31 - 👑Guerra👑
Ao terminar de ler o que estava escrito, sentei-me no chão sem alento. Como eu suportaria tamanha dor? Me permitir sentir aquela imensa dor, chorei o quanto meu coração desejou.
Quando a Guilhermina adentrou os meus aposentos, ficou pasma com o estado em que eu me encontrava!
— Esmeralda! — ela correu em minha direção — o que houve? Por que estás estirada aí no chão frio? — ela me forçou a levantar.
— Estás nervosa pelo casamento?
— Não... — respondi em meio aos soluços — só leia isso aqui — estendi o papel.
— Certamente que não estás em desespero por Isso, é aprazível!
— Leia até o final, quero ver se continuará coma mesma postura.
Ela voltou encarar o papel, notei seu semblante mudando compassadamente.
— É... — limpou a garganta — tens razão. Eu sinto muito princesa, porém não há nada a ser feito. Sei que parecerei demasiadamente insensível, mas creio ser melhor assim.
— Não diga isso! — joguei o travesseiro nela.
— Sei que está doendo aí dentro, porém lembre-se lá fora tem 30 príncipes e condes deveras maravilhoso, quer dizer, quase todos. Esperando por ti! Levante-se, venha se arrumar.
— Acho que dormi e quando acordei tínhamos trocado de lugar, pelo visto.
— Não sejas ingrata, só estou fazendo meu trabalho. Agora venha, antes que eu vá chamar alguém para ajudar-me.
Levantei-me, estava sem forças para continuar aquela discussão.
A Guilhermina era deveras desagradável, quando queria. O que custava ela deixar-me em minha melancolia?
Já que a Guilhermina não me deixaria ter paz enquanto eu não saísse dos meus aposentos, resolvi colocar minha “ máscara”. Porém antes resolvi fazer uma última investida.
— Sabes que não me encontro bem — lancei-me em meu leito. — quero ser servida aqui hoje.
— Princesa — ela chamou-me com uma voz doce e compreensiva—, queres que eu diga o que aos vossos pretendentes?
— Pra, diga a verdade!
— Toda ela? Que estás se derramando em lágrimas, que encontrei-a jogada no chão dos vossos aposentos hoje devido a angustia que sentia? Ou devo dizer sobre o que li no...
— Acho que são muitas coisas para se lembrar — interrompi-a. — acho melhor dizer apenas que não me sinto bem, que os encontrarei nos jardins reais, após o desjejum.
— Como queira, voltarei o mais rápido possível.
— Não se apresse.
— Ora, sei bem que queres ficar a sós, mas esse não é o momento, princesa.
Ela sorriu e saiu em passos rápidos.
Foram serias as palavras proferidas por ela, pois quando imaginei que ela estava chegando onde os rapazes se encontram, ela já estava de volta, aos meus aposentos.
Comi, mesmo sem querer. Já que a Zelda estava de olho em mim. Ficou bem sentadinha do meu lado.
— Tem que comer bastante princesa, não sei o que há contigo? Precisas ficar mais fortinha. Logo, logo Estarás casada e segundo a boa vontade do Altíssimo, logo também estarás esperando uma criança! E precisarás de muita força. Oh! como precisará!
— Estás pensando bem longe, Zelda. — crispei os olhos, enquanto me deliciava do meu desjejum.
É... aquilo era algo deveras verídico. Minha vida estava prestes a mudar completamente. Eu adoro crianças, não me entendam mal, porém sempre que sonhava com eles imaginava que... bom, imaginava que eu amaria o pai delas e que viveríamos grandes aventuras!
Bom, não se pode ganhar todas. De volta ao meu mundo real. Eu precisava ser forte naquele dia!
Com fé e coragem, respirei fundo e parti, rumo aos jardins reais.
A cada passo meu coração ficava mais apertado. Eu sabia que teria que responder muitas perguntas. Perguntas que, provavelmente eu não saberia a resposta.
— Bom dia rapazes — coloquei o meu melhor sorriso (forçado) no rosto.
— Bom dia princesa, se encontra melhor?
— Pode dizer-nos porque não estás bem?
— Onde está o vosso guarda pessoal?
— Calma rapazes, deixem a princesa respirar um pouco — Vitório interveio ao meu favor. — Esmeralda, me daria a honra, de acompanhar-me em um passeio agora pela manhã?
Dei graças aos Céus, pois precisava sair do meio de todos.
— Sinto-me honrada pelo convite — estendi a mão.
Ele não fitou-me, apenas deixou um beijo no dorso da minha mão e, estendeu-me o seu braço. Fomos andando lentamente em direção aos pomares reais. O silêncio era absoluto!
— Sente-se aqui por um momento — ele tirou o seu casaco e estendeu no chão — espere por mim, volto em um instante — ele saiu em passos largos!
Sentei-me, sem entender absolutamente nada. Ficar ali trazia muitas lembranças da minha infância. O Beto e eu vivíamos subindo naquelas árvore frutíferas.
— Esmeralda?
— Sim! — limpei alguma lágrimas, antes de virar-me. — Edgar? Onde está o Vitório?
— Não o culpe, Esmeralda. Ele notou que não se sentia bem e achou que se sentiria melhor comigo. Então foi chamar-me.
Achei aquela atitude, do Vitório, deveras agradável e altruísmo.
— Oh! Ele surpreendeu-me, mais uma vez.
— Sei que não estás bem. Ao encontrar conosco nos jardins, pude notar o motivo. O que houve, Esmeralda?
Eu apenas o entreguei o papel que encontrei em meus aposentos.
— Leia em voz alta, por gentileza.
— Certamente! — ele desdobrou o papel. — És a minha inspiração, para te ouso dizer, que tens a chave do meu coração!
Meus versos são bobos, eu sei. Porém quero que saibas, que eu sempre te amei.
Amor proibido, algo que jamais viverei, por essa razão eu partirei.
Partirei pois não suportarei, a dor que sente meu coração, pois ele sabe nunca te terei.
Nossos mundos sãos diferentes, somos como a água e o fogo, nesse mundo tão incoerente.
Meh, sinto muito ter que partir assim, porém sei que não gostas de despedidas e ficarás bem, sem mim.
Esse é o motivo da minha partida: não conseguirei te ver em outros braços, minha doce princesa, esse é o motivo da minha ida.
Abraços que nunca terei, beijo que nunca provarei, só espero ter forças pra viver, sabendo que jamais te terei.
Adeus minha princesa, só espero que os Céus se movam a meu favor, acabado com minha tristeza e dor.
De alguém não tão esperto, mas que teve os olhos abertos!
Alberto de Myrabel. Por um momento achei que estava se declarando a mim — ele gracejou para aliviar a tensão. — Eu sinto muito, Esmeralda. Sei bem como se sente — ele tinha os olhos marejados e o sem triste. — Tem algo que deseja que eu faça?
— Não poderia me dar o que minh’alma anseia, Edgar. Porém agradeço por ser um bom amigo — sequei as lágrimas insistentes. — já sei! — levantei-me de uma vez — Acabarei com isso rápido! Anteciparei minha escolha. Ainda faltam alguns dias, porém farei isso amanhã pela manhã. Hoje a tarde farei o anúncio oficial.
— É uma decisão e tanto!
— Estou ciente, mas alguns dias não farão diferença. Só estou adiando o inevitável. Só preciso avisar os meus pais, antes.
Notei que o Vitório estava vindo em nossa direção.
— Deixarei que fiquem a sós — ele deixou um beijo no dorso da minha mão e foi ao encontro do irmão.
Pude notar que conversavam baixo, porém já sabem como é minha audição. Deveras aguçada.
— Como ela está, meu irmão? — perguntou o Vitório com notória preocupação.
— Nada bem! Notastes que o Alberto não está conosco hoje?
— Certamente, ele disse-me que partiria hoje pela manhã.
— Sabes que a Esmeralda o ama?!
Bendito linguarudo! Qual era a necessidade de expor minha vida? Pelos Céus!
Procurei andar para mais longe, para não ouvir o que falavam.
Peguei um cesto que se encontrava por ali e fui colher algumas frutas.
— Quer ajuda?
— Bom, se não tivesse medo e quebrar a vossa unha. Aceito de bom grado, a vossa ajuda, Vitório — sorri com sinceridade.
— Estás chamando-me de fresco? — ele jogou uma laranja podre em mim.
Acertou bem em cheio no meu ombro! Se espatifou toda, fazendo a maior sujeira!
— Oh! Como ousas! — coloquei o cesto no chão — Que audácia é essa príncipe Vitório? Queres guerra, pois é guerra que terás, meu caro — joguei uma goiaba bem madura.
minha mira era perfeita! Acertei bem na pena dele! Foi um prazer enorme que senti, naquele momento. Porém minha comemoração foi bruscamente interrompida com mais uma fruta podre, que acertou na saia do meu vestido.
Estava deveras agradável! Tudo ficou muito leve. Nossos sorrisos davam para se ouvir de longe! Como eu sei? Bom, digamos que o barulho atraiu os demais rapazes.
Logo todos estávamos deveras lambuzados de várias espécies de frutas podres. Todos riam e se divertiam.
— Pelos Céus! O que está havendo aqui? Alguém pode explic... — a voz do meu pai foi interrompida, quando um dos rapazes acertou uma laranja podre bem de cheio em seu braço. Sem querer.
— Ora então é assim que o rei é recebido? — ele fechou o semblante e se abaixou. — é de bom tamanho que a rainha tenha a mesma recepção! — ao dizer, ele jogou uma mistura de frutas podres na minha mãe.
Assim mais dois adultos entraram na brincadeira. Fico imaginando o que estava passando pela mentes dos súditos!
Era aprazível ter todos os rapazes juntos, sem nenhum julgamento. Suspirei satisfeita, sabendo que de alguma forma eu tinha os influenciado.
Já estávamos cansados e demasiadamente sujos, então fomos nos lavar.
Meu pai ficou entre mim e a minha mãe, cada uma de nós seguramos em um de seus braços. Aproveitei a oportunidades para falar sobre a minha escolha.
— Aproveitando que estamos a sós, gostaria de vos informar que decidi antecipar a minha escolha. Não há necessidade de ficar procrastinando.
— Tens certeza disso, minha filha?
— Sim meu pai, creio ser o melhor.
— Minha filha — minha mãe suspirou fundo — espero que faças uma boa escolha. Estás escolhendo não apenas um esposo, o pai dos meus netos, como também o futuro rei de Myrabel.
— Sim minha mãe, entendo a responsabilidade.
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