Passara algumas semanas desde a viagem de Sofi e Chris à Paris para seu noivado, ainda não tínhamos tido tempo de comemorar. Na terceira semana de outubro combinamos de sair pra almoçar em um restaurante italiano.

— Não veio a hora de começar a organizar tudo do casamento. Eu esperei tanto por isso. Nem preciso nem pedir pra que você seja minha madrinha não é Li?

— Você vai ter que pedir com jeitinho — Falei com a voz manhosa e ri da cara dela.

— Então desde quando você soube? — Sofi me perguntou enquanto conversávamos.

— Desde a semana do pedido. — Ri de lado — Chris foi em encontrar todo nervoso, me deixando nervosa também.

— Você é um bobo mesmo. — Ela beijou Chris.

— Eu que fui escolher a aliança com ele — Oli falou e piscou.

— Até parece que você tem esse bom gosto, Oli. — Sofi riu sarcástica admirando sua aliança pela milésima vez.

— É verdade, amor. — Chris falou, deixando Sofi surpresa.

— Eu também escolhi isso pra você, Li. — Oliver pegou uma caixinha no bolso me entregando.

Era uma linda corrente do símbolo do infinito e um par de brincos. Desde sempre falávamos que aquele era o símbolo da nossa amizade.

— Oli, por que? Não é nenhuma data especial.. — Falei sorrindo.

— Eu vi e lembrei de você. Achei que você gostaria. Não preciso de data especial pra demonstrar o quanto eu te amo, Lili.

Levantei e o abracei — Também amo você, Oli.
Obrigada, são lindos. — Oli pegou o colar e eu então virei- me, ele atacou a correntinha. Suas mãos geladas tocaram meu pescoço e eu senti arrepios pelo corpo inteiro.
Percebi o sorriso de Chris olhando pra Oli que tentou disfarçar seu rosto vermelho.

Curtimos o resto do dia no restaurante e então Oli se ofereceu pra me deixar em casa. O chamei pra subir e então seguimos para meu apartamento.

— Quando a sua mãe chega? — Perguntei enquanto tirava meu salto e deixava minha bolsa na mesa de centro.

— Nas próximas semanas— Oli falou e se jogou no meu sofá. Dei risada. — E como vai o seu "namorado"? — Ele fez aspas com os dedos.

— Namorado é uma palavra forte.  — Dei de ombros

— E você? Não tem ninguém desse coraçãozinho?
Ele riu sem graça e resmungou — Não. Parece que todas as mulheres dessa cidade já namoram, são casadas, tem menos de 20 anos ou só não querem ficar comigo.
Ri dele.

***

Estávamos na sacada, o sol estava a se pôr e o céu laranja com rosa me fez sorrir.

— Lembra de quando observávamos o pôr do sol na varanda da minha casa todos os dias? — Oliver disse e aquelas lembranças vieram à tona da minha mente.
— Todo dia indo comer o meu bolo favorito da tia Camila e observar a minha coisa favorita, com o meu amigo favorito. — Deitei minha cabeça do ombro de Oli, que me fez carinho na bochecha.

O momento foi atrapalhando quando meu celular tocou e eu atendi:

— Carter? É o Jacob. Precisamos de você aqui. Novas informações sobre a quadrilha que estamos de olho.

— Chego aí em 10 minutos.

— Precisa ir pra delegacia? — Oli perguntou e eu confirmei.

— Vou tomar um banho. Você me leva lá?

— Claro.

Caminhei até o banheiro, e quando terminei, me vesti, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo alto, até que ouvi a porta bater.

— Eu atendo. — Oliver gritou, e eu continuei no meu closet, coloquei meu blazer, peguei meu distintivo e calcei minha bota.

— Oliver? O que você faz aqui? Onde está a Liz?— Reconheci a voz de Matt na sala.

— Eu sou o melhor amigo da Lili. Qual seria o problema de eu estar aqui? Ela foi tomar banho. — Oli falou sarcástico.

— Nenhum problema. Só o fato de você estar sem camisa na casa da minha namorada.

— Oi, Matt. — Falei chegando na sala e realmente vendo Oliver sem camisa.

— Derrubei uísque na minha camisa — Ele se explicou.

— Tudo bem Oli, você sabe que tem camisa no quarto de hóspedes.

Matt me deu um selinho — Desculpa por isso. Eu quis vir te chamar pra gente jantar.

— Preciso trabalhar agora... podemos marcar outra hora? — Vi o pequeno sorriso de Matt sumir.

— Claro... Faz tempo que não nos vemos, estou com saudade... — Ele me puxou mais pra perto.

— Também estou.. mas preciso ir agora.

— Vamos Lili? — Oliver apareceu na sala. Já com outra camisa. Combinamos que sempre teria roupa reservas pra ele, Chris e Sofi.

— Eu levo ela. — Matt falou sério, fazendo o loiro resmungar baixo.

— Vamos? Eu realmente não tô com tempo.

Deixei Oli trancar minha casa, enquanto desci junto com Matt.

— Eu não tenho muito tempo, mas você... me chamou de namorada?

— Foi na hora do ciúme... sei que combinamos de não rotular.

— Não precisa de ciúme, muito menos do Oli.

— Foi estranho ver ele sem camisa na sua casa, enquanto você tomava banho.

— Que bobagem. — Falei e então ele estacionou em frente à delegacia — Te ligo quando eu puder. — Ele me puxou e me beijou.

Nos despedimos e fui pra delegacia.
Combinei todos os detalhes da operação com Jacob e Olívia. Estávamos prestes a sair. Enquanto eu pegava meu casaco, que estava na  cadeira da minha mesa, ouvi uma voz se aproximando de mim.

— Elizabeth — A voz da mulher ecoou não delegacia. — Elizabeth, sou eu, sua mãe.

Nem vocês, nem eu estamos preparados pra esse próximo drama... 👀