47- pov: Liz Carter.
Depois de buscá-lo no último dia de aula, passei a quinta com Noah, fomos no parque novamente, e curtimos o dia juntos. Amo cuidar desse pequeno dos cachos dourados. Oliver teve várias reuniões por causa das férias que ele vai tirar, então combinamos que só nós veríamos no sábado, quando fôssemos sair.
A sexta chegou bem fria, como de costume. Na próxima sexta já era Natal e viajaríamos pra Los Angeles todos na quinta.
Levantei e fiz toda minha rotina de higiene e fui pra cozinha preparar o café.
Estava colocando tudo na mesa quando o meu Noah levantou, sonolento.
—Bom dia, pequeno. — Falei caminhando até ele e lhe dando um abraço.
— Bom dia, Li. — Noah respondeu.
— O que acha de irmos visitar o tio Peter e a tia Mel? — Falei animada.
— Simmm. — Ele respondeu ainda mais animado.
— Então vem, vamos tomar café da manhã.
Tomamos café e conversamos.
Ele se arrumou enquanto eu fiz o mesmo. Depois das 11:00 saímos juntos.
Enquanto descíamos no elevador liguei pra Oliver para avisar o que eu iria fazer. Ele atendeu na mesma hora.
ligação on.
— Oi, Oli. Eu estou indo pra casa dos meus pais, a gente se ver amanhã?
— Nos vemos amanhã sim. Amanhã te mando mensagem com alguns detalhes.
— Tudo bem então.
— Se cuida, linda.
— Te amo.
— Também te amo, Lili.
ligação off.
Desci com Noah e dirigi até Staten Island. O caminho foi tranquilo, mas estava frio. Estacionei na frente da casa, e ajudei o garoto a descer.
Toquei a campainha duas vezes até alguém abrir a porta.
— Li? — Mel abriu a porta. Sua expressão surpresa não escondia a sua feição de chateação.
— Oi, mamãe. — A olhei, preocupada.
— Oi tia Mel. — Noah falou.
— Oi meu amor, que surpresa boa! — Mamãe respondeu e o abraçou. Quando o soltou, fez o mesmo comigo.
— Tudo bem? — Sussurrei no abraço.
— Sim, claro, entrem. — Ela falou baixinho e entramos juntos.
— Tio Pete — Noah correu pros braços do meu pai que apareceu.
— Oi, gente. O que traz vocês aqui? — Também notei chateação no olhar do meu pai quando ele respondeu.
— Cansei de ficar em casa. — Resmunguei e foi ao seu encontro, que me abraçou rapidamente.
— Ah que pena, mas já estou de saída. — Ele coçou a garganta.
— Mas já? Por que? — Franzi a testa, o olhando.
— Preciso trabalhar. — Ele respondeu.
— Peter, você pode, por favor, ficar um pouco? Sua filha está aqui. — Mel falou encarando meu pai que não deu importância pra sua fala. — Peter!
— Tenho mesmo que ir. Se você for dormir aqui, nos vemos a noite. — Papai falou me dando um ligeiro beijo na testa — Tchau, amigão. — Ele bagunçou o cabelo de Noah.
— Noah, vem cá com a Li. Você quer brincar com o vizinho? — Perguntei e ele afirmou com a cabeça. — Então vamos lá. Me espera aqui. — Falei olhando pra Mel.
Peguei na mão do pequeno e o levei pra casa dos vizinhos, são um casal de idosos que cuidam do netinho, sempre que Noah vai lá, brinca com eles. Perguntei se o menino estava e se Noah poderia ficar com eles, eles concordaram felizes. Deixei o garoto lá e voltei pra casa dos meus pais.
Entrei na casa, vendo Mel com o braço no encosto do sofá e a mão na cabeça. Sentei ao seu lado.
— O que está acontecendo? — Falei, a encarando.
— Não é nada, Li. Só coisas de casal. Como você está? — Ela desviou o olhar.
— O assunto não sou eu. Não pareceu ser nada, você pode confiar em mim. — Segurei na mão dela.
— É só que... — Ela hesitou por um momento — Peter está trabalhando muito, além de chegar tarde, ele não conversa comigo, não come mais na mesa, só fica trancado no escritório daqui ou lá na empresa. — Ela engoliu seco.
— Mas isso nunca aconteceu antes. — A chateação já havia me fisgado.
— Eu sei. Por isso estranhei, sempre que comento, começamos uma briga que termina com coisas que não tem a ver com o assunto. Eu achei que ficaríamos mais próximos depois do novo pedido, mas só estamos pior.
— E vocês estavam brigando quando chegamos?
— Sim. Estou cansada, Li. — Ela falou segurando as lágrimas.
— Sabe, você poderia ter falado comigo.
— Não quero te envolver nessas coisas, você já passou por coisas demais. — Mel dissertou.
— Para de bobagem. — Falei passando a mão na bochecha dela que estava vermelha.
— Eu já encerrei os atendimentos do mês. Mas preferia estar trabalhado a estar nesse drama, sozinha.
— Mais uma vez, poderia ter me falado, poderia ter ido me ver. — Respondi.
— Não é você que tem que resolver isso, filha. Mas já que você está aqui, não vamos ficar nesse papo chato. Quer cozinhar comigo? — Ela mudou de assunto.
— Claro. Olha, mamãe, eu te amo, muito. E sempre estarei aqui com você, e dar um puxão de orelha no meu pai quando ele estiver errado.
— Também te amo, meu amor. — Ela riu da minha frase e me abraçou.
Levantei e a puxei pra cozinha. Fizemos o almoço, e aproveitamos pra chamar os vizinhos que estavam com Noah para comer também.
Como estava frio, depois do almoço mamãe e o seu sobrinho deitaram e acabaram dormindo no sofá na sala de tv. Aproveitei e sai, peguei o carro e dirigi até a empresa do meu pai.
Chegando lá, estranhei a nova fachada, pois fazia algum tempo que fui lá. Tinha uma nova recepção antes da entrada principal.
Caminhei até o jovem que estava mexendo no computador.
— Boa tarde, estou aqui pra ver o Peter Carter. — Falei.
— Desculpe, ele não está. — O jovem respondeu sem me olhar. Bufei de raiva.
— Eu sei que está. — Cerrei os olhos e estalei os dedos pra que ele olhasse pra mim.
— Não está, senhora. Por acaso você tem um horário marcado? — Ele respondeu debochado.
— Eu não preciso marcar horário para falar com o meu pai. — Respondi no mesmo tom que ele.
— Ah, senhorita Carter, me desculpe. Seu pai está em reunião. — A sua voz já havia mudado pra um tom suave.
— Pode avisá-lo eu estou esperando ele? — Falei
batendo os dedos na mesma dele.
— Sim senhorita. — Ele engoliu seco e pegou o telefone, discando um número. — É a filha do chefe. — Ele falou para a outra pessoa, que deduzi ser a assistente do meu pai. — Pode subir.
— Qual seu nome? — Perguntei, o encarando.
— É Liam, senhorita. — O garoto falou com medo. Eu nunca usaria um tom de superioridade para assusta-lo, mas me diverti vendo a cara de assustado dele ao saber que eu era filha do chefe.
Passei pela entrada e cumprimentei a assistente do meu pai, Glória era uma mulher mais velha que já trabalhava ali a bastante tempo. Segui até a sala do meu pai.
Bati na porta e ele respondeu que poderia entrar.
— Vamos conversar? — Falei assim que entrei.
— Sinto muito, Li. Estou ocupado, por que não falamos mais tarde em casa? — Ele respondeu sem tirar os olhos do computador.
— Pai, olha pra mim. Eu vou voltar pra Nova York hoje, mas não sem antes saber o porquê você está assim. Não adianta ficar bravo ou esconder, eu sou teimosa igual você. — Falei sentando na cadeira disponível na frente da sua mesa e observei os portas-retratos que tinha ali.
— Assim como? Eu estou ótimo. — Ele deu de ombros.
— Pode ser, mas a Mel não está. Por que você está tão afastado dela? Vai, pai, você nunca foi disso. O que aconteceu?
— Só são coisas do trabalho.
— Que estão envolvendo sua casa, sua mulher... Me fala logo, você sabe, eu tenho o dia todo. — Joguei minhas costas pra trás e cruzei as pernas. Ele revirou os olhos e riu.
— Meu sócio largou a empresa, sem aviso prévio, deixando um grande buraco na conta bancária e levando vários clientes e até outros advogados para sua nova firma. — Ele me encarou dessa vez.
— E isso é tão grave que você não pode conversar com sua esposa sobre isso?
— Não é, mas eu não preciso de mais pressão, Liz. — Ele deixou seus óculos na mesa.
— Achei que estava tudo bem aqui.
— Eu também. — Ele coçou a testa.
— Olha pai, eu não vou me envolver nessas questões, porque eu sei que você tem capacidade pra resolver e que em todos esses anos, você já superou muita coisa. Mas, só quero que você converse com a Melissa. Promete que vai falar e que vão se resolver? — O encarei e ele pareceu não gostar da ideia. — Pai!
— Ok, filha, eu prometo. — Ele deu um sorriso
forçado.
Alguém bateu na porta, chamando-o para uma reunião de verdade.
Ele me acompanhou e me abraçou.
— Não quero fazer burburinho, mas não gostei daquele recepcionista. — Fiz careta.
— Ninguém gosta dele. Mas vai ter corte, então você já sabe.
Ri e mais uma vez o abracei. — Te amo, pai.
Me despedi dele e sai do prédio.
Voltei pra casa deles e por fim, tomei mais um café com Mel que perguntou onde eu estava, menti dizendo que só tinha ido passear.
Quando chegamos a Nova York, deixei Noah com a mãe e voltei pro meu apartamento.
Agora estava ansiosa para a chegada do sábado e ver Oliver. Peguei no sono mais uma vez com a televisão ligada.
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