10- Ópera
Voltamos.
Se acalmem, em breve a vibe vida no campo e arte volta, é só que eu preciso mostrar os acontecimentos desses meses do Bakugou em Paris e mostrar o desenvolvimento deles.
(Ps: olhem a fanart que eu achei por acaso)❤️
Do lado de fora da carruagem, Eijirou observava as ruas e as várias pessoas pobres magras morrendo de fome ou mendigando comida ou dinheiro.
- Se a Realeza não financiasse a América... - Resmungou, vendo uma mãe com duas crianças uma de 3 anos e outra de meses. O bebê de meses parecia quase morto, devia estar com fome.
Ele suspirou, vendo a carruagem se afastar e deixar a mulher para trás. Imaginou quantas crianças estavam naquela mesma situação e quantas estavam morrendo naquele mesmo instante.
Era por isso que a coroa deveria sair, era um absurdo eles literalmente caminharem em cima de ouro em Versalhes e deixar a população Francesa morrendo de fome e doença. Apesar de ser nacionalista, e achar a França realmente incrível comparado a outros locais da Europa, Eijirou apoiava a revolução eminente, e mal via a hora das bastilha cair, assim como os reis.
Saiu dos devaneios quando a carruagem parou, atrás de várias outras.
- Senhor, está havendo uma manifestação na frente, quer desviar a rota e seguir pelo Sena? - O cocheiro questionou, se referindo ao Rio Sena.
- Pode ser. - Respondeu, suspirando, vendo a carruagem se mover e se virar.
A situação de toda França era crítica, a rainha, que tanto era criticada deu a luz a uma princesa e o reino da França continuava sem herdeiro. Por isso eles precisavam da Revolução, essa que ganha força cada vez mais, impulsionada principalmente por Burgueses e Camponeses.
[.....]
As óperas são longas, duram 3 a 4 horas, com vários intervalos entre elas.
Eijirou segurou a mão de Mina, a ajudando a se sentar e se colocando ao lado dela. As pessoas estavam se sentando e se acomodando nas cadeiras vermelhas.
- Viu a manifestação de camponeses lá fora? -
- Pedindo por melhores condições de vida? Sim, eu vi. - Suspirou. - A frança é o melhor país da Europa, é uma pena que esteja nessa situação deplorável. -
- Luis 14 estragou a França, acredito cada vez mais que a Revolução seja melhor. - Ela disse.
- Por isso eu pretendo continuar no vilarejo, lá eu não preciso lidar com as confusões de Paris.-
Mina o olhou e sorriu.
- Deve estar gostando mesmo do biribinha, nunca vi você vindo tantas vezes a Paris num mesmo mês. Mas, se pretende ficar com ele, como vão fazer? Ele não mostra interesse em sair de Paris. -
- É, ele já disse que ama morar aqui. Eu entendo, ele morou em uma cidade pequena por muito tempo, privado de liberdade, então Paris é um máximo pra ele. Agora, pra mim que cresci em Paris, sempre convivi com a sociedade e prefiro ficar no campo.
- Então...
- Eu não sei. - Sorriu pra ela. - Acho que isso vai ter que ficar pra depois, não faz nem um ano que a gente se conhece.
Mina o olhou, sugestiva.
- Sabe o que seria incrível? Você pedir ele em casamento, num pôr do sol, super romântico, na frente de Versalhes de preferência. - Eijirou riu, olhando a amiga.
- Isso não é uma história de amor, Mina, e o Bakugou não parece estar interessado em casar com o primeiro alfa que aparece, na verdade, acho que ele já teve muitas experiências ruins e prefere ir com calma.
- Eiji, eu entendo o que você quer fazer, mas se demorar mais de um ano e alguns meses para selar compromisso, as pessoas vão parar de acreditar que você está cortejando ele. - Eijirou suspirou. - Mas, você é o Eijirou, basicamente todos os ômegas solteiros aqui dariam tudo pra casar com você, o Bakugou não vai resistir ao seu charme e a sua piroca. - Mina disse sem pensar, fazendo algumas pessoas da ópera a olharem.
Eijirou sorriu sem graça para as pessoas, que se viraram murmurando.
- Palavras inapropriadas no meio de um monte de gente, né? Dona Mina?- A rosada sorriu meio sem graça.
- Não fale assim, você sabia onde estava se metendo quando aceitou minha amizade. - Ela provocou. Antes que Eijirou respondesse os passos sobre o palco de madeira foram ouvidos, e uma mulher morena, com vestido vermelho e cabelos arrumados em um coque como os de Maria Antoniette, além das penas na cabeça, apareceu.
Mina olhou, e riu levemente.
- Porque as penas são permitidas? Porque uma mulher iria querer parecer um periquito enfeitado? - Perguntou, e Eijirou riu de leve.
- A momo sempre seguiu o estilo da Realeza, soube que ela está tentando se juntar à corte em Versalhes, mas está refletindo sobre. - Eijirou comentou.
- Não acredito que aceitem ela, os pais dela são donos das óperas mas não tem muita ligação com a realeza.
- Também são donos de uma cafeteria, mas não acho que esse tipo de nobreza entre no palácio. -
Depois da breve conversa, eles se calaram e Momo começou a cantar, fazendo eles e os outros presentes ali permanecerem em silêncio para a ópera começar.
[.....]
- Eu realmente não entendo o meu pai, porque ele tem essa obsessão com elas. - Todoroki resmungava para Iida, enquanto caminhava para a ópera.
- Realmente, não faz sentido os investimentos no que ele está fazendo.
- Eu... ouvi uma vez. - Todoroki disse exitante. - Que o meu pai pediu a mão da mãe ômega do Eijirou em casamento quando ela tinha 15 anos, ele tinha apoio dos pais dela, mas ela disse não.
- Acha que é o caso de algo doentio? - Iida perguntou.
- Não, eu acho que meu pai teria algo com o casamento, além do dote dela que era alto, algo assim, mas ele não fala sobre isso. - Resmungou, bebendo uma água.
Estavam no intervalo da ópera, parando para conversarem e beberem alguma coisa.
Por incrível que pareça, Todoroki discordava das atitudes de Endeavor, achando tudo muito desnecessário. Endeavor estava guardando dinheiro para fazer documentos falsos, comprar terras e subornado pessoas, agora, como exatamente ele usaria tudo isso era um mistério para Shoto, já que ele era excluído das conversas.
O dinheiro poderia ser usado nos negócios, poderia ser usado para garantir a segurança financeira deles caso algo desse errado. Era um erro apostar nisso sendo que eram conservadores e apoiavam a monarquia, bom, Endeavor no caso, Shoto não concordava com a situação que a França se encontrava.
Ao longe, os olhos dicromatas observaram Momo se aproximando de Eijirou que estava acompanhado de Mina.
Revirou os olhos. Momo parecia ser importante ou uma ameaça, mas de todos, era a mais inofensiva. Apenas uma mulher que faz de tudo para ser da corte. Tem várias amantes, dorme com todos, canta muito bem e tem o nariz em pé. Só passava as informações para Endeavor porque ele jurou a enfiar dentro do palácio. Era isso, ela não tinha ressentimentos, apenas ganância.
Já Tetsuo, que também se aproximou de Eijirou, era um mistério. Houve algo sobre o ômega ter gostado de Eijirou e algo assim, mas Todoroki não confiava no acizentado e sentia que ele era o elo fraco de tudo aquilo. E tinha Dabi... bom, Shoto não gostava de se lembrar do irmão e da confusão que aconteceu entre ele e Eijirou.
Suspirou.
Será que não tinha um modo de todo aquele inferno parar?
Bom, ter tinha, era só matar Endeavor que era quem estava bancando tudo. Mas assasinato é crime, infelizmente.
Enquanto Shoto disfarça os olhares, Eijirou se via com várias perguntas sobre o ômega do interior.
- Eu encontrei brevemente com ele. - Tetsuo disse. - Realmente, devo admitir que é tão bonito quanto falam, se se casarem, teriam filhos lindos. - Disse, sorrindo de modo amigável para Eijirou, antes de saborear um coquetel.
Eijirou sorriu um pouco sem graça. "me disseram que eu sou infertil" a frase de Katsuki bateu na mente dele. Confessava, chateava um pouco pensar nisso, mas não poderia ser precipitado, a paciência e calma são essenciais para decisões certas.
- Bom, ele tem que demonstrar interesse primeiramente. - Mina disse. - Acredita que Eijirou está tendo dificuldade para ganhar o coração de um ômega. - Ela disse. Ela entrou na de Eijirou para proteger a reputação de Bakugou.
- Espera, ele não retribui seus sentimentos? - Tetsuo perguntou, não escondendo um tom de incredulidade.
- Bom, se tem, ele mantém escondido. Ele é gentil e incrível de um modo que não posso expressar, mas não demonstra interesse romântico. - Pronunciou. - Na verdade, ele me parece ser bem cauteloso, ele é o tipo de ômega que se entrega o primeiro que aparece, prefere analisar e ter certeza de ser um alfa bom.
Momo sorriu.
- Bom, se ele é assim vale a pena investir, é um porre ter um monte de ômegas atiradas aos seus pés toda noite. - Resmungou.
- Momo, estamos em local público. - Tetsuo chamou. - Enfim, fiquei sabendo que ele estuda piano, realmente muito corajoso da parte dele tentar ingressar em uma carreira tão alta e tão dominada por alfas. - Comentou.
- Você também teve dificuldade como poeta, não teve, Tetsuo? - Mina questionou. Sim, Mina era iluminista e cristã, na verdade, a maioria dos iluministas eram cristãos ou protestantes, em sua maioria, cristãos que viam a população sofrendo e queriam fazer algo para ajudar.
Mina, apesar de sua personalidade, era uma alma extremamente caridosa, e acreditem se quiser que a rosada quase mesmo virou freira. Mina sempre esteve envolvida em projetos de caridade, sempre doando seus vestidos aos mais necessitados e sempre sendo ensinada que Deus é amor e bondade, não ódio e orgulho. Assim, ela cresceu sempre questionando as atitudes dos reis e de como eles cagavam para os camponeses passando fome.
- Sim, mas no final deu tudo certo. Não pude deixar que preconceitos sem fundamentos me atrapalhasse a achar minha paixão e vocação. E, inclusive, viram a nova escola que aceita mulheres betas? Escutei também que no sul da França terá um internato para garotas betas e ômegas, ensinando latim, matemática álgebra e outras coisas.
- Uma ótima notícia, de fato. - Eijirou respondeu.
Logo o intervalo acabou e todos voltaram para dentro. Outras mulheres se apresentaram, mas nenhuma delas tinha a voz impecável de Momo, essa que finalizou a ópera com chave de ouro.
Eijirou esticou as costas, acompanhando Mina até a saída, cansado das quatro horas e meia de ópera. Já eram 00:00, então ele fez questão de ir atrás da carruagem de Mina.
Antes de saírem, Eijirou conversou com Aizawa e com algumas outras pessoas, contando sobre o ômega incrível no qual ele tentava conquistar o coração.
Enquanto a carruagem balançava, Eijirou suspirava pensando nos cuidados que deveria ter. Jamais ser visto indo na casa de Bakugou, jamais ser visto a sós com ele, beijos e muitas carícias em público também não deveriam ocorrer.
Deveriam fingir, se comportar como pede a sociedade, seguir os protocolos, os gestos e o modo de ser. Iria falar pela manhã com Bakugou.
- *suspiro* Se Bakugou vivesse no vilarejo comigo, longe disso tudo, seria bem melhor. Mas... ele gosta de Paris, gosta da vida que leva e jamais poderia pedir para ele renunciar isso. - Suspirou novamente. - Mas tenho certeza que posso conduzir isso, fui bem educado e minhas mães me ensinaram a lidar com as pessoas, posso proteger o Bakugou disso tudo.
A carruagem parou à frente e Eijirou desceu indo até a carruagem de Mina e ajudando a descer e a levando até o apartamento, subindo em seguida para o apartamento de Bakugou, pronto para ir dormir.
Olhou mais uma vez para as escadas, percebendo que ninguém estava vendo ele. Delicadamente, moveu a mão para trás do vaso de plantas, pegando a chave da casa de Bakugou. Abriu a porta, e adentrou no local, sendo recebido pelos gatos que se esfregavam em si.
- Miauu. - O bichano amarelo miou, se esfregando em Eijirou.
- Boa noite. - Ele acariciou a cabeça do bixano ouvindo ele ronronar e trancou a porta em seguida. Suspirou, e tirou as botas e o casaco. Caminhou até o quarto de Bakugou, vendo o amado dormindo esparramado na cama, com o semblante enfezado de sempre. Eijirou soeeiu e fechou a porta, parou no armário do corredor e pegou um travesseiro e um cobertor, indo para o pequeno quarto de hóspedes.
Arrumou a cama e se deitou esparramado, sentindo o gato preto deitar ao seu lado.
[....]
O motivo de Bakugou sempre ser tão bravo, desconfiado, arisco e grosso não era dos melhores e ele sabia exatamente da onde isso vinha.
Vinha do mesmo lugar que seus pesadelos recorrentes.
O sol estava começando a se apontar pelas casas parisienses, entrando delicadamente no quarto do loiro, passando pela janela branca e pelo gato que estava se lambendo no parapeito.
Na cama, o loiro se remexia angustiado, sentindo o ar ser privado de seus pulmões por uma ilusão de sua mente.
"No seu subconsciente, no fundo da mente, em seus sonhos, ele sonhava com a luz do sol distante, trêmula pela densidade da água. Ele tinha 11 anos, e tentava voltar para cima, batendo os braços, abrindo os olhos hora ou outra, tentando retornar a superfície.
O pequeno Bakugou abria os olhos, só para sentir eles arderem. O peito ardia, juntamente do pulmão. A quanto tempo estava ali? Se afogando no lago sem ajuda alguma? Uma hora? Pois parecia isso."
Bakugou se revirou na cama ofegante, se mexendo e reproduzindo alguns gestos do pesadelo. O gato o olhou, um pouco assustado.
"A consciência começou a sumir, e o corpo ficou sem forças pela falta de oxigênio. A criança soltou o último ar que tinha, deixando a água começar a entrar deliberadamente pelo seu corpo.
Uma mão feminina o puxou para fora, retirando a criança da água antes da morte certa. Bakugou não ouvia as coisas direito, ou as sentia, mas conseguia ouvir o choro da mãe, e depois do toque dela tentando retirar a água dos pulmões dele.
- Você... cuidou... Katsuki... ele... morrer, idiota! - A voz da mãe vinha ao longe, falhando um pouco.
- Se... fosse filho alfa... daria... de preocupar. - A voz amarga do pai soou, e ele sentiu seu corpo ser puxado para o colo da mãe, enquanto a falta de oxigênio ainda o matava. "
Bakugou se sentiu na cama ofegante, com os olhos marejados, o coração acelerado e uma vontade enorme de sentir o colo da mãe. Não era um pesadelo, era uma memória. Uma memória de quando seu pai basicamente o viu se afogando no lago e apenas deixou, fingindo não ver.
Por sorte Mitsuki nunca confiou integralmente Bakugou ao pai, e sempre estava de vigia.
A lembrança trouxe um sentimento amargo em Bakugou. O pai nunca ligou para si por ser ômega. Porque, não importa quanto ele se esforçava e tentava ser machão, ele era um ômega. Um ômega com a função de ter filhos e dar para um alfa.
Bakugou olhou o livro de piano, que estava ao longe, e uma onda de ansiedade surgiu em si.
Apesar de saber esconder tudo muito bem, Bakugou vivia tendo aqueles pesadelos, aquele sentimento, aquela sensação de que tudo iria desabar o perseguia desde a morte de Mitsuki.
Enxugou as lágrimas. Chorar só era uma prova de sua fraqueza. Não podia chorar, não podia errar ou se deixar abater, era isso que seu pai queria que ele fosse por ser ômega.
Ele se levantou, indo para o banheiro para poder lavar o rosto e engolir tudo aquilo que queria sair. Ele não se permitiria chorar e desabar, precisava ser como uma muralha, forte e impenetrável, se fosse menos do que isso, estaria sendo um ômega fraco, assim como todos sempre disseram que ele era.
Bakugou terminou de escovar os dentes e arrumar o cabelo, então ele abriu a porta do quarto de hóspedes. O peito dele se aqueceu, Eijirou era realmente cuidadoso, se fosse qualquer outro alfa, ele teria se deitado com Bakugou para ficar grudado nele ou até pior, mas Eijirou nem sequer encostou nele ou chegou perto.
É... nem todas suas experiências com alfas foram boas e ele ainda pensava em finais desastrosos com sua experiência com Eijirou. Mas, como não se permitia ser nenhum medroso, não iria dar pra trás, ainda mais que ele gostava cada vez mais daquele alfa.
Quando entrou no quarto de hóspedes, se deparou com Dynamigth, o maldito gato amarelo debochado, sentado em cima do rosto de Eijirou, literalmente com a bunda na cara do ruivo.
- Gato psicopata, meu Deus! Saí! - O gato olhou Bakugou com desdém e apenas lambeu a pata lentamente, encarando o dono como se mostrasse que era o ser superior. - Gato, gato, eu faço purê de você! Saí daí! - Ele caminhou para perto e fez o gato sair de cima do homem, miando bravo.
Eijirou se remexeu, e se virou para o lado.
- Dorme que nem um porco, olha. - Resmungou, segurando o braço de Eijirou e mexendo para que ele acordasse. - Ou! Arrombado! - Chamou, e o ruivo se remexeu e se virou, abrindo os olhos encarando a face mal humorada de Bakugou.
- Bom dia. - Eijirou sorriu, se espreguiçando na cama e observando o loiro. - Eu tô no céu? Porque tem um anjo na minha frente. - Sorriu de lado, tombando a cabeça para ver o loiro corar enquanto ficava bravo.
Bakugou sabia, era idiota se derreter com aquilo, mas o que ele podia fazer? Não é como se ele controlasse o sentimento que se instaura em si quando Eijirou falava aquelas coisas.
Naqueles momentos, toda insegurança parecia sumir e sobrava apenas o... o... como descrever algo assim? Sobrava apenas o... emaranhado de sensações e pensamentos bons.
- Ridículo. - Resmungou, virando o rosto, ouvindo o ruivo rir e se sentar.
- Você gosta que eu sei. - Respondeu, abraçando o loiro por trás.
- Hum... talvez eu não odeie, mas eu não gosto. - Respondeu, sentindo o ruivo lhe aplicar um cheiro no pescoço.
- Humrum, sei, o que a gente vai fazer de manhã? Quer ir em alguma galeria? Loja? Piquenique? -
- Nada disso, a gente vai arrumar casa, vamo, pode levantar e pegar uma vassoura. - Ele disse se levantando.
- Arrumar casa? - Eijirou se jogou pra trás, fazendo biquinho. - Eu nunca lavei um copo na vida, suki, eu não sei fazer isso. -
Bakugou revirou os olhos.
- Mas é um burguês safado mesmo, é brincadeira, não vamos arrumar casa, eu nunca deixo isso daí sujo, é só me ajudar a fazer o café. - O ruivo sorriu e se levantou, indo atrás do loiro pra cozinha.
- Pra sua sorte, eu sei fazer um café como ninguém, além das tortas, posso fazer torta pro chá da tarde?- Perguntou, indo até o banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes.
- Torta do que? -
- Morango, pêssego, frango, carne defumada, maçã, limão, groselha e por aí vai. -
- Hum... - Ele Murmurou. - Carne defumada? Eu vou querer ver essa, e é bom ser gostoso, viu? - Resmungou e Eijirou riu.
Depois de escovar os dentes, eles foram para a cozinha, com Eijirou abraçando o loiro por trás hora ou outra, lhe daneo um beijo na bochecha ou na boca. Era incrivel a intimidade que já possuíam, era como se se completassem e tudo se tornava natural e pacífico.
Bakugou até se perguntava se era real, pois Eijirou parecia ter saído de um livro, o ruivo era o ideal romântico que Bakugou sempre imaginou e que sempre pensou não existir. Às vezes era difícil aceitar tanto afeto, afinal, tudo isso veio de uma vez para ele.
Eijirou era o primeiro a não objetificar ele, a não desrespeitar e nada desse tipo e às vezes isso trazia uma sensação ruim em Bakugou. Não era nada com Eijirou, era com ele.
Será que merecia isso tudo?
Será que era real?
E se Eijirou se mostrasse um filho da puta após meses?
E se Eijirou o largasse?
E se se apegasse demais?
E se em algum momento ele desse ouvido as suas paranóias e parasse de gostar do ruivo?
E...
- Suki, a mesa tá boa assim? - Eijirou perguntou, apontando pra mesa que ele montou, toda desorganizada.
Bakugou engoliu as dúvidas. Deveria contar sobre a insegurança? Mas... e se magoasse eijirou? Era melhor não. Em algum momento ele superaria isso sozinho e não precisaria magoar o ruivo.
- Não cabelo de merda, tá errado. Lava os copos e eu arrumo isso.-
- Mas... - o ruivo olhou a pia, com meros 5 copos e 2 pratos. - Eu não sei. - Fez bico.
- Vai aprender, oxi. - Resmungou, entregando a bucha na mão dele e indo arrumar a mesa.
A manhã foi gostosa, Bakugou ignorou os pensamentos se forçando a pensar positivo e não dar ouvidos. Eles comeram, lavaram a louça, bom, Eijirou lavou, voltando umas 3 vezes por não ter esfregado direito.
Depois disso, eles treinaram piano por horas, e acabaram parando para ler na sacada de Bakugou, observando as pessoas passeando.
- Um dia... - Eijirou começou. - Eu vou te fuder nessa varanda, na frente de toda Paris. -
Bakugou sentiu um leve arrepio e o olhou.
- Você é certinho demais pra isso. - Respondeu, voltando sua atenção ao livro que estava lendo.
- Quer apostar? Depois que a gente casar, eu não vou esconder para Paris que eu te fodo até você chorar. - Olhou o loiro, sorrindo de lado.
- Aproveita e conta pra eles sobre a broxa que eu tive. - Provocou, fazendo o sorriso de lado de Eijirou sumir. - Que foi? Galã?
- Você é mau, suki. - Resmungou e Bakugou riu, se inclinando e dando um selinho nele.
- É eu sou e é ótimo ver um alfa grande de biquinho pra mim e aliás, quem disse que quero casar com você? - Perguntou brincalhão.
- A não? - Eijirou arqueou uma sobrancelha, debochado, entrando na brincadeira. - Ok então, eu paro de te ver e de te foder.
Bakugou deu ombros.
- Eu já tive maiores mesmo. - Virou o rosto em tom de deboche.
Eijirou riu.
- Ah, mas eu duvido disso, e se existe maior que o meu, tenho certeza que não foi agradável. -
- Foi sim, você que não sabe quantas vezes eu finjo com você. - Ainda brincou, voltando seu olhar ao livro como se não se interessasse em Eijirou. - Agora, aproveitando que você é meu alfa escravo, busca uma água pra mim. - Gesticulou com a mão, fingindo um tom esnobe.
- AE? - Eijirou retirou o livro da mão dele e se levantou estendendo o livro no ar. - Então pega seu livro primeiro. - Provocou. - Bom, vai ser difícil, já que você é basicamente um anão.
- Eu te mato, me dá o livro, sem brincadeira agora! - Se levantou, inflando as bochechas e tentando pegar o livro.
- Ui, tá bravo? Será que devo proteger a minha canela? Ela é o único lugar que você alcança. - Sem demora, ele tomou um chute na canela, com o susto ele se curvou e Bakugou pegou o livro.
- Nunca mais atrapalhe minha leitura. O próximo chute vai ser nas bolas, arrombado. - Franziu as sobrancelhas e entrou pra dentro.
- Suki... desculpa. - Eijirou foi atrás.
- ENFIA NO CU! - Ele gritou, sendo seguido pelo ruivo.
- Que mal humor, vem cá. - Eijirou o agarrou por trás, apertando no abraço.
- ME LARGA, MAS QUE PRAGA! - Raiou, tentando se soltar para poder voltar a ler. Eijirou riu, gostando de provocar o loiro e começou a fazer cosquinha nele
- NÃO, NÃO, NAO EI-EIJIROU- NÃO, AH..HAHHAA PARA! A-ARRO HAHAH ARROMBADO! - o loiro começou a chorar de rir, enquanto tentava se soltar.
- Eu tô melhorando seu humor, suki. - Disse em uma falsa inocência, enquanto Bakugou ria e chorava.
- E-EU TE MA-MATO! PA-PARA HAHAHA PARA! MORREEEEEEEE!
••••••••••••••••••
Eu percebi que tem gente confusa com os locais.
Sena: é um rio importantíssimo de Paris.
Notre Dame: É uma igreja
Sacre Coeur: Outra igreja de Paris, ela fica na parte mais alta de Paris. (Tradução: Sagrado Coração)
Paris tem mais de 30 pontes ao longo do sena, então ignorem se do nada em mudar os nomes das pontes.
Louvre: Hj em dia é um musel, porém, antigamente, era um palácio real, ele parou de ser usado pela monarquia por volta de 1700.
Versalhes: O último palácio real da monarquia Francesa, foi onde Maria Antonieta morou. Ele fica a 40 minutos de Paris.
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