𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 • 08

Foi tudo uma ilusão

𖥦𖥦𖥦

— E por que você acha isso? — Pergunto rindo.

— Não sei, talvez porque você sempre está com a cara fechada no corredor ou sempre vai parar na sala do meu tio... Sei lá — Gesticula.

— É que eu não gosto de você mesmo — Sorriu perversa.

— Não vou fingir que não doeu, por que doeu — Coloca a mão no coração fazendo uma careta engraçada.

Estamos conversando à horas,  ele não é uma pessoa tão chata assim. Já falamos sobre a escola e as pessoas que odiamos dentro dela. Ele é divertido quando bem entende.

— Ela está te comendo com os olhos — Olho em direção a funcionária da sorveteria — Não vão falar com ela não?

— Talvez mais tarde, quem sabe — Deu de ombros.

— Sério isso? — Digo — Tipo... Que babaquice, típico de homens.

Reviro os olhos. Odeio menino assim. E é por isso que eu odeio o Johnny.

— O que? Você quer que eu vá lá conversar com ela e deixar você aqui sozinha?

— Sim, eu quero. Eu gosto da felicidade dos meus amigos, mesmo que, seja para transar...

— Amigo? — Sorri com a palavra — Agora que sou seu amigo?

— Não! — Recuo — Eu não disse isso, saiu por sair, você não é meu amigo, nem mesmo de você quisesse — Rio de nervoso.

— Hã. Disse sim — Me provocou — Eu sei que eu sou

— Não... Não eu não disse não. Eu disse — Pigarreio¹ — Que gosto da felicidade alheia.

— Não vem não — Ele começa a rir — Você disse que eu sou seu amigo, não tem como voltar atrás.

— Vai falar com ela logo, já está escurecendo e eu tenho que ir para casa — Falo o apressando.

— Já venho — Se levantou e foi conversar com a menina.

Ela ria e ria e ria, se ela não passar o seu número para ele, eu dou na cara dela. Esse menino tem lábia.

— Vamos — Fala chegando na mesa.

— E aí? — Pergunto curiosa — O que deu? — Ele não respondeu só apenas sorriu.

Eu prevejo aonde isso vai dar, óbvio. Meninos como Johnny hoje em dia só pensam em uma coisa. As vezes estressa. É desses tipo que só transam e não ligam no outro dia.

Entramos no carro e ele da a partida, vamos o caminho todo em silêncio, mas não parece aquele silêncio chato e constrangedor...

— Obrigada — Falo no momento em que ele para na frente de casa — Obrigada por me trazer — Pego minha bolsa no banco de trás.

— De nada — Sorri sem mostrar os dentes.

— Bom até mais tarde — Falo abrindo a porta a saindo.

Parei na frente da porta olhando ele arrancar o carro e sumir na esquina.

Hoje foi um dia legal. Sem provocações, nem brigas ou coisas do tipo, foi totalmente ao contrário, brincamos um com o outro, conversamos sobre coisa aleatórias. Acho que o Johnny tem potencial para ser meu amigo. Ou não, talvez eu odeie ele mesmo, não tem volta.

[...]

Hoje é sábado e hoje é dia de fazer nada. Agora são exatamente 10:47am e já estou deitada imóvel pensando se vale a pela se levantar faz 10 minutos. Talvez eu volte a dormir, talvez eu me levante para comer alguma coisa, eu estou faminta. Acho que vou me levantar para comer, minha fome sempre fala mais alto.

Não tem nada em casa, legal meu pai nem se preocupa em deixar comida em casa, ele não para em casa mesmo.

Eu vou de pijama mesmo, não ligo e a padaria é logo aqui na esquina, não é nada demais.

Coloco um chinelo adequado e pego dinheiro para comprar algo para comer. Saio de casa e vou direto para a padaria, os vizinhos nem ligam mais, quase toda vez eu saio de pijama.

— Moça, me dá 3 croissant por favor — Digo no momento em que chego na padaria.

— Três croissant? — Alguém me assusta falando atrás de mim. Era Johnny.

— Meu Deus! — Coloco a mão no coração indicando que eu me assustei — Não faz mais isso moleque — Dou um tapa nele.

— Essa foi boa — Fala rindo — Você está de pijama? Estranha.

— Sim, qual é o problema? — Pergunto — E você... Está com a mesma roupa de ontem?

— É eu estou — Da um sorriso maroto.

— Você não foi pra casa não é? — Ele assente — Você definitivamente não presta — Começo a rir.

E o pior de tudo que ele não tem nem vergonha de dizer isso.

— Safado — Viro de costas para pegar meus croissant e pagar — Por um acaso, tomou banho?

— Tá achando que eu sou porco? — Pergunta indignado.

— É eu acho tudo de você — Dou de ombros.

— Estava bom demais pra ser verdade, olha eu sou tudo menos porco, saiba disso.

— Ontem foi só uma ilusão e você dormiu com a menina da sorveteria? — Ele deu um sorriso malicioso  — Você se vendeu por sorvete de graça.

Balancei a cabeça negativamente, tentando tirar a imagem que apareceu na minha cabeça.

— O sorvete de lá é incrível, valeu a pena.

— Isso é horrível, aliás você é horrível — Falo rindo da situação.

— Pelo menos agora eu tenho sorvete de graça pelo resto da vida, até sair dessa cidadezinha medíocre.

— Isso é horrível — Repito saindo da padaria, mas ele me acompanha — Ué. Não vai comprar nada?

— Não. Eu vi você entrando e resolvi te assustar — Fala ainda me seguindo.

— E conseguiu.

— Não deveria sair de pijama na rua.

— Por acaso é meu pai?

— Se eu fosse mandaria sair adequadamente na rua.

— Nem meu pai manda em mim — Falo com raiva.

— Você manda em você? — Pergunta curioso.

— Sim.

— Então pode passar a noite fora?

— Por que? Vai na fazer dormir com alguém pra ter as coisas de graça? — Zoei ele

— Hahaha engraçadinha - Diz irônico - Pergunto isso por, talvez, programas futuros.

— Hm. Talvez, eu pense nisso, se não envolver coisas ruins, como usar drogar, se vender por coisas de graças e essas coisas assim. Se for um bom rapaz eu saia com você algum dia — Falo — Sem segundas intenções, lógico.

— Nunca — Fala.

Pigarreio¹: Ter tosse com pigarro.

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Me desculpem pelo capítulo pequeno, mas compenso no próximo :)

Não se esqueçam de votar e de comentar o que estão achando. Bjo da titia.

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