Se conhecendo de verdade.

                 Eu estava inquieto quando a vi, me sentindo um completo desarrumado perto dela, porque ela estava mais bonita. Sugeri que fossemos a um restaurante próximo, assim não precisamos andar tanto.
Quando chegamos, sentamos em uma mesa central, fizemos o pedido, e ficamos em silêncio por um tempo.

             — Bem, Johnny, achei bom que realmente pudéssemos estar a sós para melhor conhecimento, mas então, como foi sua semana?

             — Cansativo, e na terça, entreguei a papelada pro meu chefe. Nada tão interessante, na vida de quem é solteiro e só trabalha. E você?- enquanto eu falava, ela apenas concordava.

               — Lembra que te contei que tinha chegado uma nova pessoa no meu trabalho? Então o nome dela é Megan Walt e depois...- eu paralizei.

              — Espera, qual nome disse?

              — Megan Walt, porque?- ela franziu as sobrancelhas, enquanto eu engasgava com o meu suco.

              — É, um tanto problemático falar sobre, mas trocar de assunto nos deixaria constrangidos, então... Megan é minha ex-noiva. Ela me largou dizendo que tinha conhecido outro cara, porém, faltava um mês para nos casarmos, e eu simplesmente não quis saber mais dela.- abaixei a cabeça e mexi nos cabelos.- Sai de Los Angeles, na nossa antiga casa e vim para cá, por causa disso, mas aqui já era programado para ser nossa viagem de lua-de-mel.

              — Sinto muito, Depp, eu realmente não sabia. Tem quanto tempo?

              — 6 meses.

              — Nossa, quase recente. Eu passei por algo parecido, mas eu era tipo "a outra". O rapaz que eu namorei, Davi, já que estamos envolvendo nomes, e eu me sinto no direito de dizer o nome desse canalha. Então, ele saiu de Minas Gerais, largou a esposa e o filho de 1 ano, tudo isso para ficar comigo... E quando eu soube, fiquei louca e isso porque eu prezo pela família, pelo amor fraternal, e ele é o contrário disso, ainda bem que descobri isso com 6 meses também. Nunca fomos para a cama juntos, e eu me sinto bem melhor quando penso nisso.

                  Eu fiquei sem reação, sabe? Na verdade, fingi que não conhecia ele, sendo que eu fucei o perfil dela, então eu tinha que fingir.

             — Acho que o seu é pior, não é? Provavelmente 2 anos sozinha.

             — Como sabe que isso já tem 2 anos, Johnny? Andou fuçando minhas fotos?- ela sorriu levemente.

             — Digamos que eu precisava te conhecer por fotos, vai que você é mafiosa e estou me envolvendo numa fria.– eu brinquei e ela riu abertamente, mostrando seus dentes alinhados e branquinhos. Eu não nego se eu pudesse ter uma chance de namorar com ela, não largaria nunca.

                 Logo após isso, mais silêncio. Provavelmente, ela estava com vergonha de mim, e eu estava com vergonha dela. Porque? Não me pergunte, eu não saberia responder. Nosso pedido já tinha chegado, e meus pensamentos em volta do que ela tinha me dito, tanto pelo o que aconteceu com ela quanto pela Megan.
              Era real mesmo que ela tinha voltado? O que ela quer?

              — Um real pelos seus pensamentos, gatinho.- ela disse, lembrando-me o dia em que nos flertamos pelo celular.

              — Você gostou mesmo desse apelido em mim, Aya. Ainda não pude achar um apelido bom pra você, que tal... Pérola Negra?- ela riu de novo. O que carência não faz...

              — Hmmm, gatinho, eu gostei.- ela zombou.

              — Então, Pérola, acho a sua irmã maluquinha, e definitivamente eu quero tomar um suco novamente com vocês.- ela acenou.

                 Sabe quando a conversa morre e você fala "Aiai"? Então, Aya fez isso e eu também. O engraçado é porque, nós nos falamos bastante pelo celular, e do nada parecemos sem assunto, assim. Ah, mas eu não ia deixar esse encontro ir para o ralo, não.

            — Que tipo de pão você gosta?- perguntei, logo me sentindo um idiota.

            — Então...- ela não se aguentou e comecei a gargalhar muito, começou a chorar de tanto rir.- Eu gosto de pão de forma e você.

                   Apenas respondi que gostava de pão de sal, enquanto gargalhava também após isso conversamos sobre tudo e nada... Era só eu ter feito isso antes, meu Deus.

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             — Muito obrigada pelo convite, gatinho, devemos fazer isso mais vezes. Ana vai chegar me perguntando mil e uma coisas, e ainda vai me xingar por deixar escapar um homem como você, e ela me disse que te achou muito bonito, gatinho.- eu corei.

             — Eu fiquei sem palavras agora, Pérola, mas obrigado. Pra deixar bem informativo, eu não deixaria você escapar também, e nem sei porque o Davi deixou você escapar. Trocando de assunto, obrigado por ter aceitado o convite, pensei que ia ficar sozinho hoje sabe, mas um dia sem conversar com alguém, e foi muito divertido.

                 Ela se aproximou de repente, permitindo-me que eu olhasse seus olhos, pensando se ela ia me beijar... Ela me abraçou fortemente, agradecendo-me por ter ouvido o que disse sobre o canalha, e que agora confia em mim.

            — Eu confio em você também, Pérola. Até a próxima!- sorri enquanto ela se despedia de mim, e entrava no Uber.

               Agora eu tenho alguém com quem conversar mais diretamente, mesmo estando com medo de certas pessoas.

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