🔹Capítulo 35🔹
Amanda Martins
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Quase dois dias inteiros haviam se passado, desde do dia do casamento do meu irmão. Logo, no outro dia de manhã, eu e os meus pais, havíamos voltado para o Ceará. Os meus pais haviam entendido o meu desentendimento com David e viram, a situação em que eu estava, após terem me encontrado com os olhos inchados no bangalô. Nos desculpamos com o meu irmão, a respeito da briga e do fato de termos que voltar mais cedo para o nosso estado. Porém, o mesmo não se importou, disse que já estava acostumado com toda essa efusividade da família Collins.
Assim, não tínhamos muito o que fazer, a não ser voltar para casa. Agradecemos aos Collins pela hospitalidade e voltado com o raiar do dia. Eu não havia visto o David e desde então, ele também não havia tentado falar comigo. Pelo visto, ele estava acatando com o meu pedido; ou, havia se reconciliado com a sua ex. o seu verdadeiro amor.
O que eu também não podia deixar de relatar para vocês, que a mesma, havia me parado assim que desci no cais, antes de seguir para o aeroporto. Ela havia me dito que o David era dela e que sempre foi; eles só haviam passado por um desentendido e postergado o casamento deles na época. O que me deixou surpresa, eu não esperava que o David havia ido tão longe com alguém, ao ponto de já ter feito um pedido de casamento. E, ela ainda completou, dizendo que eu só estava sendo uma distração para ele, que no fim, ele sempre voltaria para ela; e que nesse caso, eu só precisaria me afastar dele.
Logo, como se eu já não tivesse motivos o suficiente para fazer isso, eu ainda tive que ouvir mais essa, para saber que eu nunca teria um verdadeiro espaço na vida do David. Eu já deveria saber disso. E para ser sincera com vocês, eu realmente já sabia, eu só não queria aceitar que eu havia me deixado levar facilmente pelo momento e pelo jeito que ele me fazia sentir. Enfim, aquele relacionamento que só um sente; e isso, era o que havia acontecido comigo. Contudo, ele sempre me pareceu muito insistente, quando eu tentava me afastar; o que era bem estranho, para quem não deveria sentir nada.
No entanto, a vida tinha que seguir, não é? Faltavam duas semanas para eu voltar para os EUA e algumas horas, para a Larissa chegar aqui no Ceará. A sua chegada, era tudo o que estava me animando nesses dias. Nem a peixada que a minha mãe havia feito ontem, tinha me animado. O meu pai disse a noite, o pessoal iria fazer um luau, mas nem com vontade eu estava para ir. Preferia ficar no meu quarto e ler alguns livros que eu estava atrasada.
Assim, passei mais uma tarde sentada na varanda e lendo, enquanto eu vi o tempo passar e os turistas entrando e saindo da praia. Como a casa dos meus pais era uma das primeiras da vila, era fácil ver o movimento da praia e das pessoas passando. Logo, não entrava ninguém na vila, sem que a gente soubesse.
Com pouco tempo depois, os pais da Larissa passaram e disseram que ela já estava no táxi, vindo para cá. Eu me apressei em entrar em casa e arrumar algumas coisas que eu havia trazido da viagem para ela. Como eu sabia que a mesma era louca por presilhas e bolsas, eu peguei algumas que ganhei da Stella e as separei para ela. Eram muitas coisas que a irmã do David havia me dado; ela disse que estava esvaziando o seu guarda roupa e se desfazendo de algumas coisas, que já não usava mais. E para me esclarecer ainda mais, ela completou, me dizendo que em breve nada daquilo iria caber mais nela; ou seja, ela estava esperando mais um baby do Fabrício.
Logo, já imagino como ele iria ficar com a notícia; eu conhecia o Fabrício desde que ele criança. Ele e o meu irmão, antigamente, viviam jogando bola por aqui na vila. Os seus pais, haviam se mudado, mas vez ou outra eles ainda apareciam por aqui na praia. O que não deixava de nos dar notícia. E após ver a sua relação com a Stella e com os dois filhos de perto, eu pude ver o quanto ele me parecia feliz e satisfeito com a vida que tinha. Não tinha duvidas que com mais essa notícia, ele iria ficar radiante.
Assim, separada as coisas, eu voltei para a varanda. Peguei duas garrafas de suco, alguns pãezinhos de queijo, fatias de bolo e pedaços de doce de leite. A Larissa era louca por essas iguarias e como ela, era uma morta de fome, já iria querer sair devorando tudo. Logo, eu já sabendo disso, me preparei, sabendo que desse jeito, eu facilmente poderia me desabafar com ela. E não demorando muito, ela entra toda avoada pelos nossos portões. Abraça todo mundo e começa toda uma festa, com a sua chegada. Após prometer contar a Deus e ao mundo, sobre a sua viagem e a sua vida na moda, as pessoas a deixam passar. Eu não disse, a Larissa é uma celebridade por aqui.
— Amiga!!!!!! — Ela grita, se aproximando de mim no seu salto plataforma chique e com um vestido, todo estampado e longo. A própria rainha do Ceará. — Cheguei!!!
Eu a abraço cheia de felicidade e euforia, adorando poder ter a sua presença por ali.
— Estou vendo!!! Você chegou chegando, hein? Um arraso!! — Digo após lhe rodopia e analisar o seu vestido. — Você sempre sabe o que vestir, não é? — Sorrio, após ver ela se exibindo, balançando os quadris.
Eu e ela caímos na risada e logo, ela complementa, me confessando o seu intuito.
— Mas é claro, né, amiga?! Eu preciso preserva a minha imagem aqui, mesmo eu ainda não sendo dona de uma grande loja de roupas em Nova York e sim, uma funcionária. — Ela de repente, parece se entristecer.
— Ei, você ainda pode não ser dona de uma grande loja de roupas em Nova York, mas você é dona do seu próprio trabalho, ao oferecer os seus serviços de Marketing Digital para alguém. A loja que você trabalha, só é reconhecida e procurada pelas pessoas, por causa do trabalho que você faz! Você, é quem a mantem viva. Nem vem com essa! — Digo logo cruzando os braços e depois a puxando para a escada, para que a gente pudesse se sentar.
Logo, a Larissa aceita as minhas palavras e volta a sorrir novamente, após concordar com o que eu disse. Ela desabafa mais um pouco sobre a mocreia da sua chefe, pelo fato dela ter reclamado a respeito da sua viagem para cá e ao mesmo tempo, começa a comer. No mesmo ritmo, nos duas começamos a relatar todos os nossos últimos acontecimentos uma para o outra e nem vimos, o tempo passar. A Lari estava inconformada como tudo aconteceu.
— Eu não acredito que o David tinha mais uma vacapeixe por aqui? Como se já não bastasse a Madison, agora tem essa tal de Sheila!!! — Ela revira os olhos, mordendo mais pedaço do pão de queijo com raiva. — Argh!!! Olha eu não sei não, viu Mandinha? Esse cara parece ter um cardume inteiro atrás dele. Se você quiser ir à luta, eu vou estar aqui com você, mas se você desistir, eu vou te dar total razão. Porque amiga... não tem mulher que aguente isso tudo! E você, mas do que qualquer outra, merecia ter um homem que viesse até você e não, ao contrário. — Ela fala pensativa. — E isso serve para mim também, esses homens que são cheios de mulheres ao redor, dão muito trabalho... Para mim já deu.
Ela toma um belo de um gole do suco e resmunga.
— Nossa, Mandinha!!! Você está tomando suco de uva? Porque não um vinho, uma bela de uma cerveja gelada, vodca ou algo mais forte? — Ela faz uma careta para a garrafa. — Você está na bad, não morta! Vamos remexer os esqueletos e tomar uma lá na barraca do luau.
Ela se entusiasma e eu logo corto, aquela sua sugestão.
— Não! Não! Nem vem com essa... Eu estou na minha, sossegada e vivendo o meu luto. Você sabe como eu sou! Gosto de ficar no meu canto, lambendo as minhas feridas, até que elas finalmente passem. O meu suco de uva está bom demais. — Dou um longo gole nele e deixo-o descer suavemente na minha garganta.
Porém, a Larissa me impede, tomando a garrafa de mim e se erguendo.
— Nem vem com essa, está bem? É a minha primeira noite em casa e quero sair para dançar; estou farta de ficar sentada e pensando em quem não deveria pensar. — Ela assume de uma vez, colocando as mãos na cintura e olhando para o lado, ao perceber que havia falado mais sobre si, do que mim.
— V-ocê... não vai me dizer que você caiu finalmente nos encantos do Antônio e agora, está apaixonada por ele? — Abro a boca, fazendo todo aquele drama e teatro com ela, mesmo eu já tendo percebido há muito tempo esses seus sentimentos para com ele; e isso, muito antes dela ter vindo me falar.
— Ah, não começa, Mandinha! Deixa aquele patife, presunçoso, arrogante e metido a besta bem longe daqui... Ele já passou tempo demais nos meus pensamentos! Agora, quero preenche-lo com outras coisas. — Ela diz simplesmente isso e me puxa, me levando até a sua casa.
Logo, quando eu menos espero, já estávamos nós duas, nos arrumando e colocando as nossas melhores roupas, para fazermos todas as pessoas da nossa cidade babarem por nós. Esse era o jeito da Larissa, de darmos a volta por cima e esquecermos de todos os nossos problemas. Contudo, eu não poderia julgá-la, pois depois de toda essa nossa transformação, a minha autoestima com certeza havia sido levantada.
A Larissa havia cortado o meu cabelo, na altura do queixo e feito umas ondulações nele impecáveis. Eu me sentia uma própria estrela de Hollywood. Uma maquiagem leve, mas que me deixava chique e sofisticada. Eu parecia uma outra pessoa. E talvez mudar um pouco, não fosse tão mal assim. Para muitas mulheres, mudar o corte de cabelo, significa muito mais do que um mudança de estilo ou de aparência, muitas vezes, significa um novo caminho ou um novo ciclo que se inicia nas suas vidas.
Eu poderia ter mudado externamente, mas o meu interior, era algo que eu ainda precisaria ir mudando aos poucos ou pelos menos, determinar algumas coisas que eu gostaria que mudassem juntamente com a minha aparência. Como por exemplo, os meus sentimentos pelo David, eu não poderia arrancá-lo de mim, mas eu poderia determinar que eu não mais me machucaria ou me anularia, em pró de um amor que não era reciproco e que não viesse de livre e espontânea vontade. Eu não iria mais implorar por um amor de alguém, que não estivesse disposto a me amar também.
Assim, eu e a Larissa, nos aprontamos e saímos da vila, nos dirigindo para a parte principal da praia e indo até o luau, onde estava acontecendo em frente a um hotel, que ficava ao lado da vila. O tempo parecia está se fechando, mas havia um longa tenda montada, para caso caísse uma tempestade nessa noite.
Nós cumprimentamos uns amigos antigos do bairro e em seguida, já fomos apresentadas a outros, que estavam de passagem pelas praias. Iniciando a noite, a Larissa foi até o bar pegar algum drinque para ela e eu, fique com uma água mineral mesmo, decidindo me manter sóbria, para poder tomar contar da minha amiga, já que ela parecia querer extravasar um pouco mais.
O que no fim, não impediu de alguns caras se chegarem nela. A Larissa era a personificação da sensualidade e beleza brasileira, que atraia todo e qualquer tipo de olhar. Alguns se chegaram em mim, mas eu não estava muito no clima. Logo, a minha amiga era o principal peixe da noite. Ela dançou e bebeu tudo que pôde. Com pouco, a tempestade chegou e parece ter vindo em abundância para o litoral. Alguns fugiram da chuva e outros, não se importavam em se molhar. A Lari era uma dessas, ela estava tão beba, que já estava falando coisas com coisas. A mesma se escorou em mim e eu tentei a levar para uma coberta em baixo do bar.
— Amiga! Eu não preciso dele, preciso? Olha a chuva, ela é tão linda. Ela poderia lavar a minha roupa, não poderia? As minhas roupas estão sujas, mas tem um cheiro tão bom. O Antônio disse que os meus pés são lindos. Eu não sei porque ele disse isso. — Ela balbucia, olhando para o horizonte e vendo algumas gotas caírem na sua mão, enquanto íamos para uma barraca.
E naquele momento, eu só sabia rir. A minha amiga era realmente hilária. Sóbria ou bêbada, ela sempre falava as coisas mais loucas do mundo, me tirando de qualquer sentimento cabisbaixo e depressivo. E era bom, saber que eu sempre a teria comigo. Tanto eu, quanto ela, sabíamos que sempre teríamos uma a outra. E nesse momento, eu sabia que a minha amiga estava passando por um momento difícil; ela nunca havia sentido tais sentimentos por alguém, sendo correlacionadas ao amor. Era algo novo para ela e a mesma, parecia estar confusa.
Assim, pouco me importando com a chuva ou com a areia que melava as nossas roupas, nós duas nos sentamos no chão e caímos na risadas, ao finalmente nos encontramos sozinhas e na mesma situação. E para finalizar aquele ato, eu tomei a garrafa de champanhe da sua mão e dei belo de um gole, me igualando a ela e entrando na mesma vibração.
— Agora estamos quites. — Digo lhe devolvendo a garrafa e ela, logo cai na gargalhada, antes de chorar.
— Ai, Amandinha! Ainda bem que tenho você.
Ficamos ali bebendo, enquanto a chuva caia e o álcool, começava a fazer efeito em mim. Após o champanhe acabar, fomos até o bar do meu pai e abrimos o estoque de bebida dele, escondido, para continuarmos com a nossa noite. Havíamos começado com champanhe e já estávamos na vodca. Logo, a ressaca já seria certa; mas aquele momento era nosso, eu e a Lari, estávamos vivendo a nossa fossa.
Quando isso já havia acontecido? Nunca.
Então, podíamos vive-las do jeito que queríamos hoje e amanhã, nos recuperaríamos da nossa ressaca moral e física. Era um dia para se guardar na memória. Estávamos só eu e ela, e, a chuva. A festa ainda estava rolando, mas já havíamos nos afastado.
— Um brinde para as únicas peixudas, que nesse momento, estão fora d'agua! — A Larissa ergue a garrafa de vodca e eu, a de champanhe, que já estava seca do meu lado.
Contudo, a lona que estava na parte da frente do bar do meu pai, parece ter se encharcado e decidido cair nesse mesmo instante, sobre mim. Me deixando toda molhada e parecendo um pinto molhado, com os pelos dos meus braços todos arrepiados. A Larissa cai na risada e nem me ajuda nesse momento.
— Ops!! Acho que nem tanto, hein? — Ela começa a rir e eu também não consigo me controlar.
Porém, precisávamos sair dali, para não nos molharmos ainda mais; até porque, já estava ficando perigoso, devido aos relâmpagos e trovões que estavam tendo naquela noite. Um vento entra forte naquele momento e eu decido chamar a Lari, para entrarmos na vila novamente. Eu precisava trocar as minhas roupas, para uma mais quentinha. Ela me convida para sua casa novamente e eu visto um moletom seu, já que eu não poderia entrar daquele jeito na casa dos meus pais e lhes explicar, sobre a lona que a havia cedido na frente do bar do meu pai. Logo, ficamos por lá mesmo, enquanto ainda olhávamos a chuva lá fora, através da sua janela, que era de frente para o pátio da vila, onde antigamente os meninos jogavam bola e sujavam as suas roupas com barro.
Bons tempos.
Assim, mesmo com a vodca da gente estando um pouco menos da metade, já havíamos parado de beber e ficado apenas apreciando a vista, vendo a força da natureza, através das suas chuvas e ventanias do lado de fora da janela. O Brasil sempre tinha o seu jeito único, de mostrar a sua vitalidade. Logo, o sono foi nos vencendo e com pouco, nós duas caímos de qualquer jeito na cama.
🔹🔹🔹🔹
E galera.... E essa chuva aí, hein? Como será que o David está? 😬🫥⚡🌧️
E a Amandinha e a Larissa? kkk duas doidas. E bebas, pronto! Já se viu! kkkkk😆🤣🍸🍾
Pelo visto a Lari realmente já caiu nos encantos de mais um tutuba, hein?👀 Será que eles vão se acertar, ou Lari vai botar bola pra frente?🫦
(opinião da autora: Acho que eles dois tem tudo a ver, não? haha)
E o visual da Amandinha... Gostaram?💁🏻♀️😍👐🏼✂️ Cabelo curtindo; mais madura; mudada e com novos planos pessoais. 😌Vocês também tem isso, quando mudam o visual do cabelo? Eu já ouvir muita gente concordar com isso. Me digam vocês!!!😁😜
Enfim, vamos para o próximo??😶🌫️ Palpites sobre o David???⛈️🛥️
Até mais, meus Lermores!!😘😘
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