tecidos, intrigas e pinturas

Elisa estava eufórica, Alana e Aila iam levar ela para conhecer a cabana das mulheres. Lugar onde as mais velhas passavam vários ensinamentos para as jovens. Ali elas preparavam a lã, fiavam e tingiam os tecidos. Agora que Aron e Cora estavam com a cabana arrumada e providos seu coração se acalmou. Depois da coversa co Ailan ele foi ajudar Marck e Cora, mas o olhar que Ailan lge deu não saia de seus pensamentos...

Elisa estava se sentindo em dívida com a família, queria fazer algo para eles, então ao comentar com Alana ela disse que Elisa poderia fazer um vestido para ela e sua filha para usarem na próxima noite de luz. Pois tinha achado lindo os que Elisa usava.

A jovem missionária nunca havia presenciado o processo, sempre comprou o tecido pronto, por isso a animação.

- Acho tão lindo essa união de vocês. Exclama Elisa enquanto caminha.

- Não se iluda, nem todos são assim, unidos. Se lembra das cabanas afastadas? Aqui também temos as que gostam de aparecer. Diz Alana. E tanto Elisa como Aila percebem que há mais nesse comentário do que Alana deixa transparecer.

- Em todo lugar tem pessoas que se acham superiores. Não entendem que somos todos iguais, filhos do mesmo Pai. E estamos todos trilhando o mesmo caminho. Se esquecem que o fim da vida aqui vem para todos. É triste ver que desperdiçam esse precioso tempo com intrigas e maldades. A jovem missionária, fala com pesar.

   Cada uma fica presa em seus pensamentos pelo resto do caminho. Alana relembrando de sua juventude e as intrigas que tentaram abalar seu casamento. Aila se entristece pensando na divisão imposta a sua família, já Elisa orava em Espírito pedindo sabedoria e que o Espírito Santo continuasse movendo naquele lugar.

Conversa animada e risos as receberam.

A cabana se encontrava um pouco afastada das moradias. Era grande e alta. Uma lateral era aberta e por ela, Elisa pode ver a movimentação ali dentro.

- Ai, não! Aila sussurra baixinho, contudo suas companheiras ouvem.

- O que foi filha?

- As três estão aqui. Responde baixinho.

- Não se preocupe elas não ousaram nada comigo aqui.

- Se minha presença te deixa apreensiva posso ir Aila. Outro dia venho aqui. Fala a jovem missionária pondo a mão no ombro de Aila.

- Não é você Elisa, e não irá voltar esta toda empolgada. Vamos entrar.

- Bom dia! Saúda Alana e um coro de bom dia é ouvido de volta.

- Até que enfim vou conhecer a moça que tanto tenho ouvido falar. Uma anciã de olhos claros e cabelos alvos presos por um lenço azul fala enquanto se aproxima.

- Se ouviu bem então sou eu, agora se foi mal não faço ideia de quem a senhora está falando. Brinca Elisa e a anciã gargalha e outras ali a seguem.

- Com certeza é você que tem causado todo alvoroço com essa língua afiada.

- Desculpa, não quis soar desrespeitosa.

- Não soou criança! Fique tranquila.

- Elisa essa é minha tia Alba. Ela é irmã de minha mãe. Alana apresenta.

- E também a mais velha da vila, não se esqueça disso mãe. Implica Aila com um olhar inocente.

- Menina impertinente! Vocês duas com certeza deram certo. Têm o mesmo senso de humor.

- E como dona Alba, ela até abandonou as amigas pela forasteira. Lyta desdenha e o sorriso de todas ali somem.

- Aila não abandonou ninguém meninas. Vocês que pararam de frequentar nossa casa. Então acho que é o contrário, não? Alana defende a filha.
- Senhora Alana ela que tem que tentar nos conquistar – aponta para a jovem missionária - não sabemos nada dessa ai. Elli retruca enrolando uma mecha de cabelo no dedo.

- E porque eu teria que conquistar vocês? Não sou uma pessoa que precisa da opinião alheia para me sentir bem. Eu sei quem sou! – fala colocando a mão sobre o coração. Todas pararam o que estavam fazendo para ouvir - Eu sei o que Deus pensa de mim, e quando se sabe o quão amado se é, não precisa agradar todo mundo, não precisa se esforçar para ser aceito por quem não te quer. Se eu preciso mudar para ser aceito em algum lugar, esse lugar não é para mim. Pois Ee sou a imagem e semelhança de Deus, sou alvo mesmo que imerecido, do seu infinito amor isso me basta. Já vocês têm me atacado desde que cheguei, não me conhecem nem tentaram me conhecer. E fiquei calada, mas agora estão atacando Aila e sua família, seu próprio povo, seus líderes então vou dar um basta nisso. Essa família, a maior parte da vila têm sido gentil em me acolher, aprendi amar muitos daqui e admiro muito outros. Se minha presença incomoda vocês me desculpem, mas parem de atingir quem só tem me feito bem. Elisa termina de falar com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Seu corpo tremia.

“ Ela tem razão!” “ Tadinha, as meninas a atacaram sem nem tentar conhecer ela...” “ ir parar em um lugar novo sozinha é difícil e ainda ter que aguentar acusações é demais” “ ela só fez coisas boas por aqui” “ as crianças amam ela” “vocês ouviram o que ela fez por Cora?” “ Isso mesmo fiquei até com vergonha, nós deveríamos ter ido lá e os ajudado...”  Essa última que fala se aproxima de Elisa e pega suas mãos.

- Não fique assim, você tem demonstrado que tem um grande e bom coração. E agora defendo Aila e sua família quando a maior ofendida foi você só nos fez ter ainda mais certeza do seu caráter. Um murmúrio de concordância se ouviu e um pequeno sorriso apareceu no rosto da jovem missionária. – Isso mesmo sorria, seu sorriso é ainda mais bonito do que Alaric me falou.

- Agora sei de quem Alaric puxou o jeito com as palavras. Tenta brincar Elisa apesar  do nó entalado na garganta. E todos riem, menos as três que reviram os olhos.

- Todo mundo para seu lugar. Nada aqui vai se fazer sozinho. Brada Alba, batendo palmas e cada uma volta ao que fazia. Exceto o trio que se retira.
Alana  percebe a tristeza de Elisa e se aproxima, colocando uma mão em seu ombro.

- Vai ficar tudo bem, obrigada. E você é bem vinda aqui. Elisa pisca rapidamente para impedir que mais lágrimas desçam.
- Vamos ver os tecidos e parar com o drama, né?  Aila diz trazendo leveza.

Assim Alba da uma volta com as jovens falando sobre cada etapa e os olhos de Elisa brilham por outro motivo, admiração.
Elas participam das atividades da manhã recebem vários conselhos. “ se os mais jovens dessem mais ouvidos a voz da sabedoria da idade evitariam tantos problemas” medita a jovem.

  Alba separa os tecidos para elas levarem. No entanto Elisa tem uma ideia e pede algo a ela que da de bom grado. E após uma manhã repleta de atividades elas voltam para casa. A tarde Elisa se refugia em seu quarto e põe sua ideia em ação.

Os dias vão passando e Elisa passa praticamente todas as horas no quarto costurando. Somente Bel foi autorizada entrar lá com ela. E ali as duas se aprofundaram na palavra de Deus. As risadas das duas e seus louvores eram ouvidos por toda parte de cima da casa e sem que elas imaginassem as letras dos hinos faziam morada em vários corações.

Aila tentou de tudo, para que Elisa deixasse ela ver o vestido, no entanto não conseguiu. Alana, Ailan e Jaynes riam muito durante as refeições das tentativas da jovem. E quando ela viu que não ia conseguir nada da jovem missionária, colocou suas investidas em Bel que passou a evitar o salão.

- Pare de fazer bico Aila. Está espantado todos de nossa mesa. Ailan implica a irmã.

- Não é justo! O vestido é meu então deveria poder ver ele... Cruza os braços e suspira exasperada.

- Acho que mimamos ela demais. Seu pai entra na brincadeira.

- Com certeza , ela não sabe esperar nada. Sua mãe continua.

- Agora vi!

- Calma Aila, Deus fez o mundo em 6 dias, mas tenho uma notícia boa pra você. Elisa diz sorrindo. Amava observar a interação daquela família. E percebe também que falar em Deus não é mais motivos de espanto.

- Meu vestido está pronto? Aila praticamente grita.

- Não – Responde Elisa e a jovem perde a alegria e se mostra emburrada de novo, e todos riem – mas amanhã estará. Finaliza e Aila bate palmas e vibra parecendo criança.

- Quantos anos você tem mesmo Aila? Pergunta Ailan e leva um tapa da irmã. 

- Ai meu Deus! É o que Aila diz ao ver o vestido. Ela o pega e vai para frente do espelho.

- Gostou?

- Ainda pergunta Elisa ela perdeu até a fala. - Alana responde observando a empolgação da filha. – Va experimentar logo filha.

Elisa usou tinta vermelha e verde e pintou a saia do vestido branco. Ramos iam da barra até quase a cintura do vestido. As mangas curtas e armadas, a gola ombro a ombro.

- Obrigada Elisa, Aila entra rodando com o vestido e se joga na jovem missionária quase indo ao chão com ela. -é muito bonito.

- Eu te vejo assim cheia de vida. Agora  o da senhora. Ela pega o outro e entrega a Alana.

- Uau Elisa é muito bonito. O dela era azul claro com recorte na cintura, barra, gola e punhos brancos.

- Que bom que gostou. Para mim a senhora é assim elegante e suave. Conversar com a senhora é como observar o céu azul e suas nuvens branquinhas. Tenho admirado sua temperança é nítido a forma com que mantém tudo em ordem sem se alterar ou magoar ninguém.

- Obrigada Elisa, no entanto se esqueceu que esse céu calmo pode se fechar em uma tempestade. Elisa arregala os olhos, e Alana gargalha. Na verdade ela amou a comparação e saber que Elisa a via desse modo tocou seu coração. Contudo o que poucos sabiam era que ela virava uma fera se mexessem com seus filhos.
A alegria delas era contagiante, todavia os vestidos seriam a gota que faria o veneno da inveja transbordar...

- E Bel esse é para você -  estende o vestido dobrado para ela que a olha surpresa – Não achou que eu esqueceria de você minha amiga. Venha, pegue vê se gosta. Fala sorrindo.

Bel abre o vestido e seus olhos se umedecem. Era lindo, rosa claro com botões de rosas delicados pintado na barra e nas mangas.

- Nem sei o que dizer. É lindo!

- Talvez obrigada? Brinca a jovem missionária.

- Então obrigada! Você é um presente de Deus na minha vida. Fala a abraçando.

- Agora quem está emocionada sou eu.- diz secando os cantos dos olhos – Sempre sonhei em levar a palavra de Deus a lugares novos, mas nunca pensei que ELE, me daria tão grande presente como é para mim a amizade de vocês.

- Chega de lágrimas mulherada- grita Aila – Bel  experimenta o vestido quero ver como vai ficar.

- Ficou perfeito em você! Diz Elisa, com carinho na voz.

- Realmente combinou com você. Afirma a senhora.

- Agora a gente arranja um namorado. Fala Aila eufórica. Bel fica vermelha e Todas terminam gargalhando.

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