III - A CURANDEIRA

Solomon olhava para o corpo de Florisbela sentindo seu peito doer. Um misto de culpa e arrependimento estava preso na garganta.

Ela foi uma ceifa que tinha dado errado, na verdade, ele havia quebrado um dos tabus dos ceifeiro, interferir na roda. 

Ele ficou quase cinquenta anos presos no segundo Céu com uma pilha infinita de papéis. Mas em todo esse tempo ele não se arrependia,  não podia permitir que uma menina de sete anos, com dom de cura, se enforcasse por causa de uma mãe pedófila e de um pai bêbado. Ele ainda podia ver a mascara de horror que ficou a face das almas antes dele as incinerar. 

- Ei gatão? - Chamou Cinco focando-o com os seus olhos verdes penetrantes. - Qual é o seu lance com essa garota? 

- Ela é tecnicamente minha responsabilidade. - Respondeu enfiando mais um pedaço de pizza na boca terminando o assunto.

Solomon se lembrava do choro dela quando a deixou no melhor internato da Suíça, com todas as mensalidades pagas de qualquer faculdade ela quisesse e com moradia garantida por toda a vida, assim como uma boa mesada. Ele se perguntava se tinha feito o certo, se não teria sido melhor ter a levado para a Fenda. 

- Como você encontrou esse lugar? - Perguntou o ceifeiro para Floris que penteava seus cabelos loiros com a toalha envolta do corpo, depois de sair do banho. - E como entrou aqui?

- Eu paguei para um Saltador me trazer aqui. - Respondeu envergonhada e evitando olhar para Solomon. - Você me trouxe aqui quando me salvou dos meus pai e entrar foi o mais fácil, só precisei de um feitiço simples. 

O rosto do corvo mudou de calmaria para tempestade.

 - Burrice, atrás de burrice. - Grita o ceifeiro. - Deixar a faculdade de medicina, pagar o saltador com sexo, vir para cá e ir atrás daquele traste. O que você está fazendo?

Floris engoli o choro e faz uma carinha de cão sem dono. O ceifeiro respirando fundo a abraça novamente. Eles ficam assim um tempo.

- O que você está fazendo com essa moça? - Perguntou Floris, depois que se afastaram e apalpando  os seios pequenos. - Nenhum caroço, graças a Virgem.

- Tassia já te disse que você não vai ter câncer de mama. E se tiver você pode se curar.

- Eu sei, mas gosto de precaver. - Comentou se levantando e pegando um pedaço de pizza. - Mas, sério, qual é o seu lance com ela? Ela precisa de cuidados.

- É um longa história que não te interessa. - Corta o ceifeiro ainda com uma carranca. -Por que você está aqui?

Ela o encarou por um tempo e depois olhou para o chão. 

- Cinco, pode ir tomar um banho e pegar alguma roupa da Floris para se trocar, não quero chamar mais atenção do que necessário. - Pediu Solomon com a veia da testa pulsando. - Depois iremos resolver o seu problema.

A moça pensou em responder ao contrário, mas o olhar de assassino no ceifeiro a fez usar o bom senso.

- O que caralhos você veio fazer aqui? - Perguntou Solomon mais uma vez.

- Eu... Eu... - Gaguejou a menina. - Eu...

- Você nada cacete. - Xinga o ceifeiro emanando poder. - Esse é o problema, você largou tudo, a sua tese de doutorado e o seu projeto de órgãos artificiais a para voltar para cá, Joana te seguiu e com isso o estado dela piorou. - Ele fechou as mãos em punho para se acalmar. - O que você foi fazer naquela maldita casa?

- Eu... Eu... - Gaguejou com as  lagrimas rolado pelo rosto magro. - Eu...

- Florisbela pare de querer morrer por quem já morreu. - Aconselhou quase ordenando. Ele suspira soltando o ar com força - Floris é o seguinte, eu tenho um emprego para você.

- Um emprego? - Perguntou soltando a toalha revelando um risco de pelos dourados sobre o sexo e vestindo um pijama verde com desenhos de cupcakes . - Em Narnia? Em Hogworts? Na Interprise?  Me diga que é em Konoha? - Ela ria de forma forçada. - Quem vai me querer Sol?

- Na Fenda. Você trabalharia com a Maria-Preta e cuidaria de crianças e de alguns adolescentes especiais.  

Ele projeta algumas memorias em sua mente do lugar e das crianças. Era um lugar muito bom para ficar e que podia viver por ser além do Tempo. Havia uma catedral circular e vários armazens com milhares de arvores ao redor 

- Que tal? - Pergunta Solomon sentando ao lado dela. - É um lugar incrível e você passar por tudo isso de uma forma diferente, principalmente não estando sozinha.

- Não sei. - A menina faz um bico como se avaliasse a situação. - Não gosto de crianças e adolescentes são tão rebeldes.

- Puta que pariu. - Grita o ceifeiro ficando de pé. - Além de dar o cú, quer raspado!? - Ele fuzila Floris carrancudo. - Você vais para lá querendo ou não.

- Você não manda de mim. - Rebate cruzando os braços e emburrando.  - Eu faço o que eu quiser com a porra da minha vida. Vai se fuder Solomon. Você não é meu pai, você matou ele, lembra?

O ceifeiro trincou os dentes sentindo um porrada imaginaria na barriga. Florisbela se arrependeu assim que as palavras saíram pela boca. Eles olharam para o chão.

- Tudo bem, então. - Ele estrala os dedos e uma silhueta em um tom prateado aparece. Era a alma de Joana - Talvez você convença essa lazarenta. - Diz para a alma que o olhava com medo.

Florisbela começa chorar quando a alma de Joana se solidifica ficando com todas as características em vida.

- Seu mentiroso. - Gritou Floris jogando um Ursinho-Carinho no ceifeiro - Você disse que ela estava no descanso.

- Eu não menti, ela estava, mas não conseguia descansar por causa de você. - Rebate se afastando um pouco. - Ela sabe o quão burra você é.

A menina não responde nada e abraça a alma de Joana. 

- Cinco. - Solomon a chama. - Pare de ficar escutando a conversa do outros e vamos resolver o seu problema.

Ele se vira para a alma de Joana. 

- Guie essa anta até a Fenda, depois volte para o descanso. - Ele olha mais uma vez para Florisbela que estava com o rosto vermelho de tanto chorar. - Se alguém perguntar diga que está em uma missão para o Foice da Morte.

Ela assentiu com a cabeça enquanto afagava a cabeça de Florisbela. 

- Você terão um adeus apropriado. - Diz se aproximando da Cinco.

A predadora estava vestida apenas com um moletom roxo por cima da blusa cheia de sangue. Ele bufa cansado e os teleporta.

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