CAPÍTULO - 20


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Cada toque me causava uma sensação boa, cada beijo era como uma explosão em meu corpo, cada palavra me causava prazer e ele ali em cima de mim, me fazendo sentir amado e desejado era como voltar a me encontrar. Percebi então, que jamais nenhum homem me faria sentir o que eu sinto quando estou com ele. A sensação de comunhão era tão explícita que chegava a me arrancar o ar e cada vez mais queria senti-lo dentro de mim.

As preliminares estavam maravilhosas, nós nos conhecíamos como ninguém mais e isso deixava tudo mais erótico e gostoso.

- Amor... - Ele arfou em meu ouvido me deixando absolutamente sem palavras. Gemi em retorno, não ousava abrir os olhos, pois sentia que se o fizesse a mágica contida naquele momento desapareceria.

Desempenhávamos algo muito próximo de uma dança onde cada um procurava os pontos mais sensíveis um do outro, ele me queria assim como eu o desejava ardentemente e rapidamente estávamos nus, como testemunhas do nosso reencontro o céu e as estrelas, uma brisa suave e fria passou por nós fazendo com que os dois se arrepiassem imediatamente. Sentei em cima dele e agora sim eu abri os olhos, a imagem que tive de seu contentamento foi tão forte que tive ganas de beijá-lo e não me poupei disso, nossas línguas se entrelaçavam com luxúria e nossos corpos se perdiam um no outro.

Com a saliva ele me lubrificou e tentou me penetrar, havia dor, mas era secundária, senti num ímpeto o seu pênis me penetrar e novamente os dois arfavam de desejo.

- Que saudade! - Falei entredentes, ainda quieto esperando que a musculatura anal se acostumasse àquela invasão. Quando senti certo relaxamento passei a rebolar nele e Flávio fazia uma cara de loucura, mostrava o pescoço e o pomo de adão todas as vezes em que eu rebolei nele.

- Você é perfeito, Sam! - Ele sorriu falando. Uma vez relaxado passei a fazer movimentos cadenciados de sobe e desce naquele cacete maravilhoso, que de mim conseguia extrair o maior dos prazeres. Ele me acariciou o mamilo e logo em seguida se pôs sentado, as mãos espalmadas em minhas costas, a sensação forte de estar colado a ele. Sua boca alcançou o meu pescoço e ele me chupava ali de forma desordenada, segurei em seus cabelos e por alguns minutos me permiti ficar daquela forma com ele. De repente ele me deita na manta e vem por cima de mim, metendo de maneira mais agressiva, mas não menos gostosa. - Eu te amo!

- Eu também! - Passei a mão por sua testa suada limpando-a.

Ele me olhava no fundo dos olhos, a conexão que tínhamos não podia ser quebrada naquele instante.

- Mais! - Eu pedi e ele me deu. Cada vez mais forte e fundo ele me fazia tremer de prazer. Encostou sua cabeça na curva do meu pescoço e me cheirou, cada vez mais o seu pau ia fundo em mim, cada vez mais fundidos, não foi apenas sexo, foi uma promessa tácita que fizemos um ao outro naquele momento.

Flávio gozou em seguida e eu também, ele permaneceu dentro de mim, me mimando um pouco e só com o olhar nós conseguíamos comunicar um ao outro aquilo que os pensamentos e as palavras não eram capazes de alcançar. O seu pau saiu de mim naturalmente, senti um vazio gostoso, meu corpo inteiro estava trêmulo com a experiência.

- Namora comigo? - Ele falou ainda em cima de mim.

- Namoro! - Eu falei sem medir as consequências, sem pensa em mais nada, o meu amor, o meu corpo e a minha alma pertenciam a ele.

- Eu sempre vou te amar! - Eu sorri para ele e uma lágrima desceu pela lateral do meu rosto denunciando minha emoção.

Ficamos deitados naquela manta juntinhos, olhando o céu estrelado daquela noite e eu cochilei, novamente sonhei com Genaro nos rondando e aquilo me sobressaltou, meu medo era que aquilo fosse real, que o velho, mesmo depois de morto pudesse nos fazer algum mal. Quando acordei Flávio fazia um cafuné em mim e tentava me cobrir com uma pontinha da manta.

- Não estou com frio! - Falei olhando pra ele.

- Então vem mais pra perto, não quero que pegue uma gripe. - Ele me aninhou em seus braços.

- Amanhã vou falar com o Afonso! - Falei para lhe avisar.

- O que você ainda tem para falar com aquele cara? - Ele falou com ciúmes.

- Ow meu bem, eu tenho que conversar com ele, até hoje de manhã era com ele que eu estava! - Sorri ao ver sua feição, ele estava com ciúmes e aquilo me fez sorrir.

- Eu vou com você! - Falou com uma pontinha de raiva.

- Não vai não! - Neguei imediatamente e ele me olhou confuso. - Flávio, eu vou pra terminar tudo, eu e ele tivemos uma história, tenho que conversar com ele.

- Mas amor... - Ele estava inconformado.

- Não amor, eu vou sim e você me espera aqui. Não deve demorar, além do mais ir com você soaria como uma afronta, não acha? - Ele se calou e eu notei que ele não queria que eu fosse, mas eu devia isso a Afonso. Por mais que não o amasse, devia o mínimo de respeito a ele e ao que vivemos juntos, sei que para Flávio isso era difícil de entender e de engolir, mas eu jamais fugi das minhas batalhas e não começaria agora. Voltei para casa mais de meia noite, meus pais já dormiam e deitei em minha cama lembrando do que acabara de acontecer, sentindo o meu corpo reclamar de cansaço, mas um cansaço gostoso, com significado e adormeci depois de tomar um bom banho. Acordei no dia seguinte com minha mãe entrando em meu quarto.

- Bom dia flor do dia! - Ela disse sentando em minha cama e eu coloquei minha cabeça em seu colo.

- Bom dia, mãe. - Falei sorrindo.

- Vejo que se acertaram! - Ela passou a mão pelos meus cabelos.

- Sim, nos acertamos! - Sorri ao lembrar da noite passada.

- Muito bem, filho. Fico feliz por isso!

- Hoje tenho que falar com Afonso!

- Tem mesmo, não se pode fazer essas coisas... - Ela me olhava com carinho. - Vem, vamos tomar café da manhã e depois você vê como organiza o seu dia.

Levantei, tomei um bom banho, escovei os dentes e vesti uma roupa confortável que eu mesmo havia customizado e sentei com meus pais, tomamos o café enquanto falávamos de vários assuntos, o preferido de meu pai era a cooperativa, ele dizia que o fazia lembrar de seus sonhos de adolescência, e ria ao falar que o Vô Manoel ficaria irado de saber que eu "estava me badeando pra o lado dessa gente", rimos naquela manhã, como só fizemos em outras épocas. Depois liguei para Afonso e ele não atendeu de primeira, na quarta vez que tentei ele me atendeu.

- O que é? - Falou impaciente.

- Afonso, eu queria conversar com você, me passa o teu endereço? - Falei tentando não me deixar abater por sua voz enraivecida.

- O que você quer dizer pra mim Samuel? Que eu e você não vamos ficar juntos? Que eu fui trocado por um pirralho que nem barba na cara tem? - Vociferou.

- Afonso, deixa disso, eu não programei nada...

- Mas mesmo assim não resistiu em momento algum! Eu pensei que você sentisse algo por mim! - Falou magoado.

- Mas eu sinto! - Me defendi.

- Sente nada Samuel, você só m usou como passatempo enquanto aquele narigudo não voltava! - Ele estava colérico.

- Afonso para com isso! - Ralhei.

- Não se engane não, a nossa história ainda não acabou. - Desligou o telefone em seguida. Tirando a confusão que Genaro aprontou em nossas vidas, eu jamais senti um medo real de algo como naquele momento, com aquela ameaça velada que o Afonso me fez.

Meia hora depois o Flávio me ligou e o convidei para almoçar conosco, depois do almoço eu deitei com ele em meu quarto e ficamos namorando por um tempo. De novo nós estávamos juntos, e nada nem ninguém seria capaz de nos separar novamente. Ou assim eu pensava, ignorando o quanto uma pessoa que guarda raiva no coração pode atrapalhar a vida dos outros.

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- Para entender o Afonso é necessário que voltemos às outras vidas que ele teve, papai! - Maria me falava, agora com o medo real de quem viu a mudança dele.

- Mas minha filha, você já me disse que ele não tem um protetor, como também tem uma alma gêmea esperando por ele! - Tentei entender o porque ele estava tão fixado em meu neto.

- A verdade papai é que Samuel tem uma dívida cármica com ele, em todas as encarnações de Samuel ele quis fazer o bem, mas algumas vezes isso não é bem interpretado, como o senhor sabe.

- O que você quer dizer Maria?

- Há muito tempo atrás, eles dois viveram numa pequena cidade daqui do Ceará, Afonso que na época se chamava Joaquim apaixonou-se perdidamente por Samuel que na época se chamava Antônio, este era de família rica e tinha posses, já Joaquim era um homem pobre e sem família, se fez de seu próprio trabalho, mas era ganancioso. Os dois se envolveram e naquela época o envolvimento dos dois era um escândalo e tanto, os dois foram descobertos e para apaziguar as coisas, a família de Samuel fez com que ele se casasse com uma moça e se mudasse para São Paulo. Afonso sofreu tanto por tanto tempo que ignorou a sua própria alma gêmea quando este apareceu sob a forma de um médico na cidadezinha.

- Mas por que você diz que isso é uma dívida, minha filha? Pelo que você me conta, não foi culpa de Samuel, quer dizer de Samuel...

- É aí que quero chegar, Samuel foi embora, porém ele mandava cartas esporadicamente para Afonso, ele não queria perder o contato com o rapaz, mas isso só fez com que a loucura e fixação de Afonso aumentassem, ele alimentou sem saber esse sentimento e foi por isso que ele jamais se reencontrou com sua metade. Nestas carta ele começou a falar de um tal Guilherme, um professor e poeta que conheceu e com quem se relacionou, Guilherme era Flávio. Papai, Joaquim morreu de ciúmes, literalmente.

- Mas isso é injusto minha filha, ele não pode cobrar algo assim de Samuel, não foi por querer.

- Realmente não foi por querer, papai. Só que nós temos que entender que pensamentos, atos e emoções tem força o suficiente para mudar a vida das pessoas, e Samuel sem querer o prendeu. - Não fazia sentido algum até que pensei em como era a minha nova forma de viver, eu não era propriamente um protetor de Flávio, não se levarmos em consideração o sentido maior da palavra, eu nunca o protegi de verdade, o que eu fazia era mandar bons pensamentos, preces, energizar tudo a sua volta por meio de meus pensamentos e rezar para que isso o ajudasse o suficiente para que ele pudesse se encontrar.

- Então como isso pode influenciar a relação dos dois daqui pra frente? - Perguntei curioso e com medo.

- Bom, só o tempo vai dizer papai, mas uma coisa eu lhe digo: pelo que vi de Afonso nesta vida, ele está disposto a ir às ultimas consequências para não perder Samuel e o pior é que mais uma vez ele encontrou e ignorou sua alma gêmea.

- Nós precisamos fazer algo minha filha, precisamos e logo! - Falei com desespero, pois senti que o que se aproximava não era apenas uma catástrofe, mas sim um cataclismo!

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