15 - 👑Olhos de avelã 👑

Mais uma vez, perdi-me em meus devaneios. Quando percebi, estava com um olhar apaixonado, apertando aquele simples pedaço de papel contra meu peito.

— Meh?! Essa expressão é nova para mim. Esse olhar apaixonado... estás usando o meu poema para lembrar-se do príncipe Edgar? Sabe que não combina, não é?! Ele não é um amor proibido para vossa Alteza.

— Oi?! Que apaixonada?! Estás delirando, como o Edgar.

— Porque o Edgar está “delirando”? — fez áspas com os dedos.

— Então... é que ele fica afirmando que eu estou apaixonada por v... — parei bruscamente, quando notei que quase falei mais do que devia. — só tolice dele — disfarcei com um sorriso.

— Sabe do que mais sinto falta?

—  Hum... deixe-me ver... de tomar banho no riacho? De correr atrás das borboletas? Não! Já sei! Sente mais falta de pular nas poças de água, assim que termina um temporal. Acertei?!

— Bom, tenho ótimas recordações de tudo isso. Porém o que mais sinto falta é de como falávamos sobre tudo. Disserto que éramos um livro aberto. Mas com a idade, vem o senso de responsabilidade. E não podemos nos expressar abertamente.

— Sinto muita falta disso também. Há um enorme pesar em meu coração, sempre que tenho que contornar a verdade contigo. Perdoe-me Beto. Vou ser sincera contigo em uma coisa, embora acho que não se importa com isso. — respirei fundo — És o rapaz mais belo que já vi em minha vida! És perfeito aos meus olhos! Seus dentes são tão brancos quanto o leite. Devo acrescentar que, seu sorriso ilumina tudo a sua volta! Seus cabelos são tão sedosos e macios... como lembram um lindo por do sol! E as ondas que formam em seus fios... lembram muito as leves ondas do mar. Seus olhos... o que dizer sobre eles? São como uma linda avelã! E as cinco minúsculas sardas que tem em seu rosto, lembram muito a constelação de Orion. A delicadeza dos traços da sua face é sem igual... sempre que vou imaginar um anjo, fecho meus olhos e imagino-te. És tão forte, alto e destemido. Tens uma beleza rara e estonteante! A sua beleza interior todavia, se sobressai.

A medida que eu pronunciava eu podia ver seu rosto enrubescer. Confesso que achei deveras gracioso!

Assim que terminei de falar ele fitou-me com um adorável sorriso e, como seus olhos brilhavam!

— Até hoje, sempre achei-me tão sem graça! Alegraste-me imensamente com sua sinceridade. Dissestes que sou o mais belo jovem que conheces, mas... e o príncipe Vitório, príncipe Edgar... são bem vistosos, não que eu ande reparando, mas as pessoas comentam.

— Sim Beto, és mais Belo do que todos eles — ele sorriu todo satisfeito. — agora diga-me, quem é a musa de seus poemas?!

— Porque achas que tenho uma?!

Infelizmente chegamos no Vilarejo, antes que eu pudesse descobrir mais sobre a musa do Beto.

Fomos recebidos nos Vilarejos com muita pompa! Estavam felizes com a nossa presença.

Não ficamos muito tempo, já que queríamos chegar no castelo antes do anoitecer.

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A notícia sobre a minha busca por um amor correu pelos reinos. Embora, não fosse ideia minha essa seleção, as notícias saíram assim: “ Esmeralda, a princesa de Myrabel, está a procura do amor verdadeiro”. No dia marcado, adivinha quem foi o primeiro a chegar?!

Sim, o Edgar, ele foi o  primeiro a chegar!

— Princesa Esmeralda, quanta saudade senti. A ausência fez-me pensar ainda mais em ti. — disse-me ele, enquanto deixava um beijo no dorso da minha mão.

— Sempre um galanteador não é mesmo Edgar!? — cumprimentei-o com um sorriso cordial.

Fomos para os jardins do palácio, andar um pouco, até que os demais jovens chegassem.

Ao chegar no jardim tive uma surpresa desagradável. Ao notar, o Edgar deu meia volta e voltou ao palácio.

— Esmere, posso chamar-te assim? Sinto-me honrado em poder lutar por vosso coração. Trouxe essa flor para lhe presentear. Ela é rara, mas não tão rara como tu és. — disse-me ele, entregando-me a flor.

— Não, não pode chamar-me assim, príncipe Vitório. Ah, obrigada pela flor. Achei que não se daria ao caso de vir, já que estás ciente que não o escolherei.

Ele sorriu, parecia divertir-se com meu furor.

— Perdoe-me, pelo nosso início turbulento. Se permitir, irei compensar-te.

— Minha princesa — o Berto chamou atrás de mim — sua presença é solicitada na sala de reuniões do palácio.

— Oh sim. Agradecida. Poderia acompanhar-me até lá Beto?!

— Seria uma honra, minha princesa — ele estendeu-me o braço.

Fui andando em direção ao pátio, observando aquela flor. Minha vontade era de esmagara-la, jogar no chão e sapatear em cima dela. Porém, ela não tem culpa.

— Gostastes mesmo do presente do príncipe Vitório bem?! Ah, a meu ver, não é muito prudente ficar com ele ou com os outros jovens sem uma companhia.

— Não Beto, não gostei da flor. Estou controlando-me, para não joga-la no chão e sapatear em cima dela.

— Seria uma cena e tanto — sorriu.

— E sim, tens toda a razão. Não ficarei a sós com ele, ou com os outros que são  desconhecidos. Eu na verdade estava vindo para o jardim com o Edgar, mas ao ver o Vitório ele deu meia volta e saiu.

— Como estás Meh?

— Só quero que isso passe rápido.

Ao adentrar o recito, meus pais e os príncipes Edgar e Cleomar  se encontravam lá.
Antes que começássemos a falar, o príncipe Vitório também chegou. Não apreciei nem um pouquinho a sua presença. Porém, procurei conter-me.

— Minha filha, vieram mais rapazes do que imaginávamos. Creio eu que tem mais de um centena deles espalhados nos termos do castelo. Gostaria de saber o que deseja fazer.

Eu pensei por um instante. Eu precisava ser justa com eles, mas o número estava muito elevado.

— Podemos sortear. Isso! Faremos um sorteio. Qual o número de rapazes que devem participar?

— Bom, para mim nem era necessário a seleção, já que sou eu que conquistarei o vosso coração, princesa. — se gabou o Edgar.

— Estás deveras confiante meu irmão. Lembre-se, que poderás decepcionar-se. — retrucou o príncipe Vitório.

— Sei que estão brincando. Mas veio algo em minha mente, que deveria ser acrescentado às regras: brigas, nem discussões não serão permitidas, os envolvidos deixarão a competição imediatamente.

— Sim, minha filha. Acho de bom tamanho. — minha mãe se pronunciou pela primeira vez. — Penso que uns trinta rapazes está passando de bom.

— Concordo, então preciso ir lá, falar com eles e dizer que vinte e sete deles serão sorteados de forma justa. — meu pai levantou-se, já decidido a ir falar com os jovens.

— Majestade — chamou lhe o Alberto—, não seriam trinta participantes?

— E serão, porém o Cleomar, o Edgar e o Vitório não precisarão passar por isso.

— Meu pai, onde estaria a justiça nisso? A meu ver, os três também deve participar do sorteio. Se não, de maneira alguma seria Justo com os outros rapazes.

— Embora aprecio a ideia do rei, temo que a Esmeralda tenha razão. — disse o príncipe Cleomar.

— Tens razão minha filha, não seria justo. Vamos lá falar com eles? — o meu pai estendeu o braço para minha mãe — Alberto, acompanhe a Esmeralda por gentileza. E quanto aos três jovens — olhou para os príncipes — juntem-se aos outros, por gentileza.

Ao aproximar-me do pátio do palácio meu coração disparou. Eu segurava com tanta força no braço do Alberto, que temia machuca-lo. Senti que ele diminuiu os passos, na intenção que os outros fossem na frente.

— Calma minha princesa — falou quase que com um sussurro.— vai ficar tudo bem.

— Eu não quero ir — encarei-o com olhos suplicantes e apavorados.

Senti uma dor enorme, na garganta. Pelo nó que havia se formado, por causo da angustia que eu sentia, naquele momento.

Ele fez a única coisa que poderia fazer por mim, naquele momento. Envolveu-me, em um abraço e sussurrou:

— Pode chorar Meh, se sentirás melhor.

Parece que as lágrimas só estavam esperando a permissão dele, para rolarem. Senti tão segura naquele momento, como se nada pudesse atingir-me!

— São só homens, que estão ávidos para conquistarem o vosso coração. — ele sussurrou.

— Mas são muitos Beto e, não os conheço.

— imagina que é um acampamento — sua voz continuava agradável. — agora vou soltar-te, porém nunca estarás sozinha — disse-me, enquanto desfazia o abraço e secava  as minhas lágrimas com o seu lenço. — O Altíssimo jamais te desamparara, minha princesa.

— Serei eternamente grata, pelo que fizestes a mim Beto. — fitei-o, com grande admiração.

— Foi um prazer ser útil, minha princesa.

— Vamos minha filha, estás demorando demasiadamente. — disse-me meu pai, voltando ao nosso encontro.

— Ele parece mais ávido do que vossa Alteza — ele sussurrou.

Sorrimos do que ele disse e, continuamos a andar.

— Perdoe-me, meu pai. Eu precisava de um tempo, antes de enfrentar tudo isso.

— Tudo bem querida, tenha o tempo que precisar. — ele ofereceu-me o braço.

Eu larguei o braço de Alberto e fingi que iria em outra direção.

— Sendo assim, meu pai, voltarei amanhã, após o jantar.

— Vem aqui mocinha — ele sorriu pegando o meu braço. — abracei-o forte. Precisava sentir-me segura mais uma vez.

— Agradeço-te — falei apenas movimentando os lábios, fitando o Alberto, pelos ombros do meu pai.

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Aguenta coração!

Obrigada por ler 😍

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