Mudanças estão por vir.
Acordei com o tão odiado barulho de despertador, olhei a hora; 10:00 e ainda dá para dormir, nem sei por que eu coloquei... EU TENHO QUE IR TRABALHAR. Levantei igual a um papa-léguas, fui ao banheiro e me troquei.
Por ter levantado muito rápido, estava completamente grogue, tanto que percebi que botei a calcinha em cima da calça, bufei de raiva. Porque quando estamos com pressa, só nos atrapalhamos mais?
Joguei minha bolsa dentro do carro e partiu trabalho.
Cheguei às 12:25 e comecei a agradecer que pelo ao menos a Senhora Ferreira não havia levantado.
— Oi, Aya!– comemorei cedo demais.
— Desculpe Eva por ter me atrasado, acordei com o pé esquerdo hoje.
— Oras, não há problema. Afinal Helena conseguiu chegar antes e eu ajudei-a.– sorriu alegremente.
— Tudo bem. Vou me trocar.
Todas as vezes que eu vou trabalhar, passo uma semana dormindo na casa de Eva, em um quartinho e pode até parecer estranho, mas isso é comum. Dona Eva é uma mulher da meia idade, negra e rica, ela também é minha inspiração, após minha mãe. Eu penso o quanto ela teve que ouvir das pessoas por ser uma exímio empresária e sim, ela tem uma editora em São Paulo: "É ler para crer". Um trocadilho interessante, eu acredito, além de ajudar escritores independentes e estou só criando coragem para falar da minha irmã para ela. Com certeza, Ana vai pirar. Resolvi pegar rapidamente o celular.
E por falar em Ana, ela acabou de me mandar mensagem avisando que em breve chegará aqui e isso é ótimo... mas comecei a me desesperar: Será que minha mãe está bem? Será que meu pai teve infarto?
Sim, eu tenho esse problema de começar a imaginar coisas que normalmente, não tem nada haver com a realidade. Ela demorou um pouco para digitar e me disse:
"🚺Calma, Aya! Nada está acontecendo, ok! Apenas eu irei ficar um tempo, pois aqui não se acha muita coisa para trabalhar, está tudo bem?"
Suspirei de alívio... nada de ruim.
"🚺Claro! Afinal, você vai precisar ir até o centro pra procurar, mas isso é o de menos. Quando estiver aqui, eu te levo lá."
Após isso, se despediu, deixando-me animada. Logo, avisto Helena acenando para mim... Bom, hora de trabalhar.
Passei pano na extensa sala e quartos, chegou a hora do descanso, ou seja, tenho uma hora livre. No momento em que estou sentada no balcão, escuto um choro vindo do banheiro, e por curiosidade segui-o. Era Helena. Bati três vezes na porta sendo surpreendida com a imagem da japonesa com olhos vermelhos.
— Helena, o que aconteceu?
— Meu tio saiu para trabalhar e foi atropelado por um carro que estava em fuga.– O choro só aumentou, fazendo com que eu abraçasse-a.
— Meus sentimentos. Ele era próximo?– sussurrei para ela.
— Moramos no mesmo quintal... morávamos, agora.– ela voltou a apoiar sua cabeça no meu ombro.
— Oh, querida! Será que você vai pegar uma semana de luto, porque sinceramente você precisa.
— Não posso! Quem vai te ajudar nessa mansão enorme?– disse-me arregalando os olhos.
— Vou me virar, você precisa. Olha faz assim, que tal conversar com Eva para ela deixar você ir e avise-a que eu vou ficar no seu lugar ou talvez, ela ache uma outra pessoa para que fique aqui temporariamente. O que acha?
— Talvez dê certo.– falou em meio as lágrimas– Obrigada, falarei com ela, Aya.– abraçou-me e subiu de encontro a nossa chefa.
Voltei ao balcão e comecei a mexer nas redes sociais, sorrindo quando vi a mensagem de Johnny, logo respondendo.
"🚺Bom dia ou tarde. Que bom que decidiu ajudá-las a florescer e estou animada para passar aí novamente e ver as maravilhosas flores que tem."
Novamente meu despertador tocou, hora de voltar ao trabalho.
"🚺Se eu demorar a respondê-lo é porque estou trabalhando. Beijos!"
Beijos?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top