O AMOR SIGNIFICA JIMIN
PARTE 1
JEON JUNGKOOK
Todos nós temos segredos guardados em nossos corações e mentes. Uns são sombrios, outros são trancados para não machucarem outras pessoas. O meu segredo era diferente de todos os outros comuns. Quer dizer, eu adoraria um pouquinho de atenção, mas não aguentaria toda a Seul enchendo o meu saco e comprando vários quilos de carne para me agradar, se descobrissem a verdade: que o grande e misterioso herói, justiceiro da Coreia do Sul, o protetor dos pobres... — ok, talvez eu tenha exagerado um pouquinho — o Samurai Negro, seria um homem de carne e osso, que sangra, que chora, que estuda e que se esforça muito para conquistar seus objetivos. Esse alguém seria eu, Jeon Jungkook, mais conhecido, de dia, como o "Artista gostoso" da universidade, e de noite, como o "Justiceiro Negro" ou "Samurai Negro" que defendia Seul dos vários crimes, com seus punhos fortes e indestrutíveis. Certo, eu estou exagerando novamente.
Enfim, eu andava pelas ruas escuras com meu uniforme, um Kimono de medidas que se encaixavam perfeitamente em meu corpo e uma katana que eu segurava nos ombros. E antes que alguém pergunte, não, eu não mato ninguém, ok? Meu pai me ensinou desde muito pequeno a controlar a minha força e a minha hipervelocidade... espera, você não está entendendo nada, não é? Bom, eu vou explicar, veja só:
Tudo começou com meu pai, chamado Chung Hee, um homem trabalhador e perspicaz, que lutou muito para se tornar um grande cientista físico. Meu pai era a porra de uma lenda, mesmo sem seus super poderes. Ele trabalhava em seus projetos e também para uma base de energia molecular e armas nucleares do governo, mas SHHH! não conte para ninguém, afinal isso tudo é confidencial. Continuando, um dia meu pai presenciou algo inesperado, uma luz de uma máquina de acelerador de partículas se rompeu e ele acordou no hospital meses depois. Havia sofrido um acidente no trabalho e só se lembrava da luz. Tudo foi estranho, ele contou para mim. Ele estava em um estado vegetativo, os médicos quase desligando as máquinas de oxigênio, e, de um dia para outro, estava acordado, e incrivelmente bem, tipo, melhor impossível. Meu genitor percebeu muitas alterações em seu corpo, estava mais forte e alto, seus braços mais massudos e, caramba, tinha andado até perceber estar quase na entrada do hospital, e foi aí que percebeu, de alguma forma: o acidente molecular mudara geneticamente seu sistema, e depois de quebrar muitas maçanetas e copos de vidros, descobriu que tinha "super poderes". Ele pirou na época, mas depois começou a pensar no bem que poderia fazer com aquilo nas mãos. Chung Hee, montou um traje e lutou pelas ruas de Seul, combatendo o crime e a injustiça. Os anos 80 foram os melhores de sua vida, segundo ele.
Mas teve um momento em que tudo ficou caótico e solitário, começou a perceber que levava uma vida superficial e que não tinha ninguém com quem contar... então pensou: por que não pagar uma barriga de aluguel para lhe dar um filho? E foi assim que eu entrei na jogada, pessoal.
Só que isso não é tudo, porque a anomalia de meu pai, inacreditavelmente, passou para mim. Chung Hee foi um pai solteiro incrível. Como ele não nasceu no berço de ouro, nunca me deu algo porque eu pedi, sempre foi por meus méritos. Ele me ensinou a controlar meu poder e a não deixá-lo subir à cabeça, que precisava ter o equilíbrio. Mas é claro, às vezes um lado da balança fica pesado demais, e perco o autocontrole.
Certo, certo. Não vou deixar vocês saberem de cada detalhe cabeludo!
Bom, quando eu fiz 18 anos, comecei, junto com meu velho, a ir para as ruas e ajudar as pessoas. Não combato somente o crime, mas também cresci com alguns amigos os quais podia confiar, e tenho suas amizades até hoje: Namjoon e Yoongi, que conheci no Ensino Médio. Desde de pequeno eu sou artista, pintava nas paredes da mansão do meu pai, pintava nas plantas de máquinas de minha mãe, meu pai permitiu a mulher que me gerou, me criar também, ele achou melhor ter uma figura materna e afinal, eles eram amigos... Papai sempre me apoiou, na verdade, via o quão belos eram meus traços, e dizia que se eu quisesse me especializar em artes, poderia ir em frente. Se eu quisesse tocar guitarra com meus amigos, claro, só depois das 22 horas que não. Meu coroa foi o melhor pai do mundo, com toda a certeza.
Agora, eu tenho 20 anos, fiquei fora da Coreia do Sul por um tempo para viajar pelo mundo, conhecendo novas culturas e comidas, mas agora estou de volta e parece que os bandidos e as velhinhas de cadeiras de rodas sentiram a minha falta. Todos conheciam o homem que de dia era alguém no meio da multidão e de noite o herói da Coreia.
É... falando em faculdade, depois de narrar tudo isso para você, já amanheceu e eu estava na minha querida motocicleta, sou amarradão nela. Me faz sentir livre e independente. Talvez eu ainda não seja totalmente, ainda moro com meu pai, porém trabalho numa empresa de Design renomada, e olha que eu suei para conseguir esse emprego. Chung Hee não mexeu nenhum pauzinho sequer.
Joguei meu cabelos longos e sedosos para trás quando tirei meu capacete, ouvindo alguns suspiros no estacionamento. Suspirei também, essas meninas... não largam no meu pé, parece que nunca viram homem igual a mim, tatuado, rico, gentil e com cara de ator pornô, isso é o que Yoongi diz para mim. Mas, o que elas não sabem, é que eu só tenho olhos para uma pessoa.
Park Jimin... o bailarino loiro, dono dos meus pensamentos mais profundos.
Ele me faz suspirar de amor. Seu perfume, seus olhos... ah, seus olhos transmitem calor, como as águas cálidas de verão, e eu enlouqueço com isso. Tudo me enlouquece com Park. Seu jeito de dançar, tão delicado e esforçado. Fico tão constrangido, nunca me apaixonei por ninguém desde o ensino fundamental, mas no primeiro dia de aula, quando eu coloquei meus olhos negros nele... meu mundo se abalou. Para mim, o amor tem vários significados, porém, nesse momento, o amor significa Jimin.
Vocês devem estar se perguntando, Jungkookie, tu namora com ele? Não, infelizmente. Mesmo tendo um rosto bonito, eu tenho medo, sou inseguro com algumas coisas, por exemplo: e se eu abraçá-lo e ele se quebrar? E se eu contar que eu sou o Samurai Negro, ele me aceitaria? Ele me olha, às vezes, será que acha eu um cara legal, ou um mauricinho? Será que... muitas perguntas, e acaba que eu não estou falando com ele... faz meses já, e quando passo perto dele, meu coração chega a ter minis paradas cardíacas... ele é tão pequeno, queria tanto abraçá-lo e amá-lo pelo resto de meus dias.
Será que eu dia eu teria esse privilégio? Yoongi fala que se eu não mover a bunda e criar culhões, nunca descobrirei.
E falando no diabo... Yoongi estudava comigo na área de música, já Namjoon fazia faculdade de advocacia e queria investir na área criminal. Era um grande cérebro entre nós. O meu melhor amigo relativamente mais baixo, só que mais nervosinho, me abraçou de lado.
— Ei, cara de feijão. Hoje é um novo dia, que tal ir falar com Jimin? — falou animado, e eu arrumei minha bolsa tiracolo, revirando os olhos.
— Eu já falei que não, ele nem deve gostar de mim... — murmurei enquanto caminhávamos pelo campus lotado de pessoas.
— Pare com essa merda, Jeon! Você pensa demais! E deveria usar óculos então, porque o bundudo vive dando umas secadas em você. — Se afastou do abraço e eu cocei a nuca, um pouco nervoso. Jimin é tão determinado, e se eu entrasse na vida dele e estragasse o seu sonho? Ele era incrível nas apresentações e... espere aí?
— Yoongi, você chamou Jimin de bundudo? Mais respeito! — ralhei baixinho, franzindo o cenho. O musicista deu risada, abrindo a porta de vidro.
— Relaxa cara, eu estou brincando.
— Claro que está, porque sabe que eu arranco suas bolas num instante. — murmurei. Geralmente eu sou um cara mais calmo, mas quando mexiam com Jimin e com pessoas inocentes o bicho pegava. E sim, Yoongi sabe sobre minhas anomalias, ele e Namjoon, apenas. Os dois que confio com a minha vida.
Paramos de conversar sobre Park para falar banalidades da faculdade, logo chegariam as provas mensais. Estávamos subindo as escadas para a área de música e artes visuais quando o vi, vestindo uma calça legging que marcava seu bumbum redondo e uma blusa diferente preta que tinha mangas de renda delicada, seu cabelo estava liso caindo no seus olhos cianos, tão belos... eu tinha um mundo inteiro na minha frente. Ele conversava animadamente com Taehyung, o maluquinho e fofoqueiro das artes cênicas. Queria que Jimin-ah sorrisse para mim assim.
— Psiu, tu vai cair da escada, irmão. — Yoongi chamou minha atenção e eu voltei para realidade. Voltei a subir as escadas e, quando passei perto dele, meu sangue ferveu. Olhei para trás quando subi mais degraus, e quando vi, ele estava me olhando com as bochechas coradas. Meu corpo, como uma energia que, estranhamente, nos ligava, pediu para ir até lá e agarrá-lo, beijá-lo como nunca antes, mas...
— Oi... J-ungkook. — Seus lábios se moveram, e meus olhos de corça se arregalaram. Quer dizer, minha paixão falou oi para mim! Meus divertidamente estavam na beira do caos.
— O-oi, eu-u tenho que ir... — Tentei fugir com o corpo em combustão, mas Jimin me impediu com sua voz doce.
— N-não, não vá... eu quero falar com você. — disse com nervosismo, e levou sua mão para arrumar uma mecha teimosa. Engoli em seco. Taehyung olhava para mim como se eu fosse um alienígena, e Yoongi tinha desaparecido. Desci novamente, até o meio da escada, e, finalmente, me encontrava perto dele, sentindo sua fragrância de jasmim.
— Eu estou indo, Jiminnie. Até logo. — deu um beijo na bochecha do amigo, e o Kim foi embora também. Ficamos só nós dois, com um clima meio pesadinho. Eu olhei para seus lumes vibrantes.
— Você é cheiroso... quer dizer, não que eu fique cheirando você a todo momento, mas você é muito bonito e... — Fiquei embolado com minhas próprias palavras. O que eu tenho de altura e músculos, eu tenho de desastrado.
Sua risada me acalmou, e eu encarei seu rosto vermelhinho, seus olhos se fechavam quando sorria, com pequenas covinhas nas bochechas. Meus lábios se transformaram em um sorriso bobo... por ele.
— Você é engraçado, Jungkookie. — disse, quando cessou a risada, e me empolguei com o elogio.
— Sério? Oh... — Mordi os lábios e observei ele balançar o corpo pequeno.
— E-eu, caramba. Por que é tão difícil dizer isso...?
— Dizer o que, hyung? — perguntei, curioso. Ele olhou para as minhas tatuagens no pescoço, e sua pupila dilatou.
— Eu queria te convidar para sair há algum tempo. Mas, eu estava com medo.
Meu coração se acelerou, e quase eu rasguei o tecido da minha bolsa. Oh, como eu desejo esse homem. Me esforcei para dizer algo plausível.
— M-medo de quê?
— De você não gostar de mim... e hoje, minha irmãzinha viu o quanto eu... estava querendo falar com você, e me incentivou.
Paralisei. Ele estava de brincadeira com a minha cara? Seu olhar estava esperançoso, e algo dentro de mim queria dizer a ele que o amava, mas não, está muito cedo e não posso assustá-lo.
— Pelos céus, Jimin. Eu gosto de você desde que eu pisei nessa faculdade. — suspirei, muito mais leve. Ser sincero é muito bom. Jimin sorriu, lufando também. — Pensei que... você me achava estranho, com todas essas tatuagens, o tamanho... Fiquei com medo de machucá-lo. Você é tão pequeno... tão gracioso.
O bailarino mexeu nas madeixas louras, todo fofo. A luz do sol do enorme painel de vidro batia em seu rosto. Tão lindo...
— Obrigada, Jungkookie. Eu... quer almoçar comigo? Nos falamos mais depois... sobre o encontro ou sei lá. — disse, e logo em seguida a voz da mulher nos avisou para irmos para as nossas respectivas salas.
— Claro... nos vemos depois. — Eu andei para trás e quase caí, e ele riu antes de se virar para ir embora.
EU CONSEGUI, PORRA! Gritei internamente, fazendo um movimento com o braço para cima. Ele foi mais rápido e mais corajoso que eu, e é por isso que eu o amo. Agora, eu tentaria fazer o meu melhor para dar tudo certo.
[🩰]
PARK JIMIN
Ah! Pobre Jungkookie! Todo feliz com a possibilidade de eu gostar dele, mal sabia que sou apaixonado por ele faz um tempinho, desde que vi ele pintando no jardim da faculdade. Nunca tinha observado as pessoas, porque, afinal, tinha que estar focado, e tinha muito afazeres. Porém, um dia, no almoço, vi um homem tatuado, lindo, pintando algo em sua tela. Jungkook cantarolava naquele dia, e achei adorável. Tão forte, porém fofo. Fui nutrindo aquele sentimento com o passar dos dias que comecei a observar discretamente o artista. Taehyung, meu melhor amigo, sempre tentava se envolver. Dizem que falaria com ele se eu não criasse coragem... eu tentava, mas quando eu chegava perto dele, sentindo o aroma masculino de almíscar, minhas pernas fraquejavam.
Ele me deixa todo molinho com aquele tamanho todo, os olhos de obsidiana, os cabelos geralmente presos em um coque, o sorriso largo... tudo em Jeon Jungkook me deixava bobinho. Eu via como ele me olhava às vezes, mas eu tenho uma insegurança muito forte. Não por ser de classe média e por ter quase dois empregos para ajudar minha mãe, não é isso. Mas por conta de uma coisinha rosada que eu tinha no meio das pernas, que ficava toda molhada quando pensava naqueles braços tatuados e fortes me segurando, apertando minha cintura fina. Só de imaginar, errei o Fondu, um passo de ballet.
— Jimin, cuidado! — disse minha professora russa. Ela era super rigorosa, mas me elogiava quando eu ia bem.
Taehyung dizia que eu me cobrava muito, seja na vida pessoal ou na profissional. Mas eu tenho que ter disciplina e me esforçar para me destacar, senão os olheiros das academias nunca me chamarão para participar, certo? No final do ano terá uma grande apresentação, e essa será minha chance, porque os olheiros de New York estarão aqui, e, finalmente, poderei tirar minha mãe do sufoco.
Deixe-me contar sobre minha família antes que dê o horário do almoço: bom, minha família não tem muito dinheiro, eu e minha mãe divorciada sempre nos esforçamos para conseguir as coisas. Tenho uma irmãzinha chamada Se Ri, e nunca faltou nada em minha casa, muito menos amor. Minha verdadeira paixão era dançar, mas, desde de criança, meu pai nunca gostou disso, e fiquei muito feliz quando ele se mudou para o exterior. Eu sempre estou rolando por aí, trabalhando e, quando tenho tempo, tiro fotografias ou faço doces, alguns dos meus hobbys secretos.
Eu quase desmaiei quando consegui uma bolsa integral na Universidade Nacional de Artes da Coreia, minha mãe quase teve um infarto, pois realizei meu sonho. Acho que sempre fui amável com todos, um pouco estressadinho, mas gentil e carinhoso. Não chegava a ser tímido, e descobri minha sexualidade muito cedo, por isso não tinha medo de ser quem sou... Claro que eu não conto por aí sobre ser intersexual, tive poucos parceiros sexuais por causa disso. No começo foi difícil, mas venci a vergonha e agora gosto da minha florzinha.
Eu me encontrava suado depois de treinar sequências pesadas, e meus pés estavam doendo, mas segui para o chuveiro e dei graças, pois tinha cabines privativas para me banhar. Foi rápido, e logo estava vestindo uma calça jeans clarinha e uma blusa com mangas longas delicadas. Corri para fora do estúdio, ainda não tinha contado para Taehyung, então fui para o teatro esperá-lo. Muitas pessoas saíam, e logo vi cabeleira azul que se destacava na multidão. Acenei para ele, ficando nas pontas dos pés, e ele veio até mim.
— Ei, docinho. Como foi com o Jungkook? — perguntou, pegando meu braço para caminharmos juntos.
— Foi incrível, ele é adorável, foi gentil e nada vulgar. Ele é tão diferente dos caras que eu já saí. — suspirei, e Kim deu tapas no meu braço nu.
— Calma, Jimin. Veremos se ele é tudo isso mesmo. Vai almoçar com ele ou não? Ele está bem ali. — Eu estava tão eufórico que nem percebi que estávamos no corredor do refeitório. Jungkook estava parado, acenando igual um doido para mim. Sorri, largando o braço do meu amigo.
— Vou, a gente se vê na saída.
— Boa sorte, e não deixe ele escapar, viu! — Lançou uma piscadela antes de eu correr para ir até o rapaz dos meus sonhos mais cálidos.
— Oi, Jimin. Q-quer almoçar comigo?
Eu quero abraçá-lo! Ele só tinha cara de marrento e bad boy, mas era um homem doce. Pensei em algo que traria privacidade para conversarmos, sem aquela gente curiosa nos olhando.
— Eu tenho um lugar melhor, podemos pegar a marmita e ir para lá? — Questionei, movendo o corpo num balanço. Ele assentiu e, quando começamos a andar, ele discretamente pegou minha mão. Minha barriga gelou com as borboletas cheias de adrenalina batendo asas no meu estômago. Sua mão é tão grande e áspera quanto eu pensei.
Passamos por todas aquelas pessoas e, quando estávamos esperando na fila, olhei para nossas mãos juntas, e uma sensação acalentadora me alcançou. Ele viu que eu olhava e riu para mim.
— Você gosta? — Ergueu meu queixo, fazendo um carinho com o polegar. Com certeza eu estava corando agora. Muito.
— Sim... — Queria falar "de você", mas terei tempo para isso, certo? Jungkook apertou nossas mãos e andamos um pouquinho mais.
— Isso é bom... vou pegar na sua mão toda hora.
Mordi os lábios e olhei para os lados. E pelo Rudolf Nureyev, tinha muitas pessoas nos olhando com cara de bunda! Jeon tinha uma fanbase, pelo que eu sabia, mas caramba, parecia que elas iam me matar a qualquer instante. Engoli em seco, mas me concentrei no homem ao meu lado, que pediu para a senhora da cantina dar-nos uma marmita. A mulher sorriu para nós, e olha que ela nunca sorri gratuitamente.
— Vocês formam um lindo casal, meninos.
— Obrigada, senhora. Cuide-se bem, viu? — Jungkook falou, se curvando um pouquinho antes de ir. Todos acham que ele é um filhinho de papai, mas Jeon é gentil e bondoso. Saímos da fila, e quando estávamos passando pela porta, alguém empurrou meu ombro, e eu gemi pela ardência.
— Ei! — Chamei a atenção da menina, que se virou lançando um sorriso forçado.
— Foi sem querer... gordo. — meu sangue ferveu, porque eu sabia que era mentira e por ter tocado no meu ponto fraco. Por ser bailarino é complicado ter bunda mais volumosa e coxas grossas, mas senti um par de mãos quentes afagar minha cintura, me deixando débil. Quando eu ia abrir a boca para falar umas verdades para a cadela uma mão quente apertou a minha.
— Vamos, Jimin. Deveria ter mais cuidado, Hyuna, quase machucou meu namorado. — foi firme, mas com um tom calmo, que quase me tirou do chão. Meu namorado... ok, esse é meu dia preferido a partir de agora. Ele nos levou para fora, e eu pude respirar normalmente. — Tudo bem?
— Não está tudo bem. Oh, meu Deus! — Ele me olhou preocupado, procurando algum machucado. Eu peguei seu ombro e Jungkook parou a busca. — Você me chamou de namorado.
O artista ficou nervoso e seus olhos murcharam.
— Desculpa, eu não pensei direito e-
O interrompi, num pico de coragem, e puxei a gola da jaqueta jeans para selar sua bochecha.
— E-u gostaria-a de ser namorado, quer dizer, no futuro. Seria uma honra. — confessei, e o medo estampado no rosto corado de Jungkook foi dando lugar a uma risada animada.
— Sério? Meu Deus, você quase me mata do coração. Isso é... maravilhoso, Jimin, você não sabe o quanto.
Eu estava tão feliz hoje que nada poderia abalar isso. O cara que eu gosto está afim de mim! Eu queria gritar, mas tudo o que eu fiz foi... beijar a outra bochecha vermelha dele, aproveitando que ele estava agachado para igualar as alturas.
— Vamos?
Ele assentiu e me deu a mão de novo, e caminhamos até o terraço da faculdade. Quando chegamos lá, Kookie ficou maravilhado com a vista inédita da faculdade e de Seul.
— Você sempre vem aqui? — O mais novo indagou, me ajudando a sentar no lugar seguro e depois fazendo o mesmo ao meu lado, me entregando a comida quentinha.
— Sim, almoço aqui às vezes. — Jungkook começou a mexer na comida cheirosa e eu apenas a coloquei no colo, pensando se deveria comer ou não. Ele percebeu, e franziu o cenho.
— Não vai comer? Não ligue para aquela oxigenada, você é... perfeito, com curvas no lugar certo. — Tentou me animar me elogiando, e sorri pelo seu jeitinho.
— Tudo bem, eu vou comer um pouco, porque você pediu com carinho. — Abri o pote de isopor e comecei a comer. Tinha o suco também, estava delicioso.
O silêncio caiu sobre nós enquanto comíamos, na verdade só eu, porque Jungkook já tinha raspado o potinho e tomava o suco rapidamente... ah é! Ele deve ter mais fome que nós, afinal Jungkook é um super humano. Não... desculpe, eu não disse que eu sei do segredo bem guardado de Jeon?
Pois bem, um dia eu estava chegando tarde do trabalho e passei em um bairro mais afastado da área. Eu ouvi um barulho estranho, como se alguém estivesse conversando sozinho, e reconheci a voz e o cheirinho de Jungkook. Ele é tão marcante... Enfim, foi quando eu vi o artista, ou melhor, o Samurai Negro, sem a máscara negra dele. Ele estava sentado, divagando sobre algo, e parecia cansado. Jungkook, por pouco, não me reconheceu... Quando eu cheguei em casa, quase infartei. O cara que eu gosto também é um super humano, amado por todos, e é um homem bom, que ajuda os outros? Caralho, ganhei o pacote completo.
— Jimin? Tem algo no meu rosto?
Saí do meus devaneios, vendo Jungkook com uma feição confusa. Minhas bochechas queimaram, rezando para ele não ser capaz de ler mentes ou ouvir batidas de coração.
— Nada... — Coloquei meu pote vazio de lado, e ele virou o rosto para ver a paisagem.
— Hum... Minnie, eu posso ser sincero com você? — Olhei para o mais novo, enquanto mexia as pernas.
— Claro, não precisa nem pedir, Jungkookie.
— Bom, eu... cansei de fingir e esconder o que eu sinto por você. Quero falar e deixar todas as cartas na mesa. Pode fazer o mesmo? — desabafou, e eu quase desabei naquele terraço. Engoli em seco, mas ele tinha razão. Se o sentimento é recíproco, para que esconder mais?
— Certo, mas se eu ficar todo vermelho não me culpe. — avisei com um toque de humor, e Jungkook se virou para entrelaçar nossas mãos, me fitando com aqueles intensos olhos negros.
— De-esde que eu pisei nessa universidade, eu sou completamente apaixonado por você. Eu-u tinha tanta insegurança, você é tão pequeno, me perguntei se te machucaria, se seria um brutamontes sem coração para você... se eu seria um peso morto, que atrapalharia seus sonhos...
Seus olhos estavam marejados, e eu apertei sua mão gigante. Levei meu polegar para limpar seu rosto másculo. Meu Deus, ele é tão precioso.
— Não fique mais assim, Jungkook. Eu sou apaixonado por você desde que eu vi você pintando no jardim... acho que nós dois somos inseguros... mas eu tenho um segredo. — Mordi os lábios, e ele ficou nervoso.
— Você... quer me contar, não sei? — deitou o rosto na palma da minha mão, aproveitando o carinho.
— Não... eu pretendo mostrar, mas não agora, ok? Quando eu estiver pronto.
Eu estou pronto para ele, mas agora quero conhecê-lo como ninguém antes. Ele sorriu e beijou meu pulso, murmurando o quão macio eu sou.
— E então? Temos um encontro? — questionou manso e eu assenti com fervor.
— Com certeza. Para onde vai me levar?
O homem lindo em minha frente pareceu pensar a respeito, e depois sorriu safado.
— Vou te surpreender, gatinho.
CONTINUA
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Eai gostaro? Logo sai a parte 2 e ultima ;)
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