13 - 👑 Uma ideia genial👑
Arrumei-me adequadamente.
A Guilhermina fez um penteado em mim, um bem elegante. Prendeu apenas um pouco dos cabelos, só para tirar do rosto e deixou os restante soltos. Colocou um enfeite lindo que combinava perfeitamente com os meus olhos. Meus pensamentos estavam a mil.
Após o desjejum seria o concílio, já que o anterior foi adiado até decidir se eu poderia ou não participar. Confesso que estava bem nervosa.
Infelizmente a primeira pessoa que vi no desjejum foi o príncipe Vitório. Mais uma vez busquei ajuda do Altíssimo Deus. Suportar o príncipe Vitório não era nada fácil para mim. Porém, respirei fundo e adentrei o mais elegante possível, esbanjando um sorriso impecável! Cumprimentei e sentei-me.
- Esmeralda, como estás elegante! - disse-me o Edgar -Tem algo de diferente em ti, deixe-me ver... ah, como não?! É o brilho da vitória de ontem! - todos riram do gracejo do príncipe.
Meus olhos procuraram pelo príncipe Cleomar e pela princesa Tábata. E sim, como eu imaginei, eles estavam com aquela cara de traquina.
Assim que terminamos o desjejum eu me retirei e fui para o jardim.
- Bom dia minha princesa.
- Bom dia Beto! - respondi com um sorriso sincero.
- Esse sorriso alegra-me profundamente, significa que estás bem, apesar dos pesares.
- Preciso aceitar minha realidade - mudei o semblante.
- És uma princesa Esmeralda. A vida deveria ser fácil para vós, deveria ser mimada, ter o mundo aos vossos pés.
- Contentava-me em ter apenas uma coisa.
- Diga-me minha princesa, o que seria?
- Eu queria pod...
- Te encontrei princesa! - interrompeu o Edgar - Procurava por ti, preciso perguntar-lhe algo de suma importância. - Ele estendeu o braço. - Bom dia Alberto. - cumprimentou com um sorriso.
Então eu entrelacei meu braço no dele.
- Acompanhas-me numa caminhada pelo jardim?
- Claro! Sinto-me honrada pelo convite. Beto - Olhei para o jovem que parecia bem desconfortável - Tira o dia de folga. Pelo que vejo, não terá folga por um bom tempo.
- Minha princesa, posso falar contigo por um momento, a sós?!
- Ora Beto, pode falar aqui mesmo.
- Pois bem. Porque estás afastando-me novamente, depois de ter prometido que não voltaria a fazer isso?
- Oh Beto! Perdoe-me por não expressar-me de forma clara. Não tenho intenção de afastar-te, quero realmente que descanse o dia, só isso. Pelo que vimos ontem naquela reunião, precisarei muito de vossa proteção mais do que nunca. Só queria que descansasse um pouco, antes de toda a agitação.
- Eu que peço perdão, interpretei mal vossas palavras. Tirarei o dia de folga. Tenha um bom dia minha princesa. - ele deixou um beijo no dorso da minha mão. - Príncipe Edgar - fez uma reverência.
Fiquei olhando ele se afastar lentamente de meus olhos, e me perdi mais uma vez em meus pensamentos.
- Esmeralda? - chamou-me o príncipe Edgar, tirando-me de meus devaneios.
- Hum... quer dizer - limpei a garganta. - Sim Edgar. Voltei meu olhar para ele.
- Que faíscas são essas? - ponderou Edgar.
- Provavelmente são só os raios solares - respondi séria.
- Se estás dizendo... pois bem. Deixe-me ir direto ao ponto: notei que hoje no desjejum vossos pais, minha irmã e Cleomar e a senhorita, alteza.
Estavam no mínimo estranhos, como se escondesse algo, e agora isso. Reunião, dias cheios... estás escondendo o que de mim princesa?
- Paciência é uma virtude meu caro! - respondi cantarolando.
- Não faça isso comigo Esmeralda. Estás matando-me de curiosidade.
- Não morrerás. Isso posso assegurar-lhe.
Enquanto conversávamos um dos guardas aproximou-se de nós e avisou-nos que o Concílio já estava reunindo-se.
Respirei bem fundo. Tentando disfarçar o nervosismo que eu sentia naquele momento. Um mal estar tomou conta do meu ser, senti um calafrio percorrer por todo meu corpo e o meu estômago revirou. Só tive tempo de afastar-me alguns passos do Edgar, e vomitei. Que vergonha! Não acredito que ele viu essa cena.
- Esmeralda?! Estás bem? Vou chamar o médico da corte.
- Não é necessário! Só estou nervosa, dê-me uns segundos e ficarei bem.
Fechei meus olhos e respirei fundo. Ouvi o barulho do vento balançando as folhas das árvores, então senti o vento tocar meu rosto... balançar meus cabelos... fui invadida por uma paz inexplicável! Ou melhor, explicável, era a paz do Altíssimo! Quando o vento tocava-me era como se o Altíssimo envolvesse-me em um abraço consolador. Respirei aliviada. Abri meus olhos e me deparei com o Edgar encarando-me.
- Podemos ir? - perguntei como se nada tivesse acontecido.
- Claro! Eu quero falar sobre isso, com certeza! Como explica o fato de estar vomitando de nervosismo e em minutos já estar bem e sorridente, como se nada tivesse acontecido?
- É simples: elevei meus pensamentos ao Altíssimo Deus e me permitir ser consolada por Ele.
- Parece até magia.
- Não é magia, e sim fé.
- Fale-me mais sobre isso, estou deveras fascinado!
- Tudo aconteceu quando eu tinha 10 anos. O Alberto e eu fomos à um retiro infantil, naquele dia meus olhos foram abertos para duas coisas...
- O amor e a desilusão? - interrompeu-me gracejando.
- Estás com a cabeça no mundo da lua príncipe Edgar - retruquei com graça. - Na verdade, naquele dia eu descobri a fé. Uma senhora era responsável por ensinar lições de vida para os pequenos, entre as lições de vida ela acrescentou algumas histórias do *Livro Sagrado. Nele falava sobre alguém superior, alguém que era da realeza, como eu, mas fez-se de pobre, viveu para servir e agradar o próximo e no fim deu sua vida para resgatar a humanidade da perdição. Edgar, pensando bem eu descobri o amor naquele dia. O grande amor do Altíssimo e do seu filho Jesus Cristo pela humanidade. A Partir daquele dia eu tomei uma decisão " serei como Jesus Cristo, sou da realeza como Ele, então seguirei seus passos em bondade e altruísmo" o Beto e eu fizemos um voto naquele dia. Nós dois decidimos servir Aquele que deu a sua vida pela humanidade. Jesus Cristo.
- Uma história e tanto! Fiquei deveras interessado em saber mais sobre esse Rei que deu a sua vida pela humanidade, em outro momento gostaria que falasse-me mais sobre Ele. Já que pelo visto Ele é responsável por sua bondade, altruísmo e serenidade.
- Sinto-me honrada em compartilhar algo tão precioso contigo.
- Estão... disseste-me que aprendestes naquele dia duas coisas, poderia dizer-me qual seria a segunda?
- És um tanto curioso hem?! Pois bem, compartilharei contigo o meu segundo aprendizado. Naquele dia aprendi sobre a desigualdade. O Beto e eu fomos criados juntos, a mãe dele trabalhava e morava no castelo. Eu o tratava de igual pra igual. Até então eu não sabia da diferença... quando meu pai disse-me que o Alberto não poderia ir comigo ao retiro infantil, eu quase morri de decepção. Ele explicou-me que era só para os da realeza e os nobres e que o Alberto não fazia parte. Senti meu coração despedaçar naquele momento.
- Mas ele foi, como conseguiu que ele participasse mesmo não sendo nobre?
- Então... fiz algo que não orgulho-me. Tranquei-me no meu quarto e fiz greve de fome. Disse que só comeria se o Alberto fosse comigo. Claro que a greve não durou nem um hora. Na época eu fiquei realizada por conseguir, com meu esforço, que o Beto fosse comigo. Meu pai deixou que eu pensasse isso. Doeu muito saber que vivíamos no mesmo mundo, porém com uma certa separação.
- Então sempre lutou pelos mais fracos! - gracejou Edgar - a minha apreciação e admiração por vossa alteza crescem a cada dia.
Dei graças aos Céus por já termos chegado no local onde o Concílio estava reunido, assim não precisaria responder ao elogio do Edgar.
Foi de fato aprazível compartilhar essas histórias com o Edgar. Serviu para distrair-me, agora sentia-me pronta para o que estava por vir.
Ao adentrarmos o recinto senti os olhos do príncipe Vitório fitando-nos. Sentei-me com graciosidade ao lado do meu pai.
O orgulho que ele sentia pela minha presença era notável! Isso aquecia o meu coração de uma maneira inexplicável.
A reunião enfim começou. Muitos levaram questões difíceis de resolver a respeito de seus reinos. Eu fazia questão de dar minha opinião em cada caso que era colocado em pauta. Claro que a maioria dos homens não ficavam satisfeitos, mas eu não importava-me com a opinião deles.
Se eles soubessem o que estava por vir teriam com certeza tomado um chazinho para acalmar os nervos.
Enfim, chegou o momento em que meu pai falaria.
- Caros amigos - começou meu pai com um sorriso de orelha a orelha-, sabemos que é comum os rei fazerem bailes quando seus filhos precisam encontrar uma esposa. Como sabemos, nesses bailes vão várias moças, a fim de alcançar a atenção do príncipe. Tenho hoje uma proposta inusitada. Farei algo parecido pela Esmeralda. Não é um baile, quero algo bem mais pomposo. Convidaremos todos os jovens da realeza e da nobreza. Eles ficarão no castelo em Myrabel. Estes jovens terão que conquistar o coração da Esmeralda. Todos terão a oportunidade de conhecê-la, e assim conquistar o seu coração. Quero que minha filha se case por amor e que escolha o seu próprio esposo.
- Nunca em toda minha vida ouvi algo tão descabido - disse o rei de Aldória.
- Sabes que aprecio a sua amizade rei Felipo - disse o rei Olavio, de Árago. - acha mesmo que a sociedade aceitará isso? Causará uma grande revolução.
- A fama da Esmeralda a precede. Todos sabem que ela não é alguém comum. Sei que muitas mulheres se espelham nela.
- Esse é meu medo - disse um dos condes. - logo não dominaremos mais nossas mulheres, logo serão desrespeitosas.
- Isso é deveras preocupante, no entanto a princesa Esmeralda não é desrespeitosa. - o rei Felipo pronunciou.
- Certamente que os reinos seriam mais agradáveis se as mulheres e moças tivessem a atitude, bondade, coragem e altruísmo da Esmeralda. - disse o príncipe Edgar enquanto dirigia o olhar a mim.
- Ficarão envergonhados ao notar que nenhum jovem comparecerá - retrucou um dos viscondes.
- Com todo respeito Visconde - disse meu pai - acho que estás com despeitada, já que seus filhos já são casados e não poderão participar.
- Isso é algo desonroso, onde já se viu, vários homens disputar o coração de uma moça?! - disse o Conde Carlúcio indignado.
- Essa indignação toda acho que é porque não poderá participar, Conde Carlúcio. Já que não és mais jovem - gracejou Cleomar.
- Pra mim será uma grande honra conquistar o vosso coração, princesa Esmeralda. - disse o príncipe Edgar ajoelhando-se diante de mim e deixando um beijo no dorso de minha mão.
Senti meu rosto queimar. Que vergonha eu senti naquele momento! Eu sabia que era com essa finalidade que meu pai estava fazendo isso, mas mesmo assim senti vergonha.
- Não se eu conquistar primeiro - aproximou o príncipe Cleomar retirando gentilmente minha mão das mãos do Edgar.
- Também participarei - disse o príncipe Vitório.
- Não! Isso não será possível príncipe Vitório. Gastará o vosso tempo em vão. Já que não tens a mínima chance de conquistar meu coração. Já tivestes a vossa chance.
- Batalharei por vosso amor princesa Esmeralda. - ele disse olhando dentro de meus olhos e deixou um beijo no dorso da minha mão.
Minha vontade era tirar com força a minha mão de suas mãos e limpá-las em minhas vestes.
*Bíblia
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Aguenta coração!
Acham que os jovens participarão ou se sentirão humilhados?❤️👑
Ah, o que acham do "novo" Vitório?🤔
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