Feliz Ano Novo!

            Eu estava nervoso. Como um garotinho que conseguiu chamar a popular para sair, ou até mesmo qualquer garota. Minhas mãos tremiam e suavam, e o pior era a mente que ficava em torno do que poderia acontecer lá. Eu sempre fui uma pessoa tímida, e na minha cabeça, o romance ontem na casa dela não passava de um sonho (ou delírio).
          O pior de tudo, é que nem tinha uma pessoa sequer na minha rua... Nicolas ou o casal de Castro e até aquela velha fofoqueira,  estavam passando na casa de parentes. Embora seja até melhor eu não chamar tanta atenção assim, já que a casa vai ficar sozinha por assim dizer.
          Andei pela casa inteira a procura das chaves do carro, logo achando na pia do banheiro... As vezes nem eu me entendo. Peguei meu chapéu e fui até o carro, dando partida e indo para lá.

              Estava na porta dela, enquanto esperava ela abri-lá, meu sorriso desapareceu e minhas pernas bambearam... Ela está mais linda! 
         
               — Olá John! Como você está cheiroso e bem arrumado.– ela sorriu.

               — Obrigado, tirou as palavras da minha boca. Também está muito elegante assim.

                    Ela deu um aceno como agradecimento, abrindo mais a porta para que eu pudesse passar. Nisso, ela mostrou a mesa recheada de coisas gostosas e ainda uma garrafa de champanhe

                — Sei que o champanhe é meio clichê mas, é meu favorito. Não sei se gosta.

               — Gosto de champanhe o mesmo tanto que eu gosto de você.– eu acariciei o rosto dela, fazendo com que a mesma fechasse os olhos, encostando mais na minha mão.

                    De repente, seus olhos castanhos escuros se abrem lentamente, fazendo um percurso entre os meus e a minha boca. Logo, senti sua aproximação, a mesma movimentou seus lábios com os meus, ambos os olhos se fecham... E novamente, eu sinto o sabor do batom dela: Maçã verde.
             Relutamos para não se separar, mas quando o ar falta, é preciso. Seu pequeno é redondo nariz acaricia o meu, diante disso, ela se afasta totalmente, indo até o rádio e colocando um pen-drive.

                 — Faz mais de um semana que eu pedi pra fazer esse pen-drive. Assim, não perderia tempo procurando CD's.– eu concordei, observando as ondulações dos lábios brilhantes dela.

                    Já eram 23:38, enquanto ambos estávamos sentados um do lado do outro, conversando sobre tudo e nada, sobre as expectativas para o próximo ano. Ou no maior silêncio confortável, escutando Elton John como trilha sonora.

               — Caramba, que cabeça a minha! Porque eu não fui abrir um vinho?– ela se levantou me assustando, retirando-se para a cozinha.– JOHN, VEM AQUI!

                 Eu me levantei, indo até a mesma, vendo ela pegar dois pratos verdes da bancada.

                 — Eu estou com bastante fome pra esperar até às meia noite.– ela deu uma risada leve.

                 — Você quem sabe.– eu ajudei ela a com as colheres.

                    Ambos colocamos nossa comida, nos sentando na mesa. E definitivamente... ela é uma ótima cozinheira!

               — Olha, se tiver algo cru, foi a Ana que fez. Ela não gosta muito de cozinhar, embora ama estar na cozinha comigo.– ela brincou.

               — Não se preocupe, está tudo muito bom. O frango está no ponto e bem temperado, o arroz está ótimo...– e lá estava eu, elogiando tudo o que elas fizeram, vendo o sorriso largo e brilhante dela. Acho que nunca vou esquecer desse sorriso...

               — Ah que ótimo! E muito obrigada pelos elogios. Com certeza, ela vai adorar ouvir isso também.– ela colocou a mão em cima da minha, acariciando levemente com o polegar.

                  Ayana olhou para o relógio que estava atrás de mim, arregalando os olhos, se levantando enquanto limpava a boca com um guardanapo. Eu sem entender, olhei para trás... 23:54.
              Ela pegou o champanhe, segurando minha mão e indo para fora de casa. O céu estava cheio de estrelas radiosas, quase cobrindo totalmente o manto azulado, e o mais incrível, foi que eu vi ele refletido no olhar dela.
             Sim, seus olhos castanhos agora tinham brilho estrelares, que estavam deixando cada vez mais atraente nela.

              — Johnny! são meia noite!– ela me abraça tão forte, quase para me esmagar, enquanto eu ria da sua reação. Parecia uma criança, quando viu os fogos de artifício de várias cores, fazerem desenhos no céu.— Obrigada por fazer esses 4 meses não serem uma droga pra mim. Feliz ano novo, gatinho!

               — Obrigado a você, por ter me escutado gentilmente e me querer aqui... com você. Feliz ano novo, Pérola Negra!– eu segurei sua nuca, beijando levemente seus lábios, sentindo suas pequenas mãos passarem no meu pescoço.

                Nos separamos, e ela chacoalhou o champanhe, logo abrindo e fazendo um estouro. Gritos das casas vizinhas saem, enquanto ela sorri para mim, oferecendo uma taça, ao que eu agradeci, aceitando.

                 Com certeza, esse vai ser o melhor ano depois de tudo.

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