Sensação
Elisa galopava de volta para a Vila. Seu coração transbordando de gratidão. Ver cada vida se entregando nas mãos aos cuidados do criador a fazia regozijar. Em Espírito enaltecia, exaltava, glorificava o nome de Jesus. Ao entrar na vila, logo ouviu o burburinho das crianças e o sorriso em seu rosto se tornou maior.
— Elisa! — Olivia grita e corre em sua direção. — Você não veio mais brincar comigo. — Resmunga cruzando os braços e um bico fofo em seus lábios. Elisa sente vontade de apertar aquelas bochechas. Ela desmonta e se abaixa sobre um joelho para ficar na altura da pequena.
— Me desculpa! Estive ocupada, mas amanhã vou na sua casa brincar com você. O que acha? Ela, mau, termina de falar e é atingida por Olivia que abraça seu pescoço quase a levando ao chão.
— Eba! Rian Elisa vai brincar comigo amanhã! Diz, olhando para trás em direção ao irmão.
— Oi, crianças! Elisa cumprimenta as outras crianças ali. E a maioria das meninas pergunta se podem ir para a casa de Olivia brincar com elas.
— Mulheres! Rian murmura revirando os olhos e uma lembrança impacta a jovem missionária.
— Não podem! — grita Olivia fazendo Elisa piscar. — Ela vai brincar só comigo! A irritação dela estava nítida em cada palavra no brilho dos olhos. A algazarra foi geral.
— Calma crianças! Tenho uma ideia. Amanhã prometi ir na cada da Olivia, mas que tal se depois de amanhã a gente fazer um piquenique todos juntos. — ela termina de falar e gargalha com a euforia das crianças.
— Veja só se não é a missionária oferecida. — A voz de Coral chega por trás a fazendo fechar os olhos e respirar fundo antes de se virar. Um arrepio desce por ela ao contemplar o sorriso de Sonja que acompanhava Coral. Os olhos dela reluziam contentamento e não o desdém de sempre. “ O sangue de Jesus tem poder!”
— Que isso, Coral? Elisa tem ajudado tanto. Não é verdade querida? — Sonja diz se aproximando e pega uma mexa do cabelo de Elisa. Ela dá um passo para trás e se abraça para tentar esquentar o frio que a envolveu.
— Ajudado? Só se for a aumentar o barulho que esses pestinhas fazem ao brincar. Fala Coral olhando para ela e as crianças com o nariz empinado.
As crianças perdem o interesse na conversa e voltam a brincar.
— Vamos Coral, o dia está lindo para uma visita. Te vejo na casa já que vamos para lá. Sonja fala e passa o braço pelo da jovem que a acompanha e Elisa sente necessidade de orar, então se despede das crianças e ruma para o lago. Um aperto no peito e um peso parece ter sido posto sobre seus ombros. Ao chegar desmonta, amarra Nuvem em uma árvore, se ajoelha e ora, ora, ora e ora um pouco mais.
Ela sente a opressão ao redor. As lágrimas descem, as palavras aos poucos vai se esvaindo, sobrando murmúrio e gemidos… Tem situações, momentos em que parece que a oração não chegou a Deus. Ou que ELE parece não estar ouvindo, Elisa se sentia assim naquela hora. Ela não entendia o porquê das palavras e gestos de Sonja terem afetado tanto suas emoções.
— Pai, sinto que algo vai acontecer. Toma conta de todos nos, meu Senhor. Meu coração está aflito, meus pensamentos criaram teorias, mas escolho confiar em TI. Sei que mesmo não sentindo estás a me guardar. Me trouxe até aqui, teu Espírito Santo tem alcançado almas e sei que o inimigo não está feliz. Mas o Senhor tem todo poder e sei também que o que for que está para acontecer será para a Tua Glória. Me de forças, pois sinto o peso da fúria sobre mim.
— Elisa? — assustada levanta a cabeça, se aproximando Ailan, Alaric e Marck a olham preocupados.
— Você está bem? Ailan pula do cavalo e corre para seu lado. Mesmo no emaranhado de emoções, um pequeno sorriso se abre em seu rosto.
— Estou bem, vim aqui orar. — responde e ao olhar em volta ela enruga a testa ao se dar conta que o sol está se pondo. — pelo visto não vi o tempo passar.
— Elisa, que bom que está tudo bem para você. Engraçado encontrar aqui no meio do nada ninguém menos que a culpada pelos meus dilemas. — Fala Alaric afiado. Os amigos o repreende, já Hanna o olha confusa. — Não adianta me olhar assim — aponta para os dois rapazes — antes dela chegar minha vida, nossa vida era tranquila, agora minha cabeça está parecendo uma colmeia de tanto zum! Zum! Zum! — se irrita saltando do cavalo e Ailan entra na frente de Elisa. — O que está acontecendo? — pergunta desconcertada.
— O que está acontecendo? O que está acontecendo? — imita — descobrimos que tudo que acreditamos até hoje é mentira! — Brada e anda de um lado para outro. A jovem missionária começa entender e um pequeno sorriso apareceu em seu rosto. “ Espírito Santo como es lindo!”
— Está rindo? — questiona aborrecido — nós aqui sofrendo, com dúvidas e você sorrindo.
— Calma amigo! — solicita Ailan.
— Desculpe Alaric, mas meu sorriso é por ver o agir do Espírito Santo — a vos dela sai embargada — os olhos de vocês estão se abrindo para a verdade — diz emocionada.
— Elisa ontem olhamos para o céu, e estamos inquietos. — conta Marck e Lágrimas descem pelo rosto da missionária.
— Glória Deus!
— Nossas descobertas nos fez pensar e não entendemos o que aconteceu no passado. — Explica Ailan — se tudo que disse é verdade, o que aconteceu? — questiona preocupado.
— Não sei! Mas desde que cheguei aqui tenho muitos questionamentos. Vamos orar para Deus nos mostrar a verdade.
— Vamos orar! Vamos orar!
— Chega Alaric! — ordena Ailan. — também estamos inseguros, encabulados, mas descontar em Elisa não melhorará a situação. — argumento.
— Vá com Elisa que vou ficar aqui com Alaric e esfriar a cabeça. — sugere Marck apontando com a cabeça em direção ao lago e Ailan acena concordando.
— Fiquem com Deus e se tiverem dúvidas podem me procurar. — se despede Elisa indo em direção ao seu cavalo.
— Eu… Começou O rapaz após um tempo em silêncio, porém não consegui externar em palavras a confusão que se encontra.
— Deus te ama! Esse lugar aqui é passageiro, mas muitos vivem como se fosse eterno. Já vi pessoas fazendo mal ao seu próximo por dinheiro, por bens, por inveja. O inimigo de Deus age através dessas pessoas. Não sei o que aconteceu aqui. Não vejo ninguém se beneficiando dessas crenças. — A jovem expõe seus pensamentos.
— Também não vejo. Meu pai administra com justiça e ninguém tem falta de nada ou tem muito mais que os outros. Sempre se divide — Ailan pondera.
— E Struan? Concorda com seu pai? — pergunta receosa. E ao ver o olhar dele em sua direção se explica — Não estou acusando! Mas desde que soube a posição dele em relação ao seu tio fiquei pensativa.
— Meu pai confia cem por cento nele. Nunca vi nada que me fizesse duvidar também. — suspira, não um suspiro qualquer, mais um cheio de sentimentos — tentei falar com meu pai, porém ele não quis nem me ouvir. — Conta e Hanna o olha surpresa.
— Serio? Não sabia!
— Não entendo como sendo seu único irmão, meu pai prefere se manter afastado. Em silêncio seguem até a casa. Cada um, presos em seus próprios pensamentos.
Ela deixa o rapaz com os cavalos no estábulo. Ao entrar, um arrepio passa por Hanna, que se abraça.
“ O sangue de Jesus tem poder!”
O ambiente estava pesado, o mundo espiritual estava em guerra, um prenúncio de tempestade…
Oiii! Desculpa gente pela demora.
Espero que curtam esse capítulo.
A cobra, ops! Sonja está aprontando?
O qur acham que vem por ai?
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