19 - 👑 "A gota d'água"👑
Ao voltarmos do jardim, deparei-me com algo descabido.
A Jovina e o Alberto se encontravam na sala. Estavam distraídos, então pude ver toda a cena. Ouvi ela dizendo:
— Não sou tão difícil quanto a minha prima. — disse ela se aproximando do Alberto, mais do que deveria.
— Lady Jovina, não faça iss... — falou Alberto, em um tom baixo.
Antes que ele terminasse de falar, ela se jogou em seus braços. Sua intenção era beijar seus lábios, mas notei que ele desviou o rosto. Sendo assim, o beijo foi em sua face, bem próximo de seus lábios.
Senti o meu sangue ferver! Soltei-me dos braços dos príncipes e, adentrei a sala com ímpeto furor! Aquilo já era de mais para mim.
— O que acham que estão fazendo? Ousam fazer algo de tamanha desonra?
— Prima, ainda bem que chegastes! — ela veio desolada, abraçando-me. — o Alberto quis forçar-me. Alegro-me pois chegastes a tempo, antes que ele ferisse a minha honra.
— Minha princesa — chamou-me o Alberto—, sabes que jamais faria isso! Nunca tocaria em uma mulher desse jeito, antes de me unir a ela em um casamento.
— Alberto, como ousa insinuar que estou mentindo? — a Jovina colocou as duas mãos na cintura, muito irritada. — só espero que não prefira acreditar nele, ao invés de acreditar em mim, sua prima. — ela fitou-me, com olhos suplicantes.
O Alberto manteve-se calado. Não parecia preocupado.
— Não precisa se preocupar, prima Jovina. Asseguro-lhe que já sei em quem acreditar. — seus lábios curvaram-se em um sorriso. — O Alberto nunca, nunca mentiu pra mim ou tentou manipular-me. E além do mais, eu vi tudo o que aconteceu. Só queria ver até onde teria coragem de ir com seu fingimento, mentira e manipulação.
— Prima...
— Não me venha com “prima” e, com essa voz chorosa! — falei com autoridade. — Já aprontastes demasiadamente. Ah, eu já sei sobre suas visitas noturnas, aos aposentos dos rapazes!
— Outra mentira descabida!
— Oh, esperava que disse isso. Edgar, Cleomar — chamei os dois príncipes, que estavam um pouco afastados. — podem dizer novamente, o que disseram-me nos jardins do palácio?
— Decerto que sim, princesa — respondeu o Edgar prontamente. — ela foi em nossas aposentos, com intenções bem claras.
Ela percebeu que havia sido descoberta. Sendo assim, por um milagre, manteve-se em silêncio.
— Jovina, sei claramente qual sua intenção aqui. Tentar conquistar um dos meus pretendentes. Eu notei isso de imediato, porém não importei-me, até agora. Ponha isso em sua cabeça. É a minha vez de escolher! Quer algo de bom na vida, lute! Não fiques tentando ir de carona na vitória dos outros. És uma jovem linda Jovina, sugiro que aja como uma dama e, logo será cortejada por um bom rapaz. — respirei fundo, pois estava ficando com pena dela, porém ainda haviam algumas verdades à serem ditas. — Um guarda a vigiará. Não terá permissão para juntar-se a mim, ou aos meus pretendentes. Eu lhe asseguro, no dia em que desobedecerdes será obrigada a voltar de onde veio.
Quando terminei de falar, os três rapazes fitavam-me. Creio eu, que assustaram-se, com a minha dureza. Ela sempre conseguiu o que queria comigo, mas já basta, não daquela vez.
A Jovina foi conduzida por um guarda, para longe de meus olhos.
— Princesa — chamou-me o Cleomar, enquanto nos aproximávamos dos outros jovens—, achei deveras interessante, três príncipes disseram-lhe sobre as visitas da Lady Jovina e, isso não pareceu incomodá-la, porém, quando ela tentou aproximar-se do Alberto, virastes uma leoa indomável!
— Tolice. Só estava aguardando o momento certo para agir.
Será que estou ficando tão descuidada assim?! Ainda bem que o Alberto não ouviu as palavras do Cleomar.
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— Bom dia! — cumprimentei cordialmente.
Meus pais se juntaram a nós naquele dia. Para mim, era deveras importante a presença deles. Eu queria que eles estivessem por dentro das conversas, queria que eles também conhecem a pessoa com quem eu iria me casar.
— Minha filha solicitou a minha presença e, a presença da minha rainha, durante as refeições. — pronunciou meu pai.
Sentia-me muito mais segura, com a presença deles.
— Ah sim! Lembrei-me de algo — falei olhando para os rapazes. — meu pai aceitou que fizessem algo especial para cortejar-me.
— Isso é música aos meus ouvidos! — disse o príncipe Cleomar, todo empolgado. — daria-me a honra de acompanhar-me hoje? Já pensei em algo grandioso!
— Será uma honra, Cleomar. — respirei fundo — Porém, gostaria que fizéssemos algo juntos antes. Pode ser durante a tarde?
— Claro Esmeralda!
— O que planejastes para hoje, princesa? Imagino que seja algo bem requintado, para estar à nossa altura — disse o príncipe Gerônimo, cheio de si.
Como eu gostaria que essa competição tivesse eliminatórias! Assim, eu não teria que ficar aturando uma dúzia de príncipes e condes que só olham para si mesmos.
Após a pergunta do príncipe Gerônimo, fiquei extremamente feliz, pela escolha de atividade que fiz, para aquela manhã. Confesso que senti muitas ideia vindo na minha mente, após sua fala.
— Sim! Com certeza, príncipe Gerônimo! — respondi empolgada — tenho certeza que será algo memorável!
Todos ficaram animados! E bem curiosos também.
— Seria um baile?
— Ou um piquenique?
— Ou talvez... um passeio de barco?
Eles tentavam descobrir os meus planos.
Meu pai só sorria, pois sabia que partindo de mim, não seria nada daquilo.
— Fale princesa — disse o príncipe Lucas, já impaciente. — Ou sua intenção é matar-nos de curiosidade?
— Paciência é uma virtude, meu caro — fitei-o, ao falar. — hoje, iremos à um dos Vilarejos de Myrabel! Iremos ao vilarejo das ilhas. — falei empolgada.
— Que expendida idéia! Sempre gostei de observar as paisagens.
— Sinto informar-te, conde Pedro, mas não iremos à passeio, iremos à trabalho. Então sugiro que não coloquem um roupa muito pomposa.
— À trabalho? O que faremos?
— Calma príncipe Gerônimo. — respondi com graça — nada que um homem não consiga fazer.
Fiz de propósito. Deixei-os curiosos!
— Tenho que comunicar algo, antes que se dispersem — disse meu pai. — conversei com a minha rainha e, com alguns conselheiros. Após muita conversa, cheguei a uma decisão. Durante a escolha da minha filha, não estarei qualificado para reinar, pois, quero ser presente para ela, no que precisar. Sendo assim, segundo o decreto assinado no dia 25 de Agosto, do ano de 1800. Minha esposa, rainha Theodora, reinará no meu lugar, durante esse período! A notícia já foi levada, pelos mensageiros, por toda Myrabel.
As palavras do meu pai causaram um misto de olhares. Apesar de não terem dito nada, notei que a grande maioria desaprovou o que meu pai fez. Eu, no entanto, não poderia estar mais orgulhosa dele.
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Assim que terminamos o desjejum, nos retiramos, pois precisávamos de roupas adequadas para aquele dia.
— Minha princesa, acho que já imagino o que estás pensando em fazer. — Alberto tinha um sorriso traquina no rosto. — depois disso, eles não ficarão tão animados com suas aventuras!
— Mal posso esperar para ver suas faces — respondi com um sorriso sincero.
Já que eu teria que passar por aquilo, seria de bom tamanho divertir-me um pouco.
Logo, todos estavam prontos.
Quando cheguei ao estábulo fui surpreendida pelo príncipe Menezes.
— Onde está vossa carruagem, princesa?
— Não usarei carruagem, irei cavalgando.
— Isso é algo descabido princesa! Não acho que seja algo adequando para uma mulher. Quando estiverdes casada comigo, terá que aprender a portar-se, como uma dama.
— Achas mesmo que deves dizer-me o que é adequado para uma mulher fazer ou não, visto que estás em uma competição onde uma mulher irá escolher com quem irá casar-se?
— Uma mulher pode fazer o que ela quiser — interveio o príncipe Vitório. — quanto mais cedo aprenderes e aceitares isso, melhor será para todos vós. Eu levei muito tempo e, fiz coisas das quais arrependo-me amargamente.
Confesso que não esperava por aquelas palavras do Vitório. Achei deveras interessante ele defender-me.
Sem importar-me com as opiniões machistas, aproximei-me do meu cavalo preferido. Antes que eu colocasse o meu pé no estribo, um dos príncipes aproximou-se, querendo ser cavalheiro.
— Deixe-me ajudar-te.
Eu não queria ser chata ou desagradável com ele, porém, não queria que eles pensassem que eu não sou capaz de me virar sozinha.
Respirei fundo, olhei para ele...
— Ele é uma exímia amazona — ouvi a voz do meu pai.
Que alívio! Ele poupou-me.
Assim, eu montei com muita destreza e, partimos rumo ao Vilarejo das Ilhas.
A viagem foi deveras agradável. Se desconsiderar as tolices de alguns dos meus pretendentes.
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O que acham que farão no Vilarejo das Ilhas?
Ah, acham que a Lady Jovina irá obedecer?
Obrigada pelas leituras, votos e comentários.
Ler os comentários de vocês me dá motivação para continuar, então obrigada, de ❤️
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