7 - 👑 Princesa Tábata 👑
Eu já estava habituada em ficar em meus aposentos, nem importei-me. A princesa Tábata, visitou-me várias vezes no decorrer do dia, para certificar-se, de que eu estava bem.
Pobre princesa, ela morria de medo do seu irmão. Sei que ela queria proteger-me, mas era só ele olhar torto para ela, que a irmã já se retirarava.
Assim que o príncipe Vitório adentrou os portões, eu já vi seu semblante mudar-se.
— Querida Tábata — segurei-lhe as mãos—, não necessita que fique aqui. Agradeço-te por teu cuidado, mas ficarei bem. Eu imploro-te que vá ficar na proteção de seus pais.
— Não quero deixar-te.
— Nos veremos no jantar. Se eu não aparecer, aí venha ver-me.
Mesmo contra sua vontade, ela resolveu ir.
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Foi bom mesmo ela ter saído. Pois a primeira coisa que o príncipe Vitório fez foi ir ver-me. Seria bem romântico, se ele realmente importasse comigo e viesse ver-me, após chegar de uma viagem, mas nós bem sabendo seus motivos. Sendo assim, não tem nenhum romance.
— Os guardas disseram-me que não saiu de seus aposentos. Não ouse ficar ser comparecer no jantar. No almoço já não comparecestes não quero que meus pais façam-me perguntas. Trouxe-te, esta pintura para lábios, use a hoje, para que possa cobrir isso — apontou para ferimento em minha boca. — arrume-se sozinha. Não quero ninguém tagarelando pelo palácio.
Eu não lhe respondi. Apenas assenti com a cabeça. Olhando em seus olhos. Eu não baixava a cabeça para ele, em nenhum momento.
Arrumei-me, e usei a pintura que ele deu-me. Não dava para perceber que estava machucado.
Um pouco antes do jantar, ele veio acompanhar-me. Nem forcei sorriso.
— fico feliz por ter-se juntado a nós princesa Esmeralda — disse o rei Fausto, com um sorriso sincero.
— Agradecida Majestade.
— Adorei sua pintura de lábios! — acrescentou a rainha.
— Grata. Foi um presente do príncipe Vitório.
Sentei-me, e contentei em apenas responder ao que perguntavam-me.
— Minha mãe — chamou a princesa Tábata— acho que seria de bom grado, fazermos uma noite das meninas. Só a senhora, a princesa Esmeralda e eu, o que acha?
— Ideia esplendida! Uma oportunidade perfeita para nos aproximarmos. Hoje será nosso noite princesas!
Senti o olhar do príncipe Vitório em mim. Eu nem fiz questão de encará-lo.
— Seria uma grande honra Majestade.
— Ora, chame-me apenas de Evangeline, por gentileza.
Quando dei a resposta, notei de soslaio a reprovação do príncipe Vitório.
Eu permaneci na mesa enquanto todos estavam, não pedi licença, como fazia muitas vezes. Determinei que não daria oportunidade para que o príncipe Vitório agredisse-me.
Assim que deixamos a mesa de jantar, seguimos a rainha. Um belo cômodo tinha sido devidamente arrumado para a ocasião. Tinham três leitos, todos lindos.
Entrei o mais rápido possível! Aquele dia sentia-me, sob a proteção da rainha Evangeline.
— Agradeço-te pelo que fez — abracei a princesa Tábata e sussurrei em seus ouvidos.
— Eu também quero — disse a rainha, abraçando-nos.
— Minha mãe — chamou o príncipe Vitório.
— O que ouve? — perguntou ela ao abrir a porta.
Geralmente são as servas que fazem isso, mas naquele dia a rainha dispensou todas.
— Preciso falar com a princesa Esmeralda.
Meu coração disparou, ele não parecia nada amigável.
— Não! — respondeu a rainha. —Já está tarde, seja o que for, amanhã poderá falar com ela. Lembre-se, hoje é a noite das meninas. Não nos interrompa mais, por gentileza.
Foi uma noite extremamente agradável! Falamos sobre várias coisas. Senti um pesar quando o dia clareou. Quando olhei no espelho notei que os hematomas da minha boca estavam expostos. A minha pintura labial tinha ficado em meus aposentos. Como estava frio, eu optei por usar um cachecol. Cobri meus lábios com ele.
— Podemos continuar a aventura minha mãe? Gostaria de ter o desjejum somente com nós três, aqui mesmo.
— Claro minha filha! Só irei avisar seu pai.
— Uma serva pode fazer isso, fique conosco — ela segurou gentilmente o braço de sua mãe.
Podia sentir as mãos do Altíssimo a meu favor. Ele usava a princesa Tábata para ajudar-me.
— Está tudo bem querida?
— Posso falar com a princesa Esmeralda? — perguntou o príncipe Vitório do outro lado da porta.
Ela olhou-me, procurando entender o meu desejo.
— Vitório, iremos alimentar-nos aqui pela manhã. Mais tarde poderá falar com ela.
Soltei o ar, que nem sabia que segurava. Teria mais algumas horas de sossego. Fiquei muito aliviada.
Tivemos o desjejum tranquilamente. Não dava para enrolar mais, já era hora de voltar para minha realidade e encarar a fúria do príncipe Vitório. Porque ele tinha que ser assim? Seria tão mais fácil se ele fosse como o seu irmão ou como a princesa Tábata. A presença dos dois é deveras agradabilíssima.
Eu estava certa, que quando eu entrasse em meus aposentos, o príncipe Vitório estaria lá, esperando-me, como das outras vezes.
Sentia-me, muito protegida, amparada pela rainha. E o meu anjo da guarda: princesa Tábata. No entanto, a rainha precisava voltar para sua vida real. Sentia meu coração batendo mais forte, a medida que aproximava-me dos meus aposentos. A Tábata foi comigo até a porta, porém não entrou, já que ela também tinha uma ideia do que aguardava-me. Respirei fundo, e adentrei. Como imaginado, lá estava ele, de pé, com o semblante fechado e os punhos cerrados.
Ele não disse nada. Apenas aproximou-se de mim. Quando ele ergueu a mão para agredir-me, eu fechei os olhos, esperando pelo golpe. Mas antes que ele baixasse a mão, ouvimos batidas na porta. Era um dos guardas reais.
— Vossa Alteza, sua presença é solicitada.
— Não vê que estou ocupado? Porque interrompe-me?
— Perdoe-me Alteza, o rei mandou dizer-lhe que é de suma importância.
Graças aos Céus ele saiu rapidamente, para atender ao pai. Fiquei deveras curiosa com tudo aquilo, ainda mais que dava para ouvir o barulho das vozes. Então resolvi abrir a porta, para tentar entender do que se tratava.
— Como pode acusar-me de uma coisa tão baixa — foi a primeira coisa que entendi.
— Onde ela está? Exijo vê-la imediatamente.
Ao ouvir aquela voz saí em disparada pelos corredores do palácio.
— Meu pai? — lancei-me em seu pescoço, abracei com toda minha força. Não queria soltá-lo.
— Minha filha! Que saudade! Abrace-me mais forte! Deixe-me vê-la — ele estendeu as mãos para tocar meu rosto.
Porém esquivei-me, em um rápido reflexo. Naquele momento o cachecol que cobria parte do meu rosto tinha saído, revelando assim meus hematomas.
— Querida, porque foge do meu afeto? E que hematomas são esses em vossa face?
Fiquei pasma naquele momento! Todos na sala fitavam-me. Eu não conseguia mover-me, nem pronunciar palavra alguma.
— Responda amada minha. Isso foi quando fomos cavalgar e ela por não ter muita prática acabou caindo e machucou-se — disse o príncipe Vitório, com toda calma, olhando para meu pai.
— Com todo respeito Alteza, mas não acho que seja verdade — interrompeu Alberto. — já que a princesa Esmeralda é uma exímia amazona.
— Como ousa acusar-me de mentira servo insolente! — gritou o príncipe Vitório.
— Temos razão para crer que não falas a verdade. Já que um mensageiro levou-nos uma mensagem ontem, dizendo que minha filha sofria agreções e maus tratos — disse meu pai sem nenhuma paciência.
— Rei Felipo, gosto de pensar que somos amigos. Como tem coragem de adentrar meu palácio e acusar meu filho de algo tão descabido?
— Não é algo descabido meu pai — interropeu a princesa Tábata, violando assim vários protocolos — já que eu mesma enviei um mensageiro à Myrabel, com uma mensagem para o Alberto. Queria que ele viesse resgatar a princesa. Ela sofre constantemente nas mãos do meu irmão. Além de agredi-la, ela não permite que ela saia sem sua permissão nem pelos jardins reais. Isso em sua face, foi por ela ter ela ter ido comigo nos jardins reais. Eu mesmo presenciei tudo. A princesa escondeu-me, ela temeu que ele fizesse-me algum mal também.
— Minha filha — meu pai encarou-me. — diga-me a verdade, sabes que proteger-te-ei com minha própria vida.
As palavras ainda não conseguiam sair. Eu só pensava em uma possível guerra que poderia resultar de tudo aquilo.
— És insolente minha irmã! Como pode acusar-me assim? Acha que eu teria coragem de ferir a minha futura esposa?
— És mentiroso! Não merece o trono de Aldória! Pena que nosso irmão Edgar não nasceu primeiro. Ele sim, tem amor, respeito e honra.
Aquelas palavras deixou o príncipe Vitório furioso! Em um impulso de raiva ele partiu para cima de sua irmã, para agredi-la. Porém, antes que ele abaixasse sua mão para acertá-la, meu pai segurou a sua mão, impedindo que ele ferisse a princesa Tábata.
Naquele momento de tumulto o impensado aconteceu. A princesa Tábata, ajoelhou-se aos pés do meu pai, com a cabeça quase tocando o chão. Isso era um sinal que as pessoas faziam quando pediam exílio. Como de costume, meu pai tirou sua espada e tocou-lhe a cabeça. Sendo assim, ela agora estava sob a proteção do meu pai.
— Filha, porque fezestes isso? — perguntou o rei Fausto, muito contrito.
— Meu pai, depois de tudo que eu fiz, temo por minha vida.
— Eu protejo-te! Sabes disso.
— Meu irmão é astuto. Veja o que ele fez com a princesa Esmeralda, sem que o senhor notasse.
— Meu pai, isso já virou motivo de guerra — disse o príncipe Vitório. — primeiro o rei Felipo e seu servo acusam-me e agora rouba a sua filha diante de vossos olhos?!
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Esse príncipe Vitório...
O que acharam da princesa Tábata?
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