capítulo 3 - Mary
Não demorou muito para que Mary e Darla ficassem mais próximas e Mary começasse a passar mais tempo conosco. Ela é uma garota muito interessante e inteligente, na maioria das vezes em que saímos ela fala sobre as histórias inusitadas com clientes no café e vezes que teve que lidar com 'Karens', apesar de suas histórias serem muito engraçadas, e ela aparentar se divertir com isso, sinto que trabalhar com atendimento ao cliente é certamente um dom, não consigo me imaginar fazendo isso.
-Tá tudo bem?
-Hã?
- Ta tudo bem??? Você parece meio distraído.
-Ah, sim sim - na verdade não, não tenho conseguido dormir nas últimas semanas, o cheiro de mofo do meu quarto só piora e pra variar meu colega não dá as caras a dias, mas eu não vou dizer isso - Só tô meio cansado.
- Quer dar uma pausa.
- Não, não precisam parar por mim.
- Tem certeza? É que sua..
- Tenho Leo! Eu já disse que sim!
Acabei me exaltando um pouco, agora todos da mesa estavam me olhando. Deixei o clima desagradável.
- Continuem sem mim.
Me levantei depressa e saí da biblioteca, não há sentido em continuar lá por enquanto. Não quero tornar as coisas mais desagradáveis ainda.
Quando eu estava saindo do edifício eu sinto uma mão no meu ombro.
— Calma, só vim te fazer companhia. — era jake, ele levanta as duas mãos em sinal de paz — quer um café?
Eu apenas faço que sim e nós dois seguimos para a cafeteria mais próxima, ele segue na frente, é claro, de todos do grupo, Jake é o mais confiante, ele é o oposto de mim, enquanto eu sou fechado ele é extrovertido, enquanto eu sou desapegado ele é afetuoso, mesmo até na aparência, enquanto ele tinha seus cabelos loiros dourados que pareciam sempre arrumados e bem cuidados como o mais precioso ouro, os meus eram castanhos escuro, cronicamente desarrumados, mesmo que os penteasse, não tinha jeito. Enquanto ele era bem vestido com roupas vibrantes que combinavam com sua personalidade, eu usava o que achava pela frente. Eu não sei bem se tenho inveja ou admiração por ele.
Chegando lá, demorou algumas investidas da parte dele para que finalmente pudéssemos desenvolver uma conversa, e com o tempo, o clima ficou agradável, ele sempre sabia como fazer isso.
— Você vai a festa da Mary?
— Não — dei mais uma golada no meu café — não gosto muito de festas.
— Seria legal se você fosse, na verdade você deveria muito ir.
— Ah não, eu acho que isso aí é só pra quem gosta dessas coisas.
—Eu só vou se você for.
— Não faz isso comigo... — Coloco minhas duas mãos no rosto e esfrego meus olhos, só queria uma boa noite de sono. Jake ri do meu comentário.
— Então, vai mesmo ficar trancado nesse alojamento maldito e acabar com a minha diversão também?
— Isso é manipulação.
— Só quero que pense bem — Ele então pisca pra mim e bebe mais um pouco do seu café enquanto me encara, e logo em seguida dá um sorriso malicioso. Droga.
***
Na festa da Mary tinham muitos rostos desconhecidos, ele não sabia onde estavam os outros membros do seu grupo e nem sinal de Mary, fiquei parado um tempo no canto com a minha bebida na mão, me sentia estranho, como se fosse um personagem de filme, tinha até aquele copo vermelho exclusivo de filme, será se as festas eram assim mesmo e os filmes apenas retratavam isso ou Mary fez de propósito? Enfim, isso não importa.
Depois de um tempo parado encarando a multidão que dançava a música alta nesse minúsculo apartamento, serpentei até a sala e sentei do lado de uma garota que parecia estar se divertindo tanto quanto eu.
—ujiodkmmm
— O QUE?? — Não consigo ouvir o que ela disse com essa música alta.
— TÁ GOSTANDO DA FESTA??
— EU NÃO GOSTO MUITO DE FESTA, FUI ARRASTADO POR UM AMIGO. E VOCÊ?
— SOU COLEGA DE QUARTO DA MARY.
— QUE LEGAL...
Ficamos um momento em silêncio apenas ouvindo a música.
— QUER IR PRA VARANDA? ETFHadygknm
— QUÊ???
— QUER. IR. PRA. VARANDA?
— QUERO.
Depois disso nós saímos do sofá e eu sigo ela para a varanda com um pouco de dificuldade por causa das outras pessoas que estavam de obstáculos.
Na varanda estava mais quieto, apesar de ainda sim a música continuar um pouco alta, pelo menos agora poderia ouvir meus pensamentos... e a garota também.
— Bem melhor.
— Não consigo entender essa música tão alta, como que dá pra conversar?
— Acho que a intenção é não conversar.
Nos dois rimos um pouco.
— Então... eeer...
— Janette, mas pode me chamar de Jan.
— É um prazer Jan, então, como está a festa pra você?
— Digamos que eu esteja na mesma situação que você — nos dois demos uma leve risada. — Como conheceu a Mary?
— Longa história, e você?
— Longa história...
Nos então encaramos a rua, a noite ela fica pouco movimentada, nossa vista é basicamente formada por mais e mais prédios, com a pouca iluminação dos postes e eventualmente alguns apartamentos com a luz acesa.
— Acho que temos tempo. Quer uma bebida?
— Sim, por favor.— Eu então saio e vou buscar bebida para nós dois, quando volto, ela arrumou dois bancos para sentarmos.— Mary comprou esses bancos faz um bom tempo, pra gente "aproveitar a vista de vez em quando na varanda". Nunca fizemos isso, mas agora vieram a calhar.
— Interessante... bom, agora graças a ela não vamos passar a noite em pé.
— A Mary — Jan levanta seu copo que acabei de lhe entregar em função de fazer um brinde.
— A Mary — Brindo também.
☆Notas☆
Genteeee desculpa o sumiço, então, aconteceu um monte de mudanças na minha vida pessoal e agora que me adaptei, peço perdão pela demora pra postar capítulo 🙏🙏🙏
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