12 - 👑 Grandes planos👑

Tive que controlar-me, não queria que as pessoas notassem o meu desespero. Resolvi sair disfarçadamente, e procurar mais um pouco por ele. 
Lembrei-me de algo deveras interessante, um lugar onde ele costumava esconder-se quando era criança. Sempre que ele não estava bem, retirava-se da presença de todos e escondia. 
Respirei fundo e andei até o “lugar secreto”. 

— Finalmente encontrei-te! — Senti um alívio no coração — Do que se esconde Beto? Fiquei deveras preocupada com o vosso sumiço. 

—  Minha princesa, perdoe-me, não tive a intenção. — seu olhar era triste e o semblante sério.

— Conte-me, o que tanto lhe perturba? Já que veio refugiar-se no estábulo, igual fazia na infância. 

— Estava muito nervoso com vossa luta. Achei mesmo que meu coração saltaria pela minha boca. Ele tinha a intenção de ferir-te, e ficar assistindo sem poder fazer nada, acabou comigo. Depois que tudo ficou bem, eu precisava de um tempo para recompor-me. 

— És uma pessoa incrível! Sinto-me imensamente agradecida pela preocupação. Eu estou bem, Beto. — ofereci um sorriso sincero. —  Poderia agraciar-me com vossa ilustre companhia na festa?! — Gracejei fazendo uma mesura.

— Como poderia negar um pedido tão pomposo? — sorriu.

Ele estendeu o braço, então eu repousei meu braço no dele e fomos para a festa. 

Senti mais uma vez aquele farfalhar no estômago. 

— Nunca imaginei que iria encontrar-me, minha princesa. 

— Demorou um pouco, mas lembrei-me que sempre escondia-se no estábulo, quando não  sentia-se bem. 

Ao adentrar o recinto, pude ouvir aquela voz irritante. Que o Altíssimo me perdoe, mas aquela voz me causava náuseas. 

— Claro que iria torcer pela princesa Esmeralda, meu irmão. De fato, tinha muito a ganhar — disse o Vitório com a voz desagradável. 

— Dispenso o prêmio que ofereceste, o único prêmio que eu almejava já alcancei — ele aproximou-se de mim, pegou minha mão erguendo-a. — A Vitória da princesa Esmeralda! — disse em alto e bom som. 

Todos aplaudiram as palavras do príncipe Edgar. 

O príncipe Vitório tentava disfarçar, mas sua cara de réu, não negava o seu desprazer. Mas eu nem me importava, para ser sincera.

Não era para menos, uma derrota é sempre ruim, mas no caso dele seria no mínimo 100 vezes pior. Teria que carregar para sempre o peso e a vergonha de ter sido derrotado por uma mulher, e pior ainda, em público. 

A festa foi deveras agradabilíssima! Todos nos divertimos muito. 

Já era bem tarde quando a festa teve fim. Os convidados foram para seus aposentos. 

O Alberto foi acompanhar-me até meus aposentos, como era de costume. 
À medida que nos aproximávamos de uma das salas de reuniões podia ouvir uns burburinhos. 
Não consegui conter a curiosidade. Fingi que estava passando por acaso por aquela porta. Queria muito saber do que se tratava. 
E foi o que eu fiz, minha curiosidade ficou ainda maior quando vi quem estava reunido. 

Era meu pai, minha mãe, a princesa Tábata e o príncipe Cleomar. 
Deu muita vontade de entrar na conversa, mas como uma boa princesa, simplesmente passei direto. 

— Minha filha — chamou-me meu pai — venha aqui, tivemos uma ideia esplêndida, acho que gostará de saber. 

Eu voltei imediatamente, mas controlando-me. Tentei ficar indiferente. 
Notei que o Alberto não estava seguindo-me. 

— Não vai dizer-me que não estás curioso — falei quase como um sussurro, fazendo sinal com a mão para que ele entrasse comigo. 
Ele deu-me um de seus sorrisos largos e amigáveis. 

Ao adentrar a sala, todos fitaram-me. Sei lá, olhavam-me de um jeito diferente. Não sei, mas parecia que estavam aprontando alguma coisa. 

Ao aproximar-me do meu pai, ele estendeu-me a mão com algo, era um papel, assemelhava muito a um convite para baile. Estendi minha mão e peguei o papel. Ao ler tive que forçar para não sair correndo. Mostrei o papel ao Alberto, já que ele tinha notado minha insatisfação. Mesmo escondendo ele consegue perceber quando não estou bem. 

Meus pais, a princesa Tábata e o príncipe Cleomar fitavam-me com olhos brilhantes. 

— Diz aí filha, tivemos a melhor de todas as ideias! Quero só ver a cara do príncipe Vitório ao saber — se gabou meu pai. 

Tentei parecer indiferente, ou olhar pelo lado bom e ficar feliz. 

— Pelo visto pensaram em tudo mesmo. Vai ser deveras agradável ver o semblante de todos presentes. 

Eles continuavam empolgados, conversando e resolvendo tudo. Eu no entanto precisava sair dali, o mais rápido possível. Não sabia quanto tempo eu conseguiria comportar-me graciosamente. 

— Se não se importam, irei para meus aposentos, o dia hoje foi deveras agitado. 

— Minha querida, descanse, amanhã será o início de tudo. 
Meu pai deixou um beijo no alto da minha cabeça. 

Despedi-me devidamente e dirigi-me aos meus aposentos. 
Fomos em silêncio total. Quando chegou na porta o Beto quebrou o silêncio. 

— Minha princesa, sei que não gostastes do que eles fizeram, quer falar sobre isso? — sua voz era gentil e compreensiva. 

— Não Beto, mas agradeço por se prontificar para ouvir os meus lamentos. 

Ele não insistiu, simplesmente fez uma mesura e saiu. 

— Beto, preciso falar sim. 

Ele voltou e se sentou no chão perto de mim. Eu fiz o mesmo. Sua atenção estava voltada para mim. 

— Eu não gostei do que fizeram. 

— Sim minha princesa, eu notei, mas porque não se expressou? 

— Não consegui Beto. viu aquelas carinhas? Como os olhos deles brilhavam! Não queria acabar com a empolgação deles. 

— Vi sim. Perdoe-me por ser rude, mas a vida é vossa. E será vós que arcará com as consequências. Estás pronta para viver esse drama novamente? 

— Dessa vez a escolha será minha, eu terei a palavra final. 

— Certo, mas isso te deixa feliz? 

— Ah Beto, a felicidade é só um momento! Não podemos nos apegar tanto a isso. 

Ele ficou conversando comigo por alguns minutos e logo saiu. A noite tinha outro guarda que protegia-me. Eu fiquei ali, sentada na mesma posição, olhando para ele enquanto se distanciava de meus olhos. 

Levantei-me lentamente e adentrei em meus aposentos. Eu precisava chorar urgentemente. Então suplemente fechei a porta e encostei-me nela escorregando até sentar-me no chão e permiti que as lágrimas rolassem livremente. Meu coração estava amargurado! 
Em meio aos soluços senti uma mão tocar em meus ombros. Assustei-me e tentei recompor-me. 

— Guilhermina, que susto! 

— Perdoe-me princesa, não tive a intenção. O Alberto tinha razão, ele pediu a um dos guardas pra chamar-me. Ele disse que  irias precisar da minha companhia. 

Ela sentou-se ao meu lado, eu recostei minha cabeça em seu colo. Ela não disse uma palavra, pois sabia que eu precisava daquele momento de desabafo. 

Quando ela notou que eu encontrava-me mais calma ela perguntou. 

— Princesa, conte-me, o que tanto machuca o seu coração? 

Eu entreguei o papel que meu pai havia entregando-me. 

— Entendo perfeitamente — disse ela após ler o que estava escrito. — ele não poderá participar, não é mesmo?! 

— Não... — respondi com voz chorosa, limpando as lágrimas teimosas que insistiam em rolar. 

— Diga toda a verdade ao rei, vosso pai. 

— Não Guilhermina! Eu não conseguiria. Eles planejaram tudo. Na verdade é uma coisa boa, só não é melhor porque ele não participará. Lamentarei só hoje. Amanhã será um novo dia, comemorarei a parte boa do plano. Guilhermina, eu jamais poderei seguir meu coração, pois o dever sempre precisa estar acima. Então construirei um muro em torno do meu coração. Não permitirei ser dominada por esse sentimento. Myrabel está acima do meu amor. 

— Não quero ser desrespeitosa, mas já tentou isso inúmeras vezes, porque acha que conseguirá agora? 

— Não falando mais contigo sobre isso e não pensando mais nele dessa forma. Sei que é difícil, mas encontrarei forças no Altíssimo. 

— Estarei contigo nessa nova jornada. Sabe que pode contar comigo. 

— Nem pensar. Quero que seja livre, pra viver suas próprias aventuras. 

— Sabia que diria isso. Porém faço questão de estar contigo. Se preciso for vou ao rei e peço permissão, assim não poderá despedir-me.

— Oh Guilhermina! Como és boa para mim! Um dia te compensarei por tudo. Mas queria que vivesse sua vida, não que ficasse presa a mim. 

— Minha vida é com vós, princesa. 

Abracei-a forte e agradeci ao Altíssimo por colocar ela em minha vida. 
Eu estava tão cansada que adormeci rápido. 

O canto dos pássaros e os raios solares anunciaram um novo dia. Mais um dia cheio de afazeres. Pelos planos daquelas quatro pessoinhas esse seria o dia mais calmo que eu teria em meses. 
Respirei fundo, tentando ordenar meus pensamentos. Precisava estar no meu melhor momento no concílio. 

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Sinto-me honrada por sua presença por aqui.❤️👑 

O que esses quatro estão tramando hem?!🤔 
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