17- pov: Liz Carter.
— Bom dia, dorminhoca! — Papai falou quando entrei na cozinha.
— Bom dia, paizinho. — Abracei ele.
— Melissa teve um paciente de emergência, mas ela volta logo. Fiz seu café.
— Quase 30 anos e ainda sendo mimada pelo pai.
— Vou fazer isso sempre que eu puder — Ele riu me dando um beijo da bochecha.
Sentei na mesa onde já estava servido meu café da manhã favorito, cereal, panquecas com geleia de morango e suco. Sorri lembrando que aquele era meu café todos os dias quando eu morava aqui.
Meus pais sempre foram meus maiores apoiadores, meus melhores amigos. Nunca tive o menor motivo pra reclamar da vida que tivemos juntos. Meu pai sempre me manteve segura, conversava comigo sobre tudo, principalmente depois que a Katherine foi embora. Ele tomou as rédeas da casa, nunca deixou-me de lado, nunca se mostrou vulnerável. Mesmo sabendo que ele sofreu também com toda aquela situação. Ele era o pai que todos da escola queriam ter, o engraçadinho, as festas podiam ser em casa, eu sempre podia dormir na casa da Sofi, ou qualquer outra amiga.
Quando ele e Melissa se conheceram, ela entendeu tudo que havíamos passado, e entrou de mansinho em nossas vidas. Com calma, ela conquistou nós dois.
— Você parece está feliz com toda essa nova fase. Nova casa, o trabalho parece está indo bem, novo namorado. Mesmo, sabe, com aquele drama da sua mãe aparecer. — Ele se sentou ao meu lado e bebeu seu café.
— Vamos esquecer esse drama.
Mas completando, eu me sinto bem, realizada com tudo que estou conquistando. — Segurei na minha mão e sorri.
— Estou orgulhoso de você. — Ele disse com um largo sorriso.
— Eu te amo. — Sorri emocionada.
— Eu também te amo querida. — Ele me beijou na testa enquanto eu comia as panquecas, que estavam ainda melhores do que antigamente.
— Me fale sobre o rapaz, Matthew.
— Ele é ótimo, já conheci seus pais. Eles são da Inglaterra, mas vivem aqui a bastante tempo. Matt, é arquiteto, como você sabe. Estou feliz com ele.
— Então estou feliz por você. Você sabe que eu torço pela sua felicidade antes de tudo, então qualquer problema você pode conversar comigo. Você sabe não é?
— Não se preocupa. — Sorri continuando a comer.
— Bom dia tio Peter. Bom dia Li!
— Bom dia amigão. Panquecas? — Papai perguntou pra Noah que se sentou ao meu lado e confirmou com a cabeça sobre sua pergunta.
— Dormiu bem? — Perguntei fazendo carinho em seus cachos. Eu ano aquele cabelo.
— Sim, Li. — Papai serviu Noah que comeu devagar.
— As panquecas do papai não são as melhores? — Perguntei roubando um pedaço do prato dele, que com o garfo me fez derrubar.
— Bem melhor do que as da mamãe. Mas não deixa ela saber disso. — Ele riu e continuou comendo.
Tomamos café, e logo os dois meninos foram pro jardim da frente da casa enquanto eu limpava a cozinha. Ouvi meu celular tocar e na tela mostrava o número de Matt.
"— Bom dia linda. Como você está?
— Bom dia amor. Tudo bem e você?
— Estou bem. Terminamos o projeto mais cedo, pensei em ir até aí, então voltamos pra Manhattan juntos e você não precisa pegar o trem ou seu pai precise dirigir. O que acha?
— Acho ótimo, amor.
— Chego aí antes do almoço. Depois você me manda a localização certinho. Tudo bem? Preciso ir, até mais tarde linda."
Fui até a porta da frente e ri vendo o Noah acertar com a bola na barriga do meu pai.
— Li, vem jogar? Tio Peter é péssimo. — Noah comentou.
— Eu com certeza vou ser pior que ele, te garanto. Pai, Matt falou que eles terminaram o trabalho mais cedo e disse que passaria aqui, o que acha? Volto com ele pra Manhattan antes de anoitecer.
— Perfeito, filha.
— Vou até o mercado pra prepararmos o almoço. — Ele apoiou a ideia e então segui pro meu quarto, tomei um banho, e logo desci.
— Oi Li. — Encontrei Mel na sala quando desci.
— Oi mãe. — Ela me abraçou. — Vou até o mercado, Matt vem almoçar com a gente. Quer ir comigo?
— Claro. Me dá cinco minutos? — Assenti e ela subiu, voltando logo depois com outra roupa e sua bolsa. Seguimos juntas para o mercado, no caminho combinamos cozinhar juntas.
— Querida, o que acha de comprarmos uma torta também? — Mel falou enquanto empurrava o carrinho de compras, ela aproveitou pra comprar o que estava faltando.
— Ótima ideia. Deixa comigo. — Sai de perto dela e fui para o corredor dos frios.
— Liz? — Um homem falou se aproximando de mim e eu virei fechando a porta do freezer. — Liz Carter, uau! Quanto tempo.
— Daniel? Nossa! Faz bastante tempo... — Daniel era o capitão do time de basquete, aquele mesmo que meu deu um bolo do dia do baile. Ele parecia ainda mais jovem do que a última vez que nós vimos, seus braços malhados, seu cabelo castanho claro continuavam a bem alinhados. — Você está ótima. Voltou a morar aqui?
— Não, apenas aproveitando minha folga pra visitar meus pais. E você continua morando aqui?
— Moro em Chicago, visitando meus pais também. O que você faz?
— Sou policial, e você?
— Nossa sério? Polícia na grande New York, não deve ser fácil. Imaginei que você fosse seguir a carreira da Melissa. Eu virei médico, cardiologista.
— Não é fácil mesmo. — Ri de lado e ele parecia ainda mais admirado comigo ali. Quase babou.
— O que acha de jantarmos hoje? Sabe... não tive a chance de me redimir sobre aquela noite do baile. Você está ainda melhor do que antes. — Ele alisou meu braço.
— Isso já faz 10 anos, eu já superei aquela noite. Eu volto pra Manhattan hoje, então fica pra próxima. — Pisquei pra ele e me afastando dele. — Tenho que ir. A gente se vê, Daniel.
— Até mais Carter. — Sai dali com a torta na mão, e percebi seu olhar me secando.
Terminamos de passar as compras e voltamos pra casa. Fizemos o almoço, e logo Matt chegou.
— Oi, amor! — Ele sorriu ao me ver abrindo a porta.
— Oi, lindo. — O abracei e ele me beijou.
— Eca — Noah falou e rimos dele.
— Esse é o Noah, filho da minha tia Liv.
— E aí garoto. — Matt cumprimentou Noah, com um soquinho na mão.
— Você é o namorado da Li?
— Sou sim. — Matt se abaixou, ficando do tamanho do Noah.
— Você não vai machucar ela não é? — Noah perguntou olhando sério pra Matt.
— Não, nunca faria isso. — Ele sorriu de lado olhando pra mim.
— Acho bom, hum. — Rimos do jeito que ele falou e ele saiu correndo pra brincar com os meninos da rua que o chamaram por ele.
Papai e Mel voltaram da cozinha.
— Oi, Matthew. — Mel sorriu e cumprimentou Matt com um aperto de mão.
— Sr e Sra Carter, é um prazer rever vocês. Agora mais formalmente.
— Olá. — Meu pai também apertou a mão de Matt, que sorriu.
— O almoço logo estará pronto. Venham, se acomodem. — Mel chamou e sentamos no sofá.
Conversávamos até o almoço ficar pronto. Papai e Matthew descobriram um gosto parecido, torciam para o mesmo time de futebol americano, então a conversa foi sobre isso, os dois se divertiram, fazendo piadas sobre os jogos.
Aproveitamos o restante da tarde juntos.
— Eu gostei do rapaz. — Papai no meu ouvido falou enquanto me abraçava, estávamos prontos pra voltar pra Manhattan.
— Fico feliz papai. — Beijei sua bochecha e me despedi de Melissa.
— Se cuidem? — Mel falou pra Matt que acenou afirmativamente com a cabeça.
— Tchau Noah, aproveite seus tios. Depois você passa o final de semana na minha casa, fechado?
— Sim, tchau, Li. — Ele me abraçou, depois voltou sua atenção pro tablet.
Nos despedimos e fomos pra carro.
Me acomodei no banco da frente. — Que saudade senti de você. — Matt disse depois de colocar seu cinto.
— Eu também estava. — Sorri e me assustei quando Matt me puxou pra um longo beijo, suas mãos acariciavam minha cintura. — Vamos chegar um pouco antes de eu ir pra delegacia, lá mataremos a saudade. — Ri de lado e Matt deu partida no carro.
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