𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 • 10

São amigos?

𖥦𖥦𖥦

Eu vi que estava rolando alguma coisa entre vocês — Nath fala.

Ele e Maxie está me enchendo o saco o dia inteiro falando disso, isso é bobagem.

— Nathanael, eu ainda odeio ele — Falo descendo as escadas.

Estamos andando pelo colégio faz uns vinte minutos ou mais, é aula de filosofia, a mais chata de todas chata, com toda aquela baboseira de existência e de ética e tudo mais. Com aquela professora baixinha, de óculos engraçado e voz que dá sono. Estamos na última aula mesmo, não vai fazer diferença, até porque ela nem liga.

— Eu vi vocês, trocando olhares e sorrindo um pro outro — Olha pra mim sorrindo.

Esse sorriso é insuportável, eu poderia empurrar ele da escada. Está aí uma ideia boa.

— Não teve olhar e nem sorriso nenhum, para de besteira, vocês estão me enchendo o saco o dia inteiro — Falo com raiva.

— Teve si-

Eu empurrei ele da escada, sorte dele que ele está a nós últimos degraus e conseguiu se equilibrar.

— Sua vadia, eu poderia ter morrido — Me encara e arruma a blusa que amassou.

— Não. Eu não tenho tanta sorte — Contínuo andando.

— Pra que inimigos se eu tenho a Ângela? — Corre para me acompanhar.

— Eu sou tudo em uma só. Tipo esponja de aço, mil e uma utilidades — Sorriu ironicamente para ele.

— Mas é sério, vocês estavam se olhando diferente — Ele falou rápido.

Nós olhamos? Eles estão falando tanto disso que eu quase acreditando. Não! Para de besteira!

Oi — Alguém chega do nada assustando Nathanael.

— Que susto Johnny — Nath coloca a mão no peito.

— Já é a terceira vez que eu vejo vocês passando aqui na frente. Não vão entrar não? — Johnny pergunta começando andar com a gente.

— É filosofia — Nathanael e eu falamos juntos.

— Ah sim. Eu faço o mesmo, aquela professora é muito chata — Ele diz parando na frente de uma porta. Provavelmente é a sala dele — To indo. Ângela me espera na saída — Olha pra mim.

— Tá bom — Falo seguindo o caminho.

Foi o mínimo para começar a escutar o Nathanael falar sobre que estamos nos apaixonando ou algo do tipo. Eu quero tanto bater nele.

— Tá bom Nathanael! — Grito para ele calar a boca — Agora por favor, tem como entrar a sala e pegar nossas bolsas?

— Sorte que eu te amo muito sua ingrata _ Falou e logo entrou.

Talvez tenha a possibilidade do Johnny estar apaixonado mim, mas eu por ele chega ser uma piada, e das boas.

Pegamos nossas bolsas e fomos para frente da escola e nos sentamos na fonte que tem em frente a entrada/saída, Nath estava esperando Maxie para levá-la para casa, Joe hoje vai ficar no treino. Jogadores.

— Vamos? — Johnny aparece do nada.

— Se continuar fazendo isso eu posso te matar — Falo me levantando.

Ele parece fantasma chegando do nada, sempre chegando do nada nos lugares e assustando as pessoas.

— Se for pra alguém morrer que seja você. Não te suporto — Me empurra.

— E a consideração que você tem por mim? — Me fingo de triste.

— Que consideração? — Olha em meu rosto.

— Nossa. Ridiculo — Empurro ele de volta.

Ele só ri e entra no carro e eu faço o mesmo. A gente não conversou nada durante o caminho. Aliás, eu não conheço esse caminho, um caminho diferente da cidade. Ele entrou em uma estrada de terra em meio de uma floresta.

— Você tá me sequestrando?

— Sim, vou te matar jogar seu corpo no rio — Para o carro no fim da estrada e sai do carro.

— Aonde é isso? — Falo observando tudo a volta.

— Na cidade. Antigamente aqui tinha uma estação de trem, mais pra frente tem uma estação abandonada — Fala andando e em frente aparece uma trilha de trem.

— Meu Deus, é lindo — Falo observando.

A floresta ao redor da trilha, o chão é cheio de pedras com alguns galhos secos das árvores e folhas espalhadas, era realmente lindo. O outono valorizou tudo isso.

Uma dica. Eu sei que é chato eu ficar falando que tudo é lindo, mas ver a parte positiva das coisas é mais legal do que ver a negativa. Quer ver a parte negativa do lugar? O ar aqui é muito seco, talvez, eu comece a espirrar. Ver as coisas boas da vida é melhor do que ver a parte ruim, não vale a pena. Não pra mim.

— Eu venho aqui para pensar — Ele se senta nos trilhos.

— Você me trouxe aqui? — Digo surpresa.

— Você é minha amiga agora.

Ele se senta no meio do trilho, aonde acende um cigarro.

— Eu sou sua amiga é? — Sorrio sentando de frente para ele.

— A gente poderia fazer isso a vida toda, que não perderia a graça — Me olha nos olhos.

— Fazer o que? — Pergunto.

— Esse negócio de perguntar se somos amigos e ficar zoando um ao outro. Nunca vai perder a graça.

Pode ser besteira da minha parte, mas ele do jeito que ele está daria uma bela foto. Sorrio vitoriosa por trazer a minha bolsa comigo, minha câmera sempre tá comigo. Eu nunca, nunca deixo ela na escola, foi cara demais para ser roubada.

Começo a tirar fotos do Johnny e ele nem ao menos reclama. Vou dizer uma coisa, ele é fotogênico.


— As fotos ficaram demais — Digo entregando a câmera na mão dele para ele ver as fotos.

— É verdade, eu sou lindo demais — Fala olhando as fotos.

— Você é convencido demais.

— Relaxa você também é linda — Fala olhando nos meus olhos.

Ele me olhou nos olhos e eu senti meu rosto todinho queimar e meus pés formiga tem. Me algum modo eu fiquei envergonhada? Como pode?

— Você tá vermelha?

— Não! Não estou — Tento disfarçar olhando para a câmera que ele me entregou.

— Você ficou envergonhada com o que eu falei? — Sorriu malicioso.

— Não! Para de besteira menino.

Como eu posso ter ficado com vergonha com uma coisa boba? Isso é idiota.

— Você ficou com vergonha sim — Sorria enquanto olhava para minha cara.

— Você é um idiota, não fiquei não - Reviso os olhos tentando disfarçar.

Por que eu fiquei com vergonha?

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É demais quando eles se apaixonam né? Já tá super na cara.

Não esqueça de votar e de comentar o que estão achando <3. Bjo da titia.

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