𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 • 09

Um gay doente.

𖥦𖥦𖥦

— Feliz segunda-feira — Maxie chega pulando feliz do meu lado.

— Por que dá animação — Falo fechando meu armário.

— Não sei — Fala fingindo que se não tivesse acontecido nada demais — Mentira, eu fui escolhida para ser uma das organizadoras da festa de Halloween — Fala empolgada.

— Mentira! — Pergunto.

Ela e eu nos escrevemos para ser organizadoras do Halloween, eu simplesmente amo o Halloween, simplesmente o melhor dia do ano, tirando lógico o primeiro dia de férias, seja eles qual for. Digamos que é meu feriado favorito.

— É uma droga você não ter sido escolhida — Diz ficando triste.

— Para de besteira. Eles nunca iriam me escolher mesmo, eu sou um fardo para eles — Falo dando um empurrãozinho nela.

Já me escolheram uma vez, mas eu briguei com uma menina e quase joguei ela da escada, e por causa disso eu nunca mais fui escolhida. Eles acham que eu tenho casos desse tipo levados demais para diretoria.

— Você não deveria ter brigado com aquela menina.

— Não começa — Bufo — Nath não veio hoje, por que?

— Diz ele que pegou uma gripe forte de sábado pra domingo. Vai ter que me aguentar sozinha.

— Droga, mais fácil de suicidar — Exagero brincando.

— Ângela, você me magoa desse jeito.

— Eu tô brincando sua besta — Abraço ela de um lado — Minha sala, tchau — Falo desgrudando dela e seguindo o caminho da sala.

Eu quase nem prestei atenção na aula, eu geralmente fico muito ansiosa para o Halloween, faltam somente uma semana e meia. O que eu devo usar? Nada muito cafona, nada muito óbvio, nada muito sexy, nada muito assustador. Essa é a parte mais severa e divertida. É realmente muito difícil passei todos as aulas pensando nisso.

— Parece pensativa — Johnny me olha tirando seus fones.

— Halloween — Maxie fala. Eu ia falar, mas ela falou primeiro.

— O que tem o Halloween? — Responde curioso.

— Ela fica assim, meio pensativa até conseguir a fantasia ideal.

— Sério? Halloween não é nada demais.

— O que!? — Falo indignada — Halloween é o melhor dia do ano, como assim você não acha nada demais!?

— Melhor dia do ano? — Johnny pergunta.

— Sim! Primeiro vamos falar das fantasias, inúmeras fantasias que você pode escolher, são muitas. Ano passado eu me fantasiei de coelho rosa em homenagem a o episódio de Friends, quando a Monica fez o Chandler se vestir de coelho rosa — Digo.

Eu simplesmente amo esse episódio de Friends.

— Sério isso? — Fala indiscreto com sua indignação.

— Nem me fala, ela ficou um arraso — Maxie fala.

— Aquela festa foi demais — Falo me lembrando da festa.

Foi uma melhores festas que eu já tinha ido na minha vida, essa ainda está em primeiro, talvez eu nunca vá em uma festa assim na vida.

— Falando em festa... As festas de Halloween são as melhores do ano todo, álcool a vontade e drogas também, não me orgulho disso, mas eu estava muito bêbada — Falo não muito orgulhosa de mim.

— Foi culpa do Nathanael — Maxie me lembra.

— Nem me fale disso, ainda não perdoei ele por me fazer me drogar.

— Ângela usando drogas? — John diz surpreso — Está ai uma coisa que eu pagaria para ver.

— Isso não vem ao caso e eu nunca mais vou me drogar — Falo me livrando dos pensamentos — O que você faz no Halloween?

— Eu fico nos cantos da cidade assustando as criancinhas.

— Você é cruel — Maxie e eu falamos juntas.

— É legal fazer isso — Sorri.

— Não é não. Esse ano você vai ir em uma festa de Halloween — Falo firme — Fantasiado e tudo mais.

— Nem pense nisso — Diz recuando.

— Vai sim. Por favor — Faço carinha de pidona.

— Nada disso, vou fazer o que eu sempre faço, fumar e assustar crianças bobas.

— Você pode fumar se quiser, mas vai ser em uma festa — Falo convencida.

Ele vai nessa festa, se for para ser meu amigo, o que eu não me orgulho, porque até ontem eu odiava ele, vai ser um amigo direito. Sem maldades com crianças inocentes.

— Eu não vou não, nem pense-

O sinal do final do intervalo o interrompe, nos fazendo levantar imediatamente.

— É melhor você ir John, ela vai te encher o saco — Maxie cochicha para ele, porém eu escuto.

— Vocês tem que parar de falar de mim como se eu não estivesse por perto — Falo brava.

Ninguém responde só começaram a rir e foram cada um para um lado, aulas diferentes...


As aulas tinham acabado e hoje eu iria para a casa do Nath passar a tarde com ele, mas antes iriamos passar na casa da Maxie pegar algumas coisas, descobri que o Johnny mora na mesma rua que ela.

— Eu estou te falando, ela vai te obrigar a usar alguma coisa — Maxie falou para Johnny.

— É eu vou mesmo — Concordo com ela.

— Eu não gosto dessas coisas, não adianta insistir — Johnny diz indo andando em ziguezague na nossa frente.

— Não custa nada ir por conta própria, ela vai te obrigar a usar uma fantasia.

— Amigos meus não andam sem fantasia — Falo encarando ele.

— Então eu sou seu amigo? - Me zoa.

— É claro que não. Para de besteira — Falo séria.

— Climão — Maxie fala.

— Que climão tá doida? — Falo chamando atenção da Maxie.

— Johnny — Maxie chama ele e ele imediatamente se vira prestando atenção nela — Vai na casa do Nathanael com a gente?

— Não! Ele não vai não! — Falei rápido antes que ele respondesse.

Eu já passo o dia todo com ele na escola, também tenho que passar ficar com ele fora da escola? Eu acho demais, ninguém aguenta tanto o Johnny assim.

— Por que não? — Os dois falam juntos.

— Porque... — Me pegaram, preciso de uma boa desculpa para isso. Droga não tenho — Johnny não pode ir, ele é uma pessoa ocupada.

— Você não me quer por perto não é? — Johnny me encara — Estou certo de que meu tio uma vez disse "toda programação que tiverem dentro e fora da escola terão que fazer juntos" — Imitou seu tio.

Aaargh.

— Seu tio nem tá aqui para ver se estamos ou não juntos, você não precisa fazer isso.

— Lógico que preciso. E se você não quer que eu vá, eu vou.

— Então está feito — Maxie fala e eu lanço um olhar mortal para ela — Me desculpe, mas ele quer ir, não posso fazer nada — Fala diretamente para mim.

No resto do caminho não falamos nada, talvez porque eu queria avançar no pescoço na Maxine por ter chamado o Johnny. Certo... Eu e John viramos conhecidos, amigos não, porque amigos não se odeiam, mas convenhamos que ele é um chato de galocha, não dá pra ficar com ele o dia todo.

Chegamos na casa de Maxie e pegamos o que deveríamos pegar, e fomos a caminho da casa do Nath, que não era muito longe.

— A mãe dele está aí não está? — Maxie Pergunta batendo na porta.

— Ela sempre está aí —Respondo.

— Você deixa ela falar assim com você? — Johnny se intromete.

— Fica quieto menino, ninguém te chamou na conversa — Viro pra ele com cara feia.

— Fica quieto menino, ninguém te chamou na conversa — Me imita.

— Por que você não vai tomar no seu-

— Oi meninos — A mãe do Nath aparece na porta me interrompendo.

— Oi senhora Taylor — Falo tentando disfarçar.

A senhora Taylor, vulgo mãe do Nathanael, gosta de mim e eu não quero manchar minha imagem.

— Boa tarde senhora Taylor — Maxie entra.

— Boa tarde senhora Taylor — Johnny fala logo após eu ter entrado.

— Você é novo — A mãe do Nath fala — E seu nome é?

— John, mas pode me chamar de johnny — Entende a mão para comprimenta-la.

— Johnny, você é namoradinho da Angie? — Pegunta com um sorrisinho bobo.

— Não! — Falo — Não, ele é só um amigo.

— Okay então — A senhora Taylor dá um passo para trás — Bom fiquem a vontade, o Nathanael está no quarto dele.

— Nathanael seu gay, chegamos! — Maxie fala subindo as escadas.

Lá estava ele, deitado de baixo de dois cobertores, com o nariz todo vermelho e papel jogado por todo lado.

— Colocar isso no lixo, seu porco — Falo recolhendo os papéis com nojo.

— Bom dia pra vocês também - Fala forçando o sorriso — Olha Johnny, você veio também.

— É eu vim — Fala analisando todo o quarto.

Maxie chegou no ouvido do Nath e diz alguma coisa, que o fez sorrir. Esses dois me pagam, eles sempre me excluem das coisas, isso é triste.

— Eu sabia — Nathanael fala sorrindo feito um bobo.

— Obrigada por me incluírem amigos — Sorriu falsa.

— Você não iria gostar — Maxie fala.

— Esses são seus amigos — Johnny se intromete.

— Não põe lenha na fogueira — Digo — Você pode me dar a lenha pra dar na cabeça deles.

— Amizade é tudo — Nath fala se levantando.

— Oh meu Deus — Johnny fala rindo — Que pijama é esse?

— É o meu pijama — Nath responde passando a mão no pijama dele rosinha com coração branco.

— É ridiculo — Eu falo e o Johnny concorda.

— Não fala assim do meu pijama — Nath fala e Maxie cai na risada — Vocês dois são pessoas muito más.

— Nós somos mesmo — Johnny e eu falamos ao mesmo tempo. Nath só respondeu com um sorriso malicioso.

Isso me cheira a besteira desses dois.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top