CAPÍTULO - 11
*Pessoas lindas, hoje tem maratona. Vou soltar até o capítulo 15, hahahaha. Beijos, vocês são fantásticos! ♥♥♥
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Aqueles dias no hospital acompanhando Flávio e Samuel, eu e Maria conseguimos proteger os dois de diversos ataques de parasitas, alguma coisa nos rondava e isso era notório. Percebi Maria preocupada mais de uma vez.
- Minha filha, o que houve? – Perguntei quando a curiosidade me venceu.
- O senhor devia perceber isso papai, mas veja como os pensamentos de Flávio estão estranhos. – Ela disse com o semblante preocupado. Então concentrei-me em ouvir os pensamentos de meu protegido e realmente o teor deles me preocupou bastante.
- O que eu posso fazer Maria? – Precisava de ajuda.
- Infelizmente nada papai. – Ela disse resoluta – Parece que as coisas vão se complicar um pouco. – Imediatamente ela passou a cuidar de Samuel, fortaleceu de todas formas possíveis energizou a água e os alimentos que ele bebia e eu fiz o mesmo por Flávio, naquela noite quando Samuel saiu depois de se despedir dele e sem nem desconfiar que a vida dos dois iria mudar e muito. Vi quando aquela mulher loira, consumida pela vaidade entrou no quarto dele num momento em que Viviane jantava na cantina do hospital.
- Flávio? – A mulher perguntou como se não tivesse total certeza que era ele o seu filho. Percebi que ela entrou sozinha, ou seja, nem tinha protetor e nem parasitas com ela.
- Mãe? – Ele perguntou atônito e vi o seu primeiro pensamento ser lançado ao Samuel.
- Meu filho, como você está? – Ela disse lhe abraçando. Meu protegido ficou embasbacado ao ver aquela mulher de quem ele mantinha poucas lembranças, mas que estava muito diferente da ultima vez em que a viu. As plásticas eram visíveis em seu rosto e no resto do corpo e as roupas decotadas e apertadas lhe davam um ar muito desinibido, para dizer o mínimo.
- Mãe, como você me achou? – Ele perguntou depois que ela desfez o abraço e vi que nem o reencontro com o filho depois de tantos anos fez com que ela soltasse ao menos uma lágrima.
- Eu vi a notícia da morte do Genaro... – Falou ajeitando o cabelo assim que avistou o seu reflexo num detalhe de ferro nas paredes que decorava o quarto. Sem culpa ela falava das coisas que viveu naqueles anos em que se afastou, contou por último a motivação de seu retorno: - Meu filho, eu falei com Armand e ele permitiu que eu viesse lhe buscar para morar conosco nos EUA, o que acha? – Ela falava de forma coquete, em nenhum momento ela pediu as desculpas com as quais Flávio sempre sonhou, não perguntou como foram os últimos anos que ele passou e parecia ignorar o motivo pelo qual o garoto estava internado. Estranhamente quando tentei ouvir os pensamentos dela, era como se sua cabeça estivesse vazia.
- Mãe, mas eu não posso simplesmente ir embora... – Ele pensou em Samuel.
- É claro que pode meu filho, nós resolvemos tudo e em dois dias partimos! – Ela sorriu.
- Mas o apartamento, o meu curso e... – Ele lembrou de Samuel – Meus amigos? – Ele quase disse "e meu Sam?" Flávio ficou um tanto quanto desnorteado com aquela aparição, aliás, era algo para deixa-lo feliz, mas ao ver a mãe ali o garoto percebeu que não sentia saudades da mesma, ela não era mais aquela mulher que lhe fazia carinho depois que ele chegava da escola, ou que lhe fazia o leite com achocolatado antes de dormir. Na sua frente uma mulher inflável lhe falava de uma vida que ele só quis por um tempo quando o pai começou a se tornar violento e irascível, mas agora nada daquilo fazia sentido.
- Isso tudo nós resolveremos por meio dos contatos de Armand aqui no Brasil, vamos querido, você vai amar viver lá nos Estados Unidos, as meninas são lindas por lá! – Ela disse e deu uma piscadinha marota pra ele.
- Eu tenho um namorado! – Ele falou tentando fazer com que ela se afastasse, talvez assim ela desistisse da ideia de levá-lo.
- Pois os homens por lá são mil vezes mais interessantes que os daqui! – Ela sorriu novamente e ele começou a sentir a ira lhe invadir.
- POIS EU NÃO VOU! MEU LUGAR É AQUI, A SENHORA PENSA QUE PODE VOLTAR DEPOIS DE OITO ANOS COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO? – A mulher se assustou com os gritos do filho, mas mesmo nesta hora os seus pensamentos eram poucos.
- Meu filho, eu sei que errei, mas agora eu quero me redimir. Venha, me permita lhe conquistar novamente. – Ela segurou em sua mão e os pensamentos dele me assustaram. Será que ele vai querer acompanha-la?
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Flávio passou quatro dias em observação no hospital, como não haviam parentes que pudessem acompanha-lo eu revezei com a minha mãe a companhia no hospital, normalmente eu acabava dormindo por lá e nessas noites nós conversávamos bastante. Um nervo de sua coluna foi atingido pela faca e Flávio estava apreensivo quanto a isto, pois ele sentia dores ainda, apesar de conseguir mexer as pernas normalmente ele mancava sempre que estava em pé.
- Tá pensando em que? – Perguntei quando saí do banheiro e lhe vi olhando para a TV desligada no quarto.
- No meu skate – Ele disse baixinho. – Queria poder andar de novo. – Flávio estava bem triste desde que soube do suicídio do pai, eu não dizia os meus reais sentimentos sobre aquele ato, afinal de contas era o pai dele, mas triste eu nunca fiquei.
- Você vai conseguir andar normalmente nele amor. – Ele me deu aquele sorriso falso que ele aprendeu desde que tudo aconteceu.
- Será? – Havia algo mais, eu podia sentir.
- Você quer falar algo mais? Estou te sentindo tão triste. – Falei ao me sentar ao seu lado.
- Minha mãe... – Só foi necessário ele dizer aquilo e eu consegui entender a sua tristeza, a mãe dele sumida no mundo, não havia como saber notícias dela, apesar da notícia da morte de seu pai ter sido amplamente difundida nos jornais locais se ela vivia em outro estado ou país provavelmente não veria e se visse, será que se importaria com o filho a ponto de procura-lo?
- Amor, eu sei que nada substitui uma mãe, mas eu estou aqui com você. Sempre! – Disse e sentei ao seu lado na cama. Ele me abraçou de lado e nós ficamos juntinhos, fiz cafuné nele até que meu menino adormeceu. Fiquei pensando o que eu poderia fazer para minimizar o sofrimento dele, foi naquela noite que ao dormir eu sonhei com o Genaro a primeira vez, ele tinha uma aparência demoníaca e o cheiro era aquele que eu lembrava em vida, ele vinha ao quarto em que estávamos e tentava esfaquear o Flávio que dormia, eu assistia a tudo e por mais que tentasse gritar e impedir que algo acontecesse, era como se eu estivesse preso e amordaçado.
No dia seguinte acordei bem cedo e fui lhe ajudar a tomar banho e se vestir, quando saímos do banheiro o médico estava no quarto.
- Bom dia meninos. – Ele apertou a minha mão e em seguida a de Flávio.
- Bom dia doutor. – Respondemos juntos.
- Estão sozinhos neste quarto? – Perguntou como se nunca tivesse nos visto ali a sós.
- Sim, estamos. – Respondi.
- Bom, eu vou dar alta do Flávio amanhã. – Falou e sorriu para nós. – Mas antes Flávio, quero lhe avisar de algumas coisas.
- Pode dizer doutor. – Flávio falou um pouco assustado e eu tentei sorrir calmamente para como se dissesse: "Estou aqui com você", fiquei em pé ao seu lado.
- Bom, você... É... – Ele parecia escolher as palavras. – Vai ficar onde quando sair daqui? – perguntou com toda a cautela de quem sabia o que havia acontecido recentemente e Flávio se contraiu na cama, provavelmente pensando na resposta para aquela pergunta.
- Ele vai ficar na minha casa doutor – Falei firme, segurei na mão de Flávio e de alguma forma eu consegui fazer com que ele se acalmasse, ao menos por enquanto.
- Bom, então eu gostaria de falar com os seus pais, meu rapaz. – Ele falou de forma rápida.
- Tudo bem, minha mãe vai chegar daqui a pouco.
-Quando ela chegar peça a enfermeira Sônia para me avisar. Tudo bem? – Ele saiu em seguida.
- Sam, eu não posso mais dar trabalho para vocês, nem sei como vou fazer para pagar os seus pais por todas as despesas desse hospital. – Falou triste.
- Deixa disso amor. Olha, fica tranquilo, nós vamos resolver tudo isso. – Falei segurando a sua mão. Minha mãe não demorou a chegar, de lá eu fui para o cursinho e voltaria para dormir com ele. No caminho eu senti vontade de voltar para o quarto, para ficar ao seu lado. A aula demorou a passar, no fim da noite meu pai foi me buscar, mas no carro as notícias que ele me deu me deixaram um pouco inquieto.
- E foi isso, a mulher apareceu e quer levá-lo a todo custo para viver com ela. – Ele disse medindo a minha expressão que devia ser de assombro.
- Mas ele vai? – Perguntei gaguejante.
- Ele não respondeu ainda, mas ela despachou sua mãe, disse que cuidaria do filho. – Meu pai também não estava gostando nada dessa novidade, pude perceber.
- Papai, eu preciso ir falar com ele! – Disse quase em desespero.
- Amanhã eu lhe levo meu filho, no fim das contas eles devem ter muito que conversar e é melhor dar privacidade aos dois! – Eu sei que ele tinha razão, mas meu coração me pedia que eu fosse vê-lo e logo, um desespero de perdê-lo se apoderou de mim e já em meu quarto eu chorei bastante. Tentei ligar para o telefone que ficava no quarto dele, mas não consegui, parece que queriam realmente nos separar. Não dormi nada naquela noite, sequer consegui descansar de forma satisfatória, rolava de um lado para o outro e mesmo assim nada me ajudava a relaxar. Às cinco da manhã eu saí do meu quarto e fui tomar um banho demorado, com a cabeça o tempo todo em Flávio.
Meu pai acordou às seis e eu já estava pronto, ele me deu um riso triste e disse: - Vou só tomar um banho e te levo! – Entrou no banheiro e realmente não demorou, antes de sairmos minha mãe veio e me beijou na testa: - Vai dar tudo certo meu amor! – Ela disse ao me olhar, minha mãe, como todas as outras, sabia ler o que se passava em minha cabeça.
Saímos do prédio e meu pai tentava o tempo todo engatar uma conversa comigo, tentava me deixar mais tranquilo e me fazer rir, mas eu estava apreensivo e sabia que algo de errado estava acontecendo, meu coração me dizia. Tentava racionalizar o meu sentimento, mas não conseguia deixar de imaginar ele longe de mim, ao que parece ela morava nos Estados Unidos e um distância como esta poderia muito bem nos separar de forma definitiva. No hospital eu desci, minhas mãos estavam geladas, passei por Sônia que sorriu pra mim e entrei no quarto com o meu pai. Ele estava deitado, mas não dormia e as olheiras denunciavam a noite em claro.
- Bom dia! – Falei tentando sorrir, mas ele me olhou de uma forma triste.
- Bom dia amor! – Ele disse ainda sem sorrir.
- Como você está? – Perguntei passando a mão em seu braço.
- Fisicamente melhor! – Ele disse querendo fazer graça, nós dois demos o sorriso mais estranho até então.
- Bom dia! – Uma mulher loira e bonita saiu de dentro do banheiro com uma maquiagem impecável vestindo uma roupa simples, mas que se via que era de marca.
- Oi – Eu disse sentindo a estranheza de encontrar aquela figura caricata ali.
- Você deve ser o famoso Sam! – Ela me abraçou antes que eu confirmasse qualquer coisa.
- Sim, sou. – Falei quando nos soltamos.
- Eu sou sua sogra, me chamo Elisa! – Ela ainda segurava os meus ombros e seu sorriso parecia falso assim como tudo em cima dela.
- Prazer! – Ela esticou a mão para o meu pai que a apertou sem convicção. – Nós vamos deixa-los a sós um pouco, devem ter muito o que conversar e vou pagar um café para o seu pai! – Ela sorriu empolgada como se estivesse muito feliz. Os dois saíram e eu sentei ao lado dele sem ter coragem de lhe olhar diretamente, eu tinha certeza que nós iríamos nos separar.
- Sam... – Ouvi sua voz e meus olhos encheram imediatamente – Olha pra mim! – Nossos olhares se encontraram e ele também chorava.
- Você vai não é? – Perguntei já sabendo a resposta e principalmente sentindo as dores de nossa separação.
- Eu acho que não tenho escolha! – Ele disse vencido.
- Flávio, aquele apartamento é seu. A mamãe já mandou uma pessoa limpá-lo, ele está te esperando, nós podemos te ajudar.
- Sam, eu não tenho trabalho, não tenho dinheiro e pra falar a verdade não sei fazer nada. Como é que eu vou me sustentar?
- Depois a gente pensa nisso, meu amor...
- Não Sam, eu não posso mais ficar na dependência dos seus pais. Eu sei que eles fazem de coração, mas ontem eu já falei com ela para pagar por tudo aqui e dar uma ajuda aos seus pais por esses dias que vocês me receberam lá... Pelos custos com o enterro do meu pai e tudo isso! – As lágrimas desciam dos olhos dele e dos meus, não acredito em como as coisas tinham mudado do dia para a noite.
- Flávio e como é que vai ser isso? – Eu perguntei sem ter coragem de nomear aquela partida, ele estava indo embora.
- Eu vou morar com eles, ela quer que eu estude lá e disse que vou ter meu próprio quarto e não vou precisar trabalhar por enquanto. – Falou me olhando e meu coração se comprimiu ao perceber que mesmo em meio a tristeza de ir embora do Brasil havia nele certa empolgação também.
- Eu não posso te impedir de ir... – Não consegui terminar aquela frase, meu coração doía muito.
- Eu sinto muito. De verdade! – Ele disse me olhando e eu apenas o beijei, naquele beijo eu quis passar para ele todo o meu sentimento, a minha súplica de que ele não me abandonasse e que ele me quisesse tanto quanto eu o queria, ele segurou em minha nuca.
- Eu nunca vou amar ninguém como eu te amo! – Ele disse quando nos soltamos, eu sorri em meio as lágrimas sentindo meus alicerces ruindo, eu nem consegui ficar lá dentro. Saí pelo hospital e fiquei esperando pelo meu pai no estacionamento, chorando encostado ao carro. Meu pai chegou alguns minutos depois com cara de poucos amigos, entramos no carro e eu chorava de forma silenciosa no caminho, meu pai segurava em meu joelho vez ou outra, mas eu nem me dignava a lhe olhar. Chegamos em casa e me tranquei no quarto, coloquei o gorro dele e fiquei assim quase o dia todo.
Antes de viajar ele foi até o meu apartamento, mas fiz minha mãe mentir dizendo que eu havia viajado para visitar a minha avó, não sei se ele acreditou ou não, mas se eu o visse sem dúvidas eu cairia ajoelhado implorando que ele não me deixasse. Fiquei entre a vida e a morte dentro do meu quarto ouvindo ele pedir para falar comigo e minha mãe dizendo que na fazenda não havia telefone. Depois de muito insistir ele se foi e somente a lembrança dele permaneceu em mim e naqueles quartos, dos nossos dias nos descobrindo e tentando obter prazer de todas as maneiras. Não sentia mais fome, sede, vontade de levantar da cama, passava dias inteiros sem sequer me mexer usando sempre a mesma roupa e sempre o mesmo gorro.
Nos dias que se seguiram eu apenas pensava nele, meus pais se preocupavam e tentaram todas as abordagens possíveis, desde conversas, carinhos, presentes e até ameaças, mas tudo me parecia sem graça. Foi então que um dia enquanto eu resolvi me mover até o outro lado da cama o gorro prendeu numa aresta da cama e desfiou, desesperado eu comecei a procurar o meu material de costura para ajeitar o gorro, quando vi já estava fazendo alguns detalhes. Como se eu estivesse no automático usei vários materiais até tornar aquela touca irreconhecível, depois usei linhas e agulhas e passei a fazer coisas de croché, foi aquele o primeiro dia que deixei de fato o meu quarto, tomei um banho, comi algo e voltei para o quarto para costurar mais e mais.
No fim daquela semana eu já havia feito mais de dez gorros, minha mãe comprou mais materiais vendo que aquilo me mantinha entretido e passei a costurar com lã, linhas especiais para croché, ponto em cruz. Todas as coisas que eu amava fazer na fazendo antes de ir morar naquele lugar, rapidamente as coisas começaram melhorar, abandonei o cursinho, mas ao menos não estava mais ocioso dentro de casa chorando a perda de um amor, que agora eu via não me levaria a lugar nenhum. Costurava todos os dias, com descansos apenas para comer alguma coisa e depois tomar um banho demorado. Semanas se passaram daquele jeito e minha vida voltou ao normal, quer dizer, eu ainda não saía de casa, mas os meus sentimentos estavam sem dúvidas muito mais elaborados sobre aquela perda.
No meio do ano fui para a fazendo e percebendo a saúde frágil de minha avó resolvi ficar por lá com ela, todos os dias eu sentava no alpendre que rodeava toda a nossa casa, com ela e ficávamos costurando e conversando, dava os seus remédios nos horários corretos e meus pais vinham nos visitar agora de quinze em quinze dias. Sob vários aspectos costurar foi o que me salvou, foi o que me permitiu elaborar os sentimentos que ficaram represados em mim depois que o Flávio foi embora e me largou aqui sozinho, havia dias em que a raiva que eu sentia dele chegava ao absurdo e em outros a saudade dele era tão forte que me doía o corpo inteiro como se tivessem me arrancado um braço ou uma perna. Passei o primeiro ano depois de nossa separação dessa forma, afogando minhas dores atrás daquele trabalho artesanal, foi por esta época que minha avó começou a vender muitas das coisas que eu fazia, simplesmente por não ter mais aonde guardar nada. Suas amigas eram as minhas melhores clientes, pagavam absurdos por aquelas rendas com desenhos assimétricos, mas bonitos.
No dia em que completaria um ano de nosso namoro, eu sentei de madrugada na frente de nossa casa usando o gorro dele e fiquei olhando as estrelas, vi uma estrela cadente passar, eu não precisei pensar num pedido o meu coração o fez à minha revelia. "Volta pra mim, meu amor", era a tradução daquele pedido sem palavras, um pedido feito apenas de força, feito apenas de querer, feito de coração.
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