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Eu estava ficando nervoso.

Quando Hyunjin olhou para o filhote de doberman em meus braços, eu jurei que seus olhos sairiam de seu rosto de tão arregalados que estavam.

Pode ser pelo pequeno susto que nossos amigos deram nele? Possivelmente, mas, em minha cabeça paranóica e ansiosa, ele parecia estar assustado por ter um filhote de cachorro em meus braços e perceber que eu estava mentindo.

Se ele colapsar, eu não respondo por mim.

— Hyunjinnie... — Me aproximei de novo e, para meu alívio, ele não se afastou como de última vez.

Segurei em sua mão e o puxei em direção a minha cama de solteiro, era a primeira vez dele ali e não foi extremamente da forma que eu havia imaginado.

— Ei...? — Eu chamei por ele, agradecendo por a porta estar fechada e por estarmos parcialmente sozinhos, já que iria ser muito mais complicado e constrangedor caso alguém aparecesse ali.

— Felix...— Ele chamou sério, sem me olhar por um segundo sequer, parecia confuso e ainda meio assustado com essa situação.

Se alguém quisesse me socar nesse exato momento, eu não reclamaria.

— Hyun... ? — Chamei novamente, ele olhou para o filhote em meus braços mais uma vez e, desde que entrou, sua expressão continuava a mesma. Sério, confuso e ligeiramente assustado. — Docinho? — Chamei por seu apelido dado tão carinhosamente por mim, ele mordeu o lábio inferior.

— Felixie... O que está a-acontecendo? — Perguntou, abraçando o próprio corpo quando alguns barulho do lado de fora do quarto foram feitos.

Eu preciso conversar com esses bobocas sobre a finalização do planto infalível que eu tinha montado! Não era para aparecerem naquele momento!

— Hyun, venha cá comigo. — Tentei me aproximar mais uma vez, porém, como das outras vezes, ele se afastou novamente. — Hyunjinnie, deixa o Lixie explicar?

Eu me sinto minimamente culpado por toda essa situação meio... Imprevista. Não queria que ocorresse assim, era para dar tudo certinho do jeito que eu tinha planejado!

— lixie... E-eu estou com medo d-de... — Ele apontou vagarosamente para o filhote de doberman em meus braços.

Então, eu entendi o que estava acontecendo.

— Hyunjin, ele não vai te machucar! — Assegurei, ele negou várias vezes com a cabeça, sem se mover. — Ei, meu bem, ele ainda é um bebezinho e-

— Felixie, não t-tenho medo dele... — Começou dizendo de maneira hesitante, ele abaixou a cabeça e a balançou para os lados, negando.— E... E se eu machucar?

Ah...

Deus, me leve agora porque meu namorado está tentando me arrebatar desse mundo com sua doçura excessiva.

— Hyunjinnie, me deixa te explicar-

— E-Ele é bebê, não é? — Perguntou, me interrompendo. Ele estava nervoso. — E se... E se eu machucar? Lixie, ele é bebê... — Continuou a dizer, a voz saindo mais trêmula e baixa.

— Hyunjinnie, calma. — Falei, segurando em sua mão com uma das minhas, tentando não fazer movimentos muito bruscos que fosse acabar assustando o filhote em meus braços.

Hyunjin parecia estar hiperventilando, sua respiração estava minimamente acelerada e aquilo não era um bom sinal. Segurei em sua mão e, com cuidado, o puxei para mais perto de mim, deitando sua cabeça em meu ombro e tentando entender parcialmente o que estava acontecendo.

— hyun, respira... — Falei, apagando seus cabelos e suspirando aliviado quando ele não se afastou mais uma vez.

Ficamos naquela posição, com ele deitado em meu ombro e o filhote de doberman em meu braço livre, por uns três minutos. O cachorrinho era tão preguiçoso, que estava dormindo quando Hyunjin se afastou e, mais calmo, ele disse:

— Felixie, por que não d-disse nada? — Perguntou, confuso e mais calmo.

— Eu queria que fosse algo especial e muito, muito legal para você. — Confessei, fazendo um carinho calmo na cabeça do filhote.

— Isso é... É-É o que eu estou pensando? — Ele , colocando as mãozinhas de dedos longos sobre a boca e, dando lugar a sua expressão confusa e assustada, uma surpresa e curiosa nasceu.

Decidi abrir o jogo, explicar para ele de maneira direta. Evitar qualquer sentimento ruim nele, era o meu foco a sua felicidade naquela noite e pelo resto de sua vida.

— Se você está pensando que esse filhotinho é seu e que eu preparei uma festinha surpresa para você, sim, é isto que você está pensando. — Sorri ao dizer, me aproximando dele com o filhotinho em meus braços, mas ele se afastou mais uma vez.

Meu Deus, se essa noite continuar a andar por esse caminho, irei me desesperar internamente.

— lixie... Põe ele ali. — Então, ele disse e apontou para o outro lado da minha cama.

Confuso, eu fiz o que me foi pedido, colocando o cachorrinho do outro lado da minha cama e sorrindo meio bobo quando ele saiu farejando de maneira curiosa o meu cobertor.

— Ei, Hyun? — Chamei, tocando em sua mão e sorrindo aliviado quando ele não se afastou. — Você está bravo... ? Sente algo ruim?

Se ele disser que sim, espero que todo aquele cardápio de doces com morangos sirva de certa forma para nossa reaproximação após eu chorar e implorar por seu perdão.

Ok, fui muito dramático agora.

— felixie... E-eu achei que você estava doente. — Ele abaixou a cabeça, apertando minha mão entre seus dedos trêmulos. — Estou s-sentindo um monte de sentimentos, e isso não é bom... — Mordeu o lábio inferior, fechando a mão em sua camiseta, como se estivesse apertando seu coração. — Mas... M-mas também estou tão feliz!

Ok, isso era meio que uma surpresa.

— Está feliz? — Perguntei visivelmente surpreso, tentando me segurar para não abraçá-lo com força. Ele abaixou a cabeça mais uma vez, evitando me olhar e tirando a meu privilégio de ver seu rosto minimamente corado.

— felixie...— Ele murmurou, soltando sua mão da minha e a levando até o próprio rosto, lhe cobrindo.

Hyunjin cobriu completamente o rosto, parecia envergonhado e, talvez, emocionado. Senti meu coração se apertar ao notar aquilo e, em um ato impulsivo e procurando uma forma de consolá-lo, lhe puxei contra meu peito, em um abraço meio desajeitado.

Tive medo dele se afastar novamente, porém, como de costume, ele apenas se deixou ser abraçado por mim.

— Hyunjinnie? — Chamei baixinho, escorregando minha mão pelos seus cabelos compridinhos. Então, ele fungou.

Hyunjin estava chorando.

Santa divindade, estou entrando em estado de choque.

— Hyunjin? — Mas em alerta, chamei quase que assustado, sussurrando.

Não queria acreditar que aquilo estava acontecendo e, em minhas cabeça um tantinho paranóica, não era por motivos bons e sentimentos positivo que aquele choro foi formado.

Tentei afastá-lo para saber se aquilo que eu estava pensando estava acontecendo. Entretanto, ele tirou as mãos de frente do rosto e enrolou os braços em minha cintura, me apertando com certa força enquanto escondia o rosto em meu peito.

— Docinho... Ei, fala comigo? — Pedi, e ele apenas negou com a cabeça.

Ele fungava baixinho, quase inaudível. E me restou apenas lhe dar esse tempo, em silêncio e apenas com a companhia um do outro. Minhas mãos faziam um carinho suave em seu braço e cabelo, meu coração estava minimamente acelerado e meus pensamentos tentando me fazer crer que aquele choro seu não era um bom sinal.

Mas eu não vou acreditar nas sabotagens que meu próprio cérebro me dá de vez em quando. Hyunjin está abraçado a mim, não me afastando.

Mas ele afastou.

— Felixie... D-desculpa, eu-

— Hyunjinnie-ssi, não peça desculpas— Eu o interrompi, tirando os óculos de seu rosto e suspirando aliviado quando ele apenas fechou os olhinhos quando passei meus dedos sobre eles, tirando qualquer resquício de lágrima que tivesse ali. — Você quer conversar?

— lixie, é... Meu? — Ele aprontou para o cachorrinho descansando tranquilamente enrolado em meu cobertor. Sua surpresa e dúvida são palpáveis, além da emoção que ainda o cerca.

Ele estava chorando por que ganhou um cachorrinho? Alguém, por favor, cria um prêmio de pessoa mais apaixonante e desse mundo e dê para hyunjin?

— Sim, hyun. É seu. — Sorri, me afastando razoavelmente para pegar o mini doberman em minha cama.

O cachorrinho até se assustou quando minhas mãos rodearam o corpinho, momentaneamente, pequeno.

— Ei... — Chamei por meu namorado, ele se afastou minimamente quando aproximei o filhote dele e, percebendo sua ação receosa, uma dúvida me cercou. — Hyunjinnie, está com medo do bichinho?

— Lixie, é-é que... — Ele mordeu o lábio inferior, fungando com o nariz vermelhinho e colocando os óculos de volta no rosto. — Ele p-parece ser tão... Tão pequenininho e delicado...— Respondeu, sem se mover. — E se eu m-machucar?

Irei explodir.

Não me disseram que para namorar Hyunjin, meu coração precisava ser forte o suficiente para aguentar todo esse sentimento avassalador que ele me faz sentir apenas com poucas palavras!

— Você machucaria ele, Hyunjin-ah? — Perguntei retórico, Hyunjin balançou a cabeça várias vezes em negação, determinado.

— Eu não m-machucaria ninguém, Felixie. — Respondeu sincero, me fazendo sorrir da maneira mais abobalhada que existe. — Mas-

— hyun, não tem "mas". — O interrompi.— Eu adotei esse cachorrinho para você, por que sei que será o melhor papai que ele poderia ter. — Completei.

Ele ficou em silêncio parecia estar analisando profundamente cada palavra que eu havia dito. Então, para meu alívio completo, ele sorriu.

— Sabia que ele foi abandonado? — Perguntei, seu sorriso diminuiu imediatamente.

— Jura?

— Sim... O moço que me vendeu, disse que ele foi largado nas ruas. — Suspirei, não gostando muito de relembrar das coisas que o homem havia me dito.

O filhotinho tinha sido encontrado junto de outros cachorrinhos bebês no fundo de um beco de um restaurante, a mãe dos filhotes não tiveram a mesma sorte que eles, já que faleceu alguns dias depois por conta da saúde precária de viver nas ruas, arranjar comida para si e ainda amamentar filhotinhos como esse que hyunjin tem agora.

Mas não quis entrar em detalhes ali, disse apenas o necessário para Hyunin soubesse que aquele mini doberman era um filhotinho forte, e que precisava de um dono tão forte quanto ele.

— Você ainda está assustado? — Perguntei diante da sua falta de resposta, ele balançou a cabeça em concordância e deu um suspiro quase imperceptível. Com calma, segurei em sua mão e a trouxe em direção a cabeça do cachorrinho deitado em meu colo. E, me aliviando, ele não se opôs.

Mas foi a vez do bichinho se assustar ao ver a mão de hyunjin indo em sua direção e se afastou, saindo de cima de minhas pernas.

Certo, universo, já vi que as coisas não estão em sintonia aqui.

— Assustei ele? — hyunjin perguntou, os olhos se arregalando durante o processo.

Eu mordi o lábio inferior, pensando em algo para fazer ou dizer. Então, decidi procurar pelo cachorro e mostrar a ele que Hyunjin não é ninguém perigoso. Mas o pobrezinho desapareceu.

— Calma, hyunjinnie, meu quarto é do tamanho de um grão de milho, esse cachorro vai estar em algum lugar! — Falei mais para mim mesmo do que para ele.

Então, me assustando, hyunjin deu um pulo repentino e encolheu as pernas em cima da minha cama, de olhos arregalados e mãos pousado sobre o próprio peito, surpreso.

— E-eu acho que ele queria comer meu tênis... — Hyunjin disse, encolhendo mais as pernas quando o cachorrinho, outra horam tímido, pulou para tentar alcançar o tênis azul que ele usava.

Ele estava completamente azulzinho. Lindo.

— Eu acho que ele gostou de seus tenis. — Sorri, me agachando e pegando o diabinho levado.

— Q-qual o nome dele, lixie? — Ele perguntou, sem se aproximar.

— Eu não escolhi, deixei para que você desse o nominho dele. — Sorri ao dizer, ele mordeu o lábio inferior e colocou a mão no queixo, respirando fundo antes de dizer suas próximas palavras.

— E-Eu vou ser o papai dele agora, não é? — Perguntou baixinho, olhando para o bichinho com um carinho perceptível, mesmo que seja recente e ainda estivesse meio hesitante.

Ele estava começando a não hesitar em tocar no filhote, olhando para ele com mais carinho do quê hesitação. Parecia estar se familiarizando com a ideia de ter um filhote em sua vida agora. E eu fico muito feliz por essa situação finalmente estar indo pelo caminho que eu planejava.

— Ele é seu filhote agora, docinho. — Sorri ao dizer, tranquilo por aquela situação de mais cedo ter acabado.

— Q-que nome eu coloco? — Franziu as sobrancelhas, pensativo.

— Acho que você ainda tem muito tempo para decidir o nome. — Sorri, acariciando a cabecinha do filhote e sorrindo quando notei ele já meio sonolento. — Quer pegar ele?

Hyunjin ficou em silêncio, parecia traçar uma luta contra os próprios pensamentos. Porém, para meu alívio, ele sorriu de maneira envergonhada e concordou com a cabeça, abrindo os braços coberto por um moletom listrado e juntando as pernas, esperando o bebê cachorro ali.

Com cuidado, segurei o animal e sorri quando ele despertou de seu breve sono, coloquei ele nas pernas de Hyunjin e o olhei atento, minimamente ansioso para o que iria acontecer. Curioso como é, o cachorrinho começou farejando a superfície de onde estava, a calça de Hyunjin no caso, e depois olhou para o rosto do novo amigo, tombando a cabecinha canina para o lada enquanto Hyunjin se mantém quieto, como uma estatua.

Ele ainda estava com os braços abertos, parecia ter medo de que qualquer movimento seu fosse assustar o bichinho e ele acabar fugindo de si.

— Hyunjinnie? — Sorri ao chamar, segurando em sua mão direita e a levando cuidadosamente até o animal, ele não hesitou diante da minha ação, e apenas abriu um sorriso incrivelmente largo quando o filhote de doberman lambeu sua mão.

— A-a língua dele é macia...— Disse ainda sorridente, soltei sua mão para que ele conhecesse o bichinho por se próprio.

Era bom ver aquilo, foi como... Como se dois amigos estivessem se conhecendo pela primeira vez, por era exatamente isso.

Não escolhi esse presente para Hyunjin atoa, li em vários sites e pesquisei por pessoas neurodivergentes para saber se era correto dar um animal de estimação para um Autista. E, como imaginei, era completamente recomendável, algumas pessoas disseram em desabafos na internet e em artigos de que animais, principalmente os cachorros, ajudam e muito no desenvolvimento social de pessoas autistas.

Me aprofundei mais nessa questão em plataformas como Twitter e Instagram do que no google, já que o site de pesquisa é sempre muito raso e limitado em questões tão aprofundadas.

Por exemplo, sempre que pesquiso por algo lá, o resultado é sempre "Crianças autistas" já que é mais comum o descobrimento do autismo nessa faixa etária de idade.

Mas não convivo com uma criança. Convivo com um jovem que acabou de completar a maioridade e passou por coisas visivelmente traumáticas na infância e adolescência para ter certas limitações como tem hoje em dia . Por isso, qualquer informação de pessoas que possam entender o que acontece realmente na cabecinha de pessoas como Hyunjin, é essencial.

Então, voltando ao assunto em questão: Cachorros são e podem ser uma grande ajuda para pessoas como meu namorado.

— Ele é-é tão fofo... — Hyunjin disse, passando a mão com uma suavidade impressionante na cabeça do filhote.

— Vocês dois são. — Sorri, acariciando sua mão livre. — Vamos para a sala? — Perguntei, já que qualquer sentimento ruim ali, entre nós dois, tenha desaparecido mais rápido do que eu imaginava.

— T-tem muita gente lá, lixie? — Questionou meio hesitante, soltando sua mão da minha e, com um cuidado admirável, abraçou o filhote de cachorro como se ele fosse lhe proteger naquela situação.

Já vi que terei que ser mil vezes mais forte a partir de hoje. A adorabilidade que vou presenciar será multiplicada para mil depois que esse cachorro apareceu.

— Só nossos amigos, Doce. — Sorri, me aproximando e dando um beijinho em sua bochecha. Que saudades de suas bitoquinhas.

Ele concordou com um sorriso tímido e se levantou, carregando de forma protetora e graciosa o cachorrinho em seus braços, andando até a porta e esperando que eu a abrisse.

— Estou perdoado? — Fiz questão de perguntar, ele fez uma expressão falsamente pensativa e ajeitou os óculos em seu nariz, segurando um sorriso.

— V-você mentiu para Hyunjinnie...— Disse, desviando o olhar para o cachorrinho em seus braços.

Ele sabe que em terceira pessoa é golpe baixo, não é possível...

— O que eu preciso fazer para que meu doce Hyunjinnie me perdoe completamente? — Me aproximei de si, sorrindo quando ele riu baixinho e acariciou a cabeça do doberman bebê em seus braços.

— Não sei...— Disse, levantando minimamente o olhar para mim.

Aproveitando aquele nosso momento, toque com suavidade em sua cintura e na lateral de seu rosto, me aproximando mais de si até que o único impedimento para que o espaço não existisse mais entre nós, fosse o cachorrinho no meio.

Ele não se afastou, muito pelo contrário. Hyunjin soltou uma de suas mãos e a trouxe até meu ombro, apertando ali com suavidade, aprovando meu ato e esperando pelo próximo.

— Que tal bitoquinhas? — Perguntei, querendo ouvir as palavras explícitas saindo de sua boca bonita e tão ansiosa por a minha, quanto a minha por a dele.

— Pode ser as bitoquinhas. — Ele disse e sorriu pequeno, fechando os olhos e fazendo um biquinho nos lábios rosados e brilhantes.

Ele estava usando gloss também?

— Por sua boca brilha tanto quanto seus olhos? — As palavras saíram rápidas de minha boca, quase que de maneira impensada.

— Eu passei b-brilho igual você, lixie... — Respondeu, sorrindo timidamente e se movendo apenas para ajeitar o filhotinho em seus braços.

— Você gostou deles? — Acariciei sua bochecha, sorrindo minimamente quando ele deitou o rosto em minha mão e aproveitou o carinho ali, concordando com a cabeça e respondendo minha pergunta.

Eu raramente usava gloss labial para sair. Mas com os acontecimentos dos últimos meses — Minhas bitoquinhas trocadas com hyunjin — Acabei tomando o hábito de sempre ter um desses dentro da bolsa, porque notei que hyunjin se deliciava mais com minha boca quando o gostinho adocicado do gloss estava presente.

E é tão bom.

— Eu gosto quando você usa. — Confessou, respirando fundo e movendo sua mão em meu ombro. — Q-quis saber se você também gost-

Ele não foi capaz de terminar sua frase, já que eu, levemente insano diante da sua boca tão próxima da minha, tratei em juntar nossos lábios e acabar com a mínima distância entre nós. Hyunjin apertou meu ombro e retribuiu a pequena bitoquinha, sorrindo de maneira envergonhada quando me afastei.

— G-gostou? — Ainda fez questão de perguntar, sorri e neguei com a cabeça. — Não? — Murchou.

— Não consegui sentir.— Murmurei, levando minha mão esquerda até sua nuca e lambendo suavemente seu lábio inferior e contendo um som vergonhoso quando o sabor adocicado do gloss inundou meu paladar. — Morango...

—Meu f-favorito. — Ele respondeu, passando a própria língua por entre os lábios e provando o próprio gloss.

Caralho...

— É meu favorito a partir de hoje também. — Respondi, sorrindo e tirando um pouco de sua franjinha da frente de seus olhos.— Quero dizer, morango é minha fruta favorita a partir daquele dia na praia, em Busan. — Conclui ao reformular minha resposta, aproximando nossos rostos mais uma vez.

Só que, como de costume, sempre tem alguém para nos atrapalhar. E dessa vez, foi o cachorrinho entre nós dois, que grunhiu possivelmente incomodado por aquele aperto em si.

— Acho que nossas bitoquinhas vão ter que esperar. — Sorri, lhe dando um selinho rápido e fazendo um carinho singelo em sua bochecha antes de me afastar.

— Lixie, espera. — Pediu, segurando o filhotinho em seu braço esquerdo enquanto ajeitava o cabelo com a mão direita, me fazendo rir baixinho. — Está bom?

— Mais lindo que isso, impossível. — Respondi, segurando em sua mão e o puxando em direção a porta.

E eu não estava mentindo ou exagerando, esse corte de cabelo o deixou incrivelmente mais lindo do que eu podia imaginar. E fofo, surpreendentemente mais fofo também.

— Vamos dar início a melhor festa de aniversário que você teve nessa vida! — Falei, abrindo a porta e puxando um Hyunjin sorridente até o lado de fora do nosso novo pequeno esconderijo.

Quando paramos na sala, o clima ficou muito mais constrangedor do que eu imaginei. Nossos amigos e nossos pais estavam sentado nos sofás e poltronas espalhados pelo pequeno espaço, as bexigas de festa já estavam novamente em seus devidos lugares e a mesa de doces completamente a mostra para quer que seja, visse. E a mesinha que eu reservei para deixar os presentes de Hyunjin, quase que completamente cheia de presentinhos dados por nossos amigos.

O clima tenso durou pouco mais de dez segundos longos de olhares trocados e perguntas quase que palpáveis. Mas Jisung, curioso e sem filtros como sempre, fez o favor e quebrar aquele silêncio tortuoso com uma pergunta incrivelmente óbvia.

— Isso é um cachorro? — Ele perguntou o óbvio, abrindo um sorriso grande quando hyunjin balançou a cabeça para os lados, concordando. — Que coisinha fofa!

— O hyunjin ou o cachorro? — Changbin disse, meu namorado soltou um muxoxo envergonhado.

Nós nos aproximamos mais deles, sentamos em um sofá vago que tinha ali. Como Jeongin e Seungmin sempre ficavam praticamente fundidos um no outro, não foi difícil achar espaço para todo mundo.

— Está tudo bem? — Junghyun perguntou preocupado, sentado ao lado de Hwang-hee e minha mãe. — Demoraram lá...

— Está tudo bem sim. — Sorri.

Quem me ver assim, nem imagina que quase tive um siricutico ali dentro do quarto achando que Hyunjin ficaria irritado comigo.

— Eu f-fiquei só muito surpreso com tudo isso. — Hyunjin completou, de cabeça baixa e fazendo um carinho no cachorro em seu colo. — Mas... Mas muito o-obrigado, pessoal. — Levantou a cabeça e sorriu para nossos amigos em nossa frente por breves segundos, franzindo minimamente o cenho quando notou duas pessoas desconhecidas por si ali.

— Oi! — Jackson disse, percebendo o olhar curioso de hyunjin sobre si, mesmo que por poucos segundos.

— Oi... — hyunjin respondeu timidamente, apertando minha mão e se aproximando de meu ouvido antes de sussurrar: — Quem são e-eles? — Disse, referindo-se sobre Jackson e Junghyun.

— São dois amigos meus que estavam doidinhos para te conhecer. — Respondi, tentando ser silencioso como ele.

Mas acho que não iria adiantar muito, já que a atenção do pessoal ali estava unicamente em nós, e era parcialmente constrangedor.

— Felix, acrescenta aí que sou responsável pela metade das tortinhas que ele comeu! — Jo pediu, me arrancando um riso soprado e deixando Hyunjin de olhos arregalados.

— Jura?! — Ele perguntou, abrindo um sorriso radiante quando a minha amiga concordou, sorrindo para ele. — M-moça, as t-tortinhas de... De fruta vermelhas são as minhas f-favoritas! — Ele disse animada, arrancando um sorriso sincero de cada um ali.

Eu amo quando ele se empolga para falar. Amo muito.

— Serio? — Junghyun puxou assunto.

— Sim! — Concordou, menos tímido e balançando a cabeça. — As suas são o-otimas! Mesmo que as da tia Taeyeon sejam m-melhores...

— Oh, Hyunjinnie! — Mamãe sorriu, negando com a cabeça. — Farei uma exclusivamente para você em breve, prometo. — Concluiu e meu namorado concordou com a cabeça, mais animado.

— Posso continuar sendo feliz sendo a segunda tortinha favorita. — Jo sorriu, se levantando e indo até a mesinha de doces que, até agora, Hyunjin ainda não tinha visto. — Eu fiz muitas dessas, Felix caprichou no pedido dessa vez.

— Uau! — hyunjin disse, se levantando e deixando o filhote de doberman em minhas pernas, indo até a mesa onde v havia pego a mini tortinha. — São t-todas para mim?

Meu deus...

— Divide com seus amigos, Hyunjin! — jisung disse, segurando a risada quando hyunjin o encarou com um olhar engraçado, concordando rapidamente com a cabeça e enchendo a mão com as tortinhas.

Ele... Não acredito.

— A-aqui. — Hyunjin disse, entregando uma para Jisung e depois para minho, que estava ao seu lado.

Eu me apaixono mais a cada dia que passa. Hyunjin não pode fazer coisas assim achando que não vai afetar ninguém, por que vai!

Eu principalmente!

— Oi, hyung p-professor. — Hyunjin cumprimentou assim que entregou uma tortinhas para Yugyeom, que sorriu e acenou com a cabeça para seu irmão.

Eu preciso urgentemente falar com ele sobre isso. O depoimento dele, junto com aquele diário que Junghyun achou da ex esposa-morta-desgraçada, podem ser uma ajuda importantíssima para que o júri leve em consideração a hipótese de que ela tenha se suicidado.

Sei que Yugyeom irá entender e querer ajudar, já que ele mesmo comentou que faria de tudo para ajudar os Hwang naquele dia, onde me contou um pouco da sua histórias de vida.

— Doce antes do Jantar, filho? — Junghyun perguntou quando hyunjin lhe entregou a sua tortinha, apesar da pequena repreensão, o mais velho sorria orgulhoso do filho.

— Só hoje, papai. — hyunjin respondeu, voltando a se sentar ao meu lado após entregar as tortinhas para nossas amigos. — É meu aniversario.

— Ele tem um ponto. — changbin concordou, ja terminando de comer a tortinha dada por Hyunjin. — Nossa, agora sei porque Hyunjin gosta tanto disso, são realmente deliciosas!

— Sim! — Hyunjin sorriu, dando um pequeno pulo no sofá quando o cachorrinho que estava em minhas pernas, foi ligeiramente para as suas, se acomodando nas coxas. — Oh...

— Ele gostou de você, hyunjinnie. — Minho disse, chupando os dedos melados pela calda de morango da tortinha que ganhou.

— G-gostei dele também...— Hyunjinnie disse, sorrindo pequeno e acariciando a cabeça do cachorro com a mão desocupada, já que na outra tinha sua tortinha.

Talvez eu tenha dado uma exagerada nisso de tortinhas e doces, já que hyunjin distribuiu uma para cada ali — Menos a mim — E ainda sobrou várias.

— Hum...— Ele soltou uma barulinho satisfeito assim que deu a primeira mordidinha em sua torta, juntando as sobrancelhas e fazendo aquela expressão de quando come algo que realmente gostou do que está comendo.

Quem vê pela primeira vez, jura que ele está bravo.

— Ele gostou? — Junghyun perguntou, parecendo confusa. Sorri.

— Muito! — hyunjin respondeu, dando mais uma mordida na torta e fechando os olhos quando o sabor daquilo se fez presente em seu paladar novamente, com a expressão "bravinha" ainda mais predominante.

Nós rimos e começamos a conversar sobre coisas aleatórias, era bom ver todos os meus amigos reunidos ali, já que era meio difícil que isso acontecesse. Era melhor ainda saber que meu namorado se dava bem com todos os meus amigos, já que eles também eram seus amigos.

— Ele é realmente adorável, felixie. — Jackson disse assim que ficamos um pouco a sós, tão admirados quanto eu diante da cena que estávamos presenciando.

Yugyeom, que também tinha um cachorrinho de estimação, estava meio que dando instruções para hyunjin de como cuidar de um filhote. Deveria ensiná-lo a onde fazer suas necessidades e ter horários regulares de alimentação e até alguns exercícios, ainda mais cachorros tão cheios de energia com os Dobermans.

— Hyunjin é literalmente a melhor coisa que já me aconteceu. — Respondi ao meu amigo, ele sorriu e concordou.

— Vejo que está mais apaixonado do que da primeira vez que falamos dele, lá na festa na casa de Hyeon. — Ele riu baixinho, me deixando envergonhado.

Pensei em dizer a ele que já sabia a história de Taemin, mas ali não era o local ideal para tal coisa.

— Eu nem sabia que tinha sentimentos por ele naquela época...— Me justifiquei, sentindo minhas bochechas quentes.

— Seus olhos brilhavam sempre que você falava dele. — Argumentou, me deixando sem palavras. — " Ah, hyunjinnie é o garoto mais inteligente e adorável que eu já conheci" — Disse em forma de provocação, rindo fraquinho quando lhe dei um tapinha no ombro. — É bom saber que aquela negação que você tinha, passou.

— Ei, pera lá, não era negação. — Neguei com a cabeça.

— felix, você negava dizendo que não beijaria hyunjin. — Jeongin apareceu de repente, me assustando.

— Hoje em dia não sobrevive um dia sem as bitoquinhas do açúcar ambulante. — E Jisung completou, me assustando também.

Onde que eu tava com a cabeça em juntar duas bixas fofoqueiras, senhor?

— De onde vocês saíram? — Mudei de assunto.

— De tras dessa decoração bem boiola que você fez. — Jisung disse, sorrindo.

Sinceramente...

— Brincadeiras à parte: Caralho isso ficou muito lindo. — Interrompeu minha linha de pensamento, roubando um bombom da mesinha de doces. — Sério, se fizessem algo assim pra mim, eu ficaria tão feliz.

— Indireta para seu aniversário não vale. — changbin disse, sorrindo ao se aproximar mais de nós.

Eu sorri, apreciando aquele momento. Eles eram meus amigos, mas apesar disso, não tinham uma ligação muito direta. Era bom ver meus amigos se juntando para zoar uns aos outros e zoarem a mim mesmo em unicismo.

— Que fofo o professor que Hyunjin ajudando ele com instruções de como cuidar de um cachorro bebê. — seungmin falou, encostando a cabeça no ombro de jeongin. —

— Yugyeom é um amorzinho, não é? — Jackson disse, suspirando todo bobinho.

— Ah, o amor... Ele é capaz de deixar as pessoas tão bobas. — Jisung provocou, deixando meu amigo constrangido.

— Realmente. — Sorri, concordando. Eu digo isso por experiência própria.

— lixie! — Hyunjin me chamou, sorrindo abertamente enquanto suas mãos faziam um carinho na barriguinha do filhote. — O-olha, ele dormiu!

Sorri, me aproximando de si e me agachando ao seu lado. Ele fazia movimentos leves e circulares na barriga do animalzinho.

— Isso ajuda ele a dormir? — Perguntei.

— Sim, cachorros ficam mais preguiçosos quando recebem carinhos em lugares sensíveis. — Yugyeom respondeu, sorrindo. — Meu cachorrinho fica bem tranquilo quando faço isso nele, chega a adormecer, igual esse. — Apontou para o filhote dorminhoco, sorri.

— Qual o nome dele, Hyun? — Changbin perguntou, atento em nossa conversa.

Hyunjin ficou em silêncio, pensativo. Até abrir um sorriso genuíno e se levantar com o filhotinho em mãos, o acordando no meio do processo mesmo que ele tenha tomado cuidado e tenha sido lento ao se levantar.

— Bam! — Sorriu, ajeitando o cachorro nos braços. — Meu Bamie.

— Bam? — Seungmin questionou, sorrindo. — É um nome diferente, mas bonito.

— O que significa? — jisung perguntou.

— Noite. — Meu namorado disse sorridente, colocando o bichinho no chão e deixando que ele andasse um pouquinho. — E a-amor.

Amor...

— Por que amor? — Changbin perguntou meio confuso, Hyunjin juntou as mãos em frente ao corpo e soltou um suspiro meio envergonhado, mordendo os lábios.

— P-porque foi Felixie quem deu... — Começou sua explicação. Sorri, ficando momentaneamente tímido. — É como se fosse uma e-explosão em uma noite de amor, como... Bam! — Sorriu ao emitir um som de explosão, sem olhar para nenhum de nós.

Eu acho que ele vai fazer uma explosão de amor no meu coração.

— Acho injusto você ser fofo assim e não poder nem tocar em suas bochechas.— Jeongin cruzou os braços, contrariado.

— Hyunjin, a partir de agora você receberá tortinhas de brinde toda vez que Felix for comprar algo na cafeteria. — Junghyun disse, com as mãos no rosto e uma expressão sofrida no rosto.

Meus amigos são ainda mais bobos que eu, sinceramente.

— Jura?! — Hyunjin perguntou surpreso e sorridente, animado com a ideia.

Esse pessoal querendo roubar ele de mim...

— Juro, e ainda pode levar um copo de café para acompanhar!

— Eu não posso beber café por conta dos remédios...— Hyunjin comentou, fazendo o sorriso da nova amiga diminuir.

— Chá? — Tentou se redimir.

— Não gosto, noona. — hyunjin sorriu meio envergonhado, se agachando e fazendo um carinho na cabeça do cachorrinho que não sai de seu pé.

— Suco...? — Tentou mais uma vez.

— Sim! — Hyun sorriu, Jo suspirou aliviada.

— Venham crianças, já está tudo organizado para os parabéns! — Mamãe disse assim que saiu da cozinha com as velinhas de hyunjin em mãos, acompanhada de Hwang-hee e Junghyun. — Hyunjinnie, gostou do seu bolinho

— M-meu bolo?— Ele arregalou os olhos, surpreso ao ver o design de seu bolo de aniversário.

Era uma casinha de fada. Mas com a decoração de morango.

— Hyunjinnie... T-tia, eu a-amei! — Concluiu, parecia meio emocionado.

🧚🏻‍♂️🐶

Eu iria dormir junto de Hyunjin hoje.

Após a sua festinha de aniversário surpresa terminar, sobrando apenas eu, Jeongin, mamãe e os Hwangs no nosso pequeno apartamento, Junghyun e Hwang-hee desceram com alguns dos presentes que Hyunjin havia recebido.

Como esperado, Maybe tocou mais vezes do que o imaginado. Hyunjin sempre pedia por ela.

Nossos amigos foram embora um a um após todos os presentes serem abertos, e confesso que foi emocionante ver Hyunjin literalmente chorar de emoção mais uma vez naquela noite ao receber tantos presentes bons e muito carinho de todos ali.

Não foi apenas emocionante, foi muito gratificante, é incrível presenciar aquilo ali.

Jackson deu a hyunjin um kit completo de produtos para pele, cabelo e rosto com a essência de morango. Hyunjin amou tanto.

Junghyun deu a Hyunjin passe livre para que ele comesse tortinhas na cafeteria sua e de sua mãe por sete meses completos, todas as quartas feiras. Meu bolso agradece e hyunjin quase chorou de emoção.

Minho deu a ele um moletom amarelo com o Pequeno Príncipe estampado.

Jisung deu a ele um conjunto completo de moletom e calça moletom com estampa de fadinhas bem discretas. O tom do conjunto é rosa.

Jeongin, deu o lírio de tigre, como havia dito. Hyunjin quase se desmanchou em lágrimas novamente ao lembrar o significado da flor

Seungmin e Yugyeom deram presentes quase iguais, paletas novas de aquarela e telas para pintar.

Após isso, nos comemos mais um pouco dos docinhos e salgadinhos ali, conversando e jogando conversa fora. Era tão bom ficar assim.

meu amigo me disse, em um momento que ficamos a sós após hyunjin e meus amigos que mais pareciam crianças — jeongin, jisung, Changbin, Jackson e Junghyun, no caso. — Ficarem mimando Bam e quase perderem a mão tentando acariciar meu gato. Minho me disse que era mais do que notável a evolução de hyunjin no decorrer desses poucos meses, e como ele havia me dito a alguns meses atrás, a mente de Hyunjin precisa apenas de pequenas ajudas para memorizar coisas que serviriam realmente para si ou até mesmo relembrar de coisas que ele viveu e poderá viver.

Nosso amigo disse que era mais do que notável que tinha coisas que Hyunjin não se recordava muito bem em sua infância e até mesmo um pouco da sua adolescência, apesar dele não ter vivido tantas coisas que poderiam afetar aquelas memórias. Sua vida antiga era literalmente em casa e, às vezes, saia com o pai para lugares próximos a sua casa, vivendo na "proteção" de sua mãe.

Minho tinha mais do que razão, dependendo da dosagem que aquela mulher dava de benzodiazepínicos para Hyunjin, aqueles remédios comprometeram suas memórias. Possivelmente distorcendo o bom do ruim, já que, por vivência própria minha diante das coisas relacionadas a ele e a relação que tinha com a mãe, é provável que ele imaginasse que todas as coisas que ela fazia, era realmente para o seu bem.

Não se tem muita experiência e nem resistência a esses pensamentos quando os únicos a participarem de sua vida são pessoas que não estavam ali realmente para ajudar em sua evolução e preparação para a sociedade.

Além do pai, que na realidade estava mais presente em hospitais tentando ser um o suficiente para a esposa lhe dando as coisas que pedia com o dinheiro que conseguia em seu trabalho e confiava na mulher para cuidar do filho com "autismo severo" como Junghyun havia me dito uma vez.

É ruim dizer isso, mas se ela tivesse cuidado realmente de Hyunjin forma que uma mãe minimamente normal faria, ele jamais teria essas inseguranças e erros na dicção, como tem agora.

Mas, apesar de tudo isso, apesar de todas as coisas que ele passou e está, possivelmente se recordando, hyunjin cresceu e está se tornando um homem mais doce do que o menino Hyunjin foi. E era bom isso, era bom ver seu desenvolvimento de pertinho e saber que ajude um pouco. É bom saber que o garoto por quem eu me apaixonei e que eu amo cada dia mais, está melhorando, mas não mudando.

— lixie? — Ele chamou, tocando em meu ombro. — E-está tudo bem? Eu entrei e você ficou paradinho...

— Só meio pensativo, docinho. — Sorri, me espreguiçando em minha cama. — Gostou da sua festa? — Mudei de assunto.

— Sim! Foi tão legal.— Ele se sentou ao meu lado, deitando a cabeça em meu ombro. — Obrigado, Felixie, eu amei tudinho. — Confessou, me dando um beijo rápido na bochecha.

— Se for para receber beijinhos assim, eu faço uma festa surpresa para você todos os dias. — Respondi, virando meu rosto em sua direção e roubando um selinho de sua boca. Ele tinha acabado de comer mais uma tortinha das que sobraram.

— Obrigado por ser paciente comigo, lixie...— Mudou de assunto, envergonhado e meio constrangido.

— Eu esperaria o tempo que for, seu bobinho. — Sorri. — Mesmo não entendendo em que fui paciente, já que você é sempre mais rápido que eu.

— É, papai diz que s-se eu fosse jogador de futebol, seria a-atacante. — Sorriu franzindo o nariz, me arrancando um sorriso envergonhado e concordei com sua fala.

Realmente, ele tem mais atitude que eu. Mas, venhamos e convenhamos, é bom que ele saiba agir antes de mim, já que eu teria certa insegurança em avançar qualquer sinal e deixá-lo desconfortável e incomodado.

— Jogador hwang hyunjin, o atacante de meu coração. — Enfatizei, lhe arrancando um riso curto e um concordar de cabeça.

— E o lee felix é...— Ele franziu o cenho, pensativo. — É o astro... A-astroliog- Aish. — Negou com a cabeça, impaciente.

— Sou o que, meu doce? — Incentivei, sorrindo abobado quando uma coloração mais rosada atingiu suas bochechas diante do apelido usado.

Ele ficou em silêncio por uns segundos, acho que formulando a palavra em sua cabeça para depois proferi-la com a sua voz.

— A-artro...Astrólogo, Lixie. — Disse, soltando um riso aliviado.— lee felix é o a-astrólogo das estrelinhas do meu coração.

E ele o garoto que vai me causar um infarto.

— hyunjin, me diz onde você aprende essas cantadas fofas e apaixonantes para eu usar com você também? — Perguntei, suspirando tão bobo quando ele riu alto e balançou a cabeça para os lados, em negação. — Poxa, eu quero ser apaixonante de um jeito fofo, como você!

— Você é, lixie! — Ele protestou— O Lixie mais a-apaixonante desse mundo!

— Ei casal meloso, Junghyun está chamando vocês para irem. — Seungmin nos interrompeu, dando aquele seu sorrisinho bobo gengival.

Ele poderia falar o que quisesse, mas a sua expressão sorridente e abobada denunciava que estava feliz por nós dois. Por todos nós, na verdade.

Seungmin pode aparentar ser muito frio e insensível às vezes, mas a realidade é que ele é apenas sincero e meio inexpressivo às vezes. Ele é um dos mais sentimentais e protetor daqui, é nítido o carinho e amor que ele sente, mesmo que não demonstre com frequência.

Se ele descobrir que eu disse algo assim, serei zoado de tudo quanto é adjetivo que ele encontrar, então é melhor não comentar tanto.

Nós seguimos até a sala, onde mamãe já se despedia de Hwang-hee e Junghyun, sorridente e muito mais animada do que antes.

Ela precisava apenas de um pequeno incentivo para que a felicidade realmente voltasse a brilhar em seu rosto, e acho que trabalhar com o que gosta e se sente bem fazendo, era o necessário para que um sorriso grande e sincero nascesse.

Eu estava conversando com ela mais cedo e dei a ideia dela começar a fazer tratamento psicológico, já que era o indicado é o ideal sabendo que ela viveu anos sozinha com um cara nojento como Ji-hoon. Ela aceitou, dizendo que tomaria providências a partir da semana que vem e, sinceramente, eu não podia estar mais feliz.

— Até amanhã, mamãe. — Lhe dei um beijo na testa, sorrindo junto a ela.

Nos despedimos do meu casal de estimação e Hyunjin quase trouxe Myung junto de nós. Ele tinha realmente levado a sério aquela história de pai ausente, já que, apesar de ter passado a festa quase toda com Bam em seus braços ou com ele próximo a si — Já que o filhote não sai de seu pé — Mas quando Myung apareceu no meio da festa, Hyunjin praticamente grudou em si.

Mas deixo claro que Hyunjin também ficou receoso em pegar em Myung no início, com medo de "machuca-lo". Só que, depois de uns segundo e depois de meu gatinho ronronar se esfregando em suas, Hyunjin pegou confiança para tocar no gato.

O que me deixou impressionado, é que meu gatinho não se incomodou de forma alguma com a aproximação de Hyunjin. Ele não costuma ser muito amigável com pessoas novas.

— Você vai voltar amanhã cedo? — Junghyun perguntou a mim quando chegamos na portaria, indo em direção a saída do prédio.

— Eu trouxe roupas para ir direto para a faculdade. — Sorri, acenando para o Senhor Choi, sendo retribuído com um aceno de cabeça e um sorriso amigável no rosto enrugado do velhinho.

O caminho até a livraria foi tranquilo, Hyunjin já estava bastante sonolento e quase dormiu encostado em meu ombro enquanto Bam dormia preguiçosamente em seu colo. Apesar de ser uma viagem de no máximo seis minutos, os dois estavam cansados o suficiente para eles cochilarem durante o pequeno percurso.

E sendo sincero, eu mesmo fiquei sonolento nesse meio tempo, já que fiz bastante coisa hoje e meu corpo se cansou, obviamente. Mas eu faria tudo de novo amanhã, se fosse para ter Hyunjin, meus amigos e minha mãe sorrindo da forma que sorriam hoje.

— Vou tomar um banho rápido e depois vocês podem ir! — Hwang-hee disse com sua costumeira animação, seguindo caminho para o andar de cima para poder ocupar o banheiro primeiro.

— Nesses momentos papai ama abusar da sua prioridade como idoso. — Junghyun sorriu ao dizer, arrancando uma risada pouco discreta minha.

Nós subimos as escadas juntos, o mais velho de nos tres seguiu caminho para seu quarto, se despedindo de hyunjin e eu com um beijo na testa de cada um e então, sozinhos no quarto de hyunjin — Não tão sozinhos, já que agora tem o Bam — Pude suspirar aliviado por poder descansar e, para completar minha felicidade, iria descansar abraçadinho com meu namorado em uma noite fria de inicio de inverno.

— O-onde Bamie vai dormir? — hyunjin perguntou, pensativo.

— Podemos comprar coisinhas para ele amanhã, o que acha? — Perguntou, sorrindo quando o filhotinho pançudo se remexeu no colo de Hyunjin. — Caminha, tigelinhas para comer e beber, coleira com o nome dele...— Sorri, acariciando a cabeça do bichinho.

— Pode comprar roupinhas? — Hyunjin perguntou esperançoso, os olhinhos brilhando sob as lentes de seus oculos.

— Até meias, se você quiser. — Respondi, dando um beijinho em sua bochecha. — Vai tomar banho para dormir?

— Eu a-acho que tem pelo de Myung até no meu cabelo, lixie...— Sorriu meio envergonhado. — Vou banhar rapido.

— É, eu também. — Concordei. — Suei muito na ansiedade de saber se você ria ou não gostar da surpresa.

— Eu amei ela! — Enfatizou pela milésima vez naquela noite, me arrancando mais um sorriso.

— Sério?

— Q-quer bitoquinhas para a...Acreditar? — Ele piscou os olhos varias vezes, com a costumeira vermelhidão em suas bochechas aparecendo.

— Várias, para ter certeza. — Respondi, afastando uma mecha de sua franjinha de sua testa, me dando acesso ao seu rosto quase que completamente.

E, como de costume, ele fechou os olhos e fez um biquinho beijoqueiro na boca, esperando por suas bitoquinhas.

— Põe o Bam para dormir do lado da sua cama, ele vai ficar melhor ali. — Apontou, sorrindo quando ele logo fez, me arrancando um sorriso genuino.

Cacete, como eu amo esse garoto.

— Íntimas? — Perguntei, para ter certeza que poderia ir além das singelas bitoquinhas que estamos acostumados.

— Bitoquinhas íntimas. Por favor.— Ele concordou.

Era sempre mágico beijar Hyunin, era bom demais sentir seus lábios macios e as chupadinhas tímidas que ele dava em meus lábios às vezes. O gosto de morango era sempre o mais comum entre nossos beijos, já que ele sempre estava com um na boca.

— Eu amo seus beijos. — Falei, segurando em suas bochechas e aproximando nossos lábios.

Ele deu fim a nossa pouca distancia, juntando nossas bocas e suspirando quando capturei seu lábio inferior entre os meus próprios, o massageando com minha lingua. Ainda era possível sentir o sabor doce do morango em sua boca, como eu imaginava, e caralho, Hyunjin estava me deixando viciado em morango, principalmente quando eu podia experimentar diretamente em seus lábios adocicados pela calda da fruta.

Ele segurou em meu ombro com uma das mãos e com a outra adentrou seus dedos nos fios ralos de minha nuca, massageando ali com os dedinhos curiosos do jeito que eu já havia dito gostar. Aprofundei o beijo quando sua boca se abriu e deu espaço para que minha língua se envolvesse com a sua, foi como um choque elétrico, fazendo cada pelo do meu corpo se arrepiar e tudo só ficou ainda melhor quando Hyunjin soltou um ofego de aprovação, retribuindo meu toque com sua própria língua.

Desci uma das minhas mãos de seu rosto até o seu ombro, escorregando-a para os seus cabelos e enroscando meus dedos dos fios longos. Comecei a mover minha lingua contra a sua, sendo agraciado por seus suspiros se igualando aos meus e sua língua inexperiente tentando acompanhar a minha de maneira tímida e menos atrevida.

Com minha outra mão que estava em seu rosto, desceu até enlaçar sua cintura. Hyunjin ofegou alto, agarrando com mais força o meu cabelo.

Meu Deus, que maravilha...

Nosso beijo continuou calmo e carinhoso, não tinha sequer um tipo de sentimento malicioso ali, era como se eu tivesse beijando algodão-doce sabor morango e tocando um monumento precioso.

Eu só queria aproveitar aquele momento, apreciar cada um de seus ofegos e suspiros satisfeitos e afetos graciosos e apertos em meu cabelo sempre que eu pressionava sua cintura ou minha língua se enroscava na sua. Eu me atrevia a chupa-la, mais tranquilo por ele ter se acostumado com essa ação e aprovado cada vez mais as coisas que eu lhe proporcionava.

Era... Era realmente mágico beijar Hyunjin.

— Meninos, banheiro desocupado! — Junghyun disse ao bater na porta. Me afastei rapidamente de meu namorado, respirando fundo e passando as mãos por meus cabelos.

— E-estou indo, papai! — hyunjin respondeu, levantando-se rapidamente e pegando o pijama que havia escolhido para aquela noite, praticamente correndo quarto a fora.

Porra, sera que avancei demais? Meu Deus...

Aquele pensamento ficou em minha cabeça até mesmo depois que eu saí do banho, demorando apenas por ter que me vestir dentro do banheiro. E, sim, eu vesti novamente aquele mesmo pijama que Hyunjin me emprestou na primeira vez que dormi aqui como seu namorado.

Quando entrei no quarto, ele ja estava deitado na beira da cama enquanto seu braço estava esticado em direção ao Bam, fazendo um carinho na barriguinha do filhote enquanto ele ainda estava dormindo.

Que cachorrinho mais dorminhoco.

— Hyun? — Chamei, sorrindo quando ele deu um pequeno sobressalto na cama e me olhou. — Achei que já estivesse dormindo. — Menti, me aproximando mais de si ao me sentar na cama.

— E-eu fiquei agitado demais para dormir rapidinho, lixie. — Ele respondeu sincero, se sentando na cama e me esperando. — E... E também estou com saudades de dormir com você.

É, eu também.

— Vem, vamos descansar. — Falei, me sentando em sua cama de casal, Hyunjin ficou parado onde estava, parecia pensativo. — hyun, o que aconteceu? Quer me contar?

— É... É que...— Ele mordeu o lábio inferior, parecia envergonhado demais para me dizer o que estava acontecendo.

— Hyun, somos namoradinhos, lembra? Pode contar tudo para mim sem ter medo de ser julgado. — Me aproximei mais de si, tocando sua mão. — Tem algo te incomodando?

— Não, lixie. Está tudo bem. — Ele sorriu, abaixando a cabeça e ajeitando os óculos em seu rosto. — É que é... V-vergonhoso dizer.

— Ya, eu já te disse várias coisas que me deixam envergonhado. — Cutuquei suas costelas, arrancando um riso fraco seu. — Estou aqui para tudo, docinho. Mas se não se sente bem em me dizer, não vou exigir. — Disse sincero, mais sério.

— Eu quero dizer, Felixie, mas...— Mordeu o lábio inferior. — É coisa de menino.

Puta merda.

— Coisa de menino? — Perguntei, tentando entender se era realmente aquilo que eu havia ouvido. Hyunjin balançou a cabeça.

Puta que pariu. Meu Deus.

— Que coisa de menino, docinho? — Tentei manter a naturalidade em minha voz.

— É que... Lixie, quando você me beijou d-daquele jeito, eu senti coisas que changbin disse que eu sentiria...— Começou sua explicação, as bochechas ficando mais vermelhas do que o usual.

Porra, o que Changbin está ensinando para Hyunjin?!

Sinceramente, irei ter um treco se for exatamente o que eu estou pensando. Ou me segurar muito para não desmaiar com tamanha surpresa.

— Que... Que coisas? — Questionei, respirando fundo e tentando manter um raciocínio coerente.

— Hum...— Ele mordeu o labio inferior, remexendo as pernas. — Eu senti p-pulsar como se meu coração estivesse lá e...E ficou... Ah, lixie. — Ele tapou o rosto, antes de continuar. — E... E ele cresceu.

Meu Deus. Meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus.

Porra. Puta merda.

— Quem cresceu? — Como se meu cérebro tivesse parado de funcionar, perguntei.

Santa divindade. Foi só um beijo...

— Meu... Meu p-pênis, Lixie. — Ele respondeu, sem tirar a mão de seu rosto.

Eu acho que Hyunjin não irá me matar apenas de amor, mas sim de amor e constrangimento.

Certo, Felix, essa provavelmente não é uma conversa que se tenha todos os dias e com certeza está sendo mais vergonhoso para ele dizer do que para você ouvir. Mantenha a calma.

— H-Hyunjinnie...— Toquei em sua mão, a tirando da frente de seu rosto e soltando um riso em meio aquilo tudo ao ver seu rosto completamente vermelho. — Isso é normal, meu doce.

— E-eu sei, lixie, já estudei na escola q-que nosso corpo tem r-reações estranhas quando está.... D-daquele jeito. — Ele explicou, movendo os dedos repentinamente, ainda constrangido. — Mas eu nunca... E-eu nunca...

— Eu sei, Hyun, você nunca sentiu aquilo. — Sorri ao dizer, tentando não parecer tão desesperado e envergonhado diante de suas palavras. — Mas, escuta o Lixie. — Pedi, ajeitando a franjinha fofa em sua testa. — Ficar excitado diante de toques mais atrevidos, é normal, ainda mais para você que nunca sentiu coisas assim. Então não sinta receio em me contar está bem? — Ele balançou a cabeça, o puxei para um abraço.

Nós nos deitamos daquele jeito costumeiro de sempre, com ele sobre meu peito e eu fazendo um carinho em seus cabelos compridos e cheirosos. Era bom demais ficar daquele jeito com ele. Tirei os óculos de seu rosto, para que não machucasse por conta da posição e os coloque na penteadeira ao lado da cama.

Ok. Essa não era a conversa que eu esperava ter neste fim de noite. Ainda mais neste sentido.

— O que você fez para... D-diminuir? — Perguntei, sorrindo quando ele mordeu o lábio inferior e virou o rosto contra meu peito.

Confesso que sua falta de resposta rápida deixou meu coração acelerado ao imaginar coisas que não queria.

— Água g-gelada. — Respondeu baixinho.

— É, isso ajuda. — Sorri, deixando um beijinho em sua cabeça. — Obrigado por confiar em mim por contar algo assim, docinho.

—Somos c-confidentes, Felixie. Eu c-conto tudo para você, e você para mim. — Ele concluiu.

Eu suspirei mais aliviado, feliz por saber que ele não se sentiu pressionado ao contar aquilo para mim, apenas constrangido. Ele não contou por obrigação ou por achar que deve algo a mim, contou por que confia e sabe que vou lhe entender.

Confiança é a base chave para um relacionamento dar certo. Eu e Hyunjin temos isso de sobra.

🧚🏻‍♂️😭

— Meninos— Hwang-hee disse assim que cheguei da faculdade, junto a Hyunjin. — Como foi hoje?

—Muito bom, vovô!— hyunjin respondeu sorridente. — K-Kazuha noona disse que quer conhecer o senhor, ela... Ela disse que o senhor é um velhinho mo...Moderno.

Eu tive que segurar a risada forte que quis sair ao ouvir aquilo.

— Oras, pois traga sua amiga aqui, meu bem. — Meu chefe respondeu, rindo fraquinho.— Agora vá tomar um banho para almoçar, eu e Felix-ssi vamos ajeitar tudo.

Hyunjin sorriu e concordou, subindo as escadas rapidamente depois de me dar um beijinho na bochecha.

— Felixie, venha cá. — Hwang-hee pediu, caminhando até a cozinha. Ele parecia serio. — Você pediu pra algum amigo seu pegar Hyunjinnie na escola?

Como é?!

— O que? Claro que não!— Neguei com a cabeça, confuso. — Quem disse isso?

— Um garoto ligou aqui perguntando qual era a escola de Hyunjin e disse que você pediu para pegá-lo. — Respondeu, tenso.

— Eu não fiz isso.— Neguei, confuso. — Você deu a informação?

— Claro que não, por que você não me disse nada sobre isso e nem Junghyun. — Respondeu, suspirando.

— Que estranho...— Mordi o lábio inferior, suspirando. — Muito estranho.

O que estava acontecendo?

— Estou preocupado. — Confessou, negando com a cabeça. — Mas espero que não seja nada de ruim.

— Vou organizar o almoço, espero que tenha sido algum trote de jovens que viram o anúncio de emprego atrasado e estão sendo mal educados.

É, eu espero que também seja isso.

— Vou colocar minha mochila lá em cima. — Sorri meio forçado, seguindo caminho até o andar de cima.

Ao passar pelo banheiro, sorri ao ouvir hyunjin cantarolando Maybe enquanto o som da água do choveiro batia contra o piso, me deixando menos tenso.

O almoço seguiu tranquilo, mesmo que as palavras de Hwang-hee ainda ecoassem pela minha cabeça.

Quando Jisung chegou, tentei me empenhar no trabalho e em suas gracinhas me tiraram um pouco daquela tensão.

Até eu chegar o meio da tarde e meu celular tocar.

— Alô? — Atendi, sentindo minha cabeça girar em nervosismo.

— Olá, Felixie. Quanto tempo. — Sua voz saiu em tom de desdém.

— Não...

Não. Não pode ser. Não, não...

— É bom ouvir sua voz de novo, amor.

Então, meu coração acelerou e minha visão ficou turva. Jisung precisou me segurar para que eu não caísse.

Jungkook estava me ligando. Era bom demais para ser verdade a ideia de que tivesse simplesmente sumido.

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