Capítulo 12 (Especial)
É sexta-feira à noite, estava sentado na minha cama bem longe de Osesas. Arrumei um local privado e discreto, estacionei meu trailer.
O trailer móvel, minha luz, minha morada e minha rota de escape para a estrada e a vida longe daquilo que me faz mal desde quando tinha 16 anos. É uma história longa mas acho que posso contar a minha mente e repassar as minhas memórias e lembranças...
Minha mãe é uma mentirosa e arruinou a nossa família e nunca se arrependeu. É confuso mas é a verdade...Nasci em uma família sem planejamento e no calor do momento em um banco de carro após festa de formatura, minha mãe naquela época tinha 19 anos e meu pai 22 anos eles fugiram de casa. Sabendo que seus pais jamais me aceitariam, ela me contou isso mais tarde, em uma história bem contada enrolada em uma narrativa dramática.
Aos 7 anos, meus pais tiveram uma grande discussão e foi a primeira vez que vi minha mãe de verdade...não me lembro muito mas ela ameaçou ele de e a cara que ele fez me dizia que era sério. Depois disso meu pai saiu de casa e nunca mais voltou, ele me mandou cartas e a pensão...eu sei que ele está vivo, sei onde ele mora.
Espero que ele esteja bem.
De manhã dirigi até a cidade em que meu pai mora...Apartamento n º 345
Chego na porta, minhas mãos tremem eu estou nervoso
"Seja forte, Roman essa é sua oportunidade"
Toco com a campainha, pronto agora não tem mais jeito, pai se você não chegar agora vou ter uma ataque...coço minha mão suada, parece uma eternidade, mas só se passaram 15 segundos. A porta abre eu levanto minha cabeça e vejo um homem de cabelos negros um pouco brancos provavelmente na casa dos 30 anos
"Senhor Belos, Stephan Belos"
Droga, por que estou tremendo?
"Sim, sou eu"
Minha voz falha, meu corpo treme, eu preciso dizer algo, qualquer coisa, anda Roman fale...
"Pai?"
Por que a dúvida Roman? Você não sente isso? Seguro minha respiração
"Me chamo Rom-"
Sinto um puxão, ele estava me abraçando
"Meu Filho"
Na noite de sábado eu e Glinda estávamos sentadas no sofá comendo pipoca, quando minha mãe chega perto do sofá com roupas chiques.
"Estamos saindo, por favor, me avise quando seu irmão for sair, ok?"
"Eu só esqueci de avisar uma vez e ele só ficou lá por 30 minutos"
"Não interessa, nesses 30 minutos nossa casa poderia ter sido invadida ou quem sabe Soren poderia ter sido sequestrado..."
"Não precisa disso mãe, a senhora sabe que nada demais acontece em Osesas á anos"
"Nunca é tarde para acontecer algo"
No fim garanti que eu os avisei, então eles saíram de casa. Então chegou a vez de Glinda se inclinar no sofá com a pipoca e seus dedos doces
"Onde seus pais foram?"
"Para uma reunião com amigos ricos como eles..."
"Pera, seus pais são ricos?"
"Não e sim, na verdade é difícil para eu explicar, tudo que posso dizer é que eles podem bancar esses luxos, pois sempre foram bons com dinheiro"
"E onde eles arrumam esse dinheiro, você nunca falou do trabalho de seus pais"
"Eles patrocinam pesquisas científicas"
"Que vago...e não parece ser muito lucrativo"
"Eu sei, mas eles não falam muito disso"
Não tinha como ficar melhor mas ficou, Glinda pediu secretamente pizza e nós comemos no sofá da sala o sabor de pizza era simplesmente o melhor sabor: marguerita pizza
"E então o que está achando da nossa escola?"
"Muito legal, foi bom meus pais terem se mudado para cá"
"O que eles fazem?"
"Viagens de negócios eles têm patrões bem rígidos...minha mãe pilota avião"
"Que legal então você quase não vê eles, certo"
"Sim, basicamente...mas está tudo bem contanto que eu consiga fazer amizades, não vou me sentir tão sozinha..."
"Que coisa e pensar estamos no mesmo barco...você, eu, Ikaros, Cord e agora Roman. Preenchendo a falta que a família faz com pessoas de fora e quando perceber, você vai se sentir uma estranha perto deles e perceber que ter filhos nunca foi prioridade deles...é que eles nunca se fosse uma opção...ter filhos"
Glinda dá um suspiro e joga um saque de mostarda.
"Obrigada, me sinto miserável e vazia"
"Me sinto assim também, mas tenho um computador gamer e um Playstation 5"
"Eu também"
Acabamos rindo do fato...e depois suspiramos
"Então voltando a falar da escola, o que você acha?"
"Curto, bastante é tudo muito bom nada a reclamar"
"E o Cord?"
Glinda faz o sinal de e acena com a cabeça
"Bem, isso é algo"
"Mas..."
Eu olho para ela, já estava esperando por isso...
"O que?"
"Naquele dia em que fui falar com Cord no almoço, me senti bem em ao conversar com ele sabe, é como se eu tivesse dado um ponto final em tudo, como se estivesse tirando um peso das costas"
Eu aceno com a cabeça, eu sabia que tipo de pessoa ela era no passado, ela me contou com todas as letras no seu e-mail.
Nos conhecemos a três anos, éramos amigas de chat do jogo Vollborn...antes de começarmos a frequentar a mesma escola, ela me contou sobre o que havia feito com Cord e falou da vingança do ruivo, depois dessa confissão eu não queria contato me sentia mal de ficar perto dela, mas vi como havia mudado então eu a aceitei e foi assim que aceitei a nova Glinda, mesmo só conhecendo uma pequena parte da história.
Eu e Cord carregamos histórias semelhantes...pai e mãe divorciados por um motivo desconhecido, o que é raro e até irônico, fadados ao silêncio de nossos pais pela falta de justificativa, amarrados a mesma escola e a uma amizade duradoura. Eu acredito em destino, sempre acreditei na mágica da vida, concordo firmemente que o destino nos uniu para algo a mais, o que me manteve firme nessa amizade sempre com ele e ele comigo.
Confesso que dei algumas vaciladas e não fiquei disposto a ele quando precisava e me arrependo, só que Cord também é conhecido por guardar as coisas para si e muitas vezes descobria através de terceiros ou ser pego em flagrante. Mas por que contar tudo isso aos ventos e jogar do nada enquanto estou na cama na casa da minha mãe?
Bem, o motivo é a saudade e a sensação de que estou distante dele principalmente depois do que fiz no aniversário dele, praticamente tirando a vontade dele de realizar seus próprios desejos, para fazer o que eu quero, e de certa forma me sinto mal por isso.
Ligo meu telefone e mando mensagem para Cord via SMS, era um pedido de desculpas muito longo mas simples então, por que continuo incomodado? - Talvez seja culpa, medo de perder a pessoa que mais gosto e que me apoiou em todos os sentidos, principalmente quando foi o aniversário dele...cegado pela emoção de estar com Alma deixei meu melhor amigo em perigo com a pessoa que mais odeia ele e sozinho em uma festa que ele claramente não queria estar. Você acha que eu não vi? Sim, eu vi mas não fiz nada para ajudá-lo...já me sinto mal o suficiente para saber que ele nem mesmo perguntou o porque que eu não auxiliei imagina agora que estamos longe.
Meus pensamentos são interrompidos pela porta se abrindo, era a minha mãe estava de pijama de lontras
"Querido você precisa dormir..."
"Sei disso mãe mas não consigo..."
"Qual o problema?"
"Fiz algo ruim com Cord, deixei ele sozinho em uma festa que eu obriguei ele a ir"
"Me explica melhor"
Ela se senta de maneira confortável, isso ai mãe pois a história é muito mais comprida do que parece. Suspirei e olhei minha mãe na escuridão na noite
"Faz algumas semanas que o aniversário de Cord aconteceu mas ao invés de fazermos uma festa para ele ou comemorar como pessoas normais fariam, confirmei minha presença e a dele em uma festa de Alma"
Ela começou a rir, o que sinceramente me deixou chateado, por que do riso? Pare de rir mãe.
"Oras meu filho, desculpe mas você me lembrou de um clichê de filme adolescente...literalmente abandonam a pessoa que mais te apoia para ficar com o crush"
Depois de falar isso ela suspirou e olhou para mim...
"Vacilão Apaixonado"
Honesta de mais o suficiente para eu me sentir melhor e pior...
"Mas se a culpa for isso fique tranquilo amizades profundas como a sua e de Cord não tem como serem abaladas por isso..."
"Eu deixei ele sozinho como Melker o garoto que odeia ele"
Ela olha para mim novamente
"É filho você às vezes parece um caso perdido...em relação a princípios básicos sociais"
"EI!"
Ela suspira e olha para mim como se eu tivesse cometido um erro
"Você não vai perder ele...mas isso provavelmente vai fazer ele escolher comemorar o aniversário sozinho nos próximos anos...você não usou a cabeça e sim sua vontade maior de ficar ao lado da pessoa que ama, você me contou que ele fez coisas para você favores e apoios. E o desejo dele era de passar o tempo com você...você feriu esse lado dele que confiava em você, mas não é o fim visto que ele não cortou relações com você...então meu filho, sinta se mal mas, lembre se um pedido de desculpas e a distância às vezes são curativas. O tempo é a melhor cura"
Mamãe me olhava me dando as instruções que minha cabeça confusa não conseguia, sua voz estava baixava o tom enquanto falava comigo educada e suave, o que seria de mim sem essa mulher? Eu não sei e não gostaria de pensar...
"Já mandei uma mensagem de desculpas sobre minha atitude na festa, vou compensar ele ficando e o apoiando mais...quem sabe um bolo também ajude"
Ela sorri, seu suspiro é de alívio
"Fico feliz em ajudar você em sua jornada de vida e recorde - se de sempre colocar na balança a emoção e o raciocínio e sempre, usar o dialogo...vida pode ficar mais fácil assim"
Dou uma abraço nela, momentos como esse me mostram que eu nunca vou estar sozinho deixando minha mente em paz e tranquila.
No domingo passei ele com meu pai, foi bem foi tranquilo e gratificante no final tivemos pizza
"Ikaro"
Olho para cara do meu velho
"Recebi de herança a casa em que nasci, vamos morar lá"
Eu quase deixei o prato cair, se mudar? Como é a escola, amigos? Namora? Eu literalmente acabei de arrumar uma...eu ainda tenho uma amizade para arrumar.
"Antes que você morra antecipadamente...é aqui em Osesas"
"Ah"
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