CAPÍTULO - 30 - FINAL
*Pessoas eu sei que acabei atrasando, mas ontem passei o dia todo sem internet, está aqui o final da história, a dedicatória de hoje vai para uma leitora que me acompanha há bastante tempo e que tem uma ligação especial com esta história! Querida, esse é pra você! <3
CAPÍTULO – 30
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Descemos do carro logo após ele atirar no carburador, percebemos então que corríamos perigo real de vida, não era apenas uma ameaça vazia e desesperada ele queria voltar para o controle de sua vida, ele o faria o que custasse para isso.
- Marlene! – Ele mastigou o nome da ex-mulher na boca como se sentisse prazer ao falar de forma ameaçadora.
- Salvador... – Ela falou ainda de forma altiva, o encarou e vi quando ele puxou algo das suas costas, vi que era uma corda.
- Pega, amarra o viadinho! – Jogou a corda nos pés dela.
- Não! Você vai me matar de qualquer maneira que eu sei, nunca mais eu obedeço a você! – Minha espinha gelou, ele a olhou com ódio e pôs o dedo no gatilho, apontou a arma pra ela e eu gritei.
- Não, pelo amor de deus! – Me coloquei na frente dela.
- Tu acha mesmo que você estar na frente dessa vagabunda vai me impedir de atirar? – Ele deu um sorriso torto, meu corpo inteiro gelou e ela me empurrou para o lado.
- Teu problema é comigo! Deixa o Samuel fora disso! – Ela falou firme – Eu vou atacar, foge! – Ela cochichou pra mim e eu mais uma vez me desesperei. - Se vai atirar que seja logo, seu covarde! – Ela gritou e deu um passo em direção a ele.
- Tá muito corajosa, né vadia? – Ele apontou a arma novamente para ela. Marlene me olhou como se dissesse: "Corre" e avançou nele, eu nunca tinha ouvido um tiro antes, é um barulho seco, alto e muito desesperador. Marlene caiu morta no chão, o tiro foi na testa, certeiro e eu me vi escorregando pela lataria do carro até atingir o chão, os olhos arregalados, as lágrimas descendo fortes e pesadas e o desespero me pegou por completo, olhei para ele e vi um riso de satisfação. Aquele doente não satisfeito em ter infernizado a vida de Marlene durante tanto tempo, agora tirara a sua vida. Eu olhava direto para o corpo dela estendido no chão de terra batida, o sangue escorrendo e seus olhos abertos como se mirassem o sol.
- Vem viadinho! – Ele chegou ao meu lado e me segurou pelos cabelos me fazendo levantar. Gemi de dor pela força que ele empregava em meu couro cabeludo, o fedor de seu suor se colou às minhas narinas e me nauseou, eu não conseguia lhe olhar. – Vai chorar? – Ele provocou. Mais uma vez olhei pra minha amiga estirada naquele chão e mais uma onde de lágrimas me fez ficar com a vista embaçada. – Você não vai ter a sorte dessa cachorra, você vai morrer gritando de dor! – Sentenciou, então ele me deu uma coronhada na nuca e tudo ficou escuro de repente.
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Desde que o Sam me falou dessa viagem eu fiquei com um mal pressentimento, algo não estava direito. Ele desceu do carro depois de me beijar e saiu andando em direção ao guichê de ônibus que fazia a linha para a sua cidade, meu peito ficou apertado e só saí dali ao ouvir as buzinas das pessoas impacientes que estavam atrás de mim. Andei devagar até chegar ao trabalho, meu pensamento estava nele o tempo todo. Estacionei o carro e resolvi ligar para a minha sogra.
- D. Viviane, quando o Sam ligar me avise, por favor! – Falei com ela antes de entrar na empresa.
- Não gostei dessa viagem dele assim Flávio... – Ela me confidenciou e meu coração se comprimiu ainda mais.
- Nem eu, mas a senhora sabe como ele é teimoso, não é?
- Você sabe quem ficou de ir busca-lo na estação? – Ela perguntou e sua voz estava esganiçada como se sofresse de uma dor ou algo do tipo.
- A Marlene eu acho... – Falei encostado ao capô do carro.
- Você também está preocupado, não é? – Ela me perguntou.
- Não sei lhe dizer o porque, mas estou sim! – Desabafei.
- Meu filho... – Ela falou com pesar, aquele clima estava muito estranho.
- D. Viviane, a senhora acha que eu devo ir atrás dele? - Eu só queria o aval de alguém.
- Passe aqui que eu vou com você! – Ela falou de imediato. Entrei novamente no carro, mas passei primeiro na rodoviária, pois era mais próximo do meu trabalho. Desci do carro e ele havia conseguido um lugar no ônibus que partira há pouco menos de meia hora. Meu sangue gelou e eu senti como se o tivesse perdido. Pude jurar que o ouvi me chamando, então corri para o carro e fui até a casa de D. Viviane, ela já estava na portaria.
- Corre Flávio, a gente não devia ter deixado ele ir... – Ela falou com os olhos marejados.
- Calma D. Viviane... – Tentei tranquiliza-la.
- É meu filho, eu sei que tem algo de errado acontecendo! – Ela falou e eu parti, segui suas instruções quanto ao caminho, quando passamos pela placa que delimitava o fim da zona urbana de Fortaleza, fiz uma prece: "Meu Deus, cuida do meu menino, por favor. Sem ele eu não sou nada", não chorei para não desesperar minha sogra, mas meus olhos doeram. Novamente tive a impressão de ouvir ele chamar pelo meu nome, mas dessa vez D. Viviane olhou ao redor no carro como se tivesse ouvido a voz do filho também, vi seu semblante de desespero aumentar. – Corre Flávio! – Falou colocando o cinto de segurança.
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Acordei sentindo gosto de sangue na boca, meus pulsos doíam e eu estava deitado no depósito do ateliê, o calor me tomou e eu tentei gritar, mas estava amordaçado. O cheiro de álcool e gasolina era forte e entendi os seus planos e a sua ameaça. Eu morreria queimado, pensei imediatamente em meu Flávio, em como ele ficaria sem mim, tomara que pudesse se recuperar desse baque, que se reerguesse e que não se entregasse a dor como seu pai fizera antes dele. Ouvi passos lá fora e a voz de Jack, tentei gritar, mas o som saía abafado.
- Mamãe o tio Sam vem hoje? – Ele perguntou perto da porta.
- Vem sim meu amor, vamos logo que preciso falar com Dona Helena e ela não está por aqui também! Que cheiro forte de gasolina, algum trator deve estar vazando... – Ouvi a voz de Isabel e o nome de minha avó ficou ecoando pela minha cabeça, minha avó querida que sempre me amou e me defendeu... Chorei por ter que ir antes dela, lhe causar mais uma dor. Minha mãe, como ficaria? Meu deus, eu não posso morrer... Meu pai, meu paizinho que sempre me amou e me apoiou, que foi o primeiro homem que não me olhou como se eu fosse um doente ou estranho demais. Quis ser salvo para vê-los mais uma vez. Subitamente uma onde de coragem me atingiu e eu tentei me soltar, mas aquele maldito havia feito os nós muito apertados.
Me debati e um pouco e senti algo molhado atrás de mim, com muito esforço consegui sentar e vi o corpo de Marlene ali, chorei de desespero mais uma vez. Foi quando eu vi que havia ali outro corpo, não... Não pode ser... Me arrastei até lá e com a cabeça eu consegui virá-la. Com um tiro no olho minha avó estava ali deitada também. O grito gutural que saiu do mais fundo de mim foi de desespero, dor e culpa. Aquelas mulheres estavam mortas por culpa minha, eu havia trazido aquele projeto, eu que garanti que nada lhes aconteceria e que elas precisavam lutar por si mesmas e não ficar esperando uma ajuda de Deus que podia ou não vir. Consegui me ajoelhar e pela primeira vez na vida senti o sabor amargo do ódio. Tentei me ajoelhar, mas as amarras tornavam o intento impossível.
A parca iluminação que vinha de fora não me permitia me orientar bem, foi quando ouvi passos lá fora se aproximando do galpão e mais perto ainda da porta do pequeno depósito, a esperança me tomou mais uma vez.
- Achou que alguém viria te salvar? – Ele falou assim que abriu a porta. – Os peões estão em seus trabalhos, sua avozinha está aqui... E você vai virar churrasco hoje! – Ele disse segurando novamente em meus cabelos para que eu não desviasse o olhar de sua face. Ele me pôs em pé, só para em seguida me derrubar, caí de costas em cima de algo e uma dor forte irradiava do meu dedo mindinho, tentei me por de lado e foi quando ele deu o primeiro chute. – Você (chute na costela) não tinha nada que (chute no rosto) se meter no meu casamento, seu viadinho! – Me ergueu novamente pelos cabelos e dessa vez ele me maltratou, eu gemia muito, pois não podia gritar, ele me derrubou novamente e vi enquanto caía um maço dos meus cabelos em suas mãos. Caí por cima da mão que já estava machucada e a dor quase me enlouqueceu. – Se eu tivesse mais tempo, até brincaria um pouco mais com você! – Ele disse em pé – Só por garantia – Ele puxou uma faca de caça de sua calça jeans e me apunhalou no estômago, cuspi sangue imediatamente e ele saiu dali. Eu perdia muito sangue, e só tive tempo de ver quando a porta do depósito pegou fogo. Vi o Vô Noel me olhar, vi minha tia Maria e soube que eu seria recebido... Pensei em Flávio, ao menos eu o conheci...
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Chegamos na cidade do Ipu em tempo recorde, uma viagem que normalmente levaria cerca de quatro horas, fizemos em menos de duas. D. Viviane afundava as unhas no estofado do carro, como se andássemos voando e ela tivesse medo de ser catapultada daquela cadeira a qualquer momento. Entramos na estrada que levava á fazenda e logo no meio caminho vimos algumas pessoas ao redor do carro, reconheci a D-20 imediatamente, pois eu a dirigi muitas vezes. No meio das pessoas um rosto me chamou atenção, era ele... Afonso! "Se aquele miserável tiver chegado muito perto do Sam eu o mato!" estacionei de qualquer jeito e caminhei com passos decididos ao local da aglomeração.
- O que houve aqui? – Gritei ao ver uma mancha de sangue seco no chão. Meus olhos se encheram e minha ira só foi contida ao ouvir o gemido de horror que minha sogra deu.
- Meu filho... Meu filhinho! – Ela se ajoelhou no chão chorando.
- O que houve aqui? – Gritei novamente em direção a Afonso.
- O carro foi encontrado assim, todo aberto e sem ninguém por perto – Ele respondeu assustado e por um minuto eu até acreditei nele.
- O que você fez com o Sam? – Avancei nele.
- Tá maluco cara? Fiz nada não! –Afonso se defendeu e se esquivou do golpe que quis lhe aplicar.
- Se você tiver machucado o Sam... – Falei apontando o dedo para ele e cada vez mais meu peito se comprimia – Eu... – Não consegui terminar a frase pelo horror que se instalou em minha cabeça só de imaginar algo de ruim acontecendo a ele. D. Viviane veio até mim e com lágrimas nos olhos me abraçou.
- Salva o meu filho, pelo amor de Deus! – Ela suplicou em meu ouvido. Meu horror cresceu ao ver a fumaça preta que levantava da área da fazenda. Quando dei por mim vi Afonso montado num cavalo e desaparecendo atrás de uma nuvem de poeira. Puxei minha sogra e nós dois entramos no caro, arranquei a toda a velocidade. A todo metro percorrido uma gota de suor pastoso se grudava em mim, eu sentia meu chão desaparecendo e um medo terrível se apossou de mim quando avistei o ateliê pegando fogo. Uma fumaça tóxica proveniente dos tecidos e outros materiais, a estrutura sendo lambida por labaredas e mais labaredas e meu coração gritando que era ali que ele estava. Aquele incêndio parecia diferente do outro, o alcance era maior sem dúvidas, o fogo parecia ter vontade própria e cada vez que eu me aproximava para entrar uma labareda parecia tomar vida e quase me queimava.
Era quase como um recado de que não havia mais nada a ser feito. Foi quando vi uma sombra, reconheci Afonso que vinha preto da fuligem, ele trazia Samuel nos braços, assim que ele passou pelo umbral da porta a estrutura cedeu e eu vi o quão machucado ele estava, não parecia estar respirando e estava totalmente enegrecido pela fuligem do material queimado ali.
- Corram, levem ele para um hospital imediatamente! – Afonso arfou e caiu de joelhos depois de me passar o meu amor. Coloquei-o no banco traseiro do carro, Viviane ia com ele chorando muito, desesperada de ver seu filho daquela.
- Corre Flávio! – "Não morre Sam, meu amor... Aguenta firme..." Foi a única coisa que pensei e botei o carro para correr.
*1 ano depois*
Todos naquele carro estavam tristes, eu dirigia para assistir a missa de um ano de falecimento de D. Leninha. Samuel, D. Viviane, mas principalmente Neto chorava muito. Dirigi até aquela cidade o tempo todo olhando para o meu menino, que mesmo com medo queria ir à missa de sua avó. Samuel havia se recuperado daquele evento horroroso. Naquele dia nós o levamos para o hospital o mais rápido possível, lá ele sofreu uma parada respiratória, conseguiram reanima-lo e estabilizá-lo, mas logo que melhorou um pouco foi transferido para um hospital de Fortaleza onde pode se recuperar, por ter inalado muita fumaça ele passou muito tempo com uma tosse terrível e por vezes vertia sangue pela boca.
Não saí de seu lado um minuto sequer, apenas dava certo espaço para os pais dele, mas o fato de quase ter perdido o Sam daquela forma me deixou medroso. Minha vontade se resumia em ficar ao lado dele o máximo de tempo possível, de início ele ficava muito tempo calado, tem gente que chora, esperneia, grita e se desespera frente a uma situação assim. Mas o Sam não, ele ficava calado, chorava calado, costurava calado, vivia calado depois de ter visto o que viu. O corpo da avó foi totalmente carbonizado assim como o de Marlene e ele assistiu a uma parte deste show macabro.
- Não era a minha hora! – Ele disse em um momento quando estava sozinho comigo em nosso apartamento, há dias que ele falava pouco.
- Claro que não era amor, você lembra do que me disse quando eu levei aquela facada? – Falei segurando em sua mão.
- Não, não lembro – Ele se ajeitou em nossa cama.
- Você não pode me deixar... Nós vamos morrer velhinhos e no mesmo dia! – Olhei e vi que ele lembrou do que disse, se emocionou e me abraçou.
- Vamos mesmo! – Falou em meu ouvido. – Amor, eu posso te contar uma coisa? – Ele perguntou como se ponderasse.
- Você pode me falar tudo meu amor! – Segurei em sua mão.
- Eu vi o meu avô e minha tia quando... – Ele demorou um pouco antes de falar – Eu os vi, meu avô segurou em meu rosto e disse que minha missão na terra estava longe de acabar e que logo que eu voltasse ao Ipu haveria algo mais para nós dois cuidarmos. – Ele falou me olhando.
- Como assim meu bem? – Quis saber mais detalhes.
- Eu não entendi bem, mas acho que tem algo naquela cidade pra mim ainda... – Ele estava intrigado.
- Você quer que eu te leve lá? – Eu perguntei com medo de que ele aceitasse.
- Ainda não... Não consigo... – Ele chorou em meu ombro de medo. Naquela noite eu dormi abraçado a ele, por muitas noites eu o segurava durante seus pesadelos, durante os choros convulsos de saudade da avó, de tudo. A pouca justiça que podia ser feita naquela situação foi conseguida, Salvador foi preso, acusado de todos os crimes e nem sequer tentou negar, mas depois de um mês na prisão ele se enforcou. Depois de muitos meses vivendo aquela vida pela metade, chorando e se culpando pela morte de Marlene e de sua avó, Neto não aguentou mais ver o filho sofrer e o levou à força a um psicólogo chamado Lúcio. Não sei o que ele fez, mas me pareceu milagre rapidamente eu vi o meu amor melhorando e depois de oito meses de acompanhamento ele recebeu alta. Ou seja, há uma semana e hoje estamos indo de volta àquela cidade.
Chegamos até rápido mesmo sem que eu corresse, a missa foi muito bonita, muitas das mulheres que Samuel ajudou estavam lá para lhe prestar homenagem e propuseram que ele voltasse a trabalhar com elas, ele aceitou depois de muito insistência, mas com a condição de ficar resolvendo tudo de Fortaleza, criando suas peças de lá e fazendo os contatos com os muitos fornecedores que apareceriam. Passamos o fim de semana na casa da fazenda, no fim da tarde do domingo Afonso foi até lá acompanhado de Diógenes. Samuel se jogou em seus braços e entre pedidos de desculpas por ter sumido e lágrimas, Afonso contou que o pai começava aos poucos a aceitar a sua relação com Diógenes. Conversamos muito naquela noite e tive que dar o braço a torcer, o rapaz mudou aquele ogro, os dois irradiavam felicidade juntos e era algo bonito de se ver.
Os dias passaram voltamos à Fortaleza, o primeiro contato que Samuel estabeleceu foi com Atlas o dono da Olimpo por intermédio meu, este passou a fazer diversas encomendas e logo a cooperativa ganhava força. Eu acompanhava tudo de perto, numa das viagens que fizemos até o Ipu, Isabel nos levou a um hospital para visitar uma criança que havia sido espancada pelo pai até quase à morte. Aquele menininho tomou o meu coração de imediato, lembrei de imediato de minha história, a mãe do menino havia o abandonado e ele estava já sob a tutela do estado. Nem eu e nem Samuel nos aquietamos enquanto aquele menininho chamado Santiago não veio para a nossa tutela.
Olhando para trás eu vejo como a vida nos empurra por caminhos que não imaginamos, conhecer Samuel foi apenas o pequeno passo que mudou o resto da minha vida, sem ele eu teria me perdido, sem ele eu não teria vivido e hoje sem ele e sem Santiago não sei o que faria da minha vida. Meus meninos são tudo para mim, são a minha vida e é por eles que levanto todos os dias. Uma noite, tive um sonho estranho onde eu não era eu e Samuel não era Samuel, vi por cima várias vidas, várias existências e em cada uma delas nós mudávamos apenas de rosto e nada mais, aquilo me deu a certeza de que nossa história estava escrita desde o início dos tempos e continuará até que esta terra não exista mais. Enquanto isso, aqui, entre o céu e a terra, nossas almas ficarão juntas como tem de ser...
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- Olá Genaro – Falei ao ver o meu irmão recuperado e trabalhando pelo bem, eu e Maria tínhamos a sua missão já decidida.
- Como estão meus irmãos? – Ele nos abraçou.
- Bem, temos novidades! – Maria tomou a frente.
- Ótimo, coisas boas imagino! – Ele falou nos olhando e sorrindo.
- Sim, muito boas! – Falei – Temos a sua missão na terra! – Eu disse lhe olhando e ele estava em cólicas para saber do que se tratava.
- Me digam, o que vai ser? – Ele quase pulava.
- Você vai ser um protetor assim como nós, Genaro! – Maria segurou em sua mão.
- Verdade? Que honra! – Ele nos olhava abobalhado. – Quem irei proteger? – Ele falou mais animado ainda.
- O nome dele é Santiago, é seu neto! – Falei e vi a emoção lhe tomar, ele veio e me abraçou.
- Vocês vão me ajudar não é? – Perguntou inseguro, mas animado ao extremo.
- Vamos sim! – Lhe assegurei, tomamos o caminho de saída da colônia de espíritos onde morávamos todos, ao passar pelo campo segurei o braço de Maria – Minha filha, você se importa de descer sozinha com ele?
- Não papai, por que? – Ela me perguntou já sabendo da resposta.
- Ora, você sabe! Tenho que ir ver Leninha! – Ela sorriu ao ouvir – Mande um abraço para mamãe e não demore, sabe muito bem que não pode mais ficar namorando! – Falou em falso tom de bronca.
- Obrigado, filha! – Andei calmamente até aquele lugar onde minha esposa, minha alma gêmea e meu amor morava, era uma pequena casa que imitava as casas da terra, ela estava ali linda a tricotar na varanda da casa! – Leninha! – Gritei e ela me fitou.
- Meu amor! – Ela respondeu e veio em minha direção. Será que sempre sentirei essa sensação quando a vir? Espero que sim!
FIM
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