Epílogo - PARTE II
*Gente, eu sei que demorei, mas não deu pra ser antes... Vou ver se consigo finalizar esse epílogo até o final do feriado e aí já lanço o de Sob a pele. Beijos! <3
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Pela manhã eu estava ajeitando a lancheira do Santiago quando Flávio me apareceu banhado e vestido e para ir para o trabalho.
- Bom dia amor. – Me deu um beijo no pescoço.
- Bom dia! – Tentei sorrir, mas minha feição me entregou.
- Dormiu mal? – Ele perguntou preocupado.
- Um pouco... – Respondi lacônico enquanto terminava de fechar a lancheira.
- Preocupado? – Ele tentou.
- Você volta cedo, né? – Perguntei sem saber disfarçar a minha impaciência.
- Sim, vou pedir as contas e volto cedo. – Ele se achegou em mim. – Eu fiz algo de errado e não estou sabendo? – Me segurou com mais força.
- Acho que não, mas nós precisamos conversar! – Falei me soltando de seu abraço ao ouvir os passos de Santiago. Descalço ninguém o ouvia se aproximar, mas com aqueles tênis não tinha como disfarçar. – Tá pronto príncipe? – Perguntei surpreendendo-o.
- Ai pai Sam, quase me mata de um susto! – Meu bebê ficou vermelho de imediato.
- Se ficou tão assustado é porque já ia fazer o que não deve, né? – Devolvi colocando as mãos na cintura e ele sorriu amarelo.
- Me pegou... – Disse me olhando.
- Vamos filho! – Flávio chamou.
- Num era o vovô que ia me deixar hoje na escola? – Assim que ele fechou a boquinha a campainha tocou.
- E é! Senta Flávio que eu vou fritar o seu ovo! – Do jeito que eu falei ficou parecendo que aquilo era uma ameaça e vi que ele sentou com medo. Meu pai desceu junto com meu filhote depois da nossa despedida e Flávio estava sentado à mesa com as mãos baixas como uma criança que fez algo de errado e estava aguardando o castigo.
- Amor, tu sabe que se eu fiz algo foi sem querer, né? Isso é por eu ter esquecido do nosso aniversário ou foi um daqueles sonhos de novo? – Perguntou tentando me decifrar.
- Que sonhos?
- Ah, você passou uma semana com raiva de mim porque sonhou que eu estava te traindo... Lembra? – Não pude deixar de rir com aquilo.
- Não, não é isso não amor. – Sentei em seu colo e lhe beijei o pescoço.
- Então? – Com uma sobrancelha levantada ele me olhava.
- O Santiago ontem conversou comigo e disse que te ouviu falando com o Jarbas que não queria ser pai de novo. – Seus olhos se fecharam. – É verdade? – Continuei sentado em seu colo e pude sentir a angústia se avolumando em seu peito.
- Sam... Não é que eu não queira. – Ele fungou. – É que eu acho nós dois muito novos pra já estar com família, trabalhos, caderneta de poupança, juntando dinheiro pra material escolar... – A cada item que ele citava, meu coração se comprimia um pouco mais. Eu também me sentia atarefado até a goela, mas sempre que eu via o sorriso do Santiago, ou enquanto fazia amor com meu Flávio eu via que aquilo tudo valia a pena. Porém, pelo que vi ele não concordava tanto assim.
- Você se arrependeu? – Quis me levantar de seu colo, mas ele me segurou.
- Não! Nunca! – Respondeu sem pensar. – Não é arrependimento amor. É só que eu sinto falta de ser só nós dois, sabe? Sinto falta de chegar em casa e namorar a noite inteira, de te dar um pilequinho e conversar com você e depois fazer uma sacanagem aqui mesmo na sala de jantar... Eu não me arrependo, mas acho que temos que ir com mais calma.
- Mas... – Eu queria falar e não chorar, mas para mim qualquer caminho que não incluísse o Santiago me parecia errado.
- Amor, eu amo o Santiago. Você e ele são as duas pessoas mais importantes do mundo para mim, não duvide disso... – Selou os nossos lábios e me fez um carinho na bochecha enquanto limpava as lágrimas que desciam pelo meu rosto. – Eu só acho que nós podemos nos dar o direito de levar as coisas com mais paciência, nós podemos decidir o que fazer depois, não é como se eu estivesse dizendo que não quero um filho que já está a caminho. É que eu acho que nós podemos pensar melhor nisso, entende?
- Você diz em deixar para depois?
- Sim, depois que eu ver se a banda vai mesmo vingar. Eu sei que nós temos o dinheiro dos nossos pais, mas veja, eu não gosto de depender de outras pessoas. Você sabe o quanto isso me machuca.
- Eu sei.
- Então, nós podemos conversar mais sobre essa possibilidade?
- Acho que devemos... – Falei e lhe dei um tapa no braço.
- Ai! – Ele reclamou – E porque isso agora?
- É por você achar que é melhor conversar com o Jarbas do que comigo. Quem é que você come, hein? – Fiz manha mesmo!
- Ow meu amorzinho. Eu só me aconselhei com ele, você sabe que o Jarbas é um bom conselheiro, apesar de não parecer! – Falou rindo do amigo e de mim.
- Tudo bem, agora come que eu vou ajeitar umas coisas aqui e ainda tenho um monte de trabalho na Olimpo.
- Não te solto antes de você me dar um beijo! – Ele ameaçou.
- Besta! – Beijei-o demoradamente, nossas bocas se encaixavam de uma maneira única, o que havia entre nós dois era forte demais. – Jura que nunca se arrependeu? – Disse em seu ouvido depois que nos afastamos.
- Nunca amor, a única coisa que me causa algum arrependimento na nossa história é aquele ano que passamos separados. Sam o que eu estou querendo é que nós tenhamos mais tempo um com o outro, até mesmo com o Santiago. Imagina mais uma criança agora, nós nem chegamos aos trinta ainda e já temos uma vida toda organizada. Nosso filho estuda em uma boa escola, temos ajuda dos nossos pais... Mas lembra como foi no começo? Nem eu e nem você dormíamos ou descansávamos... Era tudo tão corrido.
- Eu sei, então não vou mais procurar por enquanto... – Não pude conter minha tristeza, mas olhando friamente ele tinha razão, nossa vida deu certo muito cedo e nós estávamos correndo, qual era o problema de nos organizar melhor e depois trazer mais uma pessoinha pra nossa casa e nossa vida. Abracei-o bem forte e cheirei demoradamente o seu pescoço. – Te amo! – Disse baixinho em seu ouvido.
- Também, amor. – Levantei e saí de seu colo, lavei as louças e quando ele saiu veio até mim e me beijou demoradamente.
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- Filho, eu não vou negar que adoraria ter mais um neto. Você sabe o quanto eu amo o nosso menino, mas não acho que o Flávio esteja totalmente errado. Acho que vocês podem esperar um pouco, deixa o Santiago ficar mais velho, vai até ajudar vocês com uma nova criança. – Minha mãe falava me olhando com carinho.
- Eu acho que fiquei mais chateado por ele achar que não pode falar comigo sobre isso! – Falei um pouco triste.
- Ai Sam, mas isso é bem sua culpa né meu filho? – Às vezes era irritante o tanto que minha mãe defendia o Flávio.
- Não sei como, sou super razoável!
- Seeei... – Disse rindo.
- Mãe!
- Meu filho, você é filho único!
- Ele também é!
- Mas nunca foi mimado! E você sabe muito bem disso, seu marido já se recuperou de muita coisa.
- Eu sei. – Falei meio emburrado, mas sem querer parecer infantil.
- Você também se recuperou de muita coisa amor, o Santiago também... Se deem um tempo, aproveitem essa família linda de vocês e depois você começa pedindo de novo!
- Do jeito que a senhora fala parece até que eu preciso da autorização do Flávio... – Não consegui me segurar e dei recibo do quanto eu estava emburrado com aquilo tudo.
- Depois diz que é razoável!
- Ai mãe! – Respondi chateado.
- Deixa de ser criança, Samuel! – Neste momento ela falou mais alto – O teu marido é um homem bom, só vive para vocês, é louco pelos dois, não vejo ele comprando nada pra ele, só pra você e para o Santiago. O que ele está te pedindo é para que vocês possam se aproximar e você fica aí emburrado como se ele tivesse te negado uma Barbie!
- Precisa disso? – Fazia tempo que eu não levava uma chamada assim dela. – Depois eu também vivo pra eles dois!
- Eu não estou te acusando de ser injusto ou abusivo, só se coloque mais no lugar dele. Vive falando de uma tal de empatia e não pratica! – Ela levantou do banco e pegou Santiago nos braços, eles todos tinham razão e eu que estava criando problemas onde não existiam.
- Pai Sam, amanhã tu me leva no parque? – Ele falou ainda nos braços de minha mãe.
- Não, amanhã você já vai assistir o ensaio da banda, depois nós vamos sair para comer algo! – Puxei-o para mim e o coloquei no chão, apesar de ele ser o meu amor maior, não dava mais para ficar com o menino nos braços.
Minha mãe sorriu...
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- Nosso neto está inseguro quanto ao que o Flávio falou, imagina com os próximos acontecimentos! – Leninha disse me olhando de cima a baixo.
- Eu sei, mas eles dois vão passar por mais essa... Eles são almas gêmeas Leninha!
- É isso que me conforta, mas não sei pra que mais uma dificuldade assim... Os dois, apesar das brigas, estão tão bem!
- São forças que não ouso questionar, Leninha. Vamos só energiza-los...
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- Aquele lá era o tal Héctor? – Disse quase gritando no restaurante.
Aquilo não ia dar certo!
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