Já fazia mais de uma semana que Elisa tinha saído da vila. Ela já havia subido e descido por várias montanhas, mas ainda não tinha visto ninguém e começou a se preocupar. Seus mantimentos estavam no fim, estava muito cansada.

No momento se encontrava em um riacho que encontrou entre as montanhas. Louvou a Deus quando ouviu o barulho das águas e se dirigiu pelo barulho até encontra-lo. Estava com muita sede, pois sua água já tinha acabado há quase um dia.

Decidiu ficar por ali até o próximo dia. Deu água ao seu cavalo e o deixou pastando próximo à margem. Aproveitou a oportunidade e tomou um banho, lavou o vestido e se sentiu ela mesma novamente.

- Obrigada Pai! Sei que está cuidando de mim, assim como esses pássaros, ou essas plantas. O Senhor proverá! Estava sem água e me trouxe aqui. Sei que não estou sozinha e por mais que me preocupe vou colocar tudo em tuas mãos.

Já estava anoitecendo novamente, por isso ela acendeu uma pequena fogueira, comeu um pouco do que ainda tinha e se deitou sobre a grama usando sua capa para se proteger e a mochila como travesseiro.

O cansaço juntamente com o barulho das águas embalou Elisa em um sono tranquilo.

Ela dormiu muito bem, melhor que os outros dias e acordou disposta, animada para prosseguir. Decidiu seguir o rio, pois sabia que geralmente se construía vilas próximas aos rios. Com esse plano traçado ela começou a se mover novamente.

De bom humor Elisa cantarolava enquanto o dia ia passando.

Admirando a paisagem glorificava o criador. Árvores de todos os tamanhos e formas. Folhas que iam de vários tons de verde, algumas amarelas e logo laranja. Na margem ela contemplava inúmeras borboletas, tão lindas e tão coloridas. Uma azul com bordas pretas e enorme maior que sua mão inclusive, prendeu sua atenção.

"O Criador é genial e tudo se encaixa com perfeição."
Pensava enquanto observava como a natureza se desenvolve em sintonia com seu habitat. As árvores precisam da terra, os pássaros e animais precisam das plantas e elas também precisam deles para dispersar suas sementes e o pólen de suas flores.
- Sabe Nuvem, assim como a natureza precisamos estar em harmonia com Deus. Sem ele apenas existimos. Nossa vida espiritual precisa ser regada com a água do Espírito, alimentada com a palavra, estar enterrada no solo fértil da oração. A fé, eu a imagino ser como o pólen, se for " espalhada corretamente" dara frutos e consequentemente mais sementes. O fruto é importante. Sacia a fome, mas a semente Nuvem! É a continuação, a nova geração... A semente nós da esperança...

Com os olhos brilhantes ela passa a mão na clima de Nuven.

No decorrer do dia pelo caminho encontrou algumas frutas e mais uma vez viu o cuidado de Deus sobre sua vida, pois um dia antes estava preocupada com seus mantimentos agora estava ao lado de um rio e com frutas em sua bolsa. Mais uma vez ela viu e descansou nos cuidados do Senhor. Uma lembrança dos ensinamentos de seu pai apareceu em seus pensamentos.

-Filha nunca se confunda achando que por termos o Senhor como nosso pastor nossa vida não terá altos e baixos. ELE disse que estará conosco em todas as situações, isso tem que ser a nossa maior Alegria. Porque nada irá me faltar não quer dizer que teremos tudo, mas sim que teremos o mais importante o consolo, o conforto e a paz que está em sabermos que ELE, o Senhor, não nos deixará sozinhos. Se for da tua vontade ELE irá suprir a necessidade e mudar a situação que nos aflige, contudo nossa fé, nossa confiança e nossa paz deve prevalecer e se manter forte apesar das circunstâncias. Não seremos servos fiéis se somente adorar e agradecer pelas coisas boas.

Conforme cavalgava meditava nas palavras de sabedoria que seus pais incutiram em seu coração.

O dia já estava quase no fim quando ela chegou a um lugar elevado. O rio descia pelo despenhadeiro como uma cortina.

Olhando para baixo avistou o que parecia uma estrada. A visão trouxe euforia ao seu coração.

Como já estava escurecendo decidiu ficar por ali aquela noite.

Havia 3 árvores pequenas, uma ao lado da outra e suas copas formavam uma espécie de cabana. Elisa se preparou para dormir ali. Aquela seria uma noite escura, pois a lua não apareceria pelas próximas 3 noites, então ela acendeu a fogueira e logo adormeceu.

-Falta pouco agora, mas lembre-se a estrada não é segura! Não siga por ela, porém próximo a ela e ao anoitecer não acenda a fogueira! Não acenda a fogueira! Não fique na estrada!

BUM!!!!

Elisa acordou assustada, desorientada. Se sentou rapidamente, o chão tremia, seu cavalo relinchava e pisoteava os cascos no chão. Podia ouvir seu coração batendo em seus ouvidos, sua respiração estava acelerada.

- Meu Deus! Ela se lembrou das palavras do sonho e imediatamente olhou para a fogueira, mas ela já estava se apagando. Olhando a escuridão imaginou que ainda era madrugada. Abraçou seus joelhos e começou a recitar os versículos que sabia de cor, fazer isso sempre a acalmava.

Elisa sabia que não voltaria a dormir e foi assim que ela viu mais um dia amanhecer.

Observando o terreno ela viu que havia algumas montanhas a direita e o rio serpenteava entre elas. A esquerda continha uma pastagem plana onde a estrada cortava, contudo a alguma distância havia montanhas novamente. A estrada saia da mata ao pé da montanha a esquerda, cortava as pastagens e parecia circular as montanhas a direita.

Decidida a seguir seu plano de permanecer próxima ao rio ela iniciou sua decida.

-Sabe Nuvem, acho que o Criador poderia ter feito tudo reto. Você não concorda? -Já estou cansada desse sobe e desce, imagina você que ainda tem que descer comigo sobre o lombo. Não que eu seja gorda ou muito grande, mas deve ser ruim. Eu com certeza não ia gostar se fosse você, de jeito nenhum. - O cavalo levantou as orelhas. -Que isso Nuvem eu não me ofendo fácil sei que deve ser difícil se equilibrar nestas descidas, sobre essas pedras pior ainda com peso extra.

-Pronto agora fiquei doida mesmo! estou conversando com o cavalo. O dia lentamente ia passando e volta e meia o sonho voltava aos seus pensamentos. Elisa sabia que fora Deus quem falou com ela em sonho, por isso se mantinha mais perto do rio do que da estrada. "Nada de bom acontece quando não damos ouvido a voz de Deus". era outro dos ensinamentos de seu pai.

Ao final do dia ela estava quase no pé de mais uma montanha e tinha dado a volta em outras.

Como a estrada seguia circulando e descendo e o rio também estava na mesma trajetória ela se afastou para a outra margem, e aproveitando a água tomou outro banho que ajudou a aliviar o mal-estar no corpo pela falta de uma noite bem dormida. Entrou um pouco para dentro da mata até encontrar o que parecia ser uma caverna e decidiu passar a noite ali. Já que não ia acender a fogueira a caverna ajudaria a diminuir o vento e o frio. Trouxe um pouco de capim para Nuvem e o amarrou próximo a ela.

Elisa despertou desorientada. estava escuro, muito escuro. Não sabia o que a tinha acordado. Nuvem estava deitado tranquilamente. Ela assuntou e de repente ouviu.

Vozes...

Mais alguém com medo ai????
O que acharam do sonho?????

O que estão achando?

Não me deixem ansiosa kkk