Lim Na-Ri - Parte II

Ele havia achado que havia me colocado rédeas, que havia me prendido e agora estava livre para fazer o que queria e como queria, porem estava redondamente enganado, sim eu e Jin tiramos uma linda e relaxante lua de mel, viajamos para um local calmo e distante de todos os holofotes, mas fizemos mais do que namorar, admirar a vista do mar e pescar; planejamos como o derrubar como começar aquilo tudo e como por fim em um rei egoísta e com sede de poder.

Quando voltamos a Grêtoni tivemos que cumprir algumas tradições e recebemos um local bonito e espaçoso para morar, foi uma linda reunião de família e eu podia ver o sorriso de meu agora sogro feliz por seu filho ter achado alguém que o completasse assim como todos dentro de sua família, conversei algumas horas com a mãe de Jin que me ajudou muito expondo o que seu filho gostava e não gostava, vê-la se esforçando em não se emocionar me deixava de coração partido, agora seria somente ela e o Rei, já que haviam casado os seus dois filhos e ambos pareciam muito bem com isso.

Quando finalmente ficamos sozinhos o silencio reinou, cada um perdido em seu muitos pensamentos e sem saber como começar uma simples conversa, Jin se esgueirou para perto de mim na cama e procurou meu colo para deitar, ele permanecia quieto acariciando minha coxa e eu sabia que viria alguma coisa depois daqueles carinhos, alguma palavra de aviso ou piada infame.

- Estou com medo de não dar certo! – ele soltou se virando para encarar meus olhos – de você ser considerada rebelde ou de eu ser expulso do meu próprio reino.

Soltei o ar com calma e acariciei seus cabelos negros, agora estávamos unidos em um matrimonio e o que quer que acontecesse poderia recair não somente sobre mim, mas em nós dois.

- Eu quero tanto que isso acabe, mas tenho medo de acabar da forma errada, acho que não parei para pensar em como seria o desfecho de tudo isso, eu só queria o derrubar, mas esqueci que poderia cair e levar um mau nome.

- Um mau nome? Só por que expôs as atrocidade do rei de Asroki? – concordei silenciosamente – Você quer desistir Na-Ri?

- Não, quero tentar, porém não quero que nada de ruim aconteça a você, não tem nem dias que estamos casados e se me chamarem de aproveitadora, fominha ou até traidora da própria nação?

- O povo sabe o que você está fazendo, quando ao povo de Grêtoni eles não tem nada a ver com isso e se te julgarem eu mesmo darei um basta nisso! – ele se sentou e me encarou – vamos apenas expor tudo que ele fez, pode ser até anonimamente e então deixar que o conselho decida o que fará com seu pai.

A palavra anonimamente ficou pairando sobre minha cabeça naquela noite e no dia seguinte durante uma reunião secreta com os rebeldes decidi mostrar uma nova ideia que havia tido a todos, confesso que ainda estava hesitante a ela, mas seria melhor evitar batalhas e deixar o conselho se destruir para achar uma solução.

- Como pretende fazer isso minha senhora? – uma das rebeldes perguntou aflita – não seria melhor apenas o forçarmos a cair?

- Ela não daria o braço a torcer, teria muitas baixas e ainda iriamos nos expor de maneira desnecessária, agora sou princesa consorte, tenho que prestar atenção ao que faço e digo para não afetar meu marido e colocar seu nome em risco, tenho que pensar em dois e não apenas em mim, entendem a gravidade de eu me expor e dizer que quero o derrubar publicamente? – eles concordaram – como eu já havia mencionado eu tenho uma ideia e preciso de espiões na reunião de decisão do conselho para me passar as informações de todas as suas decisões, darei todas as provas a uma pessoa de confiança que colocarão fogo discretamente na reunião, a única coisa que peço é paciência meus amigos.

Mesmo sem muito entenderem concordaram, e eu já tinha uma pessoa em mente para isso: a escudeira de Jin! Diferente de Moon, Sky ou até SunHee, Shin não era muito conhecida em todos os reinos, isso facilitava sua entra e saída de forma discreta, uma de suas habilidades era a espionagem e eu sabia que ao lhe ser dada uma tarefa ela a cumpriria sem nenhum erro. Como ela estava sobre a jurisdição de Jin tive que o informar todas as minhas ideias e acabei tendo seu consentimento, o mesmo conversou com sua escudeira que não pestanejou em oferecer ajuda.

- Eu já tive naquele reino a pedido de nosso rei – ela disse a mim e a Jin – e ele precisa de mudanças imediatamente.

E dali começava nosso processo, Shin levou os arquivos até o conselho alegando que os achou quando iriam ser queimados (o que não era uma mentira) deu um nome falso para eles não fazerem nenhuma ligação e então deu a dica para que o espião rebelde se infiltrasse em busca de mais informações.

Eles averiguaram tudo e fizeram as ligações ao meu pai, segundo informações as reuniões começaram quase que de forma imediata quando descobriram que o rei havia me dado em casamento para me tirar da linha de sucessão e também sobre que ele havia mentido sobre os alimentos que dava ao povo e na verdade nem os havia providenciado. Me senti satisfeita com o começo das reuniões e torcia para que chegasse a um fim favorável; não eu não era uma pessoa ruim e que queria o mal de um parente meu, mas eu não aguentava ver injustiças acontecendo e pessoas sofrendo por conta de uma má administração de anos.

Durou quase que três meses para eles tomarem uma decisão e toda vez eu respirava aliviada por não terem descoberto quem era a fonte misteriosa que fornecia as informações, a cada dia que passava durante aqueles meses eles iam descobrindo mais podres e sujeiras escondidas: desvio de dinheiro, negociações com pessoas de pouca confianças e falsas aprovações. E então quando ele acusou e tentou derrubar o chefe do conselho planejando sua morte o julgamento final saiu. O rei de Asroki seria deposto.

Quando a informação chegou aos meus ouvidos por meio de Shin, corri ate meu quarto para chorar, estava aliviada e ao mesmo tempo feliz, finalmente algo de bom iria acontecer, anos e mais anos de injustiça, perseguição e maldade chegariam ao fim e o povo veria a luz brilhar com alguém bom e bem preparado. Ouvi Jin entrar correndo e desesperado, mas relaxar depois de me ver sorrindo.

- Eu estou bem! – o abracei – estou feliz!

Ao todo foram seis meses, de angustia, medo e trabalho; sem contar os anos que passamos reunindo todas as provas para derrubá-lo, fui convidada para o ver entregar a coroa e ser preso pelos crimes que havia cometido dentro do reino, afinal ele havia cometido um com a própria filha que seria a próxima na sucessão; mas um dos momentos mais lindos foi ver meu irmão a quem passei depositando toda esperança que ensinei o que sabia de melhor e que treinei para ser melhor do que qualquer um herdar a coroa de Asroki.

- Não sou o melhor, mas prometo dar meu melhor, vivemos muitas injustiças, medos e inibições, no entanto estamos aqui para nos reerguer novamente como nação e sermos fortes unificadamente, eu asseguro-lhes que não fraquejarei, não retrocederei e juntos construiremos um local seguro e justo novamente, obrigada pela confiança a que foi me passada, e obrigada minha irmã por todos os ensinamentos que me deste, eu serei melhor e lhe dou minha palavra que deixarei nosso reino forte novamente!

Eu já não conseguia conter as lagrimas, meu sonho finalmente havia se realizado e ver que agora o local a que tanto amava teria uma chance de ser feliz me deixava segura para seguir minha vida em paz.

No final de tudo, de todas as lutas e todas as aventuras me permiti aprender um pouco com a Senhora Kim a como manter um jardim próprio de esmeraldos, acabei fazendo daquilo uma terapia assim como minha sogra e acabei deixando nosso quintal florido e belo.

- Está feliz? – Jin me abraçou por trás me pegando de surpresa enquanto cuidava de algumas das nossas flores favoritas.

- Feliz, aliviada e em paz.

- Nosso medo ajudou em algo no final não é? Nos deixou alertas e unidos.

- Sim! – parando para pensar em tudo, graças a ele e uma ideia sua conseguimos derrubar um rei tirano sem expor que sua filha era a rebelde, na verdade eles agradeceram ao povo por colocar o que sentiam para fora e os elogiaram por prezar o futuro de Asroki, lutei as escondidas e me senti satisfeita com isso, sangue não precisou ser derramado e todos agora estavam em paz.

- Tenho certeza que seu irmão fará um excelente trabalho, afinal ele quer ser totalmente o contrario de seu pai.

- Sinto que ele trará um brilhante futuro para aquele reino, assim como um futuro brilhante nos espera.

- Sim, espera como assim? – ele me virou e olhou confuso.

- Bem digamos que estou gravida!

No meio de toda a luta, encontramos consolo um no outro, nos amamos e nos mantivemos unidos, as noites de amor e os dias de união só nos deixaram mais forte e nos fizeram ter a certeza que eramos os certos um para o outro e agora uma nova vida se formava em meu ventre, nos desafiando para mais uma aventura...

A aventura de sermos pais!

- Daria amor e segurança a essa criança como dou a você!

E eu tinha certeza nessas palavras, afinal ele havia me provado em suas ações que era a pessoa perfeita!

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