41- pov: Oliver Stark.

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Finalmente assumi o cargo de chefe grande Corporação de Desenvolvimento Tecnológico de Nova York.
Os primeiros dias já estavam sendo bastante cansativos. Diante disso, passo o dia todo no grande prédio no centro, entre papeladas e reuniões.
Desde o último sábado não vejo a Li, nem o restante do grupo. A terça foi bastante agitada e a noite tudo que eu queria era descansar.
Acordei com o irritante toque do meu celular. Sem ver quem era, apenas recusei. Essa droga tocou mais duas vezes, até eu ouvir alguém na porta.
Levantei bravo. Quem seria o tonto de ir pra casa do outro essas horas da madrugada?

— O que foi em? Pelo amor de Deus! — Reclamei abrindo a porta me deparando com Chris e Sofia parados, parecendo dois fantasmas.

Sorte deles que essa noite eu resolvi dormir com roupa, já que estava frio.

— Oliver, temos que conversar. — Chris disse. Ele segurava a mão da sua noiva que parecia não estar associando tudo que está acontecendo.

— O que aconteceu? — Perguntei, dando espaço pra eles entrarem. O sol ainda não havia aparecido. O clima lá fora parecia mais gelado do que o normal, o casal estava bem agasalhado.

Chris acompanhou sua noiva até o sofá, a ajudando ela se sentar. Enquanto ele ficou em pé, de frente pra mim.

— É a Liz. — Chris revelou o motivo da presença. — Ela desapareceu.

— O que? — Franzi a sobrancelha.

— Tio Peter me ligou. Ela sumiu. — Ele suspirou. Seu rosto estava tão pálido quanto da sua noiva.

— Isso não é hora de brincadeira, Chris. — Resmunguei, ainda sem acreditar.

— Por que diabos eu brincaria com isso, Stark? — Ele disse.

— Ryan... — Sofia sussurrou. Foi a primeira frase da loira.

Meu coração acelerou. Senti tudo rodar. Todo meu corpo todo tremeu. As lágrimas queriam rolar no meu rosto.
Imaginar a Lili nessa situação me deixa aflito... Sei que ela é forte, mas sabe-se lá o que ele será capaz de fazer com ela.

— Tio Peter não contou muito. Só que desde as 23 horas que eles não tem notícia dela. Encontraram o carro dela, a pista que eles têm é que o tem ligação com o Ryan. — Chris completou, explicando a situação.

Chris realmente era o mais sensato do grupo, Sofia parecia em estado de choque e eu não sei o que eu senti ouvindo aquilo

Senti como se eu estivesse me afogando, sem ar. Talvez essa fosse a sensação de levar um tiro.
Imediatamente as lembranças do passado vieram à tona. Liz machucada e com medo com aquele mostro ao lado dela.

Chris caminhou até minha cozinha, buscando água pra mim e pra Sofia que chorava quietinha.

— Olha, eu também estou surtando, mas eles vão encontrar ela, e ela vai ficar bem. — Chris tentou nos confortar. — A gente sabe o quando ela é foda. Ela vai ficar bem.

— E se ela não ficar? E se ele terminar o que começou anos atrás? Chris, eu não vou aguentar! — Falei nervoso enquanto andava em círculos.

— Tem muita gente atrás deles, ele pode ser esperto, mas a polícia vai ser mais, Oliver. — Ele colocou a mão no meu ombro me fazendo parar. O arquiteto me abraçou.

Eu não posso perder ela, Chris. — Falei ainda no abraço.

Eu sei, amigão. Nós não podemos perder ela. — Ele respondeu.

Me soltei dele, e sentei ao lado da minha amiga que sofria sozinha. Enrolei meus braços ao redor dela que apoiou a cabeça no meu ombro.
Chris sentou na cadeira branca na nossa frente, com o cotovelo na encosto, ele coçava a testa.
Momentos de angústia e tristeza. Lili é o laço que nos mantém firme. Sem ela, não éramos nada. Eu não podia suportar a ideia de perdê-la.

— Vamos pra delegacia, amor. Por favor. — Sofia se soltou de mim, quebrando o silencio e se direcionando ao seu noivo.

— Eles pediram pra não irmos. Lá já está cheio, basta a pressão dos tios, a gente só iria atrapalhar mais. — Ele respondeu.

— A gente não pode ficar aqui sem saber de nada. Vou me trocar e a gente vai. — Levantei.

— Como é que vou lidar com dois teimosos? — Chris deu de ombros. — Vai, Stark.

Segui até o final do corredor, vesti-me adequado pro clima do lugar e pro frio.

Saímos os três em direção ao departamento, Chris dirigindo e eu atrás.
O trajeto foi mais demorado do que os dias normais. Não sei se era o nervosismos, se era a lentidão do Collins no volante.
Sozinho, no escuro, as minhas lágrimas rolaram. Meu coração despedaçado em saber que a Liz essa hora poderia estar em qualquer lugar do país, sabe- se lá em qual situação.
Pedi a Deus, aos céus, ao universo que a protegesse.
Chegamos no local que estava ainda mais agitado do que o normal. Detetives e policiais fardados de um lado pro outro. Homens de terno, polícias de outros distritos.

No hall principal, não havia espaço pra quem quisesse. Quadros com informações da Liz, do Ryan estavam expostos.
Vimos Peter saindo de uma sala, provavelmente a de descanso e caminhando até o outra no fim do corredor. Seguimos o homem, adentramos a sala que provavelmente era onde atendiam as testemunhas.

— Vocês vieram. — Tia Melissa se levantou do sofázinho vindo ao nosso encontro. Seus olhos vermelhos indicavam que ela chorava desde a hora que soube. Mesmo cansada, ela não deixou de abraçar um por um.

— Não podemos ficar sem notícias. — Respondi depois de soltá-la e cumprimentar o senhor Carter que se sentou em uma cadeira— Alguma novidade?
— Não, eles não deixam sabermos de nada. — O homem mais velho respondeu depois de beber seu café. Seu rosto abatido não negava o quanto ele estava sofrendo, mais do que qualquer um presente.

As mulheres sentaram juntas no sofá e Chris na cadeira ao lado do Peter.
Fiquei em pé, encostado em uma das paredes, observando grande movimentação daquele local.

Olívia apareceu na porta junto com outro policial, que eu reconheci ser o parceiro de Liz.

— Oi pessoal. — Parecendo surpresa por nós ver, ela acenou com a cabeça pra gente.

— Novidades, Liv? — Mel direcionou a irmã.

— Encontramos um endereço antigo do Ryan, em uma área afastada da praia, em Long Island. Uma equipe já foi vistoriar o local para ter certeza que eles estão lá.

— Temos quase certeza que é lá o esconderijo dele. — Foi a vez do rapaz dizer.

— Queria ter conseguido matar aquele desgraçado quando puder. — A frase soltada por Peter enfureceu a sua mulher

— Peter! — Sua esposa exclamou. — Isso não é coisa que se diga, principalmente aqui.

— Eu não me importo. Eu sou o culpado disso tudo ter acontecido, eu poderia ter evitado. — Ele disse nervoso, batendo na mesa. Chris o segurou para que não levantasse.

— Senhor Carter, não é culpa sua, ok? Ficar mais nervoso e falar besteira não vai ajudar. Nossa equipe está preparada pra qualquer situação. E nós vamos achá-la. — Jacob comentou. Sua frase pareceu acalmar a todos presentes.

Os dois policiais nos deixaram ali quando foram chamados por um homem mais velho.
O sol já estava entrando pela janela. O dia amanhecia e nada de novidades.
Durante muito tempo de preocupação, observei uma movimentação ainda maior.
Todos policiais saíam com equipamentos táticos e suas armas. Rapidamente eles desciam.

Rapidamente Olívia voltou pra sala.

— Foi confirmada a situação, eles estão no leste. Vamos até lá. Vocês não saiam daqui! — A Capitã explicou. — Vocês poderão ouvir o que está acontecendo. Eu repito que vocês não saiam daqui, ok? — Olívia completou. Ela e o restante dos agentes estavam prontos pra sair. Preparados com armas, coletes e tudo que eles precisariam.

— Traga minha filha, por favor Liv. — Tio Peter levantou até Olívia e segurou na mão dela.

— Faremos o nosso melhor. — Ela acenou com a cabeça.

Dali vimos todos sairem às pressas.
Um dos policiais ficou conosco com seu rádio para que pudéssemos ouvir o que eles falavam entre si.
Nesse momento Chris, Sofi, tio Peter e o policial já estavam em cadeiras ao redor da mesa redonda, enquanto no sofá ali presente, eu tentava acalmar tia Mel que tremia.

O minutos em que os agentes seguiam até o local foram de completos silêncio. O que nos fazia ficar mais nervosos.

Avistamos o local. — A voz masculina falou no rádio. Provavelmente era o outro capitão. — Nos aproximando.

Tudo que foi falado depois foi em códigos. Não conseguimos acompanhar a movimentação, entre correrias e vozes por cima da outra.

Suspeito número preso. Adentrando a casa. — Foi a primeira frase dita por um dos homens.

Depois de um período de silêncio, barulhos ecoaram na sala.

Tiros.

— Segundo suspeito baleado. Vítima desacordada, convoco atendimento de emergência. — Foi a frase que ouvimos em seguida.
Ambulância a caminho. — Mais uma voz falou no rádio.

Foram as últimas coisas que ouvimos.

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