𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 • 03
“Olha vocês vão ter que se aguentar...”
𖥦𖥦𖥦
Bom dia!
Leia isso com um tom de ironia, porque hoje não é um bom dia, primeiro que briguei com o meu pai, segundo eu tenho que andar com aquele menino chato e terceiro eu estou presa em um engarrafamento, vou chegar atrasada na escola. Odeio me atrasar.
Já são nove horas, já estou atrasada meia hora e estou chegando agora na escola, vou ter que correr para pegar meu material.
Ando o mais depressa possível até meu armário, abrindo ele, se eu correr mais um pouco posso pelo menos assistir o resto da aula.
Entro na sala pela porta dos fundos da sala, para não ser notada, mas o professor me viu e fez uma cara feia. Lá vem bronca.
— Senhorita Lawson, estava a sua espera — E todos os olhares se direcionaram para mim — O diretor te chamou para sala dele.
— No final da aula irei sem falta — Falo arrumando minha mesa.
— Imediatamente, ordens direta senhorita — Falou autoritário.
Mas que droga, mal chego na escola e tenho um pouco de paz, é pecado querer estudar?
Arrumo minhas coisas de volta e me retiro da sala, andando o extenso corredor até chegar às escadas, elas dão de frente a diretoria.
— Bom dia tia — Sorri ao vê-la.
É sempre importante sorrir quando vejo ela, ela pode me matar com aquelas unhas e aquela mesma feição de malvada, com suas sobrancelhas pretas e bem curvadas e seu batom sempre borrado, essa mulher me causa arrepios.
— O que fez dessa vez? — Diz pegando o telefone.
— Dessa vez ele que me chamou.
— A senhorita Lawson está aqui - Fala para o telefone — Okay... Sim... Sim... — E desliga o telefone.
"Ele está a sua espera" ela murmura indo fazer outra coisa, como sempre de cara fechada. vou em encontro a sala, abrindo a porta e vejo ele sentado apagando seu charuto e a sala com leve cheiro do mesmo.
— Bom dia senhorita — Abre um sorriso falso — Sente-se, Johnny já está a caminho.
— Tive que interromper minha aula para poder vir aqui. Com todo respeito, lógico, mas não tinha como esperar? — Sério, ele podia esperar, eu queria assistir a aula, eu adoro aula de biologia.
— Acho que quanto mais cedo fazermos isso, mais cedo terminamos, vamos falar disso logo assim eu-
— Com licença — Johnny o interrompe entrando na sala — Bom dia tio — Da um sorriso.
Falso.
— Chegou bem na hora — O diretor mudou seu tom de voz, parecia... Contente? Esse cara sabe quem é o sobrinho dele mesmo ou ele só se faz de besta? Está tão na cara que ele não presta — Eu estava começando a explicar como que vai funcionar.
— Oh sim pode continuar — Falou.
Moleque forçado, como que o diretor não percebe?
— Vocês sabe o porquê disso está acontecendo não é? — Eu e Johnny confirma — Certo, eu cheguei a conclusão que o certo seria que a senhorita Lawson teria que se retirar da escola, mas a psicóloga da escola me fez essa proposta e eu até que gostei — A gente já não falou que sabíamos, por que ele está falando sobre? — Eu escolhi o John, meu querido sobrinho para ser um exemplo a ser seguido, vocês irão passar 6 dias por semana juntos e a senhorita Lawson vai reduzir sua ida na psicóloga para 1 (uma) vez na semana.
Ainda não caiu minha ficha que eu vou ter que andar com esse mala sem alça para todo lugar que eu for, é inacreditável.
— Toda programação que tiverem na escola ou fora da escola terão que fazer juntos, assim sendo meu querido sobrinho terá a tarefa de ajudar o comportamento da senhorita Lawson.
Acho difícil, esse menino me dá nos nervos.
— Uma tarefa difícil — Johnny falou brincalhão.
Ah, se eu pudesse bater nesse garoto, bateria agora mesmo.
— Oh! sim — Responde rindo de leve.
Porque eu não estou falando nada? É melhor ficar quieta em uma situação dessa, eu posso falar besteira e acabar me dando mal, as vezes eu não tenho peneira e falo o que vem a cabeça.
— Então é o seguinte, começa hoje, vocês irão andar juntos e o senhor terá que ajudá-la no seu comportamento — Falou se levantando, o que não ajudou muito, já que é baixinho — Acabou de bater o sinal crianças, vão para suas salas e lembrem-se de que eu sempre vou estar de olho para saber se estão andando juntos, agora assinem esse papel aqui e já estão liberados.
Ele nos deu um papel totalmente preenchido e quatro lugares para preencher, com dois lugares já preenchidos. Eu passei o olho bem rápido em tudo aquilo que estava escrito e parece que se a gente com cumprir eu estaria fora da escola.
OH CÉUS!
Eu assinei e me retirei da sala, logo após Johnny saiu voltando com sua cara de sempre. Como ele pode ser tão fingido?
Agora tenho aula de geometria, uma das aulas que eu menos gosto. Abro meu armário colocando meu material de biologia e pegando meu material de geometria, quando fecho a porta do armário dou de cara com o John me olhando.
— O que é garoto? — Falo grossa.
— Temos que andar juntos a partir de agora, abre um sorriso falso — Assim sendo, tenho que grudar em você.
— Você tem que ir para sua aula e eu para minha, sai do meu pé —
— Falo andando em direção a sala de geometria, que não é muito longe do meu armário.
— Geometria sério? Vai entrar na aula de geometria? — Começou a rir e mando meu dedo do meio.
Se eu pudesse desmascarar esse garoto, ele estaria frito.
— Bom dia amiga — Maxie se senta na carteira da frente.
— Não tem nada de bom — Falo olhando para ela.
— Me esqueci. É hoje que começa a andar com o bonitinho não é?
— Ele é um garoto mimadinho a besta... Você acredita que ele finge ser o bom samaritano para o tio dele? Me irrita profundamente — Sussurro para ela, o professor havia acabado de chegar.
— Como assim? Olha vocês vão ter que se aguentar... — Fala se virando para trás.
— Quando ele fica entra na sala do tio dele, ele virá outra pessoa.
— Ele-
— Bom dia turma! — O professor interrompeu Maxie.
— Depois falamos disso — Sussurra virando para frente.
[…]
— Te procurei a escola toda — Chega Johnny se sentando no gramado se juntando a mim, Nath, Maxie e Joe.
— E achou, que pena — Falo desanimada, jurei que ele não iria vir atrás de mim.
— Oi John — Fala Nath.
Bixa atirada.
— Olá Nathanael — Sorri falso.
— Eu disse — Falei baixo.
— Oi John, eu sou-
— Maxine. Eu sei quem são todos vocês, é um prazer… Agora se não de importam — Ele se deita e coloca o fone, dava pra escutar, estava alto.
Era mais fácil colocar em uma caixinha de som, porque mais barulhento que isso não dá.
— Nossa cortou o clima — Joe falou baixo.
— Eu falei gente, esse menino é totalmente idiota, eu não gosto dele.
— Mas eu ainda acho ele um gato — O Nath fala e todos começam a rir.
— Só você mesmo Nath — Maxie fala rindo.
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