CAPÍTULO 10-"EU GOSTO É DE HOMENS!"
" Conheça a ti mesmo e será feliz!"
O recém-chegado desceu logo atrás das duas garotas que provavelmente estavam voltando para a rua a fim de atrair outro cliente.
O estranho pegou Afonso ainda paralisado e o puxou pelo braço. Arrastou o filho do rico empresário para um quarto que ficava ao lado da saída do prostíbulo.
Hipnotizado, Afonso não ofereceu resistência, pois percebeu que o homem, se quisesse agredi-lo, já o teria feito.
A porta foi destrancada com uma chave que o homem tirou do bolso da calça.
Era um quarto muito simples, muito organizado e limpo. Apenas uma cama de casal, um fogão pequeno, um guarda-roupas antigo, um banheiro minúsculo.
_Chega aí._disse o homem com sua voz mansa e agradável dando espaço para que Afonso entrasse._Pode entrar que eu só mordo se você pedir, prometo.
O filho de Élio e Cátia pensou que talvez estivesse enlouquecendo por se deixar atrair por um estranho para um quarto suspeito numa zona mais suspeita ainda. Seria a solidão?
Afonso entrou, como se fosse algo totalmente impensável sair dali sem entrar um pouco...talvez só para conversar com alguém que não cobrasse nada dele, pra variar.
O dono do quarto não realizou movimentos bruscos, talvez temendo assustar o seu visitante. Também entrou e fechou a porta atrás de si.
_Pode se sentar em qualquer lugar, garanto que está tudo limpinho._disse humildemente.
Afonso agradeceu, pois sentia as pernas bambas...a garganta seca...o coração disparado...será que a comida do japonês estava envenenada e ele teria um infarto ali mesmo? Deveria passar o número do telefone de sua casa antes de perder os sentidos?
Ficaram por alguns minutos em silêncio e apenas parecendo se avaliarem mutuamente.
_Meu nome é Guilherme, ou Gui, como preferir. Não precisa falar o seu nome, se não quiser. Sou dono deste prostíbulo._disse tirando a camisa e jogando sobre uma cadeira.
Afonso foi atraído pelo peito largo, bronzeado, peludo, uma corrente grossa dourada...os cabelos dele eram escuros, talvez castanhos, não dava pra ver direito naquela iluminação vagabunda...vasta cabeleira sedosa...dentes brancos...sorriso agradável que passava confiança.
O dono do quarto esperou Afonso se apresentar, ou mesmo falar algo, mas ele permaneceu em silêncio.
_Nem sempre as minhas meninas dão conta do recado, mas nem sempre também é culpa delas, pois não podem oferecer tudo o que o freguês deseja._disse como se pudesse ler a alma do outro.
Afonso queria ter dito algo, mas não tinha saliva para tanto...ou mesmo ideia se deveria ter se apresentado...ou simplesmente se recusado a entrar ali...ou ido embora se mostrando ofendido pela liberdade tomada pelo outro.
_Não quer tirar a sua camisa e ficar mais à vontade?_disse Guilherme educadamente._Aqui é meio quente, pois o quarto é muito pequeno e o teto muito baixo.
Diante daquele convite, Afonso arregalou os olhos como se ele o estivesse convidando pra assassinar alguém!
Tinha que ir embora dali...tinha que fugir de algo que ele mesmo não queria descobrir o que era...não queria ver o que ele não queria admitir nem pra si mesmo, menos ainda para um completo estranho.
Afonso assustou-se quando o homem lentamente abriu o zíper da calça e com extrema agilidade a tirou e jogou num canto. Ele não usava cueca.
O membro parecia praticamente ter saltado para a mão que o homem logo estendeu para segurá-lo já começando a acariciá-lo, como se estivesse se contendo até aquele momento.
Os olhos de Afonso não conseguiram se desviar daquele falo que já estava totalmente ereto..totalmente duro, como nos seus velhos tempos de predador de fêmeas descartáveis!
Guilherme alternava olhares insinuantes entre o seu visitante e o pau que alisava de maneira quase preguiçosa.
Paralisado naquela visão inusitada, não saberia dizer se estava ali há alguns minutos ou há várias horas!
Afonso sentiu-se totalmente traído pelo seu corpo quando ele respondeu excitado àquela cena.
Seu pau ficou duro...suas bolas também haviam acordado de uma forma totalmente desproporcional inchando e parecendo querer saltar de suas calças!
Queria...ou melhor, precisava sair dali logo antes que perdesse o controle e se entregasse demonstrando o quanto estava excitado diante daquele estranho!
Será que Guilherme via o quanto ele estava excitado? Afonso viu aquele pensamento invadir a sua mente de maneira atrevida.
As pernas pareciam ter perdido a coordenação, pois a mente ordenava que o levassem para bem longe dali, mas elas simplesmente não respondiam.
_Não sou bicha!_conseguiu falar finalmente como se aquilo fosse obrigar o homem a colocá-lo pra fora, já que ele mesmo não conseguia fazê-lo.
_Nem eu._sorriu o homem maldosamente._Sou bissexual, sou ativo, passivo...versátil... o que significa que não vim a este mundo a passeio, camarada.
O homem lambeu a mão e voltou a acariciar o membro que agora parecia úmido e macio ao toque.
Afonso sentiu o seu próprio membro forçando o tecido de sua calça para sair daquele sufoco!
Como podia estar naquela situação se nem mesmo sabia se gostaria de ficar com um homem? Que imaginação sacana era aquela que o colocava diante daquela cena surreal? Só podia estar dentro de um de seus pesadelos e definitivamente aquele homem lhe lembrava um dos dois homens que via no ponto de ônibus!
Ele, herdeiro de uma das maiores fortunas do país, se encontrava, naquele momento...levado pelas próprias pernas...preso a uma cadeira no quarto de um puto qualquer que parecia capaz de arrebentar a sua cabeça com aquele cacete que tinha entre as pernas! Será que aquele era o momento em que o dono do prostíbulo o atacaria? Talvez viesse a estuprá-lo, antes de roubar tudo o que ele tinha e depois o jogar numa vala para morrer agonizando e se arrependendo em seus últimos momentos por ter sido tão tolo!
Guilherme pareceu ler o que se passava na cabeça de Afonso e falou mansamente:
_Calma...não vou te machucar...só quero te dar um pouco do que deseja...um pouco de carinho...um pouco de prazer...mais nada...
O homem, como se percebesse que estava no controle, levantou-se e veio andando calmamente até Afonso.
_Não estou armado...não sou violento. A porta está destrancada e pode ir embora agora mesmo, se quiser. Não vou fazer nada pra impedi-lo, eu juro._disse ainda mantendo contato visual com Afonso.
Olhos doces...sorriso sincero...um sorriso lindo...dava pra acreditar no que ele dizia.
A cena pareceu congelar mais uma vez, pois o homem apenas ficou ali...parado bem próximo de Afonso, como se fosse uma estátua esperando que o seu mestre a viesse ordenar que se mexesse.
Aquele jeito de Guilherme não parecer disposto a forçar nada chamou a atenção de Afonso, que foi relaxando aos poucos...para logo depois se acender novamente ao ver uma leve movimentação do dono do quarto em sua direção.
Movimentos calmos...claros...nada que pudesse dar a ideia de que iria atacar Afonso no minuto seguinte.
_Minhas meninas não tinham um destes._sorriu exibindo o membro com orgulho e satisfação._Aqueles corpos carecem de um brinquedinho a mais, não acha?
Afonso sentiu um odor, seu velho conhecido, um cheiro de homem, de sexo de homem, quando Guilherme manuseou o pau bem rente ao seu nariz...a sua boca...aos seus olhos...
O visitante encarou Guilherme tentando adivinhar o que ele faria no momento seguinte com aquele belo cacete. Será que o meteria em sua boca e o forçaria a fazer um oral nele?
O dono do prostíbulo veio bater o membro ereto no rosto que agora o encarava totalmente descontrolado!
Cabeça a mil...coração a mil...todos os sentidos em alerta...o que estava acontecendo com ele?
Afonso pode sentir ali o cheiro de sexo...o cheiro de masculinidade...o cheiro de algo que ele estava procurando há tempos e que finalmente havia encontrado!
Guilherme sorriu manso como se tivesse adivinhado tudo o que ele estava pensando com aqueles olhos carentes...sofridos...quase...infantis.
O homem acariciou o rosto assustado que o encarava, talvez temendo que o outro não quisesse satisfazer os seus desejos...ou mesmo quisesse fugir dali o deixando sozinho no quarto vazio.
_Seus olhos estão tão assustados que eu chego a sentir uma peninha..._disse o homem de forma macia e cuidadosa._Não sou um lobo mal, meu querido. Só quero brincar com você um pouquinho...você também não quer brincar comigo? Só brincadeira entre amigos...se não gostar...eu paro...se não gostar...pode ir embora...
Afonso sentiu a boca novamente seca e temeu que o outro pudesse obrigá-lo a colocar aquilo tudo pra dentro de sua garganta o sufocando de uma vez só. Seria sufocado sem conseguir reagir, talvez fosse assim que ele o iria matar para depois pegar as suas coisas...o seu carro...
Novamente o filho do rico empresário percebeu o quanto estava sendo idiota por pensar daquele jeito.
Guilherme sorriu macio e ajoelhou-se devagar, novamente demonstrando que não tinha intenção de assustar ninguém ali.
Afonso quase perdeu o fôlego só de imaginar o que Guilherme iria fazer com ele!
Afonso permitiu que o dono do quarto o ajeitasse melhor na cadeira...que ele abrisse o seu zíper...que ele libertasse o seu cacete já afoito demais para mostrar-se para o outro!
O visitante revoltou-se consigo mesmo por mostrar tamanho descontrole do próprio corpo. Estava totalmente exposto diante de um homem que nunca vira na vida e numa situação que nunca havia vivido!
Guilherme pegou o pau de Afonso com a mão úmida de sua própria saliva e veio beijar a cabecinha sensível que parecia implorar por lábios gentis.
_Tão carente..._sussurrou Guilherme com a voz macia.
Afonso estremeceu e sentiu todo o seu corpo acender-se num fogo que ele não sentia desde os tempos de adolescência!
Fechou os olhos...sentiu memórias antigas ressurgirem sem pedir autorização...sem pedir permissão ao dono delas.
Afonso lembrou-se dos tempos de escola...quinze, dezesseis anos...ele e os colegas no banheiro...disputando quem gozava mais rápido...quem ejaculava mais longe...eram moleques descobrindo as belezas do prazer carnal.
Brincadeiras ousadas logo surgiram...mãos solidárias...troca troca...meninos unidos um em frente ao outro descobrindo segredos de seus corpos...
Afonso avaliou se também os seus antigos colegas estavam passando pelo que ele agora passava...desejos secretos guardados a sete chaves e só precisando de um cara sacaninha feito Guilherme para atrever-se a acordá-los.
Guilherme sorriu enquanto tinha uma mão no pau de Afonso e os olhos muito próximos de seu rosto, como se avaliasse se ele realmente estava gostando.
As mãos do dono do prostíbulo eram muito hábeis e trabalharam rápido atiçando Afonso.
_O que temos aqui é um bebê novatinho doido pra brincar num parquinho novo!_provocou o dono do quarto parecendo já seguro do seu poder de sedução.
Guilherme parou de manusear o membro de Afonso e veio sussurrar em seu ouvido:
_Tenho aqui um buraquinho quente...apertadinho...já piscando e querendo você. Já sentiu um furinho de um homem apertando o seu pau até quase estrangulá-lo enquanto você tenta me encher até a tampa?
Afonso não conseguia raciocinar direito...não conseguia controlar a respiração...não conseguia manter o coração dentro do peito e temia que ele saltasse a qualquer momento pra fora!
_Já disse...que...não sou...veado..._gemeu em pânico de estar demonstrando justamente o contrário.
O homem afastou-se sorrindo...afastou logo as mãos...mostrou as palmas na frente do peito demonstrando que não estava disposto a forçar nada... deixando Afonso quase em pânico, coberto de pavor dele sair dali e o deixar sozinho naquela agonia de foda interrompida...de sacanagem entre machos sem finalização adequada e satisfatória para os dois.
Lembrou-se novamente dos colegas de escola...generosos em nunca deixar o outro colega sem gozar, se aliviar...saudosos tempos aqueles.
_Eu sei. Você não é veado...só quer pegar um homem e dar um trato gostoso no rabo dele._piscou cúmplice Guilherme._ Não quer me mostrar o que um macho feito você é capaz de fazer com um cara atrevido e abusado feito eu?
O filho de Élio e Carla acreditou que já era hora de mostrar àquele homem quem ele era e por isso avançou com tudo sobre ele e o jogou na cama imaculadamente limpa.
Guilherme sentiu o peso do outro sobre o seu corpo e o desejou mais ainda, pois amava homens brutos e truculentos que insistiam em negar fogo a outro homem!
_Me castiga com tudo, vai!_disse se virando com agilidade e arrebitando as nádegas na direção de Afonso.
Guilherme apontou para um potinho com camisinhas ali logo ao lado da cama e ajudou Afonso a colocar uma com agilidade! Depois espalhou muito lubrificante em si mesmo...e em Afonso.
Não tinha mais volta...ele já tinha ido longe demais, admitiu Afonso.
Meteu naquela carne acreditando estar ali com ele não Guilherme...mas um dos dois homens que ele vira no ponto de ônibus.
Gozou como nunca havia gozado em sua vida!
Afonso saiu do prostíbulo se sentindo leve e realizado.
Guilherme ainda dormia, totalmente exaurido de forças, pois o seu cliente realmente havia abusado dele.
Afonso fora com tudo...explorara o traseiro daquele pobre coitado com uma sede gerada pelo desejo de finalmente avaliar se nunca mais iria gozar!
Não apenas não broxou como ficou claro que o problema não era com ele, mas com quem estava com ele...mulheres.
Havia deixado uma boa quantia sobre o pequeno móvel que ficava perto da cama de Guilherme e esperava que ele ficasse bem. Talvez um dia viesse agradecê-lo por ter feito o milagre.
Afonso dirigiu para longe dali percebendo que o seu corpo parecia não ser mais o corpo que havia chegado ali horas antes.
Era um novo homem...era um novo ser humano talvez mais completo e mais ciente do que queria a partir de então: repetir a dose, mas não com Guilherme e muito menos com outro homem.
Ele queria da próxima vez estar com o namorado do homem mais velho, do homem mais corpulento que agarrava o namorado todas as noites no ponto de ônibus.
O sinal fechou. Na sua frente, um caminhão trazia uma frase que já lera uma vez, mas ela vinha acompanhada de outra:
"Dinheiro não traz felicidade. Então me entregue o seu e seja feliz."
Claro que era uma gozação pra todo mundo, mas não pra ele.
O que o dinheiro lhe dera até então? Frustração e decepções...uma vida fútil, cheia de ilusões.
Guilherme havia lhe dito que não precisaria pagar, afinal, não fora contratado e ele já havia pago as duas garotas...mas Afonso tinha certeza que ele merecia receber e por isso pagou tão bem!
Bonito aquilo, reconheceu Afonso...um lugar tão pobre...um homem tão pobre e lhe concedendo os seus favores gratuitamente.
Sabia que Guilherme havia gostado...gostado tanto que abria mão do que lhe era de direito: o pagamento pelo seu serviço.
Afonso sorriu sozinho dentro de seu carro de luxo.
_Eu gosto é de homens! Eu...gosto...é...de...homens!_repetiu tentando acreditar no que acabara de descobrir.
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