ameaça iminente?

Ao chegar nas escadas, viu a menina entrar pela porta, toda sorridente carregando uma sacola de uma padaria.

— Boa tarde Kiri! Não sabia que você vinha! Veio um homem te procurar aqui. — Ela disse.

— Eri, você tá bem? Alguém te machucou?

— Não, eu fui ver um amigo e só isso, foi tudo normal. — Ela disse tranquila, começando a subir as escadas.

— Menos mal, é melhor você não sair de casa até a gente mandar, ok? Tem um homem que quer literalmente a nossa morte, até a polícia pegar ele, você fica aqui dentro, ok? — Ela apareceu assustada mas acenou um sim.

2 dias mais tarde

Bakugou acordou na cama de Eijirou, sentindo o ruivo o abraçar por trás. No dia anterior, Eijirou tinha ficado o dia todo fora resolvendo sobre esse tal de Dabi, só se viram de noite, na hora de dormir e Eijirou disse que pela manhã conversariam sobre o bebê.

Para sua surpresa, acordou sentindo a mão de Eijirou sobre seu ventre. Virou o rosto, vendo que ele tinha chorado durante a noite.

— Eiji? — Bakugou perguntou, se virando pra ele e tocando o rosto, sentindo a face molhada, e vendo o meio sorriso nos lábios. — Cabelo de merda? — O ruivo abriu os olhos aos poucos, sorrindo. Ele parecia bem mais leve do que nos dias anteriores.

— Bom dia, suki. — Sorriu, colocando sua mão sobre a dele.

— Tá melhor hoje? — Perguntou.

— Muito… a polícia tá indo atrás dele e tudo indica que ele fugiu de novo, dessa vez pro norte, então não tá indo pra minha casa. — Ele disse, respirando aliviado.

— Que bom… — Suspirou, esperando que o ruivo tocasse no assunto. Ele então tocou o ventre do loiro, claramente com carinho que fez Bakugou se sentir mal, ainda queria abortar… queria, né? Ele não queria casar ainda, prometeu pra si mesmo que tomaria cuidado.

— Desculpa não ter ficado do seu lado ontem e antes de ontem, eu tava sob pressão pra resolver tudo. — Disse.

— Eu entendo...—

— Então, onde a gente vai morar quando casar? — Ele perguntou sorrindo e Bakugou se sentiu mal mais uma vez. — Pensei ontem de noite em uma casa aqui em Paris, assim você pode continuar com as aulas de piano e o seu trabalho, tem umas que são enormes e são basicamente uma fazenda.

— Eiji… talvez esse bebê nem nasça, eu não consigo gerar um bebê, esqueceu? — Disse, realmente se sentindo mal por aquilo. — É melhor você não se apegar na ideia. — tirou a mão do outro de cima de sua barriga.

— Claro que vai, daquela vez você não teve médico, uma casa confortável, comidas feitas por empregados, tenho certeza que você consegue. Eu já marquei uma consulta médica, se você quiser, claro, e eu até comprei um espartilho que não vai fazer ma…

— Eu ainda tô pensando em abortar. — Declarou e o ruivo o olhou. — N-nao quero casar ainda… eu… eu sou novo, e tem minha carreira e a gente ia fazer tanta coisa. — Eijirou pareceu um pouco triste.

— Eu também pensei assim quando você me contou… mas, e se der certo?

— E se não der? Eu não quero casar, não ainda, e se eu ficar com o bebê eu não vou ter opção nessa merda. — Um silêncio reinou por parte do ruivo. Bakugou sentiu que ele ficou chateado. Ele provavelmente tinha ficado animado com a notícia na outra noite, depôs de passar dois dias assutado.

— … tudo bem então. — Ele disse, a voz com um pouco de choro. — se você quer tirar o bebê ao invés de casar, eu chamo um médico bom pra te ajudar a fazer com segurança. — Ele disse e Bakugou se sentiu culpado.

— Hey Não é que eu não quero ter uma família com você… quer dizer, merda, eu sempre pensei em nunca ter filhos, pra não passarem o que eu passei, mas… desde que te conheci, eu sei que não vai ser assim, mas eu quero me garantir antes, ter minha carreira, meu dinheiro, se acontecer algo eu vou poder cuidar da criança sozinho. —

— Mas você não vai parar de estudar se a gente casar… eu jamais faria isso. — Ele argumentou. Depois de toda emoção do outro dia, ele realmente se acalmou e pensou com carinho na situação, chegou até a sonhar com o bebê. Uma menina ruivinha. Ele sabia que eram novos, mas porque não abraçar a ideia e gostar?

— Mas eu não quero arriscar.. promete que não vai ficar mal se eu tirar? — Ele pediu. Eijirou abaixou a cabeça e acenou um sim.

— Prometo. — Ele disse.

— Eijirou… eu… ah merda. Esse bebê vai morrer de qualquer jeito. — Ele disse.

— Ok, suki, faz o que você quiser e que for melhor, eu sei que eu não tenho o direito de te impedir. — Ele disse, claramente chateado.

— Ah… vamo esperar um mês, ok? Eu sei que vou perder, mas se até o final do mês eu não perder, a gente conversa de novo, ok? Vai que até lá eu queria ficar com o bebê. — Sugeriu. Até um mês, esse tal de Dabi já deveria estar na cadeia, né? Isso era um fator pra ele não tirar o bebê, e até lá daria tempo de pensar sobre casar tão rápido, e se valia a pena ou não o risco, afinal, era Eijirou…

— Sério? — Ele perguntou, com uma leve intonação de felicidade.

— Sério, mas por favor, não conta pra ninguém, eu quero continuar indo pro trabalho e fazer tudo normalmente, não quero ser tratado como uma porcelana, ok?

— Ok, ok, tudo bem, posso falar pra Kyoka? Ela é um amor e vai te ajudar com enjoos e vômitos quando eu não estiver aqui. —

— Ela é de confiança? —

— Sim, é sim. — Ele afirmou.

— Tudo bem então, mas por favor, não se apegue, ok? Eu não quero você sofrendo, cabelo de merda.— Ele disse, e Eijirou acenou um sim.

O dia se passou tranquilo, Bakugou sentiu um leve enjoo pela manhã, ele almoçou tranquilamente com as sogras e com Eri. A noite chegou novamente e Eijirou o ofereceu um belo banho, ele resmungou irritado com o ruivo, xingando ele, que não se importou e continuou a esfregar as costas dele. Não tocaram mais no assunto do bebê, Eijirou deu o espaço que o loiro pediu, embora não parasse de pensar nisso e sentisse uma enorme vontade de abraçar ele e fazer carinho na barriga.

Anoiteceu e eles se deitaram para dormir.

Ao amanhecer que as coisas se complicaram. De manhã, logo de manhã, acordaram com o grito agudo de uma empregada. Eijirou saiu do quarto apressado, vendo sangue na porta da Mansão e um corpo de um menino de cabelos negros. Eri saiu do quarto, olhando as escadas, e arregalando os olhos ao ver o corpo.

— Não… KOUTA! — Ela gritou, descendo as escadas correndo e indo pra perto.

— O que tá acontecendo? — Viu Enya sair do quarto de roupão, olhando a cena.

— KIRI! — Kyoka saiu da cozinha correndo. — O Denki… tacaram fogo… no prédio, no prédio do Bakugou, Denki acabou de vir aqui contar. — Ela disse, enquanto Eri chorava indo ao encontro do menino baleado, Enya descia as escadas e Bakugou se sentia apavorado.

Realmente tocaram fogo… sua casa… sua casa. Eijirou desceu as escadas, indo até Eri e tudo pareceu ficar em câmera lenta. Uma dor aguda atingiu o ventre do loiro o fazendo cair de joelhos e um fio de sangue começou a descer do meio de suas pernas, tudo misturado com a imagem do fogo, os gritos de Eri, um aperto no coração, o sangue do menino no chão.

— Merda… — resmungou, sentindo de novo uma dor, o fazendo gemer. No mesmo momento, Celeste veio ao seu encontro, perguntando algo que ele não entendeu, viu também Eijirou voltar pras escadas, indo na direção dele. Foi aí que tudo ficou turvo.


••••••••••

É, nosso biribinha realmente tem problema pra engravidar.
Ah Dabi, fica difícil de defender quando você baleia alguém.
Bom, o caos.

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